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História Liberté: Sangue do meu sangue - Tal pai, tal filho.


Escrita por: Alexiel_LaRoux

Notas do Autor


Ola amores do meu coração! *corre das pedras pelas maldades do cap passado*

Não demorei muito com a atualização coo eu prometi, ansiosos? Espero que sim! Hoje respondo algumas questões que ja me fizeram em comentários la atras, mas acho que o titulo ja deve dar uns spoilers breves do que eu quero dizer hehe.

Muito obrigada pelo retorno nos comentários passados, estou terminando de responde-los, mas fiquei tao feliz dos meus fantasminhas darem as caras, amei os comentários de todos vocês e que bom que estão gostando da fic, é um reconhecimento e tanto o retorno que me dão. Obrigadinha também a minha beta que é um poço de paciência, uma fofa linda e que me aguenta enchendo o saco dela todo dia. Valeska você já deve ter enjoado da minha imagem no seu mensager ne!

Sem mais, boa leitura amados!

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A capa de hoje é obra dessa autora doida que vos tecla, então os créditos são meus, meus e só meus!!!!!! (pode não ta perfeito, mas sempre quis dizer isso de uma fanart kkkk)

Capítulo 11 - Tal pai, tal filho.


Fanfic / Fanfiction Liberté: Sangue do meu sangue - Tal pai, tal filho.

Os três estavam naquela sala de espera na mais completa agonia. Já haviam se passado horas desde que Milo tinha dado entrada no hospital, e os amigos deixados ali sem notícia nenhuma do garoto. Aiolia andava de um lado para o outro, quase bufando de agonia à espera de notícias, Dite estava sentado acariciando os cabelos longos de Shun, que dormia em seu colo depois de ter recebido uma medicação leve, que pouco a pouco colocava seu emocional abalado no lugar. Já havia sido atendido por um dos médicos, e só não estava em um leito porque o hospital, público, estava lotado.

- Já faz horas que entraram com ele. Será que não vão dar notícias nunca, Dite? – Aiolia se jogava sentado e exausto em uma das cadeiras.

- Essas coisas demoram Aiolia, ainda mais com o hospital lotado como está. Duvido que lembrem de avisar adolescentes perdidos no meio dessa zona. Não se dignaram sequer a achar  um quarto para o Shun, que chegou em estado de choque, coitado. – Dite suspirou cansado. – Já ligou pra Amy?

- Correndo o risco de perder minhas orelhas quando ela chegar aqui, mas já sim. – Ele afastou os cabelos rebeldes da testa. – Depois de tudo e com o desaparecimento do Camus, não tem mais porque esconder nada dela.

- E com Milo ferido também não poderíamos mais ajudá-lo, somos menores. – Suspirou - Será que o Camus foi levado pelo laboratório? Você não falou sobre o laboratório pra Amy, falou?

- Mas é claro que não, o Milo quando acordar que decida se vai falar sobre isso para ela. Mas sim, eu também acho que o Camus foi levado por eles, eu não quero nem ver a cara do Milo e o desespero dele quando acordar.

- Eu quero ver é com que cara vocês vão me explicar porque fugiram do orfanato, a essa hora da noite, encontraram o Milo, e ele levou um tiro!

- Amy...- Os dois falaram ao mesmo tempo, ao verem a diretora do orfanato na frente deles. Não dava para saber qual expressão de pânico era pior, se a de Dite ou de Aiolia.

- Nós já tínhamos encontrado o Milo e o Camus antes... – Aiolia falava meio tenso com a expressão dela para com eles. Amavam Amy como uma mãe e a respeitavam muito, mas era difícil de enfrentá-la em fúria.

- E não me contaram nada? Vocês sabem como eu estava desesperada para encontrar esses dois desde que eles fugiram. – Ela sentava bufando de raiva, mas sem desgrudar os olhos dos dois. – É muita irresponsabilidade de vocês, logo agora que o Milo ia mudar de vida, me acontece isso. – Ela afundava o rosto, cansada, nas mãos.

- Mudar de vida? Como assim, você sabia do Milo e do Camus? – Dite arqueava uma das sobrancelhas e perguntava curioso.

- Sabia o quê deles? Eu to falando do Milo. A família dele apareceu e está desesperada atrás dele, desde que confirmamos que o Milo realmente é o filho desaparecido deles.

- Quê? O Milo então não foi abandonado? - Aiolia dizia surpreso.

- Era o que pensávamos até então, mas agora há poucos dias confirmei que o Milo tem família, e na verdade ele foi sequestrado e logo em seguida abandonado. Os pais dele estão loucos atrás dele desde então! Eles já tinham me procurado meses atrás, mas o doido fugiu com o namoradinho!

Enquanto Amy explicava brevemente a situação para os meninos, Dite observou a chegada de um belíssimo homem, à distância, na recepção do hospital. Ele era alto e trajava uma calça negra alinhadíssima, a camisa branca estava dobrada até o meio dos braços, indicando que provavelmente ele já havia passado por um longo dia de trabalho, mesmo sendo véspera de ano novo. Mas o que mais chamou a atenção de Afrodite foram os cabelos, em um tom vivo de vermelho e que iam até bem abaixo da cintura.

- Camus?

Ele disse num sussurro, fazendo Amy se virar na direção em que ele olhava e ver o homem se virar, vindo a caminho de onde eles estavam, ajeitando os óculos que usava. Ele foi logo em direção a Amy.

- Boa noite, senhorita Amy – Ele estendeu a mão à mulher, tinha um certo tom de urgência e angústia na voz forte e com um sotaque bem característico. O porte altivo e educadíssimo era nítido nele – Eu vim o mais rápido que eu pude, já tem notícias do meu filho?

- Infelizmente os médicos não me disseram nada até agora, na verdade parecem nem estar dando atenção a gente. – Ela o cumprimentou e respondeu angustiada.

- Me dê um minuto e eu resolvo isso.

Ele retirou os óculos e nesse momento Dite notou a grande aliança dourada na mão esquerda dele. Seu queixo estava quase no chão com a semelhança entre aquele homem e seu amigo, até mesmo o porte e o nariz levemente empinado dos dois eram parecidos.

- Aquele é o pai do Milo? – Ele dizia de olhos arregalados para Amy, Aiolia também estava surpreso. – Ele é a cara do Camus!

- Eu também fiquei chocada quando o conheci... e você ainda não viu nada. - ela moveu de leve a cabeça, suspirando e falando quase em um sussurro. – Isso explica bem o porquê do Milo ter gostado tanto do Camus. – Suspirou cansada, quando uma pequena confusão roubou a atenção deles na recepção novamente.

- Eu não quero saber se estou trajado adequadamente para entrar num hospital ou não, eu quero notícias do meu filho! – A voz forte soou em tom de urgência e angústia, o pai de Milo, o ruivo que havia acabado de entrar, parou de conversar com o enfermeiro que ele praticamente arrastara para atendê-lo, e ao ver a cena, só balançou a cabeça suspirando. – Eu não vou pensar em roupas enquanto meu filho pode estar morrendo!

A recepcionista implicava ainda com o homem de cabelos revoltos, levemente cacheados, longuíssimos e loiros. Ele trajava uma camisa aberta, deixando parte do peitoral forte e de músculos delineados a mostra. Sua calça era feita de um material que provavelmente era algodão e estava descalço, em um típico look de quem vinha de uma festa na praia. No desespero de ter notícias do filho, ele provavelmente nem se lembrou de pôr as sandálias.

- Ai meu pai – o ruivo pedia licença a enfermeira e saía dali a passos rápidos na direção do homem, sobre olhares atônitos de todos. – Kárdia, você ainda me mata de vergonha! – Dizia para si mesmo.

- Eu já disse que não vou sair, eu quero informações do meu filho! – Os seguranças já se aproximavam, quando o ruivo fez sinal para que se afastassem, e se aproximou do outro.

- Kárdia, é melhor você ficar calmo, eu já estou conseguindo informações do Milo.

- Puta que pariu Dégel, como que eu fico calmo, sabendo que nosso filho tomou um tiro e essa mulher vem implicar com a minha roupa? – Ele batia os braços na lateral do corpo visivelmente irritado.

- Fica calmo, cuidado com o coração... – ele tentava acalmar o companheiro – Kárdia, você bebeu? – Dégel perguntava com nítida expressão de surpresa.

- E você achou que eu ia ficar fazendo o quê, te esperando igual otário na beira da praia, com você enfurnado naquele laboratório? – Dizia revoltado

- Ai, essa história agora não, Kárdia...

Os dois começavam aquela leve discussão, enquanto Aiolia, Dite e Amy observavam a cena com curiosidade e surpresos.

- São dois pais? – Dite dizia surpreso com tantas coincidências, inclusive com a da aparência entre o outro pai que acabara de chegar e o amigo loiro.

- Sim Dite, o Milo tem dois pais. – Ela respondeu suspirando.

- Caramba! - Suspirou e subitamente pareceu lembrar de algo - Mas peraí, eu conheço o loiro. De onde eu conheço ele? – Ficava pensativo, quando sentiu o pequeno oriental se mover em seu colo e se sentar, ainda meio dopado do remédio e ouvindo toda a confusão.

- O que está acontecendo, que balbúrdia é essa? – Perguntava confuso.

- Barracos de família Shun. Só senta aí e curte a merda toda, que os pais do Milo são mais doidos do que ele. - Aiolia dizia com um risinho, voltando a prestar atenção na confusão. – É só imaginar o Camus e o Milo daqui uns vinte anos brigando assim, que dá na mesma.

Na recepção, a coisa parecia se acalmar.

- É, você tem razão Dégel, eu ter um ataque cardíaco e de ciúmes não vai ajudar nosso filho em nada. – O Loiro bufou, rendido pelo esposo, e prendia os cabelos para trás suspirando cansado.

- Anda, vem comigo. Eu vou conversar com o médico e ver se tem como transferirmos nosso menino para um hospital particular. – Ele colocava a mão no ombro do companheiro, quando ouvia a voz da recepcionista.

- Hein, ele não pode entrar!

- Minha senhora -  Dégel se virou levemente, odiava fazer aquilo, mas a insistência e o medo do marido ter um troço de nervoso naquele hospital, ou pior, até mesmo um ataque cardíaco como no passado, o impeliu a isso. – Se soubesse realmente com quem está falando, eu não faria o que a senhora está fazendo. O assessor de meu esposo deve chegar em alguns minutos, procurando por nós e para cuidar dos detalhes da internação e cuidados especiais com nosso filho. Se as roupas de meu marido realmente forem um problema, deve se acertar com ele. Quando ele chegar, por favor – ele enfatizou a próxima frase – diga que Kárdia Alexis e o esposo estão em busca de notícias do filho e o aguardamos.

A mulher engoliu em seco ao ouvir o nome do homem loiro com quem implicava. Ela não podia acreditar que aquele homem, de roupas tão despojadas e aparência desleixada, era realmente quem o companheiro dizia ser. Já lera muito sobre eles, mas não os esperava encontrar logo ali. Os dois rumaram em direção ao grupo de amigos do jovem enfermo e Amy se levantou cumprimentando o loiro.

- Senador Alexis, sinto muito por nos reencontrarmos em um momento como esse.

Os olhos dos três amigos de Milo, ainda sentados ou teriam caído com aquela informação, se arregalaram e seus queixos caíram ao saberem quem era o pai de Milo. O senador Alexis era um dos homens mais conhecidos do último ano, quase uma celebridade pelas polêmicas que rodeavam sua vida, principalmente por desafiar o tradicionalismo de seus companheiros políticos, ao ser o primeiro senador a assumir publicamente seu relacionamento com outro homem, e não qualquer homem.

Dégel Alexis, que com o casamento resolvera assumir o nome do marido, abandonando o da família tradicional contrária a sua união, era um dos, senão o maior, médico geneticista e entusiasta da área de pesquisas médicas daquela época. No meio médico, as pesquisas de Dégel eram conhecidas e seu nome uma verdadeira lenda. Aliados, Kárdia e Dégel, cada um em sua área, formavam um dos casais mais poderosos da época, e provavelmente acumulavam uma das maiores fortunas da Nova Europa.

- Me chame somente de Kárdia, agora não sou um político, só um pai desesperado em busca do filho. – Ele levou as mãos a farta franja, afastando os cabelos do rosto. – Eu demorei tantos anos procurando o Milo, para reencontrá-lo assim.

- Eu gostaria que tivesse sido diferente, mas com a fuga dele e do Camus, tudo se complicou. – Ela dizia visivelmente cansada.

- Senhorita Amy - Dégel colocava a mão no ombro do marido que se sentava e se voltava a jovem diretora. – Eu conversei com o enfermeiro, e como o Milo vivia no orfanato e a liberação dele com a maior idade não se deu adequadamente, os médicos só podem dar informação de nosso filho com a presença da senhora. Poderia ver com eles a assinatura da autorização, para que eu possa intervir? – Dégel parecia ser um homem muito sério e centrado, era nítido que estava preocupado, mas se mantinha firme.

- Claro, quem sabe enquanto eu faço isso – Ela passava por trás de Dite e Aiolia, ainda não conhecia Shun para isso, o que fez o mais jovem escapar do castigo, e dava um cascudo em cada um dos meninos, que se encolheram. – esses três possam explicar para vocês como diabos o Milo foi parar naquele fim de mundo, e o que aconteceu! Com licença.

O olhar de Kárdia caiu sobre os garotos, e eles engoliram em seco com o mesmo. Por mais gentil que o homem parecesse ser, aquele seu olhar às vezes dava medo. O único que se manteve impassível quanto a isso foi Shun, afinal o menino naquele momento tinha a sorte de não poder ver, mas sentiu o clima tenso ali.

- Bom rapazes, acho que vocês podiam começar com o básico. – Dégel era quem falava se sentando ao lado do marido, elegantemente. – Porque nosso filho resolveu fugir, quem é esse tal de Camus que fugiu com ele e até onde vocês estão metidos nisso?

Os rapazes engoliram em seco e Dite, o mais eloquente deles, foi quem começou aquela longa história.

 

*************

 

 

Camus era carregado em uma maca pelo longo corredor, seus cabelos espalhados pelo lençol impecavelmente branco, e seu corpo preso como um verdadeiro prisioneiro que poderia pôr a vida de muitos em risco, se voltasse à consciência, e realmente ele podia. Um acesso fora colocado em sua veia, onde era ministrada a medicação que o deixava parcialmente sedado todo o tempo. O ruivo fora colocado em uma grande sala, onde dois guardas ficavam atentos e armados a porta o tempo inteiro.

- Então, é realmente ele? – Um homem relativamente jovem, cabelos avermelhados e mais claros que os de Camus, adentrava rápido enquanto vestia um jaleco.

- Eu acabei de chegar para avaliá-lo, mas ao que tudo indica, sim. – O outro calçava um par de luvas já começando a avaliar Camus, era alto e de feições duras, tinha cabelos claros, e se aproximava de Camus ainda inconsciente. – E a nossa melhor cobaia nos trouxe algo a mais com o que trabalharmos. – Ele passou a mão na avantajada barriga de Camus -  A pesquisa parece ter dado ainda mais certo do que imaginávamos.

- Quando me falaram que ele estava gestando me surpreendi, e queria ver com meus próprios olhos. Quando criamos o projeto, nós não imaginávamos que conseguiríamos gestações por meios naturais. – O outro dizia surpreso, se aproximando e observando Camus. – E nem que ele teria essa aparência, ele é perfeito, Fafner.

- A melhor de todas as cobaias que já tive! Quando o perdi, meus projetos regrediram anos luz. – Ele observava o jovem pai desacordado. – Ele nunca reclamava, jamais chorava com os procedimentos, por mais dolorosos que fossem. Era muito pequeno, mas aguentava tudo que lhe era imposto e respondia fisicamente de forma maravilhosa. A fase das alterações genéticas matou inúmeras de minhas cobaias, mas ele foi a primeira e única a resistir, e agora provou o sucesso do meu trabalho. Soube que ele conseguiu, em minutos, mandar alguns dos homens que foram resgatá-lo para o hospital, e um deles inclusive se encontra em coma, devido a pancada que a cobaia lhe deu ao tentar fugir.

- Soube que o resgate realmente não foi fácil, não podemos perdê-lo novamente! – O mais jovem dizia tocando uma das mechas dos longos cabelos de Camus, como que admirado pelo jovem. – O que faremos com o bebê? Ele não foi produzido em um ambiente controlado.

- O híbrido deve ter por volta de 36 semanas de gestação pelo tamanho da barriga, terei certeza mais tarde com os primeiros exames, precisamos acompanhar até o final do processo de gravidez dele para colhermos dados e para perfeito amadurecimento do feto. – Parava pensando, analisando o ruivo e com olhos brilhantes em imaginar o que faria ainda àquela cobaia – Veremos o quão forte foi a herança genética do híbrido para esse feto, e como será o processo do pós parto com amamentação e tudo mais, também aproveitaremos para tirar amostras da criança. Se o bebê não se mostrar uma futura cobaia útil, a eliminaremos como material de pesquisa descartável assim que viável, e produziremos uma amostra pura.

- Compreendo... – O ruivo dizia observando Camus.

- Algo contra, Surtr? Deixará seus sentimentalismos atingirem a pesquisa mais uma vez? – Dizia com um sorrisinho irônico de canto e observando o rapaz.

- Absolutamente, a pesquisa é mais importante, não é esse nosso papel aqui?

- Que bom que sabe disso. Espero que saiba que não engoli a morte da última cobaia como acidental, Surtr, e se eu perder essa cobaia aqui, quem vai se ver comigo é você! – Ia saindo da sala. – Quero o material genético e amostras colhidas em minha sala em meia hora. Também quero amostras do líquido amniótico. Faça a higienização da cobaia e exames de imagem do feto. Depois ponha-o no ambiente controlado e diminua a sedação para não fazer mal ao feto, entendido?

- Mas Fafner, uma Amniocentese* a essa altura da gestação, não é muito invasiva? – Ele questionava preocupado.

- O que disse sobre sentimentalismos, Surtr? – O outro arqueava uma das sobrancelhas.

- Sim senhor, cuidarei de tudo. Não farei mais questionamentos.

- Assim espero!

O homem saía e um grupo de enfermeiros adentrava, começando a trabalhar sobre os olhos atentos de Surtr. Retiraram as roupas de Camus deixando seu corpo totalmente exposto, só aí tiveram uma real extensão do tamanho da barriga do rapaz. Quando um dos enfermeiros tocou os longos cabelos vermelhos do jovem e pegou a máquina, pronto para raspá-los, Surtr o interrompeu.

- Não! Mantenha os cabelos dele como estão, apenas os lave e penteie. Quero amostras deles, algumas mechas, e nesse tamanho será melhor para colhê-las. – Ele dizia vendo o jovem o obedecer e sussurrou baixinho para si mesmo – e seria um pecado tirar algo que o deixa ainda mais belo.

Todo o procedimento continuou, até que Camus estava devidamente limpo e vestido em vestes incrivelmente brancas. Surtr a partir daquele momento iniciou a coleta de materiais do jovem ruivo desacordado.

 

 

******

 

-Milo...

Sua cabeça se moveu vagarosamente e ele sentiu seu corpo doer como o inferno, o fazendo soltar um leve gemido. A visão daquele teto claro, naquele branco imaculado, o fez ter certeza de que não estava em um pesadelo, era a mais pura e cruel realidade. Seus olhos se fecharam e a imagem de seu amado levando aquele tiro, de todo o sangue, lhe fez verter lágrimas de angústia. Não podia acreditar, o seu Milo não estava morto! Seu companheiro, o pai de seu filho, não podia estar morto!

Camus se levantou sentindo o mundo girar ao seu redor. Demorou um tempo até se estabilizar novamente e visualizou o local onde estava. Era o mesmo quarto, se não o mesmo, um quarto exatamente igual ao que ele nasceu e cresceu. As paredes imaculadamente brancas, os pouquíssimos móveis e a área para suas necessidades fisiológicas em um canto onde ele tinha o mínimo de privacidade.  O grande espelho, que hoje ele sabia que era uma área para observação dele naquele quarto, refletia sua imagem, vestido em vestes imaculadamente brancas. Era seu pesadelo se tornando realidade, era toda a sua dor voltando de uma vez.

Arrancou com raiva o acesso em sua veia e viu seu sangue pingar, maculando o alvo lençol e o chão de piso igualmente branco. Se levantou, cambaleante, indo até o grande espelho e se observou ali por algum tempo. Seu olhar era de desconsolo, de dor enquanto dava passos débeis até ali. Diante do espelho, um soco forte foi dado, seguido de outro, outro e outro enquanto um quadro de desespero se desenhava. Tudo naquela sala havia sido feito para suportar a força daquela que era a melhor de todas as cobaias.

- Me tira daqui! – Ele socava a parede com ódio, gritando. – Eu quero notícias do Milo, me tira desse inferno, eu não quero ficar aqui, eu não sou uma cobaia!

Camus perdeu totalmente seu autocontrole. Os olhos estavam ainda mais vermelhos, vertendo incessantemente lágrimas doloridas. Ele socava as paredes com tanta força que chegava a ferir seus punhos, e os cabelos longos ficavam desgrenhados, tamanho era o desespero a cada falta de resposta.

- Eu quero minha liberdade, eu sou livre, eu não quero voltar... – ele dizia isso soluçando e vencido ia se deixando cair, arrastando pela parede espelhada até o chão gélido. – Eu sou livre, eu sou livre. Livre... me tira desse inferno. Milo, me salva, você não pode ter morrido, você prometeu... – ele abraçou a própria barriga e sentiu seu filhinho se mover devagar. Até mesmo o pequeno já havia sofrido intervenções aquele dia, que lhe perturbaram seu recinto seguro de paz dentro do ventre do pai, o que fez mais lágrimas verterem dos olhos do ruivo. A  criança também sentia a dor de seu pai. – Eu quero sair daqui... me perdoa meu filho, me perdoa Hyoga. O papai vai proteger você, eu prometo.

Camus chorou jogado ali, pedindo perdão ao filho e querendo ele mesmo acreditar que seu Milo não estava morto. Não tardou o ruivo dormir ali mesmo em exaustão. 

 

 

 

 

******

NA: Amniocentese* -  é um exame invasivo no qual uma amostra do líquido amniótico é retirada de dentro do útero e examinada em laboratório. Trata-se de um exame diagnóstico, ou seja, ele diz com certeza se o bebê tem ou não determinado problema. Não é um exame de rotina, porque traz risco para o bebê.

 

 


Notas Finais


Pois é o estado do Milinho é bem grave, mas só vamos ter mais noticias no próximo capitulo! Aguentem mais um tiquinho. E o Camus voltou ao maldito quarto branco e as cores abandonaram a sua vida mais uma vez. sera que dessa vez o coitado aguenta? Tadinho, ja começou o sofrimento! E os papais do Milo, muita gente acertou nos comentários, eram eles que foram resgatar o Milo quando ele fugiu. A coisa podia ser bem diferente agora se o cabeça de vento tivesse tido so mais cinco minutos de paciência ne?

Deixem seus comentários, adoraria saber o que estão achando bjjj e ate o próximo!


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