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História Libertino Não Atroz - 3 - Ele só parece inocente


Escrita por: VanteJKProject e syllabub

Notas do Autor


Não sei o que dizer sobre esse capítulo. Só espero que estejam compreendendo a minha loucura 😆


Capítulo betado por: @MarioUchihaa

Capítulo 3 - 3 - Ele só parece inocente


Sem dúvidas, Taehyung era um dos mais frequentes visitantes do “Play Date”, isso porque ele dizia ser um lugar inspirador, uma vez que seu foco sempre era o mapa dos sentimentos de Perséfone e as tonalidades e formatos que as cores tomavam ali. Apolo visitava o salão com tanta frequência que até mesmo um dos divãs era dito como seu, Jimin havia dito-lhe ter permissão para deitar-se ali sempre que desejasse. 


Mas, daquela vez, Jimin não estava no “Play Date”. O teto estava inteiramente tingido na cor preta, evidenciando o fato de a reencarnação de Perséfone estar longe o suficiente dali.


Taehyung, então, olhou para Namjoon, o único presente na sala além dele próprio. Inspirou fundo, porque estava à espera de Jimin (seu melhor amigo) havia bastante tempo, e continuava esperando, mesmo sabendo que ele não voltaria tão cedo.


— Você sabe onde ele está, não é? — A quase afirmação de Apolo levou Namjoon a interromper sua leitura. 


Deveras, Namjoon somente estava ali a pedido de Jimin, que de alguma forma sabia que Taehyung apareceria no “Play Date” durante sua ausência.


Contudo, Namjoon, reencarnação de Zeus, respondeu a Taehyung:


— Não sei. — Foi sincero, ainda assim preocupado, mas só limitou-se a informar — Ele apenas disse que surgiu um problema urgente. — E também dizia a verdade.


— Então você está aqui somente porque Jimin pediu. — Taehyung deduziu — Eu sei que ele ouve todas as minhas quase reclamações, sei que ele confia em você para ouvi-las em seu lugar, até porque você já faz isso de intrometido, algumas vezes. — Olhou para Namjoon, que estava sentado à mesa. E, pelo tom usado, Namjoon sabia que Taehyung não fazia uma crítica negativa. — Olha...eu só estou dizendo que, se meu amigo confia em você, então eu também vou confiar. Mas você não é o Jimin.


— Eu sei, não vou roubar o lugar dele em nada. Ele vai voltar, Taehyung. — Assegurou, sorrindo devido à reação engraçada do deus — O “Play Date” vai continuar sendo dele e ele vai continuar ouvindo as suas reclamações sobre tudo. O Jimin gosta de fazer isso, então vou-me assegurar de permitir que ele continue fazendo. — Assim que terminou de dizer, voltou a ler o trecho do livro em que havia parado.


E Apolo suspirou.


— Não estou pronto para ter um ouvinte substituto. — Cruzou os braços, como em um resmungo — Você não é tão bom quanto o Jimin. Aliás...— Desviou o assunto. —, não importa o que aconteça ou esteja acontecendo entre vocês dois, eu vou sempre estar do lado do Jimin. Sou amigo do Jimin, não seu.


Outra vez Namjoon sorriu. Disse:


— Tudo bem.


E então ambos ficaram em silêncio, porque Taehyung recusava-se a conversar com Namjoon apenas pelo fato de este ser amante de seu melhor amigo. 


Mas Taehyung precisava conversar, portanto, depois de muita resistência, sucumbiu:


— Sabe o que é? Eu não sou o namorado de verdade do Jungkook, mas preciso agir como um. Isso me faz ficar louco e acabo descontando em gente que eu sei que merece, tipo você. Você ainda não me decepcionou, mas estou logo adiantando as minhas futuras frustrações que sei que terei com você.


Zeus fez careta em confusão, porque lidar com as controvérsias de Taehyung era realmente difícil.


Taehyung ainda continuou:


— Mas Jungkook também é esperto.


— E o que você quer dizer com isso?


— Que eu sempre tenho que ser convincente. — Deitou-se no divã. 


— Onde você quer chegar? — Com esta pergunta, Namjoon recebeu um olhar imediato de Taehyung, e assim ficou claro o fato de que nem mesmo Taehyung sabia onde queria chegar com tais falas.


Taehyung:


— Namjoon, você é um ótimo líder, sabe? — E outra vez ele dizia coisas nada a ver.


Zeus decidiu por fechar o livro o qual lia. Acomodou-se um pouco mais sobre a sua cadeira e estreitou os olhos, como se isso o fizesse entender um pouco mais das palavras quase sem sentido de Taehyung. Fez sua pergunta:


— Como você conheceu o Jeon?


Taehyung olhou para ele, depois para o teto, em seguida para o nada, pensando.


— Sabe de uma coisa? Jeon Jungkook é mau, ousado e bobo, mas não inocente. — Riu soprado, em seguida voltou a encher sua taça com bebida — Quando eu conheci Jungkook, ele estava bêbado, em uma boate, cercado de outros homens e mulheres. De primeira vista, acreditei que estivesse sendo assediado, porque aquelas pessoas passavam suas mãos pela bunda e coxas dele como se fossem tirar a sua roupa. — Fez uma pausa, aproximou a taça de seus lábios e bebeu — E ele ria, como um bêbado, dançando em meio a todas aquelas pessoas sóbrias, que se aproveitavam de sua vulnerabilidade. Só então eu percebi que, em meio a todos aqueles corpos excitados, Jungkook era o mais errado e deixava de ser somente vítima. Isso porque ele se aproveitava da distração daquelas pessoas ricas e roubava-lhes seus pertences com uma habilidade surpreendente, mesmo estando bêbado e em desvantagem. — Virou-se totalmente em direção a Namjoon — Eu vi como funcionou o esquema. Minutos depois, Jungkook foi abordado por policiais por conta de uma discussão. Um pouco longe de lá, os policiais recolheram seus objetos roubados e levaram-no. Foi tão convincente que até mesmo eu acreditei que ele havia sido preso de verdade. — Riu mais uma vez.


— Ele não foi preso?


— Foi. Mas os policiais faziam parte do esquema. Jungkook nunca chegou na delegacia.— Debruçou-se um pouco mais sobre o divã — Os policiais apareceram apenas para que Jungkook conseguisse se desvencilhar daquelas pessoas. Jeon Jungkook é um criminoso, é meigo com a maioria das pessoas. Ele só parece inocente, Namjoon. Mas ele também é carismático.


Mais outra vez Taehyung não deixava explícita as suas opiniões em suas descrições, pois suas falas continuavam cheias de pontos negativos e positivos, em um meio termo. Namjoon acreditava ser mais fácil dizer que Taehyung não ligava para Jungkook, porque haviam evidências comprovativas. Só que também haviam evidências que provavam o contrário, assim sendo, no quesito lógico, Namjoon não chegava a conclusões, no entanto, já com base em sua intuição, haviam inúmeras conclusões óbvias.


— Então é verdade que você gosta dele. — Zeus assim afirmou, era essa a sua conclusão intuitiva.


E Taehyung, reencarnação de Apolo, confirmou:


— É claro que eu gosto do Jimin, ele é meu amigo.


— Estou me referindo a Jungkook.


Taehyung arregalou os olhos e quase se engasgou com a bebida.


— Quê? Quando foi que eu afirmei isso? 


Namjoon rebateu:


— E quando foi que você negou isso? 


Taehyung voltou a cruzar os braços, frustrado. Ficou calado, embebedando-se em sua frustração e bebida, mas depois pontuou:


— Não gosto de Jungkook. Eu só estou retribuindo os sentimentos dele de uma maneira convincente. Se você acha que eu realmente gosto dele, então estou conseguindo ser convincente.


Namjoon suspirou, repreendendo-o, mas ainda não o fazendo de maneira verbal e dita.


— Então tá. — E assim desistiu, porque Taehyung também era teimoso. Voltou com seu livro, no trecho onde parou.


Já Taehyung deixou a bebida de lado e deitou-se sobre o divã de forma a olhar para o teto, para o mapa dos sentimentos de Perséfone, porque mesmo que o mapa demonstrasse um profundo tom de preto, ainda era possível apreciar a forma como a cor movia-se e criava ondas, evidenciando os diferentes tons.


Quase impaciente por sua curiosidade avassaladora, Taehyung insistiu na pergunta que inicialmente fez:


— Vem cá, onde o Jimin tá, de verdade?


E Namjoon suspirou de maneira dolorosa, admitindo por fim o porquê de sua preocupação e dor ao mencionar seu amante:


— Está com Hades.



[...]


Taehyung sempre seguia Jungkook a cada novo lugar que ele ia, ou ao menos o Kim faria isso por mais seis meses e alguns dias, então não era incomum o fato de Taehyung também acompanhar Jungkook em toda ida a boates, baladas e festas. 


E novamente estavam na entrada de uma casa noturna, o Jeon vestia couro, mais uma vez com uma calça que Taehyung diria ser ousada e excitante, mas o Jeon também levava uma mochila, motivo para o qual foram interceptados logo na entrada por um guarda:


— Capacetes e qualquer espécie de bolsa maior que uma bolsinha de mão não entram.


E Taehyung e Jungkook tinham as duas coisas. Taehyung logo disse:


— Eu avisei pra você que era melhor alugarmos um carro ou irmos de táxi, Jeongguk.


— Mas agora nós temos uma moto, Taehy. — O Jeon não demorou a virar-se para o guarda — Olha aqui, senhor, não é possível que um lugar desses não tenha ao menos um guarda-volumes.


O guarda, com sua paciência, disse:


— Tem sim, fica logo ali, lado esquerdo. É pago.


— Pronto, problema resolvido. Vamos Tae, você deve ter algum trocado no seu bolso. 


Em seguida, Jungkook puxou o Kim até em direção ao guarda-volumes, ao que o deus continuava insistindo:


— Eu também disse que você deveria ter deixado a mochila.


Jungkook sorriu.


— Calma, Taehy.


Jungkook entregou a mochila e os capacetes para uma garota que atuava no guarda-volumes junto a mais duas pessoas. Acabou por receber um sorrisinho, já Taehyung observou a tudo de olhos estreitos, vez ou outra deslizando a ponta da língua por sobre o lábio inferior, porque Jungkook estava sendo audacioso naquele exato momento, ou então era assim que Taehyung o descreveria. 


Foram embora assim que pagaram e receberam o troco, ao que o deus ficou atento à quantia recebida pelo ladrão de joias. Taehyung aproximou-se do namorado, abraçando-o de lado para sussurrar-lhe:


— Jeongguk, eu vi que o valor do troco equivale a 20 vezes o valor que você pagou.


Jungkook olhou para ele com um sorrisinho bonito. Disse-lhe:


— Eu disse pra você ficar calmo, bebê.


E então o deus soube estar presenciando mais outro esquema do ladrão de joias. Sorriu perplexo e um tanto admirado. Seguindo tal lógica, Taehyung concluiu que a mochila seria trocada por outra idêntica e vazia assim que voltassem para o guarda-volumes, e seria esta a forma como Jungkook entregaria as tais joias e dinheiro para Jung Hoseok e Jeon Soyeon.


Taehyung riu soprado, sem tirar os olhos do Jeon, tentado a beijá-lo porque, com tais ações, Jungkook havia conseguido incitá-lo. 


— Eu estou calmo, agora, Jeon. — Taehyung assegurou.


Ao que o Jeon voltou a sussurrar próximo ao seu ouvido:


— Então vamos beber algo. Eu pago.


E Jungkook pagou a bebida. Já no terceiro copo decidiram sentar em um dos vários sofás de couro que haviam na casa noturna. Jungkook bebia lentamente da bebida alcoólica, encarando as várias pessoas dançando e quase ansioso para juntar-se a elas. Já Taehyung não tinha tanta animação assim.


Logo o Jeon disse:


— Eu quero ir dançar, Taehyung. 


O dito cujo olhou-o de imediato, ainda com um copo de bebida em mãos.


— E por que você não vai? 


Jungkook aproximou-se um pouco mais do Kim, mordiscou a ponta do lábio inferior e disse em seguida:


— Estou te chamando pra ir comigo.


O deus olhou em seus olhos. Bebeu mais um pouco. Sorriu.


— Vou deixar essa passar. 


Jungkook levantou-se, ainda olhando nos olhos de Taehyung, não totalmente incrédulo, mas ainda assim frustrado. Também bebeu da sua bebida, percorrendo todo o seu olhar por sobre o corpo do deus. O ladrão de joias continuava frustrado e irritado com a recusa que recebeu, no entanto, direcionou ao namorado um sorrisinho de canto, para depois dizer:


— Então tá. 


Em seguida, o Jeon aproximou-se de todas as outras pessoas na pista de dança e juntou-se a elas. O Kim voltou a beber. Deslizou seus dedos por sobre seus fios e reprimiu um sorrisinho ao beber mais uma vez, apoiou seu braço esquerdo no encosto do sofá e assim ficou, ao que vez ou outra seu olhar decaia para o Jeon. 


Taehyung analisava todos os movimentos dele, assim como todas as pessoas com quem Jungkook trocava poucas palavras ou sorria. O Kim sempre desviava o olhar e ria soprado, mas não tardava a ter seu olhar preso ao Jeon de novo, porque Jeon Jungkook certamente era um rostinho bonito, e também um tanto mais que isso.


Não muito tempo depois uma garota sentou-se ao lado de Taehyung, que a essa altura já havia terminado com a sua bebida. Ele olhou a garota brevemente e logo voltou a olhar para Jungkook e o aglomerado de pessoas dançando em meio a uma confusão de luzes coloridas. O deus novamente deslizou seus dedos por sobre seus fios, ao que a garota disse:


— Sou Soojin.


Dessa vez, o deus olhou para a garota de maneira atenta e, imediatamente, a julgou como bonita.


Devolveu o cumprimento com seu nome:


— Tae.


— Só Tae?


— Às vezes Taehy. — Voltou a desviar seu olhar para Jungkook.


A garota Soojin acomodou-se mais sobre o sofá e questionou:


— Você gosta dele? — Recebeu um olhar estranho de Taehyung. Explicou-se: — Você está olhando bastante.


Taehyung, por sua vez, virou-se mais em direção a Soojin, suspirou e foi direto:


— O que você quer?


— Nada. — Riu — Mas se você me chamar para dançar ou para ir a um outro lugar longe daqui eu aceito, senhor Taehy.


Taehyung riu soprado e recusou:


— Sem chances, acabei de recusar alguém.


— Então você já tem uma pessoa na mira. — Soojin deduziu — Cê tá afim do garoto.


— De onde você tirou isso?


— Você ainda não parou de olhar para ele. Admito que ele parece ser ousado e bonito. Os ousados, geralmente, são os melhores, mas também perigosos.


O Kim ficou quieto, sem desviar sua atenção de Jungkook, que já tinha outro copo em mãos, em um mesmo cenário de quando o deus o conheceu pela primeira vez: rodeado de pessoas apalpando-lhe, enquanto suas mãos habilmente furtavam os pertences de tais pessoas, que logo eram escondidos no bolso interno de sua jaqueta de couro. O Jeon era tão habilidoso que Taehyung ainda tinha dúvidas se ele estava mesmo roubando ou apenas retribuindo as apalpadas.


Mas Taehyung admitia estar incomodado com a situação. Talvez por sentir-se inseguro ao cogitar serem pegos em flagrante em algum momento. O Kim certamente optaria por usar esta opção como explicativa para todo o incômodo que sentia.


Taehyung olhou para a garota Soojin ainda sentada ao seu lado e afirmou:


— Eu não gosto dele.


— Sério? — Soojin sorriu, enrolando uma mecha de seus fios castanhos em seu dedo —  E por que eu acho que você está mentindo, senhor Taehy?


O deus debruçou um pouco mais sobre o sofá. Olhou para a garota bonita e atraente, sorriu, mas não demorou para voltar seu olhar para aquele que era dito como seu namorado.


— Eu não gosto dele, Soojin. E eu nem te conheço. — Insistiu, risonho.


Soojin também insistiu na investida:


— Mas poderíamos nos conhecer mais se você me passasse seu número.


— Estou sem celular. — Foi rápido em dizer.


E, naquele momento, Taehyung viu Jungkook ser agarrado por um homem, que repousou uma de suas mãos sobre seu quadril, ao que uma garota nem um pouco sóbria rebolava na frente do Jeon. Taehyung estreitou os olhos, ainda forçando-se a permanecer sentado no estofado, observando Jungkook direcioná-lo alguns sorrisinhos discretos e provocativos.


— Você obviamente quer o garoto. — Soojin.


O Kim enfim levantou-se, olhou para a garota. Ele sorria soprado, incitado e excitado por Jungkook. Voltou a dizer para Soojin, com mais certeza:


— Eu não gosto dele.


E, contrariando suas falas, dirigiu-se até Jungkook e o retirou do meio de todas aquelas pessoas, olhou nos olhos do Jeon, que a todo momento sorria, e puxou-lhe para um beijo, da mesma forma como Jungkook fazia, porque, na maioria das vezes, era Jungkook quem dava a investida.


Taehyung deslizou uma de suas mãos à cintura do outro, a outra mão repousou em sua nuca. Ele apertava o corpo alheio sobre o seu em um beijo ávido, de tirar o fôlego, deixando o Jeon aos suspiros e com um sorrisinho travesso. A partir daí, o deus questionou ao Jeon, em um quase sussurro, próximo ao seu ouvido:


— O que você pensa que está fazendo, Jeongguk?


O garoto sorriu, logo sentindo os beijos percorrerem até o seu maxilar e pescoço. Ele próprio prendia seu lábio inferior entre os dentes, em deleite.


— Nada. — Foi sua resposta — Você não quis dançar comigo.


Taehyung, por conseguinte, sucumbiu ao inicial desejo do Jeon:


— Eu danço com você, então.


Jungkook voltou a olhá-lo nos olhos com o mesmo sorriso travesso, beijou-lhe mais uma vez. Em seguida abraçou o corpo do Kim e passou a dançar com ele em um ritmo lento, apesar da música agitada. Jungkook mudou o assunto:


— Eu vi que você conheceu a Soojin. — Taehyung imediatamente atentou-se ao que o Jeon disse — Ela deu em cima de você, também? Ela costuma fazer isso com todos os meus namorados a pedido de Soyeon. Eu vivo dizendo que essa medida protetora é muito nada a ver, mas eu sou o único a votar contra.


Taehyung inspirou fundo, desviou seu olhar em direção ao sofá onde antes estava e lá viu a garota Soojin, que direcionou-lhe um sorriso questionável.


Jungkook continuou:


— Seo Soojin é uma boa pessoa, apesar do trabalho. Gosto dela.


Já Taehyung ainda estava atordoado com a recente informação, porque a sua conversa com Soojin havia desenvolvido-se de maneira inteiramente errada.



[...]




Depois de passar toda a noite em claro com o namorado, Jungkook dormiu por toda a manhã, como se sua vida dependesse disso. Às quatro da tarde, por indicação de Soojin, com quem Jungkook trocou poucas palavras por mensagem, o casal foi até uma cafeteria de não muito renome, e enquanto Taehyung continuava bem, com todas as suas energias e sorrindo, Jungkook segurava-se para não deitar sobre a mesa da cafeteria, tamanho o seu cansaço.


Em vista disso, Taehyung ofereceu-se para enfrentar a enorme fila e fazer os pedidos no caixa, ao que Jungkook permaneceu sentado a uma das mesas, usando óculos de sol na intenção de ao menos disfarçar uma parte da sua expressão sonolenta. 


Ele estava exausto.


Não obstante, Jungkook permanecia atento, isso porque há pouco havia avistado Byun Baekhyun e aguardava que este viesse a seu encontro para cobrar-lhe o favor o qual o Jeon sabia que devia. 


Baekhyun não era seu amigo, nem inimigo, pois a relação entre ele e o Jeon encontrava-se em uma zona incerta, mas ainda assim neutra. Os dois não trabalhavam juntos. Baekhyun realizava alguns roubos e furtos e seguia seu próprio rumo com seus subordinados, mas admirava o trabalho do Jeon, e o Jeon retribuía tal admiração.


— Como você está? Já faz tempo que nos vimos pela última vez. — Byun questionou ao sentar-se também à mesa, de frente para o ladrão de joias. Sorriu. — Qual o nome do seu novo namorado?


— Taehyung.


— Ele é bonito, chama a atenção por isso. Dessa vez, para a sua infelicidade, fiquei interessado em conversar com você sobre o seu namorado Taehyung, mas iremos deixar o assunto legal para depois. — Acomodou-se um pouco mais sobre a cadeira. Foi sugestivo: — Você ainda se lembra de estar me devendo um favor, né, Jeongguk?


O Jeon revirou os olhos.


— Eu deveria saber que Soojin estava aprontando algo ao me indicar esse Café.


— E você está completamente certo, eu pedi isso a Soojin, ela também me devia favores. — Sorriu — E eu vim cobrar o meu favor. — Jungkook pediu que prosseguisse e ele assim fez, em um tom mais baixo e cauteloso — Estamos acompanhando a rota de um carro-forte. Temos um plano e eu preciso do seu favor agora, porque você é bom no que faz.


Jungkook sorriu soprado.


— Não costumo fazer roubos, apenas pequenos furtos simples ou, vez ou outra, furtos qualificados. Isso não é pra mim, Baek.


Baekhyun olhou fixamente em seus olhos e arqueou a sobrancelha. Inclinou-se em direção ao Jeon e disse sério:


— Você está me devendo um favor, Jeon. Você não pode negar.


— E eu não estou negando, só estou dizendo para não criar muitas expectativas.


— Engraçadinho.


Jungkook observava as flores artificiais sobre a mesa, até mesmo ousou pegar uma e desmanchá-la, enquanto observava Taehyung ainda na fila do caixa. Baekhyun seguiu seu olhar e também observou o namorado do Jeon por alguns instantes. Depois virou-se para Jungkook e questionou:


— Você não acha que esse tal Taehyung é meio estranho?


— Defina estranho.


Antes de responder, Baekhyun pensou muito sobre as palavras que usaria.


— Não estou no direito de dizer isso, até porque eu e você não somos tão próximos. 


— Diga. — O Jeon insistiu.


— Eu não estive em muitos relacionamentos, mas tive o suficiente para dizer que ele não parece ter aquele encanto bobo que pessoas apaixonadas costumam ter. Eu posso estar super errado ao dizer isso, mas nesse quesito eu acho ele estranho. Talvez eu apenas esteja acostumado a relacionamentos melosos. — Deu de ombros. O Jeon escutava-lhe, mas também continuava a observar Taehyung, que sequer fazia ideia de estar sendo observado.  — Jeongguk, posso dizer com certeza que você não pode apaixonar-se apenas pela aparência dele, porque caso apaixonar-se pela aparência de alguém fosse o suficiente para sustentar um relacionamento, então eu e Chanyeol teríamos dado certo, éramos bonitos juntos. — Riu soprado e Jungkook acompanhou em sua risada — Okay, agora vou parar de pôr coisas na sua cabeça. — Levantou-se, ao ver que Taehyung já estava caminhando em suas direção com os pedidos em mãos — Lembre-se, você está me devendo essa, Jeon.


O dito cujo acenou em confirmação, mas também fez sua última pergunta de maneira rápida e sussurrada:


— Espera...você me espionou durante esses dias, Baekhyun?!


Ao que Baekhyun respondeu:


— Se eu negasse estaria mentindo. Vocês dois são bonitinhos juntos. — Direcionou-lhe uma piscadela e foi embora, isso após retribuir o olhar confuso de Taehyung, que ainda encarava os dois com os pedidos em mãos.


Assim que o Byun já estava longe o suficiente, Taehyung sentou-se à mesa junto ao Jeon.


— Quem é ele? — O Kim questionou.


— Um cara que veio me cobrar um favor que devo a ele. — Pegou o sanduíche natural da bandeja — Eu pensei que você iria pedir chocolate quente também. Você gosta.


— É que eu achei que não iria combinar com esse negócio aqui que eu pedi. — Apontou para o cheesecake.


Jungkook fez uma careta engraçada em confusão e sorriu.


— E você se preocupa com essas coisas? Taehy...— Sorriu de novo, depois não disse mais nada, sem palavras.


Ficou algum tempo observando o Kim. Taehyung era bonito demais, para falar a verdade, mas Jungkook tinha a mais plena certeza de que não gostava apenas da aparência dele. Jungkook poderia provar, pois tinha uma grande lista de coisas, das quais amava em Taehyung, que não envolviam a aparência do deus.


— Esse negócio com frutas em cima é bom. — Taehyung disse após provar.


— Você nunca provou cheesecake?


— Não. Nunca me interessei, mas você disse que gosta, Gguk. — Olhou para Jungkook —  Então fiquei curioso.   


Por conseguinte, Jungkook sorriu um sorrisinho quase bobo, definitivamente apaixonado por seu namorado. E não questionaria o porquê de Taehyung não ser meloso consigo, porque ele próprio não gostava de tanta melosidade, também porque estavam em um relacionamento um tanto recente e estava dando certo sem todo o excesso de melosidade. 


— Não vai comer? — O deus voltou a questionar ao Jeon — Você não gosta de sanduíche?


— Eu gosto sim. — Jeongguk logo pegou o copo com suco e bebeu.


— Por que está me olhando tanto, Jeongguk?


Ele respondeu:


— Você é bonito. 

 

E Taehyung sorriu um tanto tímido e envergonhado, cobrindo o rosto com as mãos. Talvez ele também tivesse corado enquanto Jungkook ria de sua reação engraçada.



[...]



Passar noites ao lado de Jungkook, aos poucos, havia tornado-se reconfortante, Taehyung dizia que Jungkook também conseguia ser calmo, e a calmaria do Jeon era igualmente contagiante. O Kim, muitas das vezes, parecia orbitar Jungkook e somente agir conforme os seus efeitos. Taehyung sabia que um relacionamento de verdade não poderia ser de tal maneira, mas ele não agia contra, porque aquele passava a não ser um relacionamento de verdade a partir do momento em que tinha data de validade.


Taehyung também não agia contra porque gostava de gastar tempo observando as ações e reações do Jeon, só que isso o Kim não admitiria. E então continuava orbitando Jungkook, às vezes admirando, porque gostava da personalidade daquele que dizia-se seu namorado, ainda que este fosse um criminoso.


Diante disso, naquela noite, o deus estava deitado em uma espreguiçadeira na sacada de mais outro quarto de hotel, ao lado do ladrão de joias, ambos olhando para o céu da noite não muito estrelada. 


Ao lado de cada um havia uma taça com champanhe. Jungkook bebia da sua bebida vez ou outra, também apreciando a quase calmaria da noite, afinal ele preferia manter todo o silêncio, ao que tinha sua mão direita entrelaçada à destra do seu namorado e observava todas as estrelas visíveis a seus olhos.


Apolo, ainda assim, encontrava-se temeroso, relembrando o momento em que disse com todas as suas palavras a Soojin que não gostava de Jungkook. Mas o Kim não odiava o Jeon, e também não saberia dizer se gostava, então vivia em termos contraditórios, que ao longo dos dias tornavam-se bem mais contraditórios. E agora Taehyung pensava em maneiras de resolver o problema que surgira entre ele e Soojin, temendo que tudo em relação a ele e Jungkook desandasse devido a isso.


Jungkook começou divagando:


— Antes eu queria ter um telescópio, mas depois eu me esqueci que queria um. — Olhou para o Kim por alguns segundos e teve seu olhar retribuído — É que eu não mais preciso olhar ou ir para longe para ver coisas incríveis, as coisas ao nosso lado podem ser tão ou mais incríveis quanto, podem estar mais perto do que a gente pensa. — Voltou a olhar para Taehyung, sorrindo — Mas, se você quiser me dar um telescópio, eu aceito. — Bebeu da sua bebida.


O Kim sorriu.


— Então eu te darei um telescópio, um dia desses. — Voltou a olhar para o céu, enquanto deslizava seu polegar por sobre as costas da mão do Jeon, em um afago, bem como usava a pulseira com a qual foi presenteado pelo Jeon. Depois aproximou a mão do Jeon de seus lábios e deixou ali um selar terno, continuando a permanecer com suas mãos entrelaçadas, por isso, recebeu um sorriso bonito de Jungkook. — Você é incrível.


— O quê?


Taehyung repetiu:


— Você é incrível. — Foi sincero.


Jungkook ficou confuso, um pouco atordoado. Sorriu soprado.


— Eu juro que eu não entendi, Taehy.


— Não precisa entender. — Devolveu o sorriso. — Você é incrível. 




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