História Lição de casa - Kiribaku - A caçada

Voando pelos ares, Bakugou procurou no terreno qualquer coisa que pudesse parecer com Kirishima e uma ou mais pessoas. Ou será que ele estaria só? Assim como quando tinha invadido e socado todo mundo.

Era sábado à noite, havia poucos pedestres na rua porque a região da UA era uma área residencial. Isso tornaria mais fácil encontrar aquele idiota.

Não sabia para onde ir, olhava desesperadamente para todas as pessoas, procurava aquela cabecinha vermelha com aqueles cabelos idiotas espetados, mas nada.

Apertou os punhos, puto de raiva. Quis chorar, mas engoliu em seco, transformando todo seu ódio em motivação.

— KIRISHIMAAA! 

— EIJIROOOOOUUU!!! 

— SEU BOSTAAAAAAA! — gritou para os céus.

Nada.

Parou de olhar para baixo, começou a olhar para os lados e para cima, procurando alguma coisa, qualquer coisa fora do ordinário. Sob a luz forte do luar, viu uma coisa voadora grande, desengonçada. “Só pode ser isso.”

Saiu explodindo na direção daquilo, 2km atrás no seu encalço. O que Bakugou viu foi uma criatura grande, com uns 20 metros de comprimento, 5 metros de largura. Tinha asas, patas, rabo e uma cabeçorra de uns 4 metros de comprimento. Suas asas tinham uma envergadura de aproximadamente 30 metros. Parecia algo ancestral, saído de um livro de paleontologia, uma mistura de um pterodáctilo com um dragão ocidental.

O animal já tinha ganhado uma boa dianteira, mas ainda assim voava em alta velocidade — mais de 10m/s. Para sorte de Bakugou aquilo não conseguia voar entre os prédios devido às suas dimensões, sendo necessário seguir pelos céus, onde era facilmente avistado de qualquer direção — se o observador estivesse acima da linha dos prédios.

Bakugou ligou para Shouto, mas nada. Ligou para Endeavor, nada.

“FILHOS DA PUTA!” Quis gritar, mas agora que sabia onde estavam os vilões precisava ficar quieto e seguir sorrateiramente.

Gravou um áudio e enviou para todos os seus contatos, para não perder tempo selecionando as pessoas e grupos: quem soubesse iria entender, quem não entendesse, foda-se.

— Achei eles. Estão voando rumo Norte da UA, em uma coisa que parece um dinossauro gigante. Estou no encalço mas são muito rápidos, mas ainda assim, é impossível não vê-los no céu.

Enviar.

Tudo que Bakugou podia fazer era segui-los, com a distância entre eles ficando cada vez maior. 

(21:30)

A diferença entre eles era de 5km já, quando chegaram Iida e os outros. Tokoyami ia voando com o Dark Shadow, que não estava com plenos poderes devido à luz forte da lua cheia. Ochako e Sero iam amarrados pelas fitas de Sero, flutuando enquanto Iida os puxava, fazendo parkour nos prédios usando seu modo turbo.

Bakugou pegou suas peças e se vestiu, Ochako o tocou para que perdesse o peso, e também foi carregado por Iida para poder descansar um pouco.

— Agora está muito longe para ver, mas eu contei seis pessoas nas costas daquela coisa, tinha uma pessoa deitada, enquanto os outros estavam sentados. Devia ser Kirishima, feito de refém — falou, sério.

— Vi uma mulher alta e magra de vestido branco longo chegar perto de Kirishima, e depois sair. Não encostaram mais o dedo nele depois disso  — complementou.

(21:42)

— Ei, olha, o monstro tá descendo — falou Sero.

— Ali deve ser… SHIBUYA! — exclamou Iida.

Já tinham diminuído a vantagem do monstro com a turbina de Iida, que estava dando tudo de si.

Todos sacaram seus celulares e passaram a ligar e mandar mensagens avisando que os vilões estavam em Shibuya.

Depois de três longos minutos os meninos alcançaram os vilões. Observaram a situação pelo topo de um edifício: o show estava montado.

Shibuya era um lugar muito movimentado, com muitas pessoas transitando em todas as direções.

Havia uma grande concentração de pessoas e também muitos repórteres com suas câmeras, nas calçadas, gravando tudo. Também havia pelo menos três helicópteros sobrevoando o local. 

No meio do cruzamento das avenidas havia 7 pessoas juntas, um espaço livre de 4m sem nenhuma alma viva, e a partir disso uma multidão estática, como um escudo humano.

Mercúrio era a responsável por controlar todas aquelas pessoas. A diferença era que quanto mais gente ela controlava, pior ficava o seu controle, pois tinha que prestar atenção em cada molécula de água de cada indivíduo.

Então aquela multidão gritava, pedindo socorro, mas não conseguiam sair do lugar, ficando petrificados como estátuas.

A mulher alta e esguia, de vestido branco flutuante, tinha Kirishima ao seu lado de joelhos. Olhou para uma outra mulher forte ao seu lado, que entendeu o recado e soltou um berro gutural e estridente, que fez Shibuya cair em silêncio.

— Todos vocês aqui, hoje, serão testemunhas. Regozijem-se, pois este é o fim da sociedade dos heróis.

— A UA que vocês tanto idolatram é uma farsa — continuou — invadimos a escola com facilidade e derrotamos os professores sem nem suar. Este aluno aqui — colocou sua mão fria na cabeça de Kirishima — foi tirado do ninho do antro dos heróis.

— Vocês esperam que heróis que não conseguem nem se proteger, sejam capazes de proteger vocês? Se nem os melhores dos melhores foram páreos contra nós, eu declaro agora:

— O FIM DA SOCIEDADE DOS HERÓIS.

Levou os braços ao céu como uma encenação de um ato final, pegou uma arma debaixo do seu vestido e parou na frente de Kirishima. Olhou em seus olhos, não tinha expressão alguma.

— Mercúrio, eu não quero ouvir um “a” dele, mantenha-o sob controle total, nada pode sair errado.

Levantou a arma mirando na testa de Kirishima e —

— A. P. SHOOOOOOOOOTTTTTTT! — um canhão de luz desceu reto na direção da mulher alta, uma explosão reluzente e ensurdecedora.

Em menos de 3 segundos, Sero conseguiu pegar Kirishima das mãos dos vilões com suas fitas e Iida tinha corrido com eles para longe daquela multidão. Deitaram Kirishima na calçada e os três se abraçaram com força.