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História Licença Poética - 04 - A nova suprema


Escrita por: sappieeditora

Notas do Autor



Capítulo 5 - 04 - A nova suprema


Fanfic / Fanfiction Licença Poética - 04 - A nova suprema

Beacon Rescue 99
Por Alastor

Após minha alegre confraternização com os meu colegas de trabalho ontem, no Hotel, não me demorei em iniciar minhas buscas pelo protagonista dessa trama. Por isso, logo sintonizei meu rádio para buscar pela frequência de Angel. Mas não foi assim tão fácil. As ondas de energia que emanavam dele estavam muito fracas. Distantes, eu diria. E, ainda que não fosse impossível para que eu o encontrasse, eu sabia que eu teria que percorrer um longo caminho até achá-lo.

Eu andei por bastante tempo. Atravessei a cidade do Pentagrama, passando pela Colônia Canibal, onde fica meu lar, e finalmente cheguei na cidade IMP, que é de onde parecia vir a frequência de Angel. Eu não tive pressa em minha caminhada, afinal, não senti nenhuma alteração ameaçadora na frequência que ele emanava. Então apenas segui todo o caminho no meu ritmo. Alegre e cantarolando. Ora cheirando algumas flores e ora assobiando algum som de minha preferência. É claro que eu estava ansioso para encontrá-lo e assistir a segunda temporada desse show. Mas gosto de respeitar o tempo de cada coisa. Por isso me contive em passos sutis.
 

A onda da nova suprema também se fazia presente. Se movendo tão rápido quanto um flash de luz. Se fazendo presente por toda Pride-Ring, mas sem nunca se revelar a mim. Não que isso fosse do meu interesse agora, é claro. Mas eu podia sentir que nosso encontro não tardaria em acontecer.

O dia encerrou e iniciou novamente. Assim eu soube que logo chegaria no meu destino. Precisei me conter para que meu rádio não chiasse de tanta emoção. Ficou difícil continuar cantarolando. Minha garganta parecia incomodar. Não era medo, é claro. Talvez ansiedade por entretenimento. Sei bem como é cansativo ficar entediado e por isso não queria ter que sentir isso novamente.

Quando cheguei ao meu local de destino, uma luxuosa mansão, não precisei me preocupar muito em passar despercebido. Haviam guardas, é claro, mas nenhum deles é páreo para a delicadeza e descrição de um veado elegante como eu. Principalmente quando diminuo o volume do meu rádio para zero. Por isso, só entrei. Era a casa do príncipe de Ars Goétia. Stolas. Pude saber isso através da frequência que ali se encontrava. Era certo de que Angel estava com ele. E... bem, não só ele. Parecia haver mais gente. Ninguém com que eu devesse me preocupar, é claro. E isso inclui o Príncipe. Pois, mesmo que seu poder seja razoavelmente maior que o meu, sua frequência energética não era de um todo ameaçadora. Eu certamente sou capaz de lidar com ele de forma amistosa e polida.

Finalmente cheguei na porta de entrada. Ajeitei minhas vestes e me posicionei de forma elegante. Minha aparência e postura precisavam estar impecáveis, e sabemos que depois de uma longa caminhada pode ser que algumas coisas saiam um pouco do lugar. Sendo assim, tratei de garantir minha elegância de sempre. E sem, é claro, esquecer de me vestir com o meu melhor sorriso!

— Olá! — eu disse, após Angel abrir a porta. Talvez uns 2 ou 3 minutos depois de eu ter me posicionado ali.

Meus olhos brilhavam de entusiasmo e extrema alegria! Nem mesmo fui capaz de evitar o agudo som de microfonia que saiu do meu rádio. Meu corpo também se inclinou um pouco. Não vou negar que queria abraçá-lo, afinal, eu estava diante do grande ator do meu espetáculo de caos favorito. E certamente eu o teria feito se ele não tivesse fechado a porta na minha cara.

— Quem é esse? — ouvi uma voz jovem e feminina.
— Puta que pariu! Stolas, é o morango cafetão de quem eu te falei! — ouvi Angel dizer.
— Acho que sei quem ele é! Eu vou chamar o Blitzo. — ouvi. Certamente era o Príncipe.
— Não! Não precisa chamar ninguém! Vou resolver isso eu mesmo!!
— Não pra você. — suspirou. — Pra mim! Já vi que vou precisar de uma boa chupada no fim do dia.
— PORRA, PAI! — a jovem voz gritou.
— N-não. Chuveirada! Eu disse chuveirada. O encanamento do meu banheiro ficou ruim. Preciso que ele concerte.

Fiquei, por pelo menos 4 minutos, ouvindo a discussão caótica que acontecia porta a dentro. Eles nem mesmo pareciam estar discutindo o mesmo assunto. Se tivesse mais alguém nessa conversa certamente seria difícil de acompanhar. Mas até que esse quadro tinha o seu nível de entretenimento. Mas certamente era como ouvir três rádios, ao mesmo tempo, estando um em cada estação e tenho certeza que isso logo me cansaria. Por sorte, Angel finalmente decidiu abrir a porta novamente.

— E então? — Eu disse. — Está pronto para me ouvir?
— Não! — exclamou. — Eu quem vou falar!

Angel parecia bastante decidido. Nesse momento inclinou o corpo para frente em postura ameaçadora. Sua mão esquerda inferior segurava a maçaneta da porta, enquanto todas as outras, principalmente a superior direita, apontava o dedo para mim. Talvez essa fosse uma tentativa de mostrar que falava sério.

— Escuta aqui, seu capetão vermelho do caralho! Eu nunca fui de me rebaixar a merdinhas como você! Por que Overlord de cu é rola! Por muito menos eu metralhei o cu do Sir. Pentious, então não me importa se você tem poderes ou não... — enquanto dizia, ele pôs a amostra os dois braços que ele costuma deixar escondido. Ambos seguravam uma M1928 Thompson, que ele agora apontava para mim. — eu me garanto com essas belezinhas. Então, se não quiser sair daqui sem a sensação de ter feito uma garganta profunda, eu recomendo que vá embora. Pegue a porra do teu voodoo e pau no seu cu!

Angel terminou o discurso com 4 dedos do meio levantados e apontados na minha direção. Vê-lo se esforçar tanto para garantir a própria sobrevivência mesmo sabendo o pouco que sei da vida de merda que ele tem era realmente encantador! Curioso, é claro. Ainda não entendo muito bem o que motiva cada demônio desse inferno. De qualquer forma, esse é o espírito! É por isso que vai ser tão divertido vê-lo se esforçar pela redenção e então cair mais fundo no abismo de miséria. Por que, talvez nem ele mesmo saiba o que o motiva. E se ele não tem objetivos, para que viver? O tédio é realmente mortal. Eu já venho dizendo sobre isso. Logo vão entender o prazer do entretenimento.

— Hahahaha! Você é fascinante! — eu disse — Embora nada cortês, é claro. Mas um ator como você é realmente o que meu teatro precisa.
— Só faço pornografia em vídeos. — ele disse. — Se quiser ao vivo vai ter que pagar por um foda. Ou assistir alguma das minhas performances de dança em boates.
— Não. Já disse que não tenho interesse nesse tipo de conteúdo!
— O que é então? — ajeitou os seios. — Todo mundo quer uma fodazinha com Angel Dust. Não sou atraente o suficiente pra você? — fingiu uma face triste.
— N-não... Mas o que... — suspirei. — Anda, vamos. Apenas não faça eu me arrepender em vir te buscar.
— E por que veio, afinal?
— Algo sobre a Charlie, o Hotel e nossos serviços de proteção. E, definitivamente, minha sede por diversão.
— Você tem um conceito esquisito sobre diversão. Tem certeza que não vai querer nem uma chupadinha? Posso fazer isso rápido.
— Não! Sem chupadinhas, Angel. Agora vamos logo! E não esquece teu bacon cor de rosa. Não quero ter que voltar aqui.

Nesse momento o ouvi gritar pela dona da voz jovem que eu ouvira mais cedo. Já Stolas, aparentemente esteve acompanhando tudo atrás da porta.

— E vê se não some, Angelzinho! Já estou com saudades!
— Tem certeza que vai ficar bem, tio Angel?
— Tio é dois paus no teu cu, garota. Me respeita! — disse antes de dar dois beijos na testa da menina. — Mas não se preocupa. Quer dizer, você tem mais com o que se preocupar, não é mesmo? — usou a mão esquerda superior para tampar o riso debochado enquanto usava a direita superior para apontar para o pai da menina, que já estava no telefone sussurrando baixarias.

Seus braços que seguravam suas armas já haviam sido guardados a essa altura. E o tal Nuggets já se fazia presente em seu colo, segurado por seus braços inferiores. Com os braços superiores Angel ajeitou os cabelos e tratou de começar a me seguir. Andamos em silêncio até a saída do casarão.

— Que horas você marcou para nos buscarem? — ele quis saber enquanto parava de andar.
— Como assim?
— O carro. Quando vai chegar?
— Eu não contratei nenhum serviço de carros.
— O QUÊ? — exclamou indignado.
— Eu quem digo "o quê?".
— Espera mesmo que eu volte andando?
— Você... sabe voar? — perguntei, ignorando o chilique de Angel e voltando a andar.
— Não.
— Então sim, espero que volte andando. — finalizei.
— Porra, Alastor! A Charlie tem uma limusine. Eu quero voltar de limusine! — disse batendo o pé no chão com os punhos superiores serrados apontando para baixo.
— Você está vendo a Charlie agora?
— Caralho, é claro que não!
— Então ande até que veja. — eu disse, sem nunca me virar para olhar pra ele.
— Aah, vai se fuder seu cuzão do caralho! — ele correu para me alcançar e apontar seus dedos para mim de novo. — Você não me paga e ainda quer me fazer atravessar o inferno inteiro a pé? Você é a PIOR companhia que já tive! E olha que já fiquei com caras realmente asquerosos, fedidos e cheios de doenças que me dão náuseas só de lembrar. — segurou ar antes de continuar, aos gritos — E VOCÊ É PIOR QUE TODOS ELES!

Quando decidir vir buscar Angel eu mesmo, confesso que não considerei ter que aturá-lo reclamando durante todo o caminho. Talvez se eu tivesse considerado que não valesse tanto a pena, pois realmente não vale, certamente eu não teria vindo. Principalmente quando somou mais de 30 minutos de caminhada com ele sem fazer nem mesmo um pausa para respirar entre suas falas. A essa altura estava começando a ficar difícil me concentrar no ao redor. E, por isso, eu seria difícil garantir nossa segurança.

— Shh! — eu disse enquanto parava de andar repentinamente.
— Xiu um cacete! Vai me ouvir reclamar até o fim do "passeio" SIM!

Nesse momento eu empurrei Angel contra parede e usei uma de minhas mãos para tapar sua boca e, com a que eu segurava o microfone, fiz o sinal de silêncio na minha. Estávamos realmente próximos, fisicamente falando, mas, graças a Nuggets, nossos corpos mantinham uma distância segura.

— Achei que não iria me recompensar pelo...
— Silêncio! — sussurrei.

As luzes ao redor começaram a piscar. Era a mesma onda energética que senti ontem, com a diferença de que hoje posso senti-la muito mais estável. Mas havia algo que eu demorei a perceber, graças ao falatório incessável de Angel Dust. Essa energia estava nos seguindo.

— Você realmente não sabe como fazer isso, não é? — suspirou. — É sua primeira vez?
— Angel! — apoiei minhas mãos em suas bochechas, apertando o seu rosto com força suficiente para que seus lábios formassem um bico. — Não é hora para suas piadas! Por sua causa eu não me preparei suficiente para...

Nesse momento a energia se fez presente. Estava atrás de mim. Finalmente nos encontrou. Então precisei interromper minha própria fala. Assumi minha forma demônio e virei para encarar meu oponente.

Era um demônio feminino. Estávamos na Colônia Canibal, mas essa, definitivamente, não era nenhuma de minhas conhecidas ou amigas. Ela possuía apenas um chifre. E usava um robe longo, e preto de tecido transparente com as beiradas felpudas em cor caramelo. Por baixo usava uma lingerie de cintura alta, também preta. Sua cor também era caramelo, com algumas sutis manchas pretas e marrons de tom escuro. Usava salto e meia arrastão. Pretos. Que se camuflavam muito bem em suas pernas que, tinham uma tonalidade preta dos pés ao joelho. Seu cabelo ruivo como ferrugem, curto e estilizado. A dama tinha tanto deboche quanto calmaria estampados em seu rosto. Seu pontudo sorriso, dourado como vulcão em brasa, pareciam dar vida a seus olhos negros. E em sua cabeça, no local onde lhe faltava um chifre, havia uma única orelha. Tão felpuda quanto seu robe. Nela havia um corte que eu julguei ser recente, devido ao sangue que ainda escorria.

Tal demônio exalava um ar burlesco. E ela segurava um filhote da mesma espécie a qual pertencia. Um logo-guará. Filhote esse que ela acariciava com todo amor. Um amor que se fazia inexistente em sua onda energética.

— Desculpem, não sou boa com isso. — disse, antes de começar a tossir sangue.

Ela utilizo o punho fechado para segurar a tosse. E então, quando terminou, abriu a mão e lambeu o próprio sangue.

— Que nojo! — exclamou Angel.

A dama sorriu. Era para Angel que ela fixava o olhar desde que chegou.

— Eu sou Sulevis. Sulevis Minerva. Ou só Sulis, se quiser que fiquemos íntimos mais rápido. — Disse enquanto me empurrava para o lado a fim de alcançar o Angel.
— Sai, baranga! Não vê que eu estava no meio de uma pegação gay? Mas eu sou um cara de negócios, afinal. Se quiser transar comigo vai ter que me pagar dobrado!

Voltei a minha forma não-demoníaca. Mas sem abaixar a guarda, é claro. Por enquanto só me restava observar e interpretar as intenções da dama burlesca. No entanto, tudo o que presenciei foi ela esticando o animalzinho dela para que alcançasse o de Angel, Nuggets. Parecia querer apresentá-los.

— Não sou de contratar esse tipo de serviço. — ela disse. — Mas ouvi dizer que rompeu com Valentino. Vim conferir se você realmente vale a pena. Entretanto, preciso voltar agora.

Sulevis subiu o seu pet para que ele tocasse o nariz dele no nariz de Angel. Talvez como um beijo de despedida. E assim ela saiu. Andou alguns passos até que desapareceu. Seu corpo tornou-se uma queda d'água e, da água que se fez, evaporou diante de nossos olhos.

— Ela é sua amiga? — perguntou Angel. Não parecendo muito se importar com a cena que acabara de vivenciar.

— Não. Aparentemente a conheço tanto quanto você.
— Até que foi simpática, pra porra do susto que ela deu na gente. — deu de ombros.

Comecei a andar novamente. As luzes haviam parado de piscar e o ar voltou ao que chamamos de natural.

— Já vai? — disse Angel, antes de começar a me seguir. — Achei que íamos terminar o lance que a gente tava tendo.
— Não havia "lance" nenhum, Angel Dust.
— Haha! — riu — Você é bem fraco pra piadinhas, não é? Se for fraco assim na cama então talvez eu quem não queira nada com você! — usou uma das mãos para tapar a boca afim de completar o debochado riso.

Mas eu estava começando a ficar cansado da falácia invasiva, promíscua e extensamente IRRITANTE de Angel Dust. Por isso tomei minha forma demoníaca novamente. E garanti que, com ela, eu faria Angel correr até em casa. E assim foi feito. Embora ele tenha tirado as armas e atirado contra mim para que eu parasse de persegui-lo quando ele finalmente ficou cansado e se deu conta de que eu não estava para brincadeiras, eu posso dizer, com orgulho, que meu plano funcionou. Com isso, não tardou para que finalmente chegássemos no hotel.

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Todos querem me foder
Por Angel Dust


Ofegante, dolorido, suado e cansado. Devo os créditos desse meu estado ao Alastor, é claro. AQUELE PUTO QUE ME FEZ CORRER DUAS CIDADES INTEIRAS PRA CHEGAR EM CASA. Isso, porque sua classe e elegância não incluem buscar uma estrela, como eu, de carro. Ou carruagem, que é mais a vibe dele. Foda-se, só não queria ter voltado andando. Ou pior: correndo!

Precisei de pelo menos 5 minutos jogado no chão da entrada do Hotel para que eu pudesse recuperar meu fôlego. Alastor me fez companhia. Mas isso era O MÍNIMO que ele poderia fazer.

— Quem trocou a porra do nome do Hotel? — eu disse, depois de finalmente reparar.
— Eu! O que achou?
— Nah... se não tem pornografia no meio eu não gosto.

Seguimos, enfim, para o hall. Lá estavam todos. Vaggie, Charlie, Husk e Niffty.

— Voltei, piranhas! Não precisam mais sentir saudades! — exclamei.
— LA PUTA MADRE! Mas que PORRA é isso? — Vaggie apontava uma cena no Hellphone dela. Mas eu a ignorei, é claro.
— Vocês não tem mais o que fazer não? Fica todo mundo nesse hall coçando. Já falei que a gente precisa de comida decente nessa merda de Hotel. Alguém precisa trabalhar, não acham? — eu disse.
— Incrível que você não sorri nem mesmo quando faço o que você queria. — ouvi Alastor dizer a Vaggie. — Mas não que eu tenha ido buscar o Angel para você, é claro.
— Incrível que não se tem um minuto de paz nessa caralha! — reclamei. — O que tu quer, ô, cinza sapatona?

Antes do caos se instalar de verdade Charlie tomou a frente, como sempre. Ela chamou a atenção minha e de Alastor para o jornal, que foi ao ar pouco mais cedo, e que elas estavam assistindo agora no Helltube. Para que entendêssemos o contexto, Charlie voltou o vídeo do início. Nele, estavam Katie Killjoy e Tom Trench. Âncora e co-âncora do jornal 666 News. O trecho do qual Vaggie reclamava mostrava eu em minha fuga de Alastor antes de chegarmos aqui. E as cenas em destaques tinham o momento onde saquei minhas M1928 Thompsons para contra atacá-lo a fim de que ele me fizesse parar de ser obrigado a correr.

Mas não só isso, afinal, estamos falando da Katie Killjoy. Ela não iria perder a oportunidade para mencionar Charlie e seu fracassado projeto, que sou eu, e como isso estava começando a irritar alguns Overlords e que, por isso, Alastor teria declarado guerra contra o, antes, Happy Hotel.

Nesse momento eu e Alastor nos encaramos. Embora todos soubéssemos o quão mentirosa e pretenciosa são as palavras de Katie, também sabíamos o quão influente era ela e que isso certamente contaria como mais um ponto de vergonha e fracasso para o Hotel. A Princesa voltou a ser mencionada como piada e, dessa vez, eu nem fiz nada divertido que compensasse o clima chato de sermão que estou sendo obrigado a vivenciar agora.

— A culpa é dele! — apontei pro Alastor, em minha defesa. — Se ele tivesse ido me buscar de limusine nada disso teria acontecido!
— Se VOCÊ não fosse um ingrato, preguiçoso e sem classe eu não teria precisado te atacar! — Alastor se defendeu.
— Fala de classe mas foi você quem me jogou contra a parede pra me sarrar em público e quando brochou pôs a culpa na Sulevis!
— Espera, o que? — Charlie quis saber.
— Isso mesmo! Esse safado me jogou na parede e...
— Não! O nome que você disse. Vocês encontraram a Sulis?
— Sim. Por quê? — respondi.
— Também tem uma notícia sobre ela no jornal. — informou Charlie.

Nesse momento a Charlie pediu emprestado, de novo, o hellphone da Vaggie. E com ele nos mostrou o noticiário que anunciava Sulevis como a mais recente Overlord do inferno. Disse que ela chegou no Pride-Ring, como pecadora, no dia do extermínio. E que desde então vem se tornando notável. Há alguns relatos, não confirmados, de que ela foi vista com Valentino. Mas esses boatos só surgiram depois que ela inaugurou o seu PetShop, a alguns dias. Não se sabe muito além disso.

— Ela realmente mencionou o Valentino. — eu disse pensativo. — Mas eu estive com ele anteontem e no dia anterior. E não me recordo de nada que me confirme uma aliança entre eles. Ou que eles se conheçam.
— Se bem me recordo ela mencionou sobre você e Valentino terem rompido o contrato. Mas isso não é verdade, é? — observou Alastor. — Afinal, ontem mesmo ele esteve aqui para levá-lo de volta.
— Bom, é verdade que eu fugi do Valentino. Mas não deixei claro nenhuma quebra de contrato. Até porque, isso foi algo que eu só decidi depois.
— E como você foi pego por ele, afinal? — perguntou Vaggie.
— Eu saí pra tomar um ar. Então ele me encontrou e eu tive que entrar no carro. Desde então não pude mais sair do estúdio. Ele quer que eu volte a morar lá. E que eu termine alguns trabalhos em aberto.
— Saiu para tomar um ar? — Vaggie não parecia acreditar. — Angel! Você sabe o quanto isso pode ser perigoso. Fica difícil manter a sua segurança se você não colabora.
— Pra você é fácil falar, não é? Você entra e sai desse hotel o tempo todo! Eu fiz a minha parte. Fiquei limpo por 2 semanas. DUAS SEMANAS! Entende o que é isso pra mim?
— Mas na primeira oportunidade se meteu em confusão! — ressaltou Vaggie.
— Eu já falei que devia um favor a uma amiga daquela vez! E dessa vez eu não fui fazer nada demais. Já disse! Mas ficar aqui dentro é um porre! Não tem nada realmente divertido pra fazer. Eu preciso sair pra respirar as vezes se eu quiser continuar ajudando.

Minhas desculpas não eram de toda verdade mas também não eram de toda mentira. Realmente não tenho muito o que fazer por aqui. Mas, ah... eu já tive o suficiente para o dia de hoje.

— Olha só, eu andei e corri que nem uma puta barata só pra voltar até aqui. Isso porque o seu sócio ali não tem o mínimo de noção de como tratar um hóspede. Eu estou indo para o meu quarto, ok? E não me incomodem.
— Se eu não tivesse te feito correr, — disse Alastor. — ainda estaríamos andando agora. E eu literalmente estaria tendo que te ouvir reclamar até os autofalantes do meu rádio sangrarem. E isso nem é mecanicamente possível!
— Pois saiba que eu não terminei! Eu ainda tenho muito o que reclamar, se quer saber. E não sendo suficiente, vou reclamar de você pra gerência também!
— Hahaha! Pois EU SOU a gerência!
— Foda-se! Vou reclamar de você pra você duas vezes então!

Nesse momento eu deixei todos no hall e subi direto para o meu quarto. Acomodei Nuggs na velha caminha de sempre e olhei ao redor, pensativo. Não era o quarto luxuoso de Valentino, com todas as mordomias que sempre sonhei para o meu bebê Nuggets. Mas, ainda assim, também não era nenhum dos apartamentos miseráveis que eu conseguia pagar com as migalhas do meu próprio salário enquanto trabalhava pro Valentino.

Eu conferi a porta e a maçaneta do meu quarto, é claro. Pois meu plano do dia do meu sequestro era que arrombassem a porta, já que eu havia fugido pela janela. Mas parecia tudo em ordem. Então só me tranquei e fiquei ali por um tempo. Ora brincando com o Nuggs e ora navegando olhando as novidades nos meus aplicativos do Hellphone. Também tratei de esconder a minha amada pcp. Troquei minha roupa para um cropped e um short confortável. E então mandei um sms para a Cherri.

— Me salvando de novo, né peituda?
— Quantas vezes forem precisas, Angie! Já está melhor?
— Sim. Mas já estou com saudades das nossas aventuras. �� Mal voltei para o Hotel e já sinto que vou enlouquecer! ����
— Relaxa! Vou ver se penso em um jeito da gente se encontrar sem que isso te gere encrenca. Até lá, tenta não sair muito da linha mesmo não. Os boatos sobre o Valentino não estão bons para o seu lado.
— Ah, esse cafetão desalmado não vai me deixar sair fácil assim, é claro. Eu tenho consciência das minhas dívidas e do vale de desgraças no qual eu me enfiei de cabeça ao aceitar o contrato.
— Não vale lamentar agora, não é? De qualquer forma, sabe sempre que vai poder contar comigo! Vou te mantendo informado sobre os boatos aqui de fora.
— Você é incrível, peituda!
— Nós somos. ����
— E, Cherri...
— Manda, Angie.
— Obrigado. Por tudo!

Assim encerrei a nossa conversa por chat. Conversar ou estar com Cherri sempre me passava a melhor sensação do mundo! Então fiquei ali, jogado na cama, apenas sentindo e aproveitando essa sensação que, infelizmente, dura bem pouco. E, bem, foi assim hoje também.

— Angel! Liga no jornal! — Charlie gritava e batia do lado de fora da porta.
— Tá, tá! Já entendi!

Acessei o 666 News pela live oficial deles no Helltube. A cena atual mostrava Katie Killjoy entrevistando Sulevis.

— É a primeira vez que entrevistamos um Overlord sem ser o próprio Vox. Como se sente?

Sulevis não respondeu. Apenas encarou a âncora do jornal, sem nunca cessar os afagos ao seu pet.

— Ouvimos dizer que o seu petshop é um tanto... diferente. Não quer nos contar sobre isso?

Sulis continuava ignorando Killjoy. Sua expressão vazia de forma impossível a se tentar deduzir seus pensamentos. Ao contrário de Katie, que já estava cerrando os punhos e os dentes.

— Não vai dizer nada, ô filha da puta?
— Tem certeza que ela não é surda? — Disse Tom, o co-âncora.
— Só se for cega também, né? Porque essa puta está claramente olhando na minha direção! Não tá vendo minha boca mexer não, piranha?

Nesse momento Katie começou a discutir com Tom e com a equipe. Perguntando quem era responsável pela ideia, segundo ela, idiota, de chamar uma convidada que não interage com o programa.

— Ah... Angel? — Sulevis finalmente disse algo. — Eu descobri uma forma de resolver aquilo que precisa ser resolvido. Apareça na minha loja se tiver interesse.

Enquanto ela dizia pude reparar que seu rosto estava bastante machucado. E haviam alguns arranhões visíveis em seu seus braços, que podiam ser percebidos mesmo por debaixo da transparência preta de seu robe. Não me recordo dela estar assim mais cedo. Então me pergunto o que poderia ter acontecido. Seja como for, após dizer isso, ela se levantou e saiu. Sem nunca dizer nada com Katie ou Tom. Katie, pelo contrário, falava demais. Questionando e xingando a Sulis sem se importar com o nível hierárquico dela. Assim o jornal trocou a tela para a imagem colorida e o agudo som que indicava que a rede deles perdeu o sinal. E eu, é claro, apenas larguei o celular no meu lado, na cama, e segui por alguns segundos encarando o teto.

Resolver... o que? Afinal, ela acha que eu encerrei o meu contrato com o Valentino. Em que ela acha que poderia me ser útil? Aliás, deve ser só mais outra tentativa de contrato abusivo. Talvez uma real armadilha elaborada pelo próprio Valentino. Então, não. Eu não estava nem um pouco interessado. Já tinha gente demais enfiando no meu cu por agora.

Passei mais algum tempo jogado na cama, encarando o teto. De mãos dadas comigo mesmo, nas minhas mãos superiores e inferiores. Brincando de bater meus dedões. Ainda pensativo. A quem eu queria enganar? Eu estava curioso pra caralho! Eu precisava saber o que ela queria dizer.

Levantei da cama em um sobressalto, destranquei a porta e... ah! Toda a equipe de Staffs do hotel estava parada bem na minha porta.

— O que foi agora? — perguntei. — Até você, Husk?
— Não se iluda. Elas me compraram com bebidas!
— Espera, vocês dão bebida pro Husk e pra mim não!?
— Ele não é nosso hóspede. — Vaggie cuspiu em palavras.
— Reuni todos aqui porque estamos preocupados com você, Angel! — disse Charlie.
— Eu não. — disse Alastor. — Estou apenas assistindo.
— É, pois é... — Husk concordou com Alastor.

Nesse mesmo momento, Niffty passou varrendo. E eu fiz questão de deixar clara a minha insatisfação, forçando uma expressão facial e corporal de cansaço e asco.

— Vocês toda hora falam isso, de qualquer forma. E tem mais, se continuarem a ficar parados assim, atrás da minha porta, vão acabar ouvindo o que não querem.

Ignorei a presença deles e desci a fim de procurar por comida. Mas, para o meu inferno pessoal, eles me seguiam por onde eu ia.

— MAS QUE PORRA! Por que não falam logo o que querem?
— Entretenimento! — disse Alastor.
— Se quer tanto entretenimento então vai ter que me comer. Eu sou a porra de um ator pornô. É esse o tipo de entretenimento que eu sei dar! — apoiei a mão direita superior no peito. — E sei dar muito bem, modéstia parte.
— Bem, é que... — disse Charlie. — Na verdade... ér.... Não... Você não vai falar nada?
— Não? Se quer tanto saber então me diz você, né. — eu disse.
— Claro... é que... você viu o jornal, certo?
— Vi, você não pediu? Mas e daí?
— O que a Charlie quer saber — disse Vaggie. — É o que você vai fazer em relação a proposta da Sulis. Já que ela te lançou uma proposta ao vivo, para todo o inferno ver.
— E daí? — eu disse. — Acho que vocês tem muito mais para se preocupar com a reputação do Hotel e o que andam falando da Charlie na tv.
— Ah, e por culpa de quem, né hijo de perra? — disse Vaggie.

Só dei de ombros e continuei vasculhando os armários da cozinha procurando por comida. Até que encontrei um bonito pote de vidro. Cheio de biscoitos. Não era o que eu queria mas devia dar para o gasto. Mas a decepção veio logo na primeira mordida.

— Deviam processar um filho da puta que faz um biscoito horroroso desses! De que marca é isso? Lembrem de não comprar mais. É sem graça e sem açúcar. — Continuei mastigando boquiaberto, quase como se fosse um chiclete no fim da vida.

Nesse momento, todos eles se afastaram a, pelo menos, 1 metro de distância do Alastor. Alastor estava com aquele estupido sorriso e cara ameaçadora de sempre. Invocando os símbolos no ar e toda essa palhaçada que ele sempre faz quando quer nos amedrontar. E, bem, seja lá o que o tenha feito querer fazer todo esse show agora, eu ofereço os meus mais sinceros: foda-se.

— Me poupe do seu show, Alastor. — eu disse, saindo da cozinha e, visualmente, ignorando a cena dele. — Hoje eu não to com clima pro teu circo.

Mas Alastor não se deu por satisfeito. Me seguiu até a porta de saída do Hotel e mudou a realidade ao nosso redor para o mesmo universo, porém, em cores neons de tons escuros. Trocou a minha roupinha confortável por um desconfortável vestido dos anos 20 e estilizou meu cabelo para que combinasse com a roupa. Ele estava parado na minha frente. Com pelo menos um metro e meio de distância.

— Ouça bem, Angel Dust. — ele começou a dizer. — Se realmente for ficar em Hazbin, vai ter que encenar conforme manda o script. E, até onde eu sei, você não tem nenhum contrato que o obrigue a ficar. Então não me faça perder o meu tempo e, muito menos, a minha paciência. Há algumas regras e a primeira delas é NUNCA falar mal das receitas de minha mãe. Ou você aceita viver com essas regras ou você volta para aquele que se diz seu dono e te promete fama e luxo mas que, ainda assim, te trata como nada. Como lixo. Se quiser fazer a escolha errada de novo então vamos, vá em frente. Mas Nunca. JAMAIS, insulte a materialização das memórias da pessoa que mais amei em vida e amo morte. Não me importo se você não se valoriza o suficiente para fazer boas escolhas por si mesmo. Mas eu amo e valorizo minha mãe e por isso escolhi eternizá-la e defendê-la. Mesmo que para isso eu tenha que sacrificar a minha possível maior fonte de entretenimento.

Quando Alastor terminou de falar senti uma tontura e uma forte dor de cabeça. Aos piscar os olhos me vi de volta ao normal. Ele estava bem na minha frente, segurando o meu pulso e olhando firme dentro dos meus olhos enquanto alguns dos seus símbolos rodavam a nossa volta. Ele definitivamente entrou na minha mente. E a sensação foi no mínimo... estranha. Mas não tive tempo para pensar sobre isso.

— Se decidir ficar no Hotel, me encontre amanhã as 9hrs no mesmo local do dia em que fugiu. Iniciaremos as suas aulas de etiqueta.

Alastor finalmente me soltou e voltou ao normal. Ou quase, já que seu sorriso havia sido substituído por uma expressão mais séria. E, como se tudo o que vivi até agora, só no dia de hoje, não fosse o suficiente, Sir. Pentious surgiu por detrás de Hotel. Sem nenhum dos seus inventos e até mesmo sem os Egg Bois. Ele parecia bastante machucado.

— Finalmente consssegui voltar! — disse. — E te encontrei! Fiquei tão preocupado com vosssê, meu filho!

Ele dizia enquanto se aproximava de mim. Tinha consigo uma cestinha que quase transbordava de tantas coisas que haviam nela.

— Vossssê! — ele disse apontando para o Alastor. — Ainda não terminei com você! Masss por agora só vim pra entregar essa cessstinha de enxoval pra meu filinho.

Ninguém respondia o Pentious. Não sei se por não estarem entendendo ou se por não valer a pena. Mas sei que, quanto a mim, eu definitivamente não estava entendendo. Então ele parou na minha frente. Apoiou a cesta no chão e começou a tirar, para mostrar, algumas coisas lá de dentro. Uma manta, doces, chupeta, talco, pomada para assaduras, um kit de skincare e camisinhas.

— Esqueci o vessstidinho e o casaco mas por enquanto usa essa manta. Vosssê se vessste com muito pêlo a amostra. Vai acabar ficando resssfriado.
— Que porra toda é essa, ô seu esquizofrênico? — eu quis saber.
— Eu vou cuidar de vosssê agora. Antes eu não sssabia que era meu filho e por issso...

Nesse momento o Alastor usou um dos seus tentáculos das sombras para bater em Sir. Pentious de forma que ele voou tão longe que, se voltar a aparecer, deve demorar mais um tempo. E, bem, ele estava segurando a manta. Então a levou com ele.

Eu agachei para fuxicar a cesta. Peguei um pirulito e coloquei na boca e em seguida, com minhas quatro mãos, continuei fuçando todos os itens da bolsa.

— Até que essa pomadinha de assadura e o talquinho vão vir a calhar. — pensei em voz alta.

Alastor suspirou alto. E Husk, no fundo, danou-se a gargalhar alto. O único que teve coragem já que as meninas estavam claramente segurando o riso.

— Você tem uns tipos estranhos de Sugar Daddy. — Husk disse, sem cessar o riso.
— Vai se fuder. — eu disse.
— Já tive o suficiente para hoje! — dissse Alastor enquanto se virava e saía. — Estou com uma tremenda dor de cabeça! Alguém quer me acompanhar em um chá?
— Olha só, as camisinhas estão na validade! E são de boa qualidade. Ei, Husk! — o chamei, provocativo. — Não tá afim de um sexo seguro?

Peguei minha cestinha e a apoiei no braço direito inferior, enquanto arrumava os peitos com as mãos inferiores e os cabelos com as mãos superiores.

— Me erra, puta. — respondeu Husk.

Quando passei por Niffty, dei a ela duas balas. Ela não chegou a pedir mas estava claramente afim de umas. E, bem, eu fiquei pensando sobre a manta que perdi. Seria um ótimo forro para a caminha do Nuggs. De qualquer forma, ainda não consegui entender esse surto do Pentious. Talvez o Alastor o tenha feito bater com a cabeça forte demais, no nosso encontro anterior a esse. Seja como for, ele era, dos meus problemas, o menor. Eu ainda não sabia o que esperar de Valentino ou como agir sobre Sulevis. E sei que, mesmo sem a merda de um contrato que me prenda nesse hotel, ainda preciso me submeter a vários desconfortos a fim de garantir minha estadia. Seja como for, eu concordava com o Alastor sobre já ter tido o suficiente para hoje. Então só entrei e terminei o meu dia de forma tranquila.


Notas Finais


Como não sei desenhar, fiz um mural de referências para a minha OC, Sulevis Minerva. Meu intuito com esse quadro é que vocês possam visualizá-la melhor em suas mentes além da descrição que fiz sobre ela nesse capítulo. Espero que gostem dela. Tenho muitos planos para ela dentro e fora dessa fanfic. Acho que vão gostar quando souber, no futuro. Até lá, eis o reference board que fiz sobre ela:

https://img.wattpad.com/0aafa60d4f80076fc0bf0e145a453348aad61b05/68747470733a2f2f73332e616d617a6f6e6177732e636f6d2f776174747061642d6d656469612d736572766963652f53746f7279496d6167652f4e414b446b56564e5a68477575773d3d2d313037313532343535342e313637666336366263663233643264323531383331383333303036332e6a7067


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