Stiles segurou o rosto de Lydia. Acomodou as mãos nas maçãs salientes de seu rosto. Ergueu sua cabeça, fez com que seus olhos se encontrassem. Teve vontade de beijá-la. Muita vontade.
— Ele fez isso com você, não foi? Aiden quebrou seu braço. — A voz dele era ao mesmo tempo controlada e rígida.
Lydia tentou abaixar a cabeça, mas as mãos de Stiles não permitiram. Ele continuou segurando seu rosto, queria obrigar que os olhos verdes continuassem em sua direção.
— Lydia, por favor, você precisa dizer por...
A Martin apoiou a mão esquerda no peito de Stiles. O empurrou. O toque dela era muito fraco, mas imediatamente, o Stilinski se afastou vários passos, quebrando o contato. Ele não queria se afastar, porém respeitou a vontade da professora.
Ela negou com a cabeça por diversas vezes. Colocou a mão esquerda na cabeça, mexeu no cabelo. Olhou para o braço o quebrado, andou até se apoiar na mesa de madeira no centro da sala.
— Não faça isso, Stiles. Não estrague tudo. — Ela disse baixo, ressentida. Não olhava para ele.
— Eu só quero ajudar! Não posso simplesmente esquecer o que eu vi.
—Por que não?! Eu só... — Ela continuava negando com a cabeça, continuava sem olhar para ele.
— Lydia, você... — Stiles reprimiu suas palavras por alguns instantes. Não queria falar algo errado. — Você apanha do seu marido. Como não vou me preocupar com isso?
O rosto de Lydia se tornou duro, muito duro. Rugas de raiva tomaram o rosto pálido, os lábios muito grossos se colidiram, se espremeram. Ela se afastou da mesa, se aproximou mais uma vez de Stiles.
Como no dia da festa, Lydia ergueu o dedo indicador na direção dele. Os olhos verdes assumiram uma violência defensiva. Era só isso que ela queria, se defender, se proteger.
— Você não é meu colega, não é meu amigo, não é meu namorado, não é nada meu! — As palavras dela vieram com firmeza e um resquício de crueldade. — Não pode tentar interferir na minha vida dessa forma. Não tem esse direito!
Foi a vez de Stiles fechar a expressão. Inesperadamente, sentiu raiva. Raiva de Lydia por falar daquela forma. Mesmo sendo verdade, ele não queria aceitar que não existia nada entre eles. Não queria ouvir aquelas palavras.
— Por pelo menos um dia, eu fui seu amante. — Foi a forma que Stiles encontrou para rebater. Lydia se retesou.
— Nós só...
— Você traiu seu marido comigo. Traiu porque não está satisfeita em um casamento abusivo!
Lydia deu um passo para trás. Stiles deu vários passos para frente, a encurralando. Fez com que a Martin encostasse as costas na parede, ficando muito perto dela.
— Por que você não quer ajuda? — Ela abriu a boca para responder, porém Stiles foi mais rápido. — Já sei, vai dizer que não me conhece. Mas nós podemos nos conhecer, Lydia!
— Eu não quero conhe...
— Não pode dizer que não quer me conhecer, Lydia. — Stiles conseguiu conter a raiva. Deixou a voz mansa... apelou para a sedução. — Isso seria mentira.
— Você é telepata e eu não sabia? — Stiles nunca imaginou Lydia debochando. Mas aquela pergunta afrontosa provou que a Martin tinha um lado que ele não imaginava. — Não pode dizer quando eu minto ou não.
— Seu corpo diz o contrário de sua boca. — As palavras de Stiles fizeram Lydia franzir o rosto, confusa. — Você corresponde a todo toque meu. Sempre quando me olha eu vejo o desejo que eu provoco.
— Eu...
— Não pode negar que quer conhecer meu corpo. — Ele assoprou a nova fala, deixando os lábios encontrarem orelha de Lydia. Jogou o cabelo dela para trás, deixando o pescoço inteiramente exposto. — No mínimo você tem que confessar que quer me conhecer desse jeito. Quer que eu transe com você, que eu faça você gozar.
— Nunca neguei isso.
Stiles sorriu. A raiva que tinha se instalado no corpo com rapidez, sumiu da mesma forma abrupta. Agora um novo calor tomava conta de si. Um calor tão forte que o queimava vivo. Era quase insuportável.
— Então é isso? Não quer me conhecer de outra forma? Só quer que eu coma você todos os dias depois das aulas? — Ele não tinha vergonha. Não tinha medo. Sexo era um assunto que Stiles sabia lidar com facilidade. — Eu posso fazer isso se você quiser, Lydia. Mas eu queria conhecê-la de outras formas.
— Outras formas?
Lydia se sentiu estupida por perguntar. Mas foi preciso, sua mente não funcionava. Não naquele momento. Stiles estava muito próximo e tinha levado as mãos para seu quadril, apertando gentilmente.
Gentil. Aqueles gestos delicados de Stiles misturados as palavras de indecência estavam deixando Lydia atordoada. Ela não estava acostumada com pequenos toques de carinho, muito menos com frases de desejo direcionadas a ela.
— Não sou seu amigo, Lydia. Mas quero me tornar. — Uma mão de Stiles subiu até o braço enfaixado da professora. Essa atitude a fez arregalar os olhos. — Não conheço você, mas quero conhecer. — Os dedos longos dedilharam pelo gesso que a imobilizava. — Quero transar com você toda hora em todos os lugares dessa faculdade. Mas Lydia.... Não quero fazer isso sabendo que está sendo machucada.
— Não é para se intrometer na minha vida. — Apesar das palavras, a voz de Lydia não demonstrava a mesma convicção. — Você não faz ideia do que eu passo, não tem ideia do porquê eu...
— Então me fale! Faça com que eu entenda você.
Lydia não conseguiu responder e nem precisava. Stiles encontrou a resposta que buscava em seus olhos verdes transparentes. Viu mais vez, a vergonha e o receio transbordando do oceano verde.
— Lydia... — Stiles só murmurou o nome dela, pois percebeu que era melhor parar de falar.
Em vez de continuar tentando convencê-la, em vez de ouvir mais uma vez ela dizer que não queria que ele falasse sobre a vida dela, Stiles decidiu acabar a tentativa de conversa.
Deixou que os lábios reencontrassem a boca carnuda da professora. Selou um pequeno beijo e com rapidez, transformou em algo mais profundo. Ofereceu a língua para Lydia sem nenhum tipo de pudor, se permitindo tocar na maciez que a boca grossa fornecia.
Lydia não resistiu. Entreabriu os lábios e estremeceu ao sentir a língua de Stiles a invadir com segurança e carinho. Ele lhe concedeu o tipo de beijo que não é facilmente esquecido. Um beijo bom, experiente. Intenso e delicado na mesma medida. Excitante.
As mãos do aluno se acomodaram na cintura fina da professora, apertando bem de leve. Lydia suspirou em meio ao beijo e levou a mão esquerda a nuca dele. O braço direito dela, imobilizado, criava uma distância incomoda entre os corpos.
Se alguém perguntasse, Lydia não saberia como descrever aquele beijo. Não era rápido, nem lento. Era como se Stiles tivesse um ritmo próprio, envolvendo os lábios dela como se seguisse batidas de uma música que ela desconhecia.
Para ele, tudo na Martin era perfeito. A textura dos lábios fartos, os movimentos da língua, a saliva quente, a pequena mão que conhecia sua nuca com timidez. Aos seus olhos, Lydia era deliciosa por inteiro, excitante, linda. Beijar aquela boca podia facilmente se tornar seu maior vício. Ele queria que se tornasse.
Os dois lutaram para saciar os desejos naquele beijo, mas foi uma batalha inútil. Não tinha como apagar as chamas que lambiam seus corpos, consumindo suas intimidades, dando uma vontade insuportável de avançar no beijo.
Stiles deslizou as duas mãos. Todos seus movimentos eram seguros, decididos. Apertou a bunda de Lydia com força, tentando puxá-la para mais perto, porém o braço imobilizado continuou atrapalhando maior aproximação.
Ela apenas arfou. Gostou do toque das mãos bobas sobre seu corpo. Gostou da sensação se ser beijada e apertada com desejo e respeito. Era uma sensação nova para Lydia. Não estava acostumada com isso.
Um pensamento torturante invadiu Lydia durante o beijo. Ela pensou no motivo de não estar acostumada com aquele tipo de toque, aquele tipo de beijo. Pensou o porquê de se surpreender com as atitudes de Stiles. Pensou em Aiden.
Em um instante, ela só sentia o prazer que os lábios de Stiles provocavam e no outro, sentiu dor. Pensar em Aiden despertou em todo corpo de Lydia lembranças de dores, açoites.
Seus músculos se retesaram e Stiles logo sentiu isso. Ela ficou tensa, os olhos foram dominados por lágrimas reprimidas. Sua mente foi preenchida por lembranças recentes de socos, de chutes e principalmente do momento em que seu braço foi partido pelo marido.
O beijo parou. Lydia desejava chorar.
— Ei, o que foi? — A voz de Stiles surgiu com uma brisa. Suave, baixa, contínua. — Eu machuquei seu braço? Não queria que...
— Você é perfeito! — Stiles não esperava por aquelas palavras, nem sabia como lidar com elas. — Aiden também era assim antes de...
— Eu não sou como ele, Lydia. Não vou machucar você!
Ela abaixou a cabeça. Se afastou de Stiles e ele não impediu. Precisou se apoiar na parede porque as pernas continuavam bambas por causa do beijo doce e sexy.
— Não confio em você. — Ela ainda olhava para o chão e negava com a cabeça. — Não vou permitir que também minta para mim!
Stiles se desesperou ao ouvir mais uma vez, o tom defensivo de Lydia. Ela ergueu a cabeça e os olhos com lágrimas eram duros e decididos. O Stilinski entendeu com clareza a necessidade de se defender que se agitava no interior da Martin.
— Por favor, Lydia. Deixe eu conquistar sua confiança, quero provar que não sou como seu marido.
As pernas de Lydia se firmaram aos poucos. Ela desencostou na parede e fez uma expressão tão dolorida e ressentida, que Stiles pela primeira vez sentiu o peso de suas diferenças de idade. Aquela expressão mostrou o quanto ela era uma mulher madura, sofrida.
— Não preciso de mais um homem na minha vida.
Stiles andou até Lydia. Tentou pegar em sua mão, porém ela não deixou. Olhou diretamente para seu rosto, mas ela desviou o olhar. Por fim, ele soltou um suspiro pesado.
— Você não quer me conhecer. — Ele disse em um misto de desaprovação e conformidade.
— Eu... — Ela engasgou na fala. As bochechas foram pintadas de rosa, porém os olhos continuaram corajosos. — Gosto de ficar com você, mas...
— Você só quer transar.
Ela arregalou os olhos, entreabriu a boca. Stiles a desafiou erguendo as sobrancelhas. Lydia permaneceu sem reação, surpresa. O Stilinski bufou baixo, já impaciente.
— Vai negar agora? Ou nem transar você quer? — Stiles era direto demais. Parecia que vergonha e pudor não existia no seu vocabulário quando se travava de sexo. — Prefere só ficar excitada comigo e depois se masturbar sozinha pensando em mim?
— Stiles. — O tom de Lydia não foi de repreensão, mas sim de espanto.
— Duvido que nunca tenha feito isso. — Ele respondeu balançando os ombros. — Eu já perdi a conta de quantas vezes me toquei fantasiando estar com você.
— E-eu não ia negar.
Mesmo naquele momento, Stiles pode sorrir. Analisou Lydia da cabeça aos pés. Gostava da forma como ela era tímida e mesmo assim, enfrentava essa vergonha. Tinha coragem para falar coisas que ruborizavam suas bochechas.
Os olhos dele passaram a brilhar com desejo. Andou novamente até Lydia e daquela vez, ela permitiu que as mãos fossem capturadas pelos dedos compridos e ágeis de Stiles.
— Quer que eu pare de provocar você?
— Não.
— Quer que eu pare de devorar seu corpo com os olhos? Ou de tentar arrumar uma oportunidade de ficar sozinho com você?
— Stiles! — E lá estava no rosto de Lydia aquela coragem misturada a vergonha. Stiles amava isso. — Eu não confio em você, mas... — O rosto da professora se tornou muito vermelho. Os olhos se desviaram e Stiles se perguntou se ela teria força para continuar a falar. — Você me excita.
— Eu posso saciar cada desejo seu, professora. — O tom sacana se sobressaiu na voz de Stiles. — Posso lhe dar prazer como seu marido nunca deu. Posso fazer você gozar e fazer com que passe noites em claro lembrando do jeito que eu comi você. — Lydia se calou diante daquelas palavras. — Mas se quiser isso, se quiser que eu transe com você até fazer com que esqueça todos seus problemas, tem que saber que eu não vou parar de tentar ter algo a mais.
— Mais? — Ela só foi capaz de balbuciar uma palavra.
— Eu posso respeitar a sua vontade de que entre nós seja apenas sexo. Mas não vou parar de lutar para conquistar sua confiança, conquistar você. — A decisão na voz dele era surpreende. — Se quer que eu seja seu amante, tem que saber que não vou descansar até você permitir que eu cuide de você e que a ajude a se livrar desse casamento.
Lydia estremeceu e arfou. Stiles continuou a olhando.
— Pense bem antes de responder, porque eu não desisto daquilo que eu quero.
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