Lydia demorou tempo demais no banho. Só saiu debaixo da água quando teve a certeza de que o rosto estava menos inchado e menos vermelho; não queria que os garotos percebessem os sinais de choro.
Vestiu uma calça de moletom cinza, um pouco ajustada no corpo e uma blusa rosa de mangas. Ela não sentia frio, na verdade, a roupa a deixava com calor, mas queria garantir que todos os hematomas estavam escondidos.
Andou descalça pela casa desconhecida, olhando para o chão e encontrou Scott e Stiles discutindo na cozinha. Eles gesticulavam e falavam alto demais.
— É só um pano de prato, Scott! — Stiles brigava, o rosto frustrado.
— Esse é o terceiro pano de prato que você queima em duas semanas!
Apesar da tristeza que ainda a consumia, Lydia riu baixinho ao entender a razão da briga e do cheiro de queimado que dominava a cozinha e a sala. Os alunos olharam para ela.
— Vai ficar com a Lydia e me deixa cozinhar sozinho! Nunca peço a sua ajuda, sabe que eu não gosto de você se metendo na minha comida! — Scott disse, vencendo aquela discussão.
Stiles bufou e como uma criança birrenta, esperou que Scott virasse de costas para então, erguer o dedo do meio para o melhor amigo. Foi até Lydia e mais vez uma agarrou a mão pequena, a puxando para o sofá em frente a uma televisão.
Assim que olhou para Lydia, Stiles se distraiu da irritação por ter tentado cozinhar. Observou a mulher dos pés a cabeça e sorriu com malícia. Apesar da roupa muito coberta, ela continuava sexy.
— O que você fez durante o banho? — Stiles entortou os lábios em seu típico sorriso sexy.
— O quê? — Ela precisou perguntar, pois estava distraída com as preocupações de sua mente.
— Você demorou muito no banho... — Stiles sorriu mais quando o rosto de Lydia perdeu a cor, entendendo a malícia dele. — Eu precisei bater punheta para conseguir jantar em paz, você também precisou se masturbar? — Perguntou ainda mais direto, aproximando o rosto da orelha da professora.
O cheiro de sabonete masculino e o toque suave do nariz empinado de Stiles contra seu maxilar a fez estremecer e se arrepiar. Virou o rosto, o encarando de modo que os lábios quase se encontraram.
Ela queria estimular a provocação, mentir dizendo que tinha se tocado durante o banho, mas seus pensamentos se contorciam de pavor, a lembrando das marcas em seu corpo.
— Está pronto! — Scott gritou, salvando a professora que não precisou mais pensar em uma resposta.
**
Depois do jantar, Stiles e Lydia foram para o quarto. Ele trancou a porta e ela, nervosa, sentou na ponta da cama de casal e encarou as próprias mãos. Não sabia o que dizer.
O jantar tinha sido calmo, descontraído. Lydia se sentia bem na presença dos garotos, mas não conseguia parar de pensar nos hematomas, em Aiden. Por isso, a insegurança transbordava do rosto bonito.
— Lydia? — Stiles a chamou e a ela permaneceu calada, ainda sem olhar para ele. — Eu nunca vou machucá-la, você sabe, não é? Sei que falo muita besteira, mas a gente não precisa fazer nada. Se tiver sem tesão, podemos só ver um filme e dormir juntos!
Lydia ergueu a cabeça ao perceber que Stiles tinha entendido tudo errado. Ele se aproximou dela e se ajoelhou a sua frente, segurando as mãos pequenas, envolvendo nos dedos compridos.
— Eu gosto de você... — Confessou quase constrangido e depois, lambeu os lábios finos.
A frase foi o suficiente para distrair Lydia de seus pensamentos mórbidos. Ela arregalou os olhos já grandes e entreabriu a boca, mas não disse nada. Stiles sorriu e fez carinho no cabelo ruivo, com calma.
— Gosto muito de você. — Acrescentou, gostando de como as palavras soavam na própria voz.
Lydia continuou o encarando e depois, o beijou. Os pensamentos turvos se tornaram mais claros no momento que o contato prazeroso surpreendeu o Stilinski.
Ele suspirou de satisfação e com muito cuidado, tocou na nuca da Martin, deslizando os dedos por ali como se tivesse receio de tocar em algum machucado. Moverem os lábios em um beijo seco e carinhoso.
Em algum momento, Stiles tocou a boca grossa com sua língua, acariciando e adentrando por entre os lábios. Lydia permitiu que ele aprofundasse o ato e descansou as mãos nos ombros do garoto mais novo.
Sentimentos e sensações muito contraditórios a dominavam. Lydia sempre se sentia excitada perto de Stiles, mas também, se sentia temerosa com a possibilidade de Aiden descobrir sobre o caso. A ideia de acreditar no Stilinski, de que ele de fato gostava dela, mesmo na situação horrível em que estava, era muito, muito tentadora, porém, era também aterrorizante.
Enquanto beijava o aluno, enquanto permitia que ele mordesse seus lábios repetidas vezes e a empurrasse para a cama, Lydia sentia medo, desejo, tristeza, alegria.
Mas acima de tudo, ela queria. Ela queria prazer, queria conforto, precisava que o corpo machucado, maltratado, recebesse algum tipo de alivio. Por isso, mesmo com a vergonha, mesmo com os receios, ela continuou lutando contra as inseguranças.
Stiles parou o beijo quando Lydia já estava deitada sobre a ponta da cama, os pés ainda tocando o chão e com ele inclinado sobre ela, os joelhos flexionados sobre o colchão.
— Você está bem? — Ele perguntou de repente, a testa franzida de preocupação.
Era incrível como as conversas por ligação tinham aumentado a intimidade entre eles. Tinha acontecido justo o que Lydia temia, eles estavam cada vez mais ligados emocionalmente, mais amigos e não tinha como voltar atrás. Não voltaria a ser apenas desejo sexual.
— Por que você está perguntando? — Por fim, a Martin tentou se desvencilhar da pergunta. O desconforto fez com que ela desviasse o olhar.
— Nós estamos nos beijando há minutos e você ainda não está desesperada para arrancar a roupa. — Ele concluiu em seu típico tom provocativo, erguendo uma sobrancelha com certo humor. — Eu sei o quanto beijo bem, então tem algo errado com você.
Lydia suspirou e com receio, voltou a encará-lo. Stiles era lindo. O cabelo escuro e liso caído para frente, as pintinhas escuras adornando a pele clara, o nariz empinado e o desenho do maxilar.
— E-eu... — Ela tentou falar, mas só foi capaz de gaguejar uma palavra.
Desconfortável, ergueu o tronco, se apoiando nos cotovelos, obrigando que Stiles também se ajeitasse, voltando a ficar de joelhos no chão. Ela se ajeitou sentada, passou as mãos pelo cabelo e negou com a cabeça lentamente.
Balbuciou palavras aparentemente indistintas e Stiles permaneceu em silêncio, deixando que ela tomasse o tempo que precisava para organizar os pensamentos que a atordoavam. Ele não tinha pressa.
O Stilinski não tinha ideia de como era viver o inferno que Lydia passava, mas sabia o quanto o emocional da mulher estava destruído, o quanto seu lindo corpo era frágil e maltratado e o quanto ele precisava ser compreensivo com ela.
Quanto mais a conhecia, quanto mais tinha o privilégio de conversar com ela, de tentar conhecê-la melhor, mais ele sentia a necessidade de transbordar o desejo, o respeito, o carinho que sentia por ela. Precisava que Lydia se sentisse bem, reconfortada perto dele.
— Eu não tenho muita experiência nisso... — De todas as coisas que Lydia pensava, as palavras mais improváveis saíram dela. Arregalou os olhos quando percebeu o que disse e arquejou.
— Transa?! — Stiles perguntou assustado, a boca aberta.
Lydia se odiou por dizer aquilo e só quando as palavras saíram de si, se deu conta do quanto aquilo era verdade e de que provocava certo nervosismo. Ela devia ter falado das marcas do corpo, falado sobre o medo de Aiden, ou qualquer outra coisa, menos aquilo.
— Só dormi com o ... Aiden. — Explicou, relutante ao dizer nome do marido, as mãos se tornaram tremulas. — Antes dele começar a...
A voz morreu. Por mais que soubesse que Stiles sabia o que acontecia, ainda era doloroso e vergonhoso demais dizer em voz alta. Para a sua eterna gratidão, o garoto não se prendeu àquele detalhe, pois sua atenção foi consumida pelo assunto de sexo.
— Você já foi chupada, Lydia? — Ele perguntou repleto de curiosidade, a voz ansiosa.
Desconcertada, negou com a cabeça. Em vez de a humilhar por causa da nova informação vergonhosa, ou de debochar, Stiles sorriu. E aquele sorriso parecia genuinamente satisfeito.
— Vinte e oito anos e nunca foi fodida do jeito que merece? — A provocação sexual a fez engolir em seco. De forma automática, Lydia apertou as pernas uma contra a outra. — Parece que está na minha vez de dar umas aulinhas para você, professora. — Ele não olhava para o rosto de Lydia, o rosto estava concentrado nas pernas muito cobertas que se espremiam. — Você precisa gozar bem gostoso na minha boca.
— E-eu não sei se você vai querer! — Antes que perdesse a coragem, antes que o clima esquentasse, Lydia despejou a verdadeira informação que precisava dizer.
Confuso, Stiles ergueu a cabeça e a inclinou para um lado.
A mulher espremeu os lábios grossos e percebendo que não sabia como falar em voz alta, levou as mãos a barra da blusa. Encarou as próprias pernas e se livrou do tecido rosa.
A atitude fez com que parte de sua excitação se esvaísse, sendo mais uma vez dominada pela tristeza e insegurança. Fechou os olhos, com medo da reação que ele teria ao ver o corpo pálido manchado de roxos violentos.
Espero uma resposta que não veio; Stiles permaneceu calado. Ela abriu os olhos marejados depois de alguns minutos, ansiando ver a reação do garoto.
— Você não tem ideia do quanto eu quero matar esse filho da puta! — A primeira frase de Stiles surpreendeu Lydia. Seu rosto estava violento de maneira que ela nunca tinha visto, a fala foi dita com a voz grave, baixa e decidida. — Ele...
Consumido pelo ódio, Stiles fechou os olhos e respirou fundo. Contou até dez e encarou a íris verde, daquela vez, um novo tipo de violência estava presente em seu rosto. A expressão podia ser comparada com a de um felino feroz.
— Mas você continua linda, Lydia. Nada tira a sua beleza. — A determinação, a agressividade na fala tirou o fôlego da mulher. — Eu quero foder você do jeito que o merda do seu marido nunca fez.
O ar fugiu dos lábios grossos e o alívio que a fala proporcionou foi tão grande que ela se sentia capaz de chorar. Ele continuava a desejando. Ela ainda podia desfrutar de uma noite de prazer, mesmo com seu corpo manchado de hematomas violentos.
— Quero levar você a exaustão de tanto foder gostoso, mostrar quantas vezes consigo fazê-la gozar e pedir por mais — A voz se tornou arrastada e sexy ao extremo.
Enquanto ouvia as promessas tentadoras, Lydia finalmente conseguiu ignorar o medo, os receios. Necessitada de tudo aquilo que ouvia, falou em voz alta e clara:
— Por favor! — Implorou sem defesas, entregue. Não suportava mais ficar só na expectativa de descobrir como era receber prazer do garoto insuportável de tão atraente e provocativo.
Stiles rosnou e agarrou a cintura nua, empurrando Lydia para voltar a deitar na cama grande e macia.
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