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História Lie - Five - Appa


Escrita por: ParkGoJeon

Notas do Autor


Heyyyyy! não demorei muito dessa vez, né ? (comparado aos outros tenho certeza que não), esse capitulo vai ser o penultimo da fase um de Lie, eu nunca expliquei isso, e acho que agora seria uma boa hora.
Lie é separada em QUATRO partes: a introdução com o Kangjoon
o meio com o pontos de vista (em sua maioria) do Jimin
Uma pequena parte com o Dongwook (na verdade ainda estou pensando se haverá mesmo essa parte)
e a finalização com o Kangjoon.
Espero que gostem do capitulo e nos vemos no proximo, beijos da omma<3

Capítulo 6 - Appa


Amigos vem em vão

Vão como as estações

 

Quando eu era bem pequeno havia uma mulher que sempre aparecia nos meus aniversários, em dias especiais e até em dias comuns, eu nunca me interessei em saber seu nome ou de onde vinha e porque ela sempre estava ali comigo — embora desde cedo eu fosse bem curioso. Essa moça desapareceu quando eu completei doze anos, foi como um piscar de olhos; tão rápido aconteceu, tão rápido acabou. Por algum motivo muitas das coisas que eu passei com ela foram embora da minha mente, foi um delete que deixou vestígios. Eu nunca esqueci do seu sorriso e do que ela sempre falava “aprecie as cores, garoto, aprecie o amor e as pessoas, mas antes de tudo; aprecie você.”

— Você não é meu pai, e muito menos essa mulher é minha mãe. Minha mãe mora em Busan, junto com meu pai — exclamei, eu me sentia confiante quando as minhas palavras saiam de meus lábios, mas mesmo assim...

— As pessoas que criaram você eram conhecidos de sua mãe, ela os deixou cuidando de você enquanto ia trabalhar. — ele olhou para o chão e remexeu os pés, em seu dedo havia uma aliança que ele girava, era a sua forma de demonstrar que estava nervoso. —  eu e sua mãe éramos pessoas muito ocupadas, então quando íamos cobrir alguma reportagem deixávamos você com um casal de amigos, mas daquela vez, naquela  época, sua mãe lhe deixou com colegas que eu não conhecia. Aquele foi o ultimo dia que ela o viu.

Cruzei os braços e o fuzilei, aquilo tudo não me descia de forma alguma. Não haviam provas, muito menos argumentos, apenas a palavra de um homem desconhecido. Eu gostaria de acreditar nele, gostaria de ter mais fé nas palavras das pessoas, ainda mais quando ele parecia tanto comigo e parecia dizer a verdade. Mesmo assim, eu não posso acreditar nisso.

— Tenho algumas perguntas, se não me convencer quero você fora da minha casa ou vou chamar a policia.

Ele levantou o rosto e novamente eu senti como se ele estivesse me desarmando, seus olhos claros tão parecidos com os meus. Mordi os lábios e resolvi esquecer daqueles pensamentos temporariamente.

— Ok, aceito sua proposta.

Respirei fundo e me afastei um pouco mais, me encostando na parede — o que não demorou muito já que o lugar era bem pequeno.

— Então porque eu não me lembro? Porque os meus possíveis pais não foram atrás de você? Porque eles não me contaram que eu era filho adotivo ?Porque eu devo acreditar em você?!

Ele ficou em silencio e levou as mãos até os cabelos os bagunçando, seus lábios pálidos se abriram e novamente sua voz grossa e reconfortante encheu o lugar.

— Você perdeu a memoria, Kang Joon. Você sempre foi muito apegado a sua mãe, ela era a sua estrela que iluminava a sua vida, eu era apenas o coadigilvante comparado a ela. Você também tinha a saúde muito fraca, vivia de remédios e era raro sair de casa. Quando sua mãe morreu você teve um choque muito grande e saiu correndo de casa, um carro bateu em você. Foi aí que perdeu a memoria. Você ficou internado por dois  meses, a maioria do tempo estava desacordado e quando acordava sempre estava delirando, sempre oscilando entre a pessoa que era e a que é hoje. — ele me olhava o tempo todo, me fazendo desviar os olhos. Suas palavras estavam me dando dor de cabeça — antes de responder as suas outras perguntas eu quero perguntar uma coisa, apenas uma, posso?

Confirmo com a cabeça e ele sorri cansado.

— Quando você tenta lembrar sua cabeça doi?

Foi exatamente essa pergunta que me fez levantar a cabeça e fita-lo de uma vez, era uma pergunta muito estranha, mas tinha uma resposta que sempre me deixava intrigado. Toda vez que eu tentava lembrar dessa mulher e de certas coisas da minha infância minha cabeça doía, doía muito e as vezes eu até quase desmaiava. Concordei com a cabeça.

— Quando eu te encontrei no hospital eu conversei com você, falei da sua mãe e da vida que tinha. Você desmaiou, Kang Joon, e não foi um simples desmaio; sua pressão caiu e seus batimentos se agitaram demais. Era esse efeito que tinha quando você tentava se lembrar e com o tempo era esse o efeito que eu tinha quando você me via. — uma de suas mãos foram até o seu rosto limpando uma lagrima que caia e eu me desesperei, minha cabeça estava começando a doer, mas aquele homem tão sombrio e cinza a minha frente era mais preocupante — então eu resolvi te deixar com o mesmo casal que estava com você quando sua mãe morreu, eu não queria ver você mal  daquela forma, por isso pedi para eles nunca comentarem e nunca falarem do assunto.

Eu me afastei da parede e fui em sua direção, por algum motivo eu tinha começado a chorar também — Você não respondeu minha ultima pergunta.

— Eu sei, por isso eu trouxe duas coisas, Lyn me traga a pasta. — ele falou e um homem entrou com uma pasta vermelha em mãos, ele a entregou para Jiwon que entregou para mim. — essas são minhas provas.

Eu segurei a pasta com as mãos tremendo, eram muitas informações, vazias, no entanto que me faziam acreditar. Ele não parecia estar mentindo, minha mente falava e meu coração apenas confirmava isso, eu queria acreditar naquele homem, mas eu estava tão desesperado que eu apenas queria que ele saísse dali. Por isso eu abri a pasta.

Na pasta estava um documento, uma certidão, primeiro havia o nome dos pais: Seo Jiwon e Baek In Ha, embaixo havia o nome de um menino, Seo Kang Joon e sua data de nascimento ao lado, era o mesmo dia do meu aniversário. Mesmo assim aquilo não era o suficiente para mim, poda ser de qualquer um. Talvez tenha sido por isso que ele tenha colocado aquelas fotos.

Eram varias, Jiwon estava em todas as fotos, assim como uma criança que sempre estava sorrindo, todas eram em formato Polaroid e em todas elas eu estava, aquela criança era eu. Atrás das fotos haviam escritas como: hoje foi o aniversario do nosso Joony, ele estava crescendo e se tornando mais bonito. Ainda assim não era suficiente para mim, então ele me estendeu seu celular que rodava um vídeo.        

 “venha, joony, seus amigos estão aqui.” Uma mulher falava, sua voz era doce e familiar, a mulher gritava da escada enquanto segurava a câmera, era por isso que não aparecia. Na mesma hora que Jiwon apareceu no vídeo, vestido com roupas sociais e com um sorriso brilhante nos olhos. Ele se aproximou da mulher, “me dê isso, querida” e desapareceu da câmera que balançou, ele segurou a câmera e a mulher apareceu de costas no vídeo. “Joony, venha, vou lhe dar o que quiser.” Então o menino apareceu no topo das escadas, correndo em direção a mãe sem mostrar o seu rosto para a câmera. Assim que ele subiu nos braços das mãe ela se virou para a câmera “capturamos esse espertinho” ela falou e eu chorei, “mamãe!” ele falou e eu chorei mais ainda, porque aquele menino era eu e a mulher era a mesma mulher que sempre ia me visitar.   

                                      *+*

Eu nunca gostei de saber muito de mim, quanto mais eu ignorava a minha historia e seguia em frente mais as coisas davam certo, mas como eu  sempre imaginei: uma hora eu teria que me lembrar e me forçar a conviver com isso. A três anos minha memoria se esfarelou como um salgado de festa, eram partes importantes, eu sempre soube, mas eu sentia que eu ia sofrer e ficar feliz é tão bom. Então eu preferi esquecer desse detalhe e seguir a minha felicidade.

Eu acredito que Jiwon possa ser o meu pai, eu acredito que aquela moça possa ser a minha mãe, mesmo assim aquela família que me criou, aquele casal são os meus pais. E por mais que eles estejam me ignorando, eu ainda os amo. Eu ainda quero passar mais tempo com eles.

Mesmo assim, olhando para Jiwon e pensando o que ele deve ter passado, eu resolvo: porque não?

 

Jimin

Hoje era o dia, tudo tinha que dar certo.

Já se passaram três anos que as coisas não são as mesmas, já fazem três anos que Kang Joon não está mais conosco, mas hoje as coisas vão mudar. Kangjoon sempre foi o tipo de pessoa que me surpreendia, ele não pensava antes de agir, era sempre assim: o que desse em sua cabeça ele iria fazer. Era impossível descrever como ele era.

O total oposto de Dong Wook eu acho. Dongwwok sempre pensava no que fazia, tinha alguns problemas que podiam o enquadrar no termo fuckboy, mas ele era de uma natureza boa. Sempre paciente, honesto, virtuoso e cheio de amor. As vezes parecia um pouco ansioso ou preocupado com alguma coisa, mas ele nunca ficava irritado.

 Comprimo os lábios os mordendo algumas vezes enquanto observo as fotografias no quarto de Dong Wook, eram todas em preto e branco, mas cheias de vida. Algumas eram minhas, outras eram de Kang Joon. Pareciam ser bem ressentes.

— Tirei elas a duas semanas. — Dong Wook disse baixinho.

Me viro para ele, ele está sentado na ponta da cama com mais um de seus sweater’s de vô, suas calças são bem folgadas e seus pés estão descalços. Completamente o oposto das coisas que ele vestia. Onde estaria aquele fuckboy? E porque esse avô apareceu do nada? Sorri com meus pensamentos.

— Hum. — fiz bico e arregalei os olhos de proposito o que o dez arquear uma sobrancelha, coloquei o porta-retratos de volta no lugar — o que houve com as suas roupas?

— Essas são as minhas roupas, assim como as outras. — ele murmurou e se jogou para trás, afundando o corpo no colchão — o que muda se eu me vestir assim?

Sua voz saiu como um murmúrio novamente e eu sorri me aproximando da cama, o observei por alguns instantes, cada vez em que eu olhava para ele era impossível não me encher de paixão e me sentir leve. Eu o amo com os olhos.

— Nada.

Inclino-me sobre ele e apoio minhas mãos em cada lado do seu corpo, subo em cima dele e me sento em seus quadris, ele que tinha o braço em cima do rosto o tira e eu sou fuzilado pelos seus olhos escuros, me inclino ainda mais e o beijo sendo retribuído.  

Minhas mãos vão até o seu pescoço, subindo até o seu maxilar e tocando seu rosto, suas mãos me agarram pelos quadris. Seu corpo é frio, mas seus lábios são quentes, pareciam até que podiam me queimar. E então teve a sensação nova, como se algo mais do que prazeroso enchesse o meu peito. Como se eu estivesse me apaixonando de novo.

Me afasto um pouco e sorriu, acaricio seus cabelos e ele morde meu queixo e acaricia meus quadris. Ficamos a tarde inteira na cama, um distraindo o outro, tentando evitar no que aconteceria hoje ou nos próximos dias. O foco hoje era não pensar em Kang Joon e o quanto queríamos ele conosco.

O total oposto do que fizemos nos últimos três anos.  

Estávamos quase dormindo quando começamos a ouvir as vozes dos empregados e da irmã de Dong Wook, elas estavam falando alto, mas do quarto que ficava no segundo andar parecia que estavam sussurrando.

— Eu vi, ele chegou no carro. Estava com Jiwon e se parece ainda mais com ele. — a irmã de Dong Wook dizia. Sua voz era suave e ela fazia pausas para falar. — quando eu o vi a primeira vez, eu não o reconheci, ele parecia tão assustado ao me ver com Dong Wook que ainda bateu em um carro. O vi também no passeio da escola, mas foram poucas vezes, não reparei muito.

— Espero que esse garoto esteja bem, conversei com a empregada dos Seo e ela me disse que ele não sabia de nada, o pai mandou apagar tudo de sua vida. Saber tudo agora, ele deve estar em choque.

Sem nos darmos conta estávamos os dois sentados na cama, prontos para nos levantarmos. Eu estava feliz, Kang Joon tinha voltado para casa, mas o seu estado me preocupava.  Eu não sabia o que ele estava sentindo e seria estranho e inconveniente bater em sua porta e o abraçar, eu não iria me segurar e iria começar a chorar. Eu o iria assustar e eu não queria isso.

— Imagino. — a irmã de Dong Wook prosseguiu as vozes vinham da sala de jantar — talvez mais tarde Dong Wook possa vê-lo, ele sempre ficava bem quando o via, ou via Jimin. Mesmo que ele não se lembre deles, ele sabe no fundo que precisa deles.

Eu não aguentava mais ouvir, por isso me levantei e corri em direção as escadas, mas a mão de Dong Wook me segurou e me virou.

— Não podemos ir lá, não está na hora de ver ele. — sua voz estava rouca, ele estava tentando segurar os soluços e as lagrimas. Assim como eu ele estava desesperado e cheio de saudade. — esperamos três anos, podemos esperar mais. Ele está em choque, não sabe quem somos e quando nos ver pode até ter uma má reação. Vamos com calma.

Senti o sangue pulsar em meu pescoço, zumbindo em meus ouvidos. Minhas mãos se fecharem em punho e então se abriram e meu corpo que antes estava tenso relaxou, observei a mão de Dong Wook em meu pulso e sem esforço a soltei e entrelacei nossos dedos. Virei as costas para e escada e comecei a voltar para o quarto.

Eu tenho que apenas esperar mais um pouco.

 

Seo jiwon era bem mais do que rico, pelo menos era isso que eu pude deduzir em seu carro de luxo e sua casa extremamente grande. Assim que entrei na casa eu senti um sentimento agradável, uma mudança de atmosfera bem familiar. Eu me sentia em casa.

— Não pretendia trazer para casa, mas queria que você visse como as coisas eram. Continuam da mesma forma de quando você foi embora. — ele disse , interrompendo meus pensamentos.

— Por quê não queria me trazer para casa?

Voltei a observar as coisas, haviam vários quadros na parede, eram divididos em padrões interessantes, na borda alguns pequenos e no centro estavam os que eram extremamente grandes. Os pequenos haviam pessoas engravatadas, fotos de um time de futebol e alguns desenhos feito a oléo. Nos grandes Jiwon se destacava com seu sorriso, sempre perto de Baek In Ha e de mim.

— Eu não me expressei direito, desculpe. — ele colocou a mão no bolso e mordeu os lábios pensando como poderia reformular sua frase — quando fui encontrar você tinha medo do seu estado, pensei que poderia ficar em choque. Trazer você para casa, em minha cabeça, parecia arriscado.

Deu-se uma pausa, não andamos e não falamos.

— Hum

Mesmo andando por aquele lugar— que me deixava extremamente confortável — eu não conseguia lembrar de nada. Eu sabia que já tinha estado ali, mas era como um deja vú. A casa era toda em branco com moveis coloridos e cheios de cor, havia uma musica que tocava de longe, era quase como uma loja de conveniência ou uma loja de roupas.

Haviam muitas fotos pela casa, no mínimo três porta-retratos em cada comodo, tiradas provavelmente por Jiwon. Entramos em seu escritório e a cada passo que eu dava meu peito ia se enchendo de um sentimento mais familiar, meu corpo lembrava daquela casa, mas a minha mente não. Eu estava  bloqueado.

 O seu escritório tinha as paredes azuis e uma delas era texturizada e manchada, havia uma mesa enorme e atrás dela havia apenas um quadro — era o único em todo comodo. Jiwon estava em pé em um lugar completamente branco, usava roupas folgadas azuis, que lhe deixavam com o braço musculoso a mostra, sua mãos estavam erguidas e cobertas por uma luva de látex um pouco mais escura. Tinha um inicio de uma barba e uma mascara de hospitalar abaixo do pescoço.

Baek In há estava ao seu lado . Ela era bem pequena, mal batia no ombro de Jiwon, tinha os cabelos bem escuros e soltos em algumas ondas, sua blusa laranja de gola alta e de mangas compridas destacavam ela na foto. Quanto mais eu os olhava, mais eu parava e pensava que aqueles eram os meus pais.

E mais eu me sentia mal por não me lembrar.  

— Essa foto foi tirada no começo do nosso namoro. — ele falou alegre, seu sorriso cortava o rosto e destacava seus olhos mel — sua mãe foi me ver na minha cirurgia, ela tinha acabado de fazer a primeira reportagem dela.

Voltei os olhos para ele, aquele homem tinha perdido a mulher que amava e o seu filho, e eu estou começando a ficar com raiva de mim, porquê durante todos esses anos esse homem quis que eu lembrasse dele e que as coisas ficassem bem novamente, mas eu apenas me preocupei em não lembrar.

Lembrar me fazia incompleto.

— Acho que já está na hora de leva-lo para o seu quarto.

 

As escadas da casa eram enormes, eu deveria ser bem energético para subir e descer aquilo. Jiwon ficou calado o que me deixou bastante desconfortável, eu gostava quando ele falava, me deixava curioso e com vontade de saber não só sobre mim, mas sobre ele e Baek In Ha. Mas ele não falava muita coisa, apenas quando percebia que eu estava transbordando curiosidade e cheio de perguntas na ponta da língua.

No caminho até o quarto jiwon começou a cantarolar a musica que ecoava pela casa, sua voz não era uma das melhores, mas ele não parecia ligar para isso. Ele parecia ser o tipo de pessoa bem animada, que mostrava os seus sorrisos e suas opiniões sem ligar muito. Por algum motivo isso me fazia sorrir.

No final do corredor havia uma enorme porta, era de um marrom escuro e estava desgastada e suja de tinta azul e laranja perto da maçaneta. Jiwon tirou uma pequena chave do bolso do paletó e a encaixou na abertura, a girou, mas não a abriu. Ele me olhou, seus olhos parecidos com os meus estavam cheios de ansiedade. Então ele sorriu, não um mínimo sorriso, mas um sorriso enorme.

Totalmente diferente do que eu recebia dos meus pais.

Eu me aproximei da porta, me sentindo um pouco baixo perto dele, segurei a maçaneta um segundo antes dele soltar e abri sem esperar mais nada.

O quarto era laranja e azul assim como as manchas na porta, havia uma cama forrada com um lençol bem colorido, desenhos nas paredes, frases  impressas, fotos e mais manchas de tinta. Perto da janela estava uma gaiola, uma gaiola de ramister haviam mangás empilhados em cima dela e alguns posters do bigbang espelhados pelo chão e paredes. Havia uma escrivaninha cheia de papeis ao seu redor e brinquedos jogados perto.

Quem visse aquele quarto diria que era uma poluição visual e que alguma criança desorganizada vivia ali, mas desde o momento que eu tinha colocado o pé dentro daquele lugar eu me senti de uma forma diferente, era tão familiar, tão eu. Era uma enorme bagunça, uma enorme explosão de cores, nada tinha um padrão. Tudo era aleatório e bonito. Aquele era o meu mundo, o lugar onde eu me escondia e que provavelmente me trancava por horas sem me importar.

Aquele quarto era o meu mundo. O planeta que eu dominava e quem quer que estrasse teria a obrigação de no mínimo se divertir.

Me virei para a porta e observei Jiwon escorado na soleira da porta, ele observava o quarto junto comigo. Eu queria o chamar de pai, eu o conhecia a um dia e eu o queria chamar de pai! Isso é um absurdo, para alguns, não para mim.

— Appa — eu choraminguei e sem perceber eu estava chorando, de saudades e de felicidade. Jiwon me olhou assustado com os olhos arregalados — por favor, me abrace.

E foi assim que eu ganhei o primeiro abraço do meu pai depois de três anos.                                                                                        

  


Notas Finais


Obrigada por lerem<3


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