História Life Is Better With You - It's All Okay.

- 10 milhões? - ela perguntava pela quinta vez.

Neal assentiu com a cabeça e a entregou os papéis.

- Eles querem fazer isso sumir, então estão dispostos a pagar o quanto for necessário.

Eu olhava a loira ao meu lado e sua tristeza e cansaço não poderiam ser mais visíveis. Suas olheiras estavam enormes e eu sentia que a única coisa que ela queria naquele momento era dormir, mas não iria até que tudo estivesse terminado.

Eu sabia que não estava tudo bem. Ela sabia e Neal também sabia. Ela negava levemente com a cabeça, enquanto encarava os papéis na sua frente. Suas mãos, que já estavam com leves tremores, a empurraram para longe.

- Isso é... muito dinheiro - ela disse. - Mas... não é o suficiente. - encarou Neal. - Dinheiro não vai me devolver o meu tempo...

Neal respirou fundo e pareceu pensar por um tempo. Seu sorriso apareceu depois de ficar em silêncio por vários minutos.

- Aceite o dinheiro - o olhamos com o cenho franzido. - Tenho uma amiga que trabalha no jornal - rimos enquanto ele dava de ombros.

*

Uma semana depois.

Tudo já estava mais calmo. Depois da nossa reunião uma semana atrás, Neal ligou para a sua amiga. Horas depois, a Farmacêuticas Castor estava em todos os jornais de Boston, e nenhum deles falava boas coisas. O dinheiro que recebemos, metade foi para a faculdade de Henry e a outra metade para o hospital em que Zelena trabalhava. Nós não queríamos o dinheiro, apenas queríamos justiça.

O ano novo já havia passado e, com isso, a proximidade do ano letivo. Ainda faltava um mês, mas eu já estava nervosa. Eu havia conseguido um emprego na mesma escola em que Henry foi matriculado, o que era ótimo. Mas eu me preocupava com Emma. Não apenas por ela estar se deteriorando rapidamente, mas porquê ela iria ficar sozinha. E eu não queria que ela se sentisse assim.

Eu passava o maior tempo que eu conseguia com eles dois. Desde o café até a hora de dormir. Eu e Emma sempre colocávamos Henry para dormir, não importava sua idade, ele era o nosso bebê e adorava ser chamado assim. Depois disso, íamos para o quarto e geralmente ficávamos apenas conversando e trocando carícias, nada mais. Não era necessário.

Uma noite, estávamos lendo o livro que Ingrid havia acabado de lançar. Ela voltaria em uma semana e queríamos terminar o livro antes disso. Foi aí que eu percebi... os tremores haviam piorado. Ela não conseguia virar a página e aquilo me quebrou por dentro.

Suspirei e deixei a minha cópia de lado.

A aconcheguei em meus braços e peguei seu livro, o lendo em voz alta. Ela me olhou com os olhos marejados e eu apenas sorri. Ela me beijou na bochecha e encaixou seu rosto na curva do meu pescoço. Eu comecei a ler todas as noites para ela, até que ela caísse no sono em meus braços.

*

- Não conte para a Regina! - ouvi Henry sussurrando e Emma segurando o riso.

- Contar o que?

Ele ficou pálido assim que eu entrei na sala. Emma virou a cadeira tentando, inutilmente, não rir.

- Posso saber o que vocês dois estão fazendo aqui dentro, se o almoço é lá fora?

Henry abriu a boca várias vezes, mas nada saía. 

Estávamos na casa de Zelena, em um almoço em família. O domingo estava ensolarado, então era o momento perfeito para aquilo.

- Viemos pegar mais refrigerante - falou Emma, apontando para a garrafa em cima da mesa.

Henry assentiu rapidamente e pegou a garrafa, a levando para o lado de fora.

- E você mente por ele? - coloquei as mãos na cintura e a encarei com um olhar de reprovação.

Ela soltou um risinho e veio para perto de mim, me fazendo cair em seu colo. A "raiva" passou no mesmo momento.

- Ele é meu filho, é claro que eu vou mentir por ele - revirei os olhos sem tirar o sorriso do rosto e lhe dei um selinho.

- Vamos logo, a comida nos espera - falei, me pondo atrás de sua cadeira e a empurrando para fora.

- Agora sim você está falando a minha língua!

O dia foi passado calmamente, regado de risadas e histórias. Eu percebi que Emma encarava a piscina com um olhar de nostalgia, então decidi fazer algo arriscado. Sussurrei no ouvido de Henry para que ele pulasse na piscina e molhasse Emma, o que ele, prontamente, obedeceu.

- Henry! - gritou Emma, tentando se secar, enquanto o menino se acabava de rir.

- Oh... - fingi espanto. - Bem, já que você está molhada... - a tirei da cadeira e a peguei no colo.

- Regina! - se debatia em meus braços. - Me solte!

Eu conseguia ouvir as risadas de todos a nossa volta. Fiz ela parar de se debater e a olhei dentro dos olhos.

- Eu nunca vou te soltar, loirinha - sorri. - Se você cair, eu caio junto.

Ela franziu o cenho, mas não dei tempo para ela fazer nenhuma pergunta e pulei dentro da piscina com ela no meu colo. No começo ela quis me matar, me amaldiçoou e me bateu várias vezes, mas depois começou a rir.

Passeei com ela por toda a extensão da piscina entre beijos e brincadeiras. Foi ali que ela me contou o que o nosso filho andava fazendo, mas me fez prometer não falar nada. Mesmo assim, era estranho saber que ele já andava gostando de alguém. Ele andava vendo uma menina do orfanato em que morava e os dois estavam começando a... na verdade, eu não quero muito falar sobre a vida amorosa do meu bebê. Henry se juntou a nós logo em seguida, me abraçando por trás e deixando se levar pelo meu movimento.

Emma o olhou com os olhos cerrados e gritou:

- Vingança! 

Os dois começaram uma guerra de "quem consegue espirrar mais água em quem". E Emma estava ganhando.

- Tá bom, tá bom! - ele se rendia, se escondendo atrás de mim. - Já pode parar mãe! Já entendi!

Ele ria tanto que nem percebeu quando Emma parou bruscamente de brincar e sorriu amavelmente para mim. Fui para a parte mais rasa, onde conseguíamos sentar no chão. 

Eu me sentei com Emma deitada sobre mim e Henry me abraçando de lado. Eu consegui ouvir Zelena e Belle entrando na água com Amelia, mas o mundo parecia ter parado naquele momento. Éramos apenas nós três. 

Estava tudo bem.