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História Life is Really Strange - After storm


Escrita por: Mutekai

Notas do Autor


É minha primeira fanfic de Life is Strange (pra ser precisa, fora da parte de cartoons)
Estou ainda desenvolvendo a personalidade da Chloe e da Max.. com o tempo irei aperfeiçoando..
Espero que gostem da história.. preparem-se.. pois ela irá entrar na mente de vocês e.e

Estou planejando fazer cenas hot.. mas bem.. posso mudar de ideia.. então irei mudar a censura ;)

Capítulo 1 - After storm


Após a tempestade que destruiu Arcadia Bay, preferi evitar usar meus poderes. Prometi a mim mesma não voltar mais no tempo. Tenho sorte de estar viva. Ainda fico me perguntando, eu podia salvar uma cidade inteira.. mas salvei minha melhor amiga Chloe. Depois de tudo que fiz para salvá-la.. não sabia bem como me sentir perante isso, talvez devesse ter salvo a cidade.. mas.. iria ter desperdiçado todo o esforço que fiz para ela continuar viva. Bom.. isso ainda atormentava meus pensamentos mais profundos.. porém.. preferi apenas esquecer que tudo aconteceu, de certa maneira ainda sentia certa culpa por tudo.

Estávamos na caminhonete dela, sem rumo, a cidade estava destruída. Onde poderíamos ir? Como ficaria minha vida dali pra frente? E a faculdade? Bom.. ao menos ficava feliz por Chloe estar comigo, era sempre bom ter uma grande amiga com quem contar.

-Pra onde vamos?- perguntou me sacudindo, despertei de meu transe, olhando para ela.

Uma de suas mãos estava no volante, a outra em meu ombro. A expressão dela era completamente neutra, talvez não quisesse ou soubesse demonstrar reação alguma após tudo que aconteceu. Nossa roupa ainda estava molhada da chuva. Algumas gotículas de água escorriam por seu cabelo, deixando seu rastro que chegavam a lembrar lágrimas.

-Podemos ir para Seattle. Ficamos na casa dos meus pais por enquanto.- disse sem pensar, acho que ela não era a única abalada com tudo aquilo. Acho que era coisa demais pra mim.

-Foi um dia em tanto.- tornou a olhar para a estrada.

-As imagens... as pessoas ainda vem em minha mente.- olhei para frente também.

-Então super Max. O que iremos fazer de agora em diante?- tentou me animar com seu bom humor, mas eu sabia que era apenas uma máscara para esquecer aquilo que a incomodava.

-Que tal fazer uma capa, voar e sair destruindo cidades.- soei em tom irônico.

-Max..- olhei para a mesma, porém seus olhos estavam na estrada. -Relaxa.- ligou o rádio e aumentou o volume.

Encostei a cabeça ao vidro e fiquei olhando para fora. Um pequeno sorriso aos meus lábios. De fato ouvir música me acalmava. Colocava meus pensamentos em ordem. Eu posso voltar no tempo, é inacreditável e inexplicável. Mas a pergunta era, por que eu?

A paisagem era negra, mal dava pra ver direito o que havia ao nosso redor. Apenas que era uma alta montanha. O zunido em meus ouvidos me dava a impressão de estar em um lugar alto.. com certeza era aquela enorme avenida que ia até Seattle. A única iluminação existente era do carro, alguns postes estavam caídos, talvez por causa do vento forte.

Aquela música acalmava minha mente, eu via o tornado, via ele levando a Chloe.. eu sinto como se não pudesse fazer nada.. não sei bem como vai ser daqui pra frente. Será que se eu tivesse salvo a cidade ela realmente estaria salva? E se não desse certo e eu apenas perdesse minha melhor amiga? De fato era um risco que eu preferi não correr... eu escolhi não correr.

-Ahh droga.- Chloe deu uma freada brusca, se não fosse o cinto, teria batido com a cabeça no painel.

-O que foi?- perguntei.

A mesma saiu da caminhonete, e foi olhar a frente do veículo. Saí também para ver. Só agora consegui identificar que havia várias árvores aos redores da pista, o asfalto estava bem conservado ao menos. Até percebi um pequeno coelho correndo assustado. Baixos uivos me faziam pensar em lobo caçando, bom.. é o ciclo da natureza.

-Um veado passou na frente.. droga.. jurei que tinha atropelado.- levou as mãos a cabeça, parecia confusa, bem.. de qualquer maneira, não havia nada ali. Quero dizer.. ela não atropelou nada.

-Quer descansar um pouco? Posso dirigir.- sugeri, ela parecia cansada, um pouco perturbada também. A mesma estava apoiada no veículo tentando se acalmar.

-Acha mesmo que vou te deixar dirigir meu carro?- franziu a testa e virou o rosto em minha direção.

Abaixei a cabeça se segurei meu braço um pouco sem graça.

-Ahh super Max, não fica assim. Vai lá. Estou só cansada.- soltou uma risada, acabei rindo junto.

-Acho que estamos quase chegando.- entrei no veículo.

Mal olhei para o lado e ela já cochilava com a cabeça encostada no vidro. Puxei o cinto e coloquei nela, no caso de outro veado atravessar a pista. Bom.. como estava escuro.. eu cochilei algumas vezes, então, estou sem sono. Aliás.. não queria me deparar com aquelas imagens sinistras novamente, quero só relaxar um pouco.

Para recordação, tirei uma foto dela dormindo, esse iria para o álbum de recordação. Abaixei um pouco o volume da música, assim não correria o risco de acordá-la.

Eu apenas seguia a pista, não havia carro ou qualquer veículo passando por ali. Estávamos completamente sozinhas. O vento fazia algumas árvores balançarem, conseguia escutar o barulho, mas em meio a tanto escuridão, eu só queria chegar em casa e descansar.

As placas de sinalização indicação que Seattle estava próximo. Abaixei mais o rádio e liguei para meus pais. Eles estavam preocupados, disseram que tentaram me ligar, mas não havia nenhuma ligação perdida. Contei sobre Chloe e que fugimos do furacão, óbvio que eles a deixaram ficar lá em casa.

Quando entrei na cidade pude ver finalmente as luzes. A rua tinha várias casas brancas muito parecidas. Todas com um pequeno quintal na frente e um pequeno telhado em frente a porta. O que diferenciava as casas era o número e a vegetação, posso dizer que nem todos os vizinhos cuidavam bem do seu pequeno jardim. Posso dizer que alguns achavam que todas aquelas casas eram iguais, mas sem dúvida cada uma tinha um pequeno detalhe que não havia em outra.

A rua bem iluminada me deixava mais animada. Um cãozinho urinava em um hidrante, enquanto dava seu passeio noturno. Sei que o senhor Belton não sabia, mas ele conseguia fugir pela janela e dar uma volta a noite, o engraçado é que o animal sempre voltava para a casa e esperava o dono sentado na mesma caminha, um animal criminoso eu diria. Um dia ainda quero fotografá-lo no flagra e mostrar para seu dono. Veremos que se ele ainda será o “bom garoto”.

De longe dava pra ver minha casa. A penúltima da rua, se seguir em frente, iria parar dentro de uma floresta, casas perto de florestas eram bem populares em Seattle.

Em minha casa, tinha um arbusto cheio de flores no quintal, na soleira das janelas havia vasos com variadas flores, uma mais bela que a outra. Subindo a calha, havia algumas plantas trepadeiras, bom.. dava um visual mais hippie a casa, mas adorava ter contato com a natureza.

Deixei o veículo na frente da garagem. Ao desembarcar, meus pais já me esperavam, ambos vieram me abraçar sorridentes. Após me afastar, voltei a caminhonete para chamar Chloe, ela coçava os olhos, ainda sonolenta. A mesma os cumprimentou.

-Lamentamos pelo ocorrido.- disse minha mãe.

-Não precisam lamentar.- respondeu a azulada de imediato, bocejando em seguida.

-Err.. vamos lanchar?- tentei cortar o assunto, antes que resultasse alguma briga, sabia que Chloe não queria falar sobre isso, pelo menos por enquanto. -Estou com fome, você não está?- virei para ela e a mesma cruzou os braços.

-É.- respondeu.

-Quem quer pizza?- meu pai disse animado.

-Adoro pizza.- respondi me animando junto com ele, porém meu sorriso sumiu ao ver Chloe bufar e olhar para o lado. -Vamos.- puxei ela pelo braço adentrando a casa, se não fosse por mim, não entraríamos a tempo da chuva começar. E põe chuva nisso, será que era um temporal?

Fiquei um bom tempo conversando com meus pais sobre novidades e como tudo foi louco. Chloe estava estranha, bem quieta, claro que não era timidez, ainda acho que era por conta de tudo que aconteceu. Deve estar sendo difícil pra ela.. primeiro Rachel, depois o que restou de sua família.. eu também ficaria bem abalada.

A mesa ficava próximo a sala, com uma baixa divisória de armários onde mamãe guardava louças e enfeitava com alguns vasos de pequenas flores. O sofá ficava de costas para essa divisória, em frente a TV. Ao lado direito do mesmo havia uma poltrona e ao esquerdo uma estante cheia de livros, a maioria de receita ou esporte.

Após a pizza, ajudei minha mãe com a louça. A pia ficava na reta da mesa, então de longe podia ver Chloe e papai no sofá. Cujo tentou conversar com ela, mas sem sucesso. Ambos ficaram um bom tempo assistindo o beisebol. Nem sei se ela estava realmente vendo ou com a mente longe.

Após terminar o jogo, na verdade era um reprise, meus pais disseram que estava ficando tarde, era melhor descansarmos. Decidi que seria uma ótima ideia, de fato, como seria dormir depois daquilo tudo?

-Quero te mostrar meu quarto.- puxei ela pelo braço, fazendo-a levantar do sofá.

-Vamos conhecer o covil do Batman.- comentou de forma bem humorada.

-Assim que se fala.- era bom ver ela tentando fazer gracinhas.

Diferente da casa da Chloe, minha casa tinha vários vasos de plantas e quadros, todos da nossa família, tinha um até de quanto eu era criança, inclusive, havia várias fotos antigas nossas, de cinco anos atrás. Uma delas Chloe parou para observar.

-Quem diria que um dia você viraria uma viajante do tempo.- olhou o quadro com minha foto favorita, uma que tentamos fazer um barco pirata de papelão, ficou tão feio e ruim, mas ainda sim foi divertido.

-Quem diria que você pintaria seu cabelo de azul e teria tantas tatuagens.- falei bem humorada.

-Não gosta?- perguntou.

O braço direito dela tinha várias tatuagens.. bom.. não tinha preconceito nem nada, porém não estava acostumada com aquilo. Aliás.. foi uma surpresa achar ela com cabelos azuis, cujo são curtos como os meus, porém tem mais pontas.. posso dizer que são mais rebeldes. Meu deus Max.. concentra.. ela te fez uma pergunta.

Eram tantas respostas possíveis. Podia dizer que achava um charme sua tatuagens, podia dizer que achava maneiro, ou até dizer que achava estranho. Mas de fato o que poderia dizer? Eram várias possibilidades. E dessa vez não queria voltar no tempo para buscar a melhor resposta, era por minha conta, não preciso saber sempre o que acontece.. eu devia confiar no improviso.

-Acho que combina com você. Ficou bem maneiro.- ela sorriu animada.

-Voltou no tempo foi?- perguntou.

-Não quero mais bagunçar linhas temporais.- olhei para o lado.

-Quando vou entrar na bat-caverna?- perguntou, acabei rindo com ela.

-Fica ali do lado, venha.- acenei com a mão pra ela.

Meu quarto ficava no corredor a esquerda, no final havia a porta, onde era o banheiro, expliquei isso a visitante. Abri a porta do meu quarto.

-Não é tão maneiro quanto o seu, mas é confortável.- ela entrou em meu quarto, observando meu mural de fotos, assim como tinha na faculdade, fiz aquilo para me familiarizar.

-Bem mais nerd do que esperava.- disse olhando as fotos, algumas inclusive de cosplayers, foram tiradas em um evento geek cujo fui para me distrair. Warren me convidou, foi divertido.

Meu quarto é bem espaçoso, a cama ficava bem no centro da parede, de frente pra porta, fiz questão de deixar o espaço de cada lado igual. A janela a direita dela e o guarda roupas a esquerda. Não tinha muitas roupas, mas o suficiente pra sobreviver.

A direita da porta havia uma escrivaninha com meu notebook e meu mural de fotos. A esquerda alguns puffs, uma televisão na parede e meu violão. Digo.. um deles, meu favorito ficou em Blackwell, se é que sobrou algo dele.

-Você toca?- quando olhei para Chloe, ela estava sentada em um puff, segurando meu violão castanho com algumas flores azuis pintadas, até que combinavam com a cor do esmalte de minha amiga, que por sinal estava descascando.

-Claro.- sentei em um puff em sua frente, a mesma tentava dedilhar de maneira desajeitada, acho que não sabia tocar. -Deixa eu te mostrar.- peguei o violão dela e dedilhei lentamente. -Tenta fazer assim.-

-Toca alguma coisa.- se levantou observando ao redor. Ela olhava alguns posteres com notas musicas e imagens inspirativas, por exemplo de paisagens ou até alguns rabiscos inacabados, cujo dava pra imaginar variados desenhos.

-Hmn... está bem.- comecei a tocar a primeira música que me veio a cabeça.

A mesma continuava olhando meu quarto. Perto dos puffs havia uma estante com vários livros. Dentre didáticos e outros livros. Pegou um dos livros e abriu o mesmo, soltando uma risada.

-Nunca imaginei que leria um livro desses. Acho que vou te zoar por isso. Cinquenta tons de cinza não é uma má opção para curiosos.- ficou rindo.

Eu podia voltar no tempo.. podia impedir ela de ver aquilo. Oh droga.. o que devia fazer? Não Max.. você não quer usar seus poderes novamente. Diga a ela que você é curiosa.. melhor não. Diga que você ganhou.. diga que você comprou.. diga que não é seu. Meu deus, o que vou fazer?

-Eu ganhei de aniversário.. e bem.. ainda não li.- espero que dê certo.

-Mesmo que não leu? Achei esse marcador dentro do livro.- mostrou um marcador vermelho rindo.

-Até parece que você nunca leu algo assim.- meu rosto corou de leve, tive que levantar pra tirar o livro de usas mãos, antes que ela lesse as anotações que fiz na última página.

Podia voltar no tempo.. tentar dizer outra coisa.. tentar impedir ela de mexer ali... errr... a-acho melhor deixar como está.

-Espera.. o que é isso?- tarde demais, ela viu as anotações. -Max... ohh... não sabia que era tão analítica. Nem eu notei isso quando li.- falou rindo.

-Chloe.. por favor.- cruzei meus braços, meu rosto estava queimando de vergonha, não queria tirar o livro da mão dela e ele rasgar por acidente, tinha um amor por livros.

Eu estava quase voltando no tempo. Mas ainda aposto que ela descobriria de uma maneira ou de outra. Bem.. sempre que tento mudar algo.. não exatamente mudo pra melhor.. toda essa vergonha de fato podia ser evitada, mas será mesmo que devia fazer isso?

-Sabe Max.. pensei que você voltaria no tempo.. e me impediria.. estava mesmo falando sério quando disse que não quer mais bagunçar linhas temporais? Você quer dizer.. não voltar mais no tempo?- colocou o livro no lugar.

-Quando eu mudo uma coisa... coisas que não quero mudam também.. bem.. talvez seja melhor não usar mais essa habilidade.- engoli em seco, a tentação era enorme.

-Olha, eu apoio sua decisão. Deve ser difícil pra você, sempre tentar tomar a decisão certa.. mas no fundo.. acaba mais estragando do que arrumando as coisas. Posso dizer que sou boa em estragar as coisas.- levou a mão em meu ombro.

-Ainda me pergunto, por que eu?- olhei para a garota, aquela sua expressão melancólica havia desaparecido e só agora que notei. A mesma tinha um sorriso ao canto dos lábios.

-Você sabe Max, já fiz muita merda. E bem.. talvez se voltasse no tempo e evitasse fazer.. podia não ser quem sou.. imagina eu sendo uma nerd, igual minha mãe queria..- retirou sua mão e caminhou em direção a janela.

-Ela deve estar bem Chloe.- fui até ela.

-Eu posso ser órfã agora.- suspirou, infelizmente sua expressão melancólica retornou quando lembrou da mãe.

-Pelo menos você está viva. E desvendamos o assassino da Rachel, por sorte o professor Jefferson também está morto.- levei a mão ao ombro dela.

-A justiça então foi feita.- a mesma virou o rosto, ela evitava me olhar, acho que não gostava de demonstrar que estava chorando.. ou quase, mas no fundo sabia que cedo ou tarde ela o faria.

Tudo que fiz foi abraça-la. Não sabia o que dizer, eu podia dizer “vai ficar tudo bem, ela está viva”. Mas talvez não fosse a melhor ideia, acho que ela só precisava de um abraço amigo. A garota virou e me abraçou também. Deitou sua cabeça sobre a minha e ficou um bom tempo em silencio.

-Vou tomar um banho para relaxar.- afastei o abraço.

-Lembra quando tomamos banho na piscina da escola?- perguntou com um sorriso no rosto.

-Quase fomos pegas.- comentei.

-Ahh super Max, foi divertido. Você dormiu lá em casa, te emprestei umas roupas pra dormir.- retrucou de bom humor.

O jeito com que ela tentava afastar os pensamentos deprimentes era tão.. autêntico. Admiro essa habilidade dela.

-Eu fiquei fedendo a cloro, mais ainda minhas roupas.- ela fechou a cara. -Mas foi divertido.- um sorriso ressurgiu em seus lábios. -Acho que é minha vez de lhe emprestar uma roupa.- apontei para o guarda roupa. -Pegue o que quiser, o pijama fica na primeira gaveta a esquerda na porta do meio.

-Max.. e se ninguém sobreviver?- olhou para o chão, ergui seu rosto com a mão direita e a fiz olhar pra mim.

-Estamos vivas. Outras pessoas também podem estar.- ela acenou de maneira positiva com a cabeça.

-Tem razão super Max. Acha que devemos formar uma liga da justiça para salvar as pessoas?- perguntou com seu tom brincalhão.

-Claro, vamos sair por aí perguntando quem tem habilidades e quer se juntar ao nosso grupo.- cruzei os braços.

-Eu seria o Batman.. já que não tenho poderes.- rimos por um breve momento. -Espera... e.. e.. se você não for a única?- aquelas palavras dela me deixaram pensativas. E se mais alguém tivesse a habilidade de voltar no tempo? Ou qualquer outra habilidade.

-É melhor descansarmos.- sem alongar o assunto, peguei algumas coisas, dentre roupas e até itens de higiene pessoal que deixava no guarda-roupas, cá entre nós, fazer uma massagem relaxante com um hidratante seria ótimo, e fui ao banheiro.

Um banho era sempre relaxante. Comecei a ouvir uma música, não muito alta. Assim que terminei de me secar, sentei no vaso sanitário e fiz uma massagem relaxante aos pés, estava muito tensa. Passei até um pouco de hidratante no corpo, pra me sentir melhor, ele tinha um frescor igual bala de menta. Ao terminar me vesti e voltei ao meu quarto. E lá estava ela. Com uma das minhas roupas de dormir, era uma camisa preta com o desenho de patinho e um short curto branco. A mesma estava deitada na cama e olhava para o teto, a música provinha do meu aparelho de som.

Sentei a borda da cama, peguei meu álbum e colocava a foto que tirei a um tempo atrás.

-Exijo direitos autorais. Eu estava dormindo.- falou brincalhona apoiada no cotovelo para olhar o álbum.

-Então diga x.- peguei a câmera. A mesma apoiou a cabeça no meu ombro e fez uma careta, cujo apenas vi quando a foto foi revelada.

-Max.. e seu senso de humor? Vamos lá. Faça uma careta.- pegou a foto e a jogou no chão, está bem, eu tiro outra.

Dessa vez ambas fizemos uma careta. Quando peguei a foto revelada, Chloe começou a rir.

-Está ótima. Digna de um porta-retratos.- acabei rindo com o jeito descontraído dela.

-Quer ficar com essa?- perguntei, ela pegou a foto e colocou em cima da estante onde estava o computador, próximo as roupas dela, cujo estavam na cadeira esticadas. Após, tornou a deitar, colocou as mãos atrás da cabeça.

-Maneiro, tem adesivos de estrelas.- comentou olhando para o teto.

-Elas brilham no escuro.- levantei, desliguei a luz e tornei a deitar ao lado dela.

-Woooh. Me lembre de colar uns adesivos assim no meu quarto.- suspirou. -Se é que ainda tenho um.-

-Podemos voltar para Arcadia e ver como estão as coisas lá.- bocejei.

-Faria isso comigo?- virei o rosto para a mesma, aqueles olhos azuis me focavam, ela parecia animada.

-Claro. Aliás, preciso salvar sua vida se algo acontecer.- falei em tom brincalhão.

-Sacrificou a cidade pra me salvar, por que? Acha que minha vida vale mais do que daquelas pessoas?- perguntou em desaponto.

Olhei para os adesivos de estrelas brilhantes. Poderia dizer que é por ela ser minha melhor amiga. Hmn.. acho que é melhor dizer que não gostaria de perdê-la novamente.. quem sabe dizer que eu também não sei? Eram tantas possibilidades, podia voltar no tempo e testar cada resposta, mas não, não quero voltar novamente. Não quero sofrer as consequências.

-Max, já dormiu?- chamou por mim.

-Não.- fechei meus olhos mentalizando uma das possíveis respostas. -Você é minha melhor amiga. Passamos tantas coisas juntas. Bom.. fingir que nada aconteceu é tão...-não consegui completar a frase, pois a própria Chloe fez por mim.

-Vago... você sente um vazio não é?- virei meu rosto para a mesma, cujo ergueu sua mão e acariciou minha bochecha. -Deve ter sido difícil pra você ver todas as realidades alternativas e ter que escolher uma delas. Salvou minha vida tantas vezes, não sei como agradecer.- pousei minha mão sobre a dela, a mesma que estava em cima da minha bochecha.

-Não precisa agradecer. Foi graças a você que descobri essas habilidades.- bocejei novamente, encostei a cabeça ao ombro dela.

-Boa noite super Max.- acariciou meu cabelo e encostou sua cabeça a minha.

-Boa noite.- falei tão baixo que nem sei se ela ouviu.

Eu estava na praia, em Arcadia, o vento soprava forte. Olhava para o lado e via o farol, uma risada soava dele. Olhei ao redor, estava sozinha. Corri até o farol, pude ver aquele banco, onde costumava sentar com Chloe para conversar, pensar, ou simplesmente para ficar a toa. Nele estava sentado o professor Mark Jefferson. O mesmo estava rindo como um louco insano. Seu cabelo está bem bagunçado.

-Professor?- me aproximei, o homem se levantou e virou para mim.

-Max, não imagina quanto tempo esperei por isso.- dei alguns passos para trás.

Ele se aproximou mais rápido e me segurou pelo pescoço erguendo meu corpo do chão.

-Toda essa desgraça e destruição.. tudo feita por uma viajante do tempo. Eu quero que mude o futuro, quero que não me denuncie.- ele apertava com força, sentia uma falta de ar.

-N-nunca mais quero voltar no tempo.- disse deixando algumas lágrimas caírem.

-Se tem amor a sua vida. Apenas faça o que lhe disse. Ou as consequências serão piores.- tentei segurar sua mão para livrar meu pescoço, mas sua força era imensa, assim como a dor que sentia.

-Nunca.- falei com a voz falha, se já estava difícil de respirar, imagina de falar.

-Essa expressão de desespero, ficaria ótima em uma foto. Pena que estou sem minha câmera.- após dizer, aquele homem continuou me enforcando.

Meu corpo amolecia, comecei a perder meus sentidos, minha visão ficou borrada. Tudo ficou preto, estava escuro, eu não sentia meu corpo.

Acordei de supetão, respirava forte. Estava sentada na cama, suando. Assustada tentei reconhecer o local, estava em meu quarto. Chloe ao meu lado estava encolhida, com uma mão agora em cima da minha perna, acho que a mão dela estava em meu cabelo antes, onde lembrava dela acariciar. Tirei a mão dela de cima de mim. Aquilo não podia ser uma visão do futuro. Não podia, não podia. Meu deus. Levei as mãos a cabeça. Levantei da cama, minha respiração ainda não normalizou. Caminhei até a porta e saí do meu quarto, indo em direção ao banheiro.

-Calma Max, foi só um pesadelo, não era visão do futuro.- falei para mim mesma olhando o espelho. Ainda sentia as dores no pescoço, até conferi se havia alguma marca, estava ileso. Será mesmo que esse era o futuro que eu teria que enfrentar? Com todas as minhas forças, torcia para ser apenas um sonho ruim.

Só agora que me liguei, o som ainda estava ligado. Minha mente ainda estava atordoada, aquele sonho ainda me perturbava. Voltei para o quarto, assim que cheguei, Chloe estava arfante na cama, sentada, segurando os joelhos. Desliguei o som e sentei ao lado dela.

-Teve um pesadelo?- perguntei envolvendo os braços ao redor dela.

-Rachel.- escondeu o rosto nos joelhos.

Não sabia bem o que falar, então fiquei acariciando o cabelo dela, para que ela se sinta melhor. Após um tempo, ela ergueu o rosto cheio de lágrimas e me abraçou com força. Imagino o quanto Rachel devia ser importante para ela, já que ouvi a mesma dizer que a amava. Aquele surto de raiva contra o Nathan apenas provou o quanto ela queria tentar afastar a tristeza, porém acabou convertendo em ódio. E... não foi o Nathan.. foi Jefferson.. ele estava por trás de tudo. Aquela risada sádica dele ainda me arrepiava.

-Obrigado Max, por estar comigo.- afastou o abraço e secou as lágrimas.

-Foi só um pesadelo, está tudo bem.- levei a mão ao ombro dela.

-Tem razão. Foi só um pesadelo.- jogou seu corpo para trás, ficando deitada na cama.

-Eu também tive um.- deitei também e fiquei olhando o teto.

-E como foi?- perguntou.

Eu poderia mentir para ela, dizer qualquer coisa ruim que me assustasse. Também poderia falar a verdade ou até dizer que não me lembrava. De uma coisa tenho certeza, cada uma de minhas ações poderia e vai interferir ao futuro, não é algo mágico, a vida funciona assim. Bom.. precisava pelo menos contar com Chloe, aliás, ela é uma das poucas pessoas que sabe sobre meus poderes. Além de confiar plenamente nela.

-Sonhei com o professor Jefferson. Estava no farol.. e ele me enforcava.. queria que eu voltasse no tempo e não o denunciasse.- levei a mão em meu pescoço, ainda o sentia sendo apertado.

-Será uma visão do futuro?- Chloe se sentou assutada e ficou me olhando. -Sua vida pode correr perigo Max.-

-Pode ser só um pesadelo.. não devemos nos preocupar por enquanto.- tentei passar tranquilidade a ela, pra ser sincera.. aquilo ainda me assombrava e muito.

-Se sonhar com isso novamente me avisa, teremos que bolar algum plano para isso não acontecer. Podemos anotar os detalhes e evitar tudo isso.- se deitou novamente, dessa vez apoiada ao cotovelo para poder me olhar.

-Está bem. Só quero recuperar as horas de sono perdida.- bocejei.

A azulada se deitou, encostando a cabeça em meu ombro. Tê-la por perto era ótimo, sentia certo conforto. Não demorei para voltar a dormir. Senti ela se mexer, mas a essa altura, meu corpo já não respondia ou raciocinava bem. Era questão de tempo para que eu voltasse a sonhar, só espero que dessa vez não seja algo ruim.


Notas Finais


O que acharam da história? Como estou me adaptando com a personalidade das personagens? Adoraria algumas sugestões, o capítulo pode ser melhorado, assim como minha escrita.

Agradeço todos por lerem ~~<3

Fiquem atentos.. assim que possível postarei o próximo capítulo :D (ainda não tenho data fixa, mas levará no máximo uma semana)


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