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História Life Jokes - Capítulo 1


Escrita por: Ke11France

Notas do Autor


Finalmente está aqui, depois de muito tempo. Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo 1


LUCY


Desperto sendo incomodada com o raio de sol que timidamente adentra pela pequena fresta da cortina do meu quarto me avisando que o dia já amanheceu, bem ao meu lado, o relógio com seus números fluorescentes gritam que estou atrasada.

Ótimo! Justamente no primeiro dia de aula.

Em um salto já estou sobre os pés correndo em direção ao banheiro para tentar conquistar um record de "não me ferrar por causa de atrasos" novamente.

Quando estava em meus 13 anos, eu e minha melhor amiga, Victoria, tínhamos um encontro duplo marcado para irmos ao cinema, ela com “o gatinho da sorveteria”, assim nomeado por nós duas, e eu com o Alex, o garoto mais lindo da minha sala, o qual eu claramente tinha uma grande paixão a três anos atrás. 

Eu queria a todo custo tentar impressionar o Alex, então para isso eu deveria estar linda. Talvez isso tenha, de certo modo, feito nós perdermos o filme com atraso de meia hora, o que acabou em uma mudança de planos.

Esse com certeza fora o meu maior tempo de atraso.

Depois de devidamente pronta, ao nível que o tempo me permitia, desço as escadas indo em direção a cozinha, onde encontro minha família já posicionada na mesa de jantar. Cumprimento os dois, meu pai, Richard e meu meio irmão, James, o qual já estava terminando de tomar seu café da manhã, mas recebo apenas resposta do meu pai. Um fato que é muito comum em meus dias: ter a minha existência completamente ignorada pelo meu meio-irmão, sem motivos evidentes a mim.

Desde que eu me conheço por gente que nossa “relação” sempre foi de indiferença. Já tentei muitas vezes entender onde que tudo começou, qual o acontecimento em que gerou esse "afastamento", que se levar em conta de que nunca fomos próximos, nem sei se posso considerar assim. Também já considerei a hipótese de que talvez, seja algo que aconteceu antes de eu nascer.

A mãe do James morreu um pouco antes de ele completar dois anos, e um tempo depois meu pai conheceu a minha mãe, a qual ele se casou e me gerou.

Já faz quatro anos em que minha mãe também se foi, e muitas vezes eu ainda paro e me permito chorar por sua falta, mas me lembro das suas palavras que sempre foram ditas a mim, e repetidas mais uma última vez enquanto seu corpo ainda se mantinha em vida na cama de um hospital, antes que a leucemia a levasse por completo: “Não deixe que as pessoas te façam desistir daquilo que você mais quer na vida. Acredite, lute, conquiste, e acima de tudo, seja feliz. Você é mais forte do que imagina.”. Então eu percebo que ela não iria querer me ver chorar, ela gostaria de me ver feliz e sendo forte diante das circunstâncias. 

Na fruteira consigo uma maçã e uma banana. Alimentação saudável e rápida. Passo pelo meu pai lhe deixando um beijo em sua cabeça com seus já existentes, ainda que contáveis fios grisalhos. Apressadamente alcanço James antes que ele abandone a cozinha.

—James, eu posso pegar uma carona com você?

Seus passos cessam, e ele estaca em frente à saída, quando se vira, me encara com incredulidade e deboche estampada em face, então sua resposta veio como se fosse a mais óbvia do mundo. E realmente era.

—Não. –era tão óbvia.— E eu não tenho nada haver com seus atrasos. –e ainda acompanhada de um sorrisinho sarcástico, apenas para me mostrar o quanto eu fui idiota de cogitar a possibilidade de que ele me faria algum favor.

Ele já estava dando meia volta, e eu já estava calculando mentalmente qual horário eu chegaria se pegasse o próximo ônibus tendo tempo suficiente de resolver todo o processo de início letivo antes das aulas, porém fomos ambos interrompidos.

—Leve a sua irmã! –Richard Collins continuou com sua atenção direcionada ao jornal em sua mão esquerda, enquanto com a outra direcionava tranquilamente a xícara de café até sua boca. Eu poderia até jurar que ele não havia falado nada, e era apenas obra da minha imaginação, mas sua voz foi firme o suficiente para não deixar nenhuma dúvida, pelo menos para mim.

—Como é? –perguntou, e novamente a expressão de incredulidade estava em seu rosto, só que dessa vez não era acompanhada de deboche, mas talvez, de raiva?

Esse é mais um dos meus porquês: O que aconteceu para o James, além de ter raiva por mim, também ter raiva do nosso pai?

—Você me ouviu. –seus olhos finalmente se direcionaram ao garoto que lhe olhava indignado— Leve a sua irmã!

James ainda encarou meu pai por alguns segundos antes de direcionar seus olhos avelãs cheios de raiva a mim e se virar saindo da cozinha. Recebi muito bem a mensagem pelo seu olhar, então logo me apresso a pegar minha mochila já pronta e sair na mesma velocidade, apenas dando uma pequena pausa para dar um beijo no meu pai lhe desejando um bom trabalho.

O trajeto até o colégio Robert Fonrtaine foi feito em máximo silêncio, onde apenas era ouvido os sons externos dos moradores de Lewiston indo cumprir seus deveres diários. Eu não esperei nem mais um minuto, assim que o carro parou no estacionamento lateral do colégio peguei minha mochila no banco de trás e saí agradecendo ao James, que nem se importou de responder. Porém, eu sei que ele me agradeceu mentalmente por realizar o que ele queria, antes mesmo de precisar pedir: que eu sumisse do seu campo de visão.

Depois de resolver tudo o que precisava, já com os dados de minha matrícula e informações da minha sala em mãos, subo apressadamente a escadaria para o segundo andar do primeiro prédio, onde se localiza as salas de aula do segundo ano, viro à direita com os olhos fixos no papel para me certificar de qual sala eu pertenço: B2, certo.

Minha caminhada é subitamente interrompida por mãos em meus ombros, e logo reconheço de quem.

—Opa, cuidado por onde anda! Sabia que é perigoso andar enquanto ler?

—Kendall! –ignorando todo o seu sermão, puxo seu corpo para um forte abraço, o qual ligeiramente sou respondida.— Senti saudades.

—Sei que você me ama e não consegue ficar um mês longe de mim. –ouço sua risada e acerto um soco em seu braço, mas acabo sorrindo também.

—Como foi a viagem?

—Um pouco cansativa, mas teve seus bons momentos. –seu sorriso mal refletia em seus olhos e aquilo doeu em mim. Evitando aquele assunto, Kendall abriu um grande sorriso.—Mas então, bem vinda ao segundo ano pequena Collins, qual será a sua turma?

—B2! –respondi na mesma empolgação que antes estava. Por fora posso estar a alegria em pessoa, mas estou bastante hesitante na verdade. É meu primeiro dia no segundo ano do ensino médio, ouvi algumas pessoas falarem que o primeiro ano é fichinha, e que as coisas realmente se complicam é agora.

—Que bom, eu estava indo exatamente para lá. –Kendall apontou para o meu lado oposto, e foi então que eu percebi que estava no corredor errado. Soltando um curto riso envergonhada segui ele pelo caminho correto.

Assim que entramos, os alunos já estavam se posicionando cada um em seus lugares, o professor já se encontrava na sala, e antes de ter a oportunidade de receber alguma repreensão aproveitei a movimentação e sentei no primeiro lugar que encontrei.

Depois de respirar aliviada, pude parar para observar as pessoas que irei conviver por um ano, sei que logo atrás da minha carteira está Kendall, a presença dele já é bastante confortante, principalmente por saber que não estarei sozinha.

Passeando meus olhos pela sala reconheci os outros dois amigos do James. Carlos e Logan, os mesmos conversavam entre si, ignorando completamente as palavras do professor. Não julgo, estou fazendo o mesmo, apenas sem a parte de conversar. Com esses dois não vejo muita chance de termos uma amizade. Desde pequena, o James fazia questão de me manter longe do seu círculo de amizades, mesmo que isso indicasse que eu ficaria sozinha em algum canto nas festas que éramos levados. Kendall é o único do grupinho que foi contra o James e veio falar comigo no seu aniversário de seis anos, desde então somos grandes amigos.

Parando agora pra pensar, onde estaria o James? Não o vejo desde o estacionamento.

Voltando a procurar rostos familiares, me deparei com uma cabeleireira loira, juraria conhecer aquela garota. Não sei se realmente é possível, mas acho que ela sentiu que estava sendo observada, pois ela começou a olhar para os lados a procura de algo ou alguém.

Logo pude reconhecer, o nome dela é Katelyn Blake, já fomos grandes amigas, estudávamos juntas do sétimo ao nono ano, ao entrar no ensino médio ela foi estudar no mesmo colégio que a sua irmã mais velha, e agora ela está aqui. Dei-lhe um sorriso assim que ela finalmente encontrou quem tanto a olhava, ela também retribuiu. Senti falta da Kat.

Quando decidi finalmente prestar atenção ao que o professor dizia, ele foi interrompido. Acho que nem todos preferem passar despercebidos quando se atrasam.

O James acaba de adentrar a sala, e toda atenção é direcionada a ele. Seus olhos passam por seus amigos, talvez procurando um lugar por lá, e quando direciona para o Kendall, ele logo me nota.

É, parece que eu estraguei o seu desejo de me ter longe do seu campo de visão.


Notas Finais


Também disponível na plataforma do Wattpad, porém com personagens diferentes. "Life Jokes" de Ke11France


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