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História Lifeline - A vida exige que você seja forte.


Escrita por: gcaroliny

Capítulo 14 - A vida exige que você seja forte.


Fanfic / Fanfiction Lifeline - A vida exige que você seja forte.

Justin Bieber.

Northwestern Memorial Hospital, Chicago - Illinois.

07:01 p.m, 20/08/2015.

Minha mão treme, e sinto minha cabeça doer após a maldita notícia. Eu sabia que tinha algo errado comigo, mas nunca imaginei que seria a porra de um câncer. Você consegue sentir o peso dessa palavra? Eu.Tenho.Câncer. Eu não consigo raciocinar direito agora, apenas ouço o choro desesperado da minha mãe, que me abraça enquanto Scooter olha indignado para a médica a minha frente.

— V-você tem certeza? - gaguejo.

— Infelizmente, sim. - suspirou.

Coço minha nuca, e logo depois cubro meu rosto com minhas duas mãos. Eu ainda não acredito que essa merda está acontecendo. Pattie beija meus cabelos e murmura um “tudo vai ficar bem”. Eu espero que sim, mãe.

— An… Como eu disse, nós podemos tentar uma quimioterapia e…

— Podemos conversar outra hora? - peço abafado.

Ela vai em passos curtos até a porta e sai, nos deixando sozinhos. Encosto minha cabeça no travesseiro e fecho meus olhos, pensando (ou talvez tentando pensar) em tudo o que estava acontecendo. Eu estava “bem” há exatamente um semana atrás, e simplesmente descubro que estou com a porra dessa doença maldita. É óbvio que a minha vidinha não vai voltar a ser mesma se eu começar a fazer essas tratamentos. Tenho trabalho, coisas pra fazer, shows para participar, lugares para ir, pessoas para conhecer, e agora eu tenho que ficar vindo semanalmente para fazer exames que talvez possam ajudar a me curar! Me pergunto o porquê, o porquê de Deus ter deixado tudo isso acontecer, e me amaldiçoo nos próximos segundos pois tenho pensamentos incongruentes, que nenhuma pessoa em sã consciência e crente na fé deveria pensar. Hm, você já chegou a duvidar da existência de Deus? Pois bem, eu duvidei há cinco segundos atrás. Mas tenho um choque de realidade quando percebo que o único culpado sou eu, a culpa é totalmente minha por ter fumado como um fodido drogado há cinco anos atrás, e nunca ter parado até hoje. Isso me faz querer voltar no tempo para que eu pudesse negar quando tivessem me oferecido meu primeiro cigarro. Isso era tão frustrante e doloroso. Eu não podia fazer absolutamente mais nada para evitar. A merda já estava feita. E por consequência das minhas atitudes, eu estava com a porra de um câncer.

Pois bem, meus amigos, vocês agora sabem que Justin Bieber está totalmente fodido, em todos os sentidos que possa imaginar.

Ouço minha mãe fungar, e logo depois o celular de Scooter vibrar.

— Eu amo você. - ela murmura.

Eu sei que sim, Pattie. Eu sei.

— Tudo marcado, huh? - ele questiona saindo do quarto.

Engulo em seco ao ver olhos marejados e avermelhados, e tenho que me segurar para não chorar. Alguém tinha que ser forte nessa merda de situação.

— Qual é, mãe! Eu tô bem. - digo.

Ela me olha irritada e eu não digo nada, sei que menti.

— Você escutou o que a médica disse, meu filho?! Você ao menos escutou ela dizer que você está com essa doença horrível?! - grita com a voz embargada.

Puxo seu braço e a trago para perto de mim, encostando seu rosto encharcado em meu ombro. Ela se ajeita na cama e fica confortável ao meu lado, então eu peço que ela permaneça quieta, me abraçando e sem chorar. Eu aliso seus cabelos macios enquanto isso.

— Eu te p-pedi tanto que parasse de fumar, Justin. V-você sabe quantas vezes eu liguei de madrugada implorando para que largasse o cigarro… - murmura. - Você sabe… E eu não acredito nisso. Eu não acredito que você tem isso.

Limpo a lágrima que desce em minha bochecha e a aperto contra mim. Eu a amo, e apesar da distância, o sentimento nunca diminuiu. Apesar disso, ela nunca deixou de me ligar preocupada, perguntando se eu estava bem.

— Eu te amo. - digo beijando sua cabeça. - E eu vou ficar novinho em folha, que tal? - sugiro tentando ficar alegre. Só tentando mesmo.

— Você me promete? - ela levanta a cabeça do meu peito e eu entorto a cabeça.

— Palavra de Justin Bieber. - falo com uma voz grossa e ela ri nasalado.

Ela volta a se acomodar ao meu lado, e tenho a noção do quanto está cansada quando em sete minutos Pattie adormece. Saio devagar da cama, ajeito-a e procuro as chaves do meu carro. Passo as mãos no cabelo e saio do quarto, com cuidado para não esbarrar com Scooter por aí. Aparentemente, eu estava bem, e fico aliviado pois os analgésicos estão surtindo efeito. Estou a procura do elevador, e tento me esconder quando vejo Aurora. Ela cruza os braços ao bater seus olhos em mim, e eu me pergunto se ela não tem nada melhor pra fazer. Bufo antecipadamente e ela vem andando até chegar a minha frente.

— Aonde vai? - franze o cenho.

— Sem querer soar ignorante, mas não é a sua conta.

Suas mãos pequenas e macias deslizam pelo jaleco branco e ficam escondidas nos bolsos dali.

— É claro que é da minha conta. - Aurora diz calma. - Alguém te liberou?

— Eu me liberei. - dou de ombros.

— Justin…

— Qual é, Aurora. - reviro os olhos. - Não é nada demais.

— Você passou mal há menos de três horas atrás, e quer sair sete horas da noite sozinho?

— Se você quiser ir comigo é só avisar, tem espaço no meu carro. - falo irritante e ela ri.

— Eu já te disse que às vezes você é muito engraçado? - ironiza.

Entorto minha cabeça para o lado direito, e molho meus lábios ressecados. Aurora tem bochechas naturalmente rosadas, sua pele aparenta ser afável e seca, e seus lábios são bem desenhados. Ela enruga a testa e vira a cabeça, me dando a visão do seu nariz bem proporcional ao seu rosto. Seguro fraco seus dois ombros e a empurro contra a parede ao lado, foi algo realmente delicado, eu não estava na intenção de machucá-la.

— O que…

— Se Scooter perguntar, não diga nada. - peço.

— Você quer que eu minta?

Sim?

— Qual o problema?

— Eu não vou te obedecer, Justin. - ri.

Nego devagar e aperto seu nariz.

— Você vai estar me fazendo um favor, pequena Aurora.

— Justin…

— Olha aqui, você para de ser chata. - bufo me afastando.

Ela ajeita a roupa e desencosta da parede.

— Você vai fazer o tratamento, não vai? - questiona preocupada e tem meu silêncio como resposta. - Não me diga que está cogitando a ideia de não fazer…

Rio nasalado e dou de ombros. Isso a irrita, e Aurora me bate.

— Sabe que tem chance de cura, não é? Não seja burro o suficiente para deixar escapar tudo isso entre os seus dedos.

— Fala sério! Eu não quero ficar vindo toda maldita semana para ser furado. - digo irritado e saio andando, ouço seus passos me seguindo. -  Eu sou um cara ocupado, sem tempo para ficar fazendo visitinha em hospitais semanalmente. - cuspo.

— Vai colocar realmente o seu trabalho acima da sua saúde? - diz indignada. - O quão estúpido você é?

Eu paro rapidamente, e a olho inexpressivo.

— Você não....

— Eu não vou fazer a porra do tratamento, se é isso que você quer saber. - digo seco e volto a andar.

Acho o elevador e aperto no botão para abrir a porta, eu ouço alguns resmungos da baixinha, mas não passam de meras palavras bobas que não fazem diferença na minha vida.

— Você sabe que eu estou certa.

— E eu não dou a mínima. - fecho os olhos tentando ignorá-la. As portas metálicas tentam fechar-se, mas ela impede.

— Não vou deixar você fazer isso.

— É mesmo? - debocho.

— Você quer se matar, seu arrogante de merda?! - grita. - Sabe quantas pessoas gostariam de ter a chance que você tem?! Você sabe quantas daquelas crianças que foi visitar, gostariam de poder ficar livre desse maldito câncer?! Por que diabos está jogando tudo no lixo?!

Hm, ela sabe como pegar pesado com alguém.

— Eu. Já. Disse. Que. Não.

— Eu juro por Deus que você vai se arrepender disso.

E então ela dá meia volta, me fazendo ficar pensativo. Não, sem chance.

— Você vai mudar de ideia, ou eu não me chamo Aurora Grace. - silaba antes das portas se fecharem.

Quando eu dormi no sofá da casa dela, percebi que assim como eu, Aurora era muito sozinha. Isso tinha me impressionado, porque realmente não parecia. Mais cedo, quando acordei e todo o acontecido já estava esclarecido para os amigos dela, Celeste me contou que Grace tinha um terrível defeito de querer ajudar a todos o tempo todo. Isso não me parecia um defeito, mas quando soube que quando ela não conseguia ficava terrivelmente frustrada, eu concordei com ela. Agora noto que isso é realmente verdade, pois mesmo negando ajuda, Aurora quer me ajudar. Eu consegui deixá-la frustrada antes mesmo de tentar, que horrível. Mas a culpa não é minha se ela quer ser bondosa o tempo todo. Ninguém é bondoso o tempo todo. Nem mesmo Aurora Grace.

Saio do hospital e vou procurar meu carro no estacionamento, que está bem cheio por sinal. Coloco a chave na ignição e um paparazzi aparece no capô do meu carro. Abro a janela e coloco minha cabeça para fora, gritando um “desencosta do meu carro, mal elemento!”. Isso tinha arrancado risadas dele, e para mostrar que eu não estava para brincadeira levantei meu dedo do meio. Cliques e cliques, então saio dali. Eu não tinha ideia para onde ir agora. Onde eu iria às sete da noite? Meu celular vibra, e é Scooter. Silencio e vou dirigindo pela avenida movimentada. Eu vou pra casa, e espero encontrar minha nova empregada lá, realmente não quero ficar sozinho. Ela beira seus cinquenta e cinco anos de idade, quase da minha altura, com cabelos lisos ruivos batendo um pouco acima dos seus ombros e com uma pele desgastada. Eu a contratei por recomendação da minha mãe, e até agora não tenho do que reclamar. Nesse meio tempo em que fiquei dirigindo eu não pensei em nada a não ser na notícia de mais cedo. Isso era tão… Estranho? Eu não sei bem a palavra certa pra descrever tudo. Penso como irei dizer que eu, Justin Bieber, estou com câncer. Isso definitivamente iria percorrer o mundo todo, e tenho medo da reação de terceiros. E puta merda, me corta o coração saber que minhas fãs ficarão tristes com toda a situação, isso sem dúvida aconteceria. Algo vibra, e é mais uma ligação. Não Scooter dessa vez.

— Onde você está?

— Por aí. - digo conectando meu celular ao carro.

— Desembucha, moleque.

— Estou dirigindo em direção a minha humilde residência, pai. - ironizo.

— Sua mãe está preocupada. Ligue já para avisar onde está, não é porque já é homem que não deve dar satisfações.

— Hm.

— E nós precisamos conversar, cara. - a ligação falha.

— Eu já sei sobre o que se trata, e já adianto que não quero e não vou. - Jeremy resmunga.

— O que? Do que você está falando?

— Eu disse que… Espera, sobre o que você queria falar?

— Eu ia falar sobre seus irmãos. Pattie já te contou?

Ele ainda não sabia?

— Que eles estão doentes? - pergunto e ele diz que sim. - Disse, eles estão bem?

— Hm, Jaxon sim, Jazzy não. Mas tudo vai ficar bem, ela está na base de antibióticos agora. Sobre o que você estava falando antes? - muda de assunto rapidamente.

— Nada de muito relevante, achei que já soubesse. - murmuro.

— Que você acabou passando mal de novo? - diz.

— É.

Coloco meu carro no porte cochère, e desço do mesmo, desconectando o celular.

— Mas o que você não quer fazer e não vai? - pergunta.

— Nós podemos conversar outra hora? Eu estou um pouco ocupado agora. - minto.

Desligo e vou andando até a porta de entrada da minha casa. Vejo Katie no canto da sala, e sorrio ao vê-la.

— Boa noite, Senhor Justin. - diz simpática.

Eu odiava quando me chamavam de senhor.

— Apenas Justin não soa bem melhor para você? - pergunto e ela assente.

— Boa noite, apenas Justin. - sorri.

Dou um abraço fraco e dou batidinhas em sua cabeça. Eu inicio uma conversa simples e habitual, perguntando como tinha sido o dia dela, se ela estava bem e que não demoraria para que eu contratasse mais pessoas para ajudá-la nas tarefas de casa. Eu só precisava de tempo.

— E você? Está me parecendo preocupado.

— Problemas da vida, acho que você entende. - rimos.

— Não quer compartilhar? Talvez possa ajudar.

Penso bem e decidi omitir.

— Hm, eu não estou muito bem ultimamente. Digo, minha saúde. Eu acabei passando mal hoje, e depois de exames descobri algo desagradável.

— Não tem cura?

— Ter, tem. Mas olhe para mim, você acha que eu tenho tempo para ficar indo a hospitais, passando horas e horas, meses e meses sendo furado? Eu não quero essa vida, Katie. Definitivamente, não. - nego. - As pessoas ficam desestabilizadas, cansadas e acabadas tanto por dentro quanto por fora. Eu ainda sou jovem, com nervos a flor da pele, pronto pra conhecer cada pedacinho do mundo que eu ainda não tive a chance de visitar. Eu quero conhecer novas pessoas, eu ainda quero ter a minha vida apesar de todos os problemas. Não vai ser a mesma coisa, entende?

— Veja bem, meu jovem. Eu não sei se você sabe, mas eu sou viúva há exatos dois anos. Você faz ideia do que matou meu marido? Um câncer. - isso me surpreende, eu tinha sido tão óbvio assim? - Ele não faleceu porque lutou contra a doença, pelo contrário, ele foi tão imprudente quanto você. Ele tinha chance, tinha situação para se tratar, mas devido a idade decidiu “se deixar levar”. - fez aspas com as mãos. - Era como ele dizia. Óbvio que eu não concordei, eu tentei fazer mudá-lo de ideia, mas não deu muito certo. Então, nós aproveitamos cada minutinho. Eu o abracei enquanto pude, dei muitos beijos e repetia todo dia que o amava. Acontece, que não foi apenas o câncer que o matou, meu marido tinha outra série de doenças, sem falar que ele realmente já não tinha mais um propósito. Foi doloroso ver o amor da minha vida morrer. - ela ri timidamente. - E você, Justin, por Deus! Você é um garoto jovem, com um porte físico invejável, bonito, cercado por pessoas que querem o seu bem, com um idade ótima para aproveitar as coisas que o mundo tem para nos oferecer, e sem dúvida com um propósito na vida. Vai ser horrível para as pessoas que te admiram saber que deixou tudo escapar. Você tem chance, pelo o que entendi, e quer simplesmente jogar tudo para o alto? - eu me surpreendo depois, pois ela diz a mesma coisa que Aurora disse. - Há pessoas por aí, que dariam tudo para ter a oportunidade que você tem. Pense em como sua vida ficará depois de tudo, você vai ter o prazer de dizer que foi forte o suficiente por ter passado por toda a tempestade, e que apesar de cair, permaneceu firme. Não se deixe vencer, menino. A vida exige que você seja forte.

E ela acaba por ali.

Eu estava tão confuso, uma parte de mim queria, mas outra se recusava de todas as maneiras possíveis.

Katie logo vai dormir, e eu fico assistindo algo tolo na sala. Já são nove da noite, e eu não sinto nenhuma vontade de dormir, como sempre, então procuro algo para me entreter. Isso se chama, irritar minha médica desagradável.

Scooter tinha me dado o número do celular dela, então decido infernizá-la. Na verdade, eu apenas tento, pois a chamada cai na caixa postal. Bufo e disco o número de Edgar, acho que esse era o nome dele. Eu já tinha praticamente o número de todo mundo do hospital, graças ao meu empresário problemático.

— Edgar?

— Oi, Bieber. - responde. Que bom que já salvou meu número. - Aurora já te deu alta?

— Hm, eu quero conversar justamente com ela. Pode chamá-la? - peço.

— Aconteceu algo? - posso sentir seu tom preocupado. Ou talvez ele esteja apenas fingindo.

— Nada muito relevante.

Depois de exatos oito minutos, a voz dela soa pela ligação. Grace está ofegante, e suspira ao pronunciar meu nome.

— Justin…

— A-aurora, eu p-passei mal de novo. - murmuro sôfrego. - Me ajude.

— O que?! Edgar disse que você estava bem! - diz alto. - Minha nossa, Bieber. Eu vou mandar uma ambulância agora mesmo e…

— N-não, você precisa vir aqui. Ambulância não, por favor. - imploro.

Eu gosto de azucrinar as pessoas. Mas que péssimo defeito.

— Eu não posso! Estou de plantão.

— Por favor, Aurora. Você é minha médica.

— Justin, eu… Jesus, garoto! Você tem uma placa grudada na testa escrito desobediente. - bufa. - Não tome nada até eu chegar, e tente ficar calmo. Vou pedir que Edgar me libere e estou indo. - e então ela desliga.

Me espreguiço no sofá, e vou procurar algo para comer. Puta merda, e se ela chamasse Scooter e minha mãe para vir até aqui? Eu não tinha pensado nisso. Aurora demora pouco mais de quinze minutos para chegar, e eu penso como seria se realmente estivesse passando mal, eu morreria pela demora. A porta do seu carro bate, e ela gira a maçaneta da porta de entrada.

— Justin?

Ela já está dentro da minha casa, e então, eu me deito no sofá, fingindo estar dormindo.

— Justin, você… Ei! - ouço-a se aproximar. - Acorde, vamos, acorde. - me balança sem parar. - Não acredito que desmaiou, Bieber. Minha nossa! - esbraveja nervosa. Eu realmente preciso me segurar para não rir. - Maldita hora em que te obedeci e não mandei a ambulância. - escuto ela discar o número de alguém em seu celular, e finalmente decido abrir os olhos.

— Estou melhor, não precisava vir. - dou de ombros me ajeitando.

Ela ajeita a postura e guarda o aparelho. Uau, alguém está muito, muito brava.

Sua boca se abre devagar, e seu rosto fica vermelho.

— Eu não acredito, Justin Bieber. - murmura entre dentes e com os olhos fechados. - Me diga que você não fez isso.

— Hm, eu fiz isso sim. - falo simples.

— Justin Bieber!

— Tudo bem, tudo bem. Eu não fiz, então.

Suas pernas se mexem, e ela anda de um lado para o outro.

Ela pega em uma rapidez extrema uma das almofadas, e joga na minha cabeça. Eu gargalho, e em resposta tenho sinais de negação.

— Se você fizer isso de novo, eu juro. - e joga mais uma almofada. - Que eu te mato.

— E como você, uma mera anã inofensiva, faria isso? - caçoo.

— Quer mesmo saber como? - tenta soar ameaçadora. Estava quase lá. - Eu te mato com qualquer injeção letal que encontrar.

Não funcionou.

Grace se aproxima de mim, e bate na minha cabeça. Eu seguro sua mão antes de se afastar.

— Me solta, garoto ridículo. - resmunga. Eu não faço muita força para segurá-la, espero não estar machucando.

Puxo-a para mais perto, bagunço seus cabelos e me levanto do sofá. Eu a empurro para o móvel, e Aurora grita surpresa.

— Você não deveria ter me batido. - falo baixo.

— E você não deveria ter me feito de boba. - diz na defensiva.

Eu ignoro, e mexo minhas mãos em sua cintura fazendo cócegas. Ela se contorce no sofá, e eu gargalho com a sua inquietude. Ela levanta a mão e segura meu cabelo com força.

— Você está me machucando. - reclamo.

— Então saia daqui e pare com essa brincadeira infantil.

Reviro os olhos, e antes de sair aperto mais uma vez sua barriga.

Vou para cozinha, e pergunto se ela quer alguma coisa pra comer. É óbvio que a única coisa que Aurora faz é reclamar. “Você me fez sair do meu plantão, Bieber!”. “Eu deveria estar trabalhando”. “Eu deveria sei lá o que”, “você fez sei lá o que”, “não acredito que blá blá blá”, era isso que eu escutava.

— Tu consegue ser mais insuportável que o Scooter. - bufo pegando um copo.

— Justin, você tem brincadeiras grotescas. Eu odeio isso. Principalmente por mexer com coisas sérias. Eu realmente estou irritada com você. - ela diz atrás de mim, eu me viro.

— Sim, eu sei. Mas está tudo bem, não é? Então fique quieta.

Aurora balança a perna inquieta, e eu levanto a sobrancelha.

— Olha aqui. - pede. - Se você fizer isso mais uma vez, te mando para o inferno e deixo de ser sua médica. - ameaça.

Cuspo a água dentro do copo e rio, mas logo paro ao ver sua expressão irritada.

— Certo, certo. Eu dou minha palavra que não farei mais brincadeiras por alguns dias. - sou sincero.

— Alguns dias?

— Não reclame, a não ser que queira que eu te mate todo dia.

Aurora nega rápido, e eu assinto. Ela se senta na cadeira dali após eu insistir muito, e então, ela finalmente come alguma coisa. Eu sou um cara bom na cozinha, então preparei alguma coisa para comermos. Apesar de Katie estar a minha disposição, eu não queria incomodá-la sendo que eu poderia fazer minha própria comida. Não era nada extraordinário, apenas bacon, ovos, peguei pães e pasta de amendoim, e optamos por suco. Ah, eu preparei panquecas, Aurora disse que também gostava, então não vi problema.

— Você tem certeza que não colocou nenhum veneno? - brinca.

— Vai ter que provar pra saber. - dou de ombros.

Me sento a sua frente, e nós comemos. Modéstia a parte, mas eu tinha feito um ótimo trabalho. Grace elogia, e eu agradeço. Nós conversamos durante o momento em que estávamos ali. Eu disse o que costumava fazer quando estava sozinho, e ela a mesma coisa. Aurora dormia, e eu geralmente assistia filmes e comia. Quanta diferença. Beberico meu suco e bato o copo forte na mesa quando ela diz a mesma coisa pela segunda vez. “Eu deveria estar no meu plantão”. Que saco, porra.

— De novo, Aurora? - irrito-me.

— De novo o que?

— “Eu deveria estar no hospital”. “Ainda estou de plantão”.

Nego devagar, e respiro fundo. Tenho uma ideia.

— Quer ser a minha médica? - questiono do nada.

— Eu já sou a sua médica. - fala o óbvio.

— Não, você não entendeu. Eu estou perguntando se você quer ser a minha médica. A minha médica particular.


Notas Finais


uhuuu, Justin quer Aurora como uma fucking médica particular hehe Só vai, bebê.
eu sou tão top que nem tô demorando para atualizar, né? mas só pq eu já tenho uns capítulos prontos. Rindo de tristeza.
Até mais, ícones.


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