História Ligação De Sangue - Livro 01 - Capítulo - 17

Especial Derek Hale parte  2

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Anteriormente....

Eu era muita coisa, ranzinza, mal humorado, azedo e entre outros adjetivos que colocaram na minha pessoa, mas ciumento? Era nova ou nem tanto, na verdade sempre fui, principalmente desde criança. Ciúmes pelas 'coisas' que eu considerava como minhas. Só que conforme eu ia crescendo, fui aprendendo a lidar com tais sentimentos, bem, a esconder e a lidar melhor com ele.

Niklaus Mikaelson não sabe onde está se metendo.  Híbrido Original, babaca do caralho! Que se ele duvidar, e se continuar apertando na mesma tecla com essa Carol-Vadia, irei sumir do mundo e vou apagar  ele da minha memória. 

Quem esse traste pensa que é, para dar liberdade para uma ex? Ele me vê fazendo isso com a Braeden ou com todas as minhas ex? No caso de dezessete delas, eu acho. Ah, Klaus!  Il mio amore,  se soubesse das inúmeras vezes que tive que trocar o número do meu celular só esse mês não estaria bancando um besta retardado. 

Mas deixa,  que o dele está guardado. Oh, se tá! 

E falando em trocar de numero, tenho que fazer isso ainda hoje, novamente. Óbvio! Pensou o quê? Fazer quando me lembro. 

Era mudar o chip ou um novo celular. E perder o meu tempo, tacando o aparelho contra a parede por causa de uma ex a me ligar ou a enviar fotos – nada decente – e mensagens era desnecessário. Claro que parcialmente a culpa era toda minha,  anos atrás eu era uma galinha master, ficando com todas por uma noite ou por  várias noites só  para descartar quando enjoasse logo depois. Era errado da minha parte, ''um moleque infantil'' foi o que Stiles disse ao me repreender. Sim, ele teve essa coragem, claro que depois correu, só não foi para Nárnia porque não havia maneiras de ir e ao inferno muito menos, para ter ele comandando aquele lugar em dois tempos era rapidinho e lúcifer não iria gostar disto ou ia? Creio eu que terei que perguntar a ele depois quando for à boate Lux. Mas independente de tudo, o que o filhote falou me fez abrir os olhos para as minhas atitudes e concertar muitas delas. 

Agora o que não entendo é: Se nunca dei alguma esperança a elas e que de fato só as ilude.  Porque ficam vindo atrás de mim? Nunca pedi em namoro ou afirmei algum relacionamento, só era uma foda e diversão na minha mente de galinha.

Um passado que orgulhosamente deixei para trás.

Muitos falavam que uma vez galinha, sempre galinha. Mas era uma tremenda mentira,  sou a prova viva que deixei essa fase para trás, tanto que fiquei na seca até encontrar Klaus Mikaelson, o meu companheiro. Demorei e como demorei a aceitar e deixar me levar, entrar de coração e alma nesse relacionamento.  

E sinceramente, o medo de quebrar a cara novamente como havia  acontecido com Kate e a Braeden vem ficando cada dia mais forte, principalmente na presença dessa, Caroline a vadia mor de todo o século. O receio e insegurança de estar cometendo um erro abrangia a maioria dos meus pensamentos.

Sei que eu não deveria ser tão inseguro mas o que posso fazer se os relacionamentos anteriores foram traumáticos. Uma matou a minha família e a outra se aproximou só para pegar as garras e ítens que eram de Talia? Tinha a Paige mas eu não gostava nem de lembrar. 

Todos esses três únicos relacionamentos marcaram a minha vida ao ponto de eu nunca querer mais outro, só que Klaus veio como um meteoro e bagunçou todos os meus planos.

Me fez amá - lo de uma maneira tão intensa e sufocante. Klaus se tornou a âncora que eu precisava, um pilar de apoio. Provavelmente estou parecendo um adolescente bobo e apaixonado,  não importava, mas era assim que me sentia. 

Por isso que esses sentimentos tão conflitantes me atormentam. Me arrisquei demais ao destruir os muros para deixar Klaus se enraizar no meu coração já cicatrizado. 

Será que fiz o certo? Me permitir amar novamente sem ter o medo de sofrer.

{...}

As árvores iam ficando para trás conforme eu aumentava os meus passos, correr sempre foi um ponto de escape, uma ajuda para esquecer dos problemas — onde Klaus era um deles — nem que seja por algum tempo, praticamente fazia duas horas desde que comecei  a correr na floresta de New Orleans, no limite da cidade.  Já escurecia e a escuridão avançava  por entre os arvoredos, não que ele realmente se importasse, só que a possibilidade de voltar à mansão Original o entristecia, o que esperar de um companheiro que prefere só dar atenção a ex? 

Amiga, ele disse. 

Atá, sei! 

"Amiga", hahaha, era isso o que eu falava para as mulheres na qual ficava no passado. Uma desculpa. 

Ah, Derek! Você não está imaginando coisas onde não tem? Não deixe que as paranóias do filhote te contagiem. 

Tsc. As paranóias do Stiles contagia até o que não existe.

Suspirei. 

Okay, vamos enfrentar o pandemônio e não, não era a boate/Clube Pandemônio. Saudades daquele lugar. Foram tantos momentos incríveis. Ei! Eu posso não ser mais galinha ou cafajeste, mas nada tira o fato que fui muito feliz nessa época.

{...}

Merda! 

Porque a Allisson está aqui? Ela não deveria estar em Paris fazendo faculdade de artes? 

— DerBear! — Allisson gritou assim que passo pela porta de entrada, ao adentrar na sala de visita, ela correu na minha direção.  E lá se vão os meus ouvidos. — Preciso te fazer um convite.

Parei. 

Será que dá tempo de fugir para a Antártica?

— Eu não deveria ter dado o diário e chave do Ateliê da Laura para você, tem muito material de chantagem por lá. — Falei secamente. Mas por dentro eu estava  eufórico e derretido por estar na presença de um dos filhotes. — Vai me pedir para esconder um corpo? — Perguntei com um arquear  de sobrancelha ao examinar o seu estado de nervosismo. — Não, não é isso. Tio Peter te ensinou muito bem a arte de desovar um corpo. 

Rindo, ela balançou  a cabeça. 

— E qual seria a graça 'Alpha?' Laura é a minha fonte de inspiração. O seu estilo de pintar era único e original...a minha preferida de todas as pinturas que há no ateliê e um esboço seu com um lobo branco de olhos vermelhos. As cores e o estilo eram  tão reais, o fundo de uma cachoeira..

Desviei o olhar. Como doía lembrar dela.

— E a cachoeira lunar. 

— Como? — Perguntou surpresa. 

Suspirei. 

— Foi a Laura que encontrou essa cachoeira. — Esclareci com um dar de ombros indiferente para mascarar o quão afetado fiquei com esse assunto. — O lobo branco é a sua forma animal....essa obra é a última lembrança em vida que tenho dela...  — Olhei para longe, atormentado com as lembranças. — Lembro do cheiro das tintas, do  perfume que usava...do sorriso verdadeiro e feliz que ela exibia, havia um brilho tão contagiante em seu olhar. Laura amava pintar, olhar a tela em branco e tecer com o pincel o que sentia. Era uma fuga e uma válvula de escape da tirania de nossa mãe.  E eu amava mais que tudo ficar presenciando esses momentos, onde eu conseguia enxergar nela a minha irmã mais velha e não a futura Alpha do pack Hale. Eu não me importava com as milhares de explicações que ela dava, quais pincéis usar ou qual tamanho de tela para uma determinada pintura, o tom de cor certo……

— Você gostava de ouvir ela falar, ver ela pintar... — Allisson continuou quando a minha voz morreu.  — Desculpe...me desculpe mesmo Derek...eu não deveria não ter tocado nesse assunto sabendo o quanto te machuca lembrar de Laura…

Sorrindo francamente. 

— Essa é uma dor que terei que lidar por mais enorme que seja… — Falei pegando a sua mão. — Está tudo  bem alli…, sério..

— Não…. não está... desculpe... burrice minha. — Chorou em culpa. — Você não superou a morte dela…

-Ei...eu superei no instante que te dei o diário e chave do Ateliê. E você melhor que ninguém sabe o quão abalado fiquei ao entrar lá. — A acalmei puxando para um abraço. —   E por mais que doa como inferno ouvir e ver o quê me remete a essas lembranças, ainda continuo amando fazer isso. Eu não fico te ouvindo ou deixando me fazer de modelo se não gostasse…

Suspirando, se afastou e me olhou curiosa.

— Você presta atenção em tudo o que eu falo?  — Perguntou-me surpresa. — Sempre tem uma expressão de desinteresse, como se não importasse.

Revirei os olhos e rosnei de leve em brincadeira. 

— Eu presto atenção em tudo o que vocês falam. — Resmunguei ao estremecer ao lembrar de todas as suas conversas. — Lydia precisa ser estudada pela NASA. Nunca vou entender a tara que ela tem em me ver sem camisas…

— Oh..meu Deus. — Exclamou em choque. — Você escutou essa parte, merda! Não é só uma tara, ela que ir para cama com você.

Com uma careta e constrangido, olhei para o chão. Tão direta!

— Eu sei! A teoria dos sete que ela usa, já usei no meu tempo de galinha, bons tempos aqueles...— Falei com um ar nostálgico. Rindo desviei do seu soco. — Estou brincando! E sério que ela foi para cama com o policial Parrish e o Jackson juntos?  

Allisson levou a mão à boca e me olhou.

— Quero um buraco para me esconder, DerBear! — Exclamou constrangida. — Tudo mas tudo mesmo? Até o do sonho?

Droga!

— Eu nunca mais vou ver um morango de outra forma ou uma mesa de escritório. — Falei fazendo uma careta. — Não sei qual é o mais perturbador: Se eu estar nesse sonho,  a riqueza de detalhes ou porque que foi a Kira que sonhou.

— Oh, merda!

— Sim, merda! Vocês são um bando de pervertida….

— Ei, não me coloca no meio! 

— Claro, não foi você que comentou com a Malia que se Peter não fosse companheiro de Noah, iria mais que amar ir para cama com ele? Porquê na sua visão, ele seria bom de cama e…..

— Okayy. — Gritou envergonhada ao me interromper. — Já entendi que por mais que você aparenta ser indiferente e que não se importa com a pack não que dizer que seja verdade mas sim que presta atenção em tudo, okay, vou me lembrar da próxima. Agora vamos esquecer esse assunto antes que tenha mais algo constrangedor …

— Tenho bastante arsenal, nada demais, só para você saber.

— DEREK!

— Ta! — Me rendi com um sorriso.  — Qual é  o convite que você disse que ia fazer?

Suspirando ela desviou o olhar para o chão. 

Certo, o que essa doida quer? 

— Me dá uma das suas blusas? 

Suspirei e sorri ao puxá - la  de novo para um abraço. 

— Desde quando você ou alguém da pack pede autorização para pegar algumas das minhas blusas? Alli, estou acostumado com os pequenos filhotes ladrões. — Exclamei alegre. Estar na presença da minha segunda Beta animou o meu estado de espírito e com isso acalmando o meu lobo super protetor e raivoso. — Não sabia que você virou um urso panda Allisson.

Isso era fofo.

A Argent mais nova escalou pelo meu corpo, enlaçando as suas pernas na minha cintura e os braços pelo o meu pescoço. 

— Eu..só… — Começou a dizer,  mas parou ao enterrar rosto no meu peito, respirou fundo e continuou a sua voz trêmula. — Preciso me sentir segura DerBear… acho que 'ela' pode estar viva. 

Tenciono, sentido todo o ar dos pulmões sumirem, senti-me  gelar e a ficar branco como se estivesse visto um fantasma. Mas de fato era um fantasma. 

Um fantasma medonho, horripilante e o meu maior trauma.

Esse 'ela', eu sabia muito bem de quem se travava. Mas se perguntava como ela ainda pode estar viva? Nós a vimos morrer.

Manter a calma era disto que eu precisava. Mais como? As lembranças vinham como uma torrente furiosa, levando tudo o que havia de bom. 

— Fique calmo, Derek! — Pediu-me ao ficar em pé na minha frente. — Vamos dar um jeito. — Disse ela, levando a mão até o meu rosto. — Respire e não deixe as lembranças ruins…

Uma risada de escárnio  escapou dos meus lábios entreaberto em uma tentativa de manter o fluxo de ar.

— Não são só as lembranças ruins que me preocupa. — Esclareço aflito. Olhando em seus olhos e percebendo o medo real que ela sentia com toda a situação. — Não…

— Essa 'Ela' deve ter sido muito importante para você estar reagindo assim Derek.  — Disse uma voz feminina. Me virei para olhar, contendo a louca vontade de rosnar, a CarolVadia sorria com ar inocente, mesmo sabendo das segundas intenções por trás das suas palavras. E por que caralho, essa vaca não desgruda de Klaus? Tá bravo porque amor? Perguntei - me  ironicamente ao olhar na sua direção— E uma ex?