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História Ligados Pela Liberdade (Imagine Ten) - Déjà Vu


Escrita por: Xuchittaprr

Notas do Autor


Meus títulos são muito lixo, não sei escolher, levo mais tempo pra pensar nele do que pra revisar o capítulo.

Capítulo 20 - Déjà Vu


S/n acordou animada no sábado, pois seu irmão mais novo iria visitá-la. Ela sabia que ele ia adorar a casa porque era do jeito que ele gostava. Hyuck gostava de tudo o que era moderno e contemporâneo, e seu sonho era fazer arquitetura. Fora que ele iria morrer de amores quando visse os oito cachorros e dois gatos de Ten, podia até imaginar seu irmão rolando no chão com os bichos.

Ela tomou um banho rápido, vestiu uma roupa confortável e saiu de seu quarto. Viu Tommy - um dos cachorros - arranhando a porta de Ten insistentemente, querendo entrar. 

-Tommy, calma - Ela murmurou. Bateu na porta do quarto mas ninguém respondeu. Uma música alta vinha de dentro, não se surpreenderia se Ten estivesse dançando feito louco. - Ten! - Ela chamou. Esperou alguns segundos, mas ele não respondeu. Provavelmente não estava escutando com aquele som alto. 

A garota girou a maçaneta com cuidado e abriu a porta para o cachorro entrar. O que ela não esperava era que o quarto dele fosse como o dela, com um chuveiro aberto no meio do cômodo, e que Ten estaria tomando banho naquela hora com o som ligado. Ela sentiu seu coração palpitando quando seus olhos grudaram no corpo nu do garoto, que estava de costas para ela, lavando seu corpo distraidamente. Ele fechou os olhos, jogando os cabelos para trás, enquanto a água caía sobre o seu corpo extremamente definido. Ela não sabia se era por ele ser dançarino, mas nem os jogadores do time de futebol americano da faculdade tinham aquelas costas e aquela bunda. Ten abriu os olhos e viu que Tommy estava no quarto, então ficou confuso, pois se lembrava de ter fechado a porta. S/n percebeu que o garoto ia se virar e saiu do seu transe, fechando a porta do quarto apressadamente.

Ten viu a porta se fechando, mas não viu S/n, porém ele sabia que era ela já que eram os únicos moradores humanos da casa. Ele abriu um sorriso, imaginando qual teria sido a reação dela. 

S/n, do lado de fora, se escorou na parede e tentou compassar sua respiração - Puta merda… - Ela murmurou fechando os olhos e tentando se esquecer do que tinha visto, como se isso fosse possível. Por um momento ela achou que avançaria sobre ele, mesmo que se tratasse de Ten. Estava se sentindo confusa e surpresa por ter desejado o garoto daquele jeito naquele momento. 

S/n voltou a si e desceu as escadas, indo até a cozinha. Pensou em se esconder no quarto, mas uma hora ou outra teria que encará-lo. Ela torcia para que ele não tivesse percebido, e tentou se convencer disso, sendo positiva ‘’Com certeza ele nem percebeu, fica tranquila’’, pensou.

Ela viu a porta da cozinha aberta e com certeza Ah-ri já tinha chegado e estava fazendo outra coisa, pois a pia estava com louças usadas. Ela se sentou no balcão, voltando a pensar no que tinha acontecido e tentando espantar aqueles pensamentos ao mesmo tempo. Estava tão distraída que nem viu Ten chegando.

-Estava me espiando, Ariel? - Ele perguntou com um sorriso malicioso assim que entrou na cozinha.

S/n sentiu seu rosto queimar de vergonha mas manteve sua postura, fingindo que não tinha ficado constrangida.

-Eu apenas abri a porta para o Tommy entrar, não comemore.

-Tudo bem, não precisa ficar envergonhada - Ele riu vitorioso, vendo que ela estava corada.

-Na verdade eu acho que quem me espia é você - Ela encarou ele com um sorriso torto, tentando virar o jogo e deixá-lo constrangido. Ela era muito orgulhosa e não daria o gosto dessa vitória a ele.

Às vezes, quando ela estava nadando, via o garoto da sacada observando ela nadar enquanto comida sua salada. Ten estava aprendendo a controlar seus impulsos, e por mais que às vezes fosse difícil, ele gostava de ficar observando ela.

O que S/n não sabia é que era muito difícil constranger Ten.

-Eu não te espio, eu não escondo quando estou vendo o seu nado olímpico, até aceno para você - Ten sorriu e bagunçou o cabelo dela - Bobinha.

S/n bateu na mão dele, irritada, não sabendo se por ele ter bagunçado seu cabelo como se ela fosse uma criança ou por ele ter razão no seu argumento.

-Não encosta em mim, seu sem graça - Disse saindo de perto dele.

- Ariel, não fique na defensiva, eu sou carinhoso com os meus amigos - Ten falou enquanto sentava no balcão para comer sua salada.

-Tá, mas eu não sou criança para você bagunçar meu cabelo.

Ah-ri entrou na cozinha, apressada - Bom dia, crianças - Ela sorriu - S/n seu chá está quase pronto, vou colocá-lo no copo.

-Sem problemas - Disse educadamente e olhou com cumplicidade para Chittaphon, que segurava a risada por causa do ‘’crianças’’.

-Aqui está - A cozinheira entregou o copo a ela, que sorriu agradecendo - Vão trabalhar hoje? - Perguntou.

-Eu estou indo para a empresa daqui a pouco - Ten respondeu, checando as horas em seu celular.

-Eu só preciso responder uns e-mails, não vou para a empresa hoje - S/n respondeu, agradecendo mentalmente por Ten ter deixado o assunto do banho de lado - Meu irmão vai vir almoçar aqui e passar a tarde - Completou.

Ten foi pego de surpresa. Sua primeira reação foi ficar preocupado, pois não queria correr o risco de ter Taeyong o incomodando na própria casa, mas logo tentou disfarçar isso.

-Qual irmão? - Perguntou, tentando parecer despretencioso.

-E isso faz diferença? - S/n respondeu passiva agressiva. Ela sabia que Taeyong e Ten não se davam bem e imaginava que o tailandês falasse mal de seu irmão igual Taeyong fazia com ele, e jamais admitira isso, afinal, Taeyong era a pessoa que S/n mais amava e o defenderia até a morte.

-Não - Sua resposta foi quase inaudível. 

S/n olhou para o garoto e ele parecia chateado enquanto mexia sua salada. Se sentiu mal pois talvez tivesse soado mais grossa do que pretendia. Ela não gostava de ver Ten quieto daquele jeito.

-É o Hyuck - Falou num tom brando - Não se preocupe. 

-Não, tudo bem…

-Eu sei que você e Taeyong não se dão bem. Por quê?

-Sei lá - Ten deu de ombros. Nem ele sabia direito porque Taeyong começou a persegui-lo assim que ele entrou na escola, e não gostava de lembrar das coisas que o Lee fez para ele. Era melhor esquecer aquilo e mudar de assunto, como sempre fazia - Enfim, já que vai ficar em casa, pode receber um quadro para mim? - Ele perguntou empolgado, mudando completamente de humor. S/n estranhou mas foi contagiada pelo sorriso de Ten e achou melhor deixar a conversa sobre ele e Taeyong de lado, para não acabar brigando com o garoto ou deixando ele chateado. 

-Quando foi que você comprou um quadro? - Ela perguntou sorrindo.

-Faz um tempo já. Eu encomendei de um artista espanhol, Miquel Barceló. Já ouviu falar?

-Não. 

- Ele é ótimo. Enfim, depois eu pego a autorização para você entregar para a escolta. 

-Ok - Ela respondeu se virando para a cozinheira, empolgada porque seu irmão passaria o dia com ela - Ah-ri, se você puder, não coloque alga na comida, por favor. Hyuck não gosta.

-Sim senhorita. 

-Nossa, você está tão feliz, estou até com inveja - Ten disse num tom divertido. Ele gostava de ver S/n sorrindo daquele jeito, e desejou que ela fizesse isso mais vezes.

-É porque o Hyuck está vindo me ver.

-Mentirosa, é porque você me viu tomando banho! - Ten falou e S/n jogou o guardanapo nele, enquanto a cozinheira arregalou os olhos escutando aquilo. Ela não se surpreenderia se os dois comessassem a ser casados não apenas no papel. Na verdade, até torcia para que isso acontecesse.




 

xxxXxxx




 

S/n acertou o prato e Haechan acertou outro logo em seguida. A Lee tirou o protetor auricular e se aproximou do irmão. Ele sentiu a presença dela e tirou o seu também.

-Nice shoot, maninho. Você está mandando bem - Ela falou.

-Estou pensando em competir - Disse ele.

Os dois tinham almoçado a pouco tempo e tudo foi muito divertido. A cozinheira adorou Haechan, que arrancou muitas risadas dela contando a história sobre quando ele entrou no carro errado e só percebeu no caminho, e de quando pegou carona com a polícia para ir para o colégio, sem contar as inusitadas vezes que ele gravou vídeos acordando seus irmãos com alguma traquinagem. 

Ele de fato tinha adorado a casa e principalmente os cachorros de Ten, e os apelidou com nomes como ‘’preto’’ ‘’branco’’ ‘’peludinha’’ ‘’rebaixado’’ ‘’focinho achatado’’ etc. S/n estava feliz por tê-lo ali e percebeu o quanto sentia falta dele. 

-E você e Mark, como estão? - Ela perguntou, alcançando uma garrafa d’água. Viu seu irmão desviar o olhar para baixo e de repente ele ficou chateado. -Aconteceu alguma coisa?

-Não, nós só não estamos nos falando muito… Sei lá, acho que não vai dar certo. É horrível namorar escondido.

 S/n sabia que ele escondia seu relacionamento dos pais, mas desconfiava que na verdade ele escondia de todo mundo e só ela sabia do namoro. 

-Seus amigos sabem sobre vocês?

-Só o Jaemin - Ele caminhou cabisbaixo e se sentou no banco, colocando com cuidado a calibre 12 no chão.

-E por que você não conta para eles?

- Tenho medo da reação deles, não quero que me zoem.

-Se está com medo disso então você precisa de amigos novo, não acha? - Disse ela.

S/n falou isso ao irmão pois não tinha mais paciência para se relacionar com pessoas que não acrescentassem em algo na sua vida, e por isso mesmo acabou por se afastar involuntariamente das suas amigas. Quando ela voltou dos Eua, achou que a amizade delas seria igual ao que era na época do colégio, porém tudo estava muito diferente e agora elas apenas trocavam mensagens superficiais às vezes.

-Eu gosto dos meus amigos e na verdade nem é esse o problema, é que... Não é só isso - Hyuck encarou a irmã com uma expressão séria e angustiada - Papai quer que eu vá para a Inglaterra no próximo ano. Se isso acontecer, acabou eu e Mark.

S/n sentiu o peso daquelas palavras. Era como se estivesse num déjà vu. Aquela cena já tinha acontecido, e ela sabia como era horrível. Ela não conseguia acreditar que seu pai faria com Haechan o mesmo que fez com ela.

S/n foi até o irmão e agachou na sua frente, o encarando - Você quer ir? 

-Claro que não. Eu quero ficar aqui, com Mark. S/n, eu amo ele.

Ela viu nos olhos de Hyuck o quanto ele estava aflito e uma dor invadiu seu peito. Ela queria muito que ele apenas fosse feliz. Ela sabia como aquela situação era complicada. Querendo ou não, ela e seus irmãos nunca teriam coragem de ir contra seus pais. Respeitavam e amavam demais eles. 

-E se Mark fosse para a Inglaterra também? - Ela sugeriu.

-Mana, não dá. Ele é bolsista, não tem dinheiro. 

-Não tem problema, eu pago. Sabe que dinheiro não é problema. - S/n disse confiante. Ela havia  sacrificado sua vida por causa de bilhões e se pudesse fazer algo valer a pena com aquilo, ela faria. Todo aquele dinheiro tinha que valer alguma coisa, nem que fosse a felicidade do seu irmão. Se ele quisesse levar Jaemin e todos os seus amigos juntos, ela pagaria também. Alguém tinha que ser feliz.

-Não mana… Você não entende. Mark não é como nós, ele não liga para dinheiro e jamais aceitaria. Ele é a pessoa mais orgulhosa que eu já conheci na vida. - O irmão falou com a voz esganiçada e uma lágrima rolou pelo seu rosto. 

-Olha… Eu vou falar com o papai - S/n sentiu seu coração apertado e a vista embaçada por causa das lágrimas se formando - Você não precisa ir.

-Ah, ele obrigou você a ir, até parece que não vai me obrigar também - O Lee menor virou os olhos.

-Mas talvez eu o convença.

-Não vai dar certo, ele quer que eu ajude Taeyong na empresa - Haechan começou a chorar mais ainda, como se a ideia de ter que trabalhar na empresa fosse tão pior quanto perder Mark.

-Olha, eu vou tentar falar com ele. Se ele não aceitar, então você vem morar comigo, ok? 

-E vou ser deserdado?

-Eu te herdo - Ela sorriu carinhosamente - E eu deixo você morar aqui na pedana, ou na casa da piscina, ou na academia. Ou quem sabe na casinha dos cachorros - Ela riu, tentando animar o irmão - Eu falo brincando, mas é sério. Se você não quiser ir, pode vir morar comigo. Essa casa é enorme e sempre vai ter lugar pra você. Eu pago seus estudos e sei lá... Uma hora papai vai te perdoar.

Ele sorriu fraco para a irmã e limpou as lágrimas, se acalmando -S/n… Como foi pra você? Isso de ter que ir estudar fora?

-Honestamente Hyuck… Não foi ruim. No começo eu também não queria ir, mas estava tão brava e triste que não suportava mais ficar na Coréia. Na verdade, acabou sendo até um alívio na época e eu gostei dos Estados Unidos. E pra falar a verdade… Acho que a Inglaterra é um lugar que você ia gostar de morar também.

-Você acha que eu devo ir? - Ele perguntou. 

S/n desviou o olhar e ficou pensativa. Ela e o irmão eram muito diferentes, e S/n não amava ninguém quando foi embora, pelo contrário, estava desiludida por causa de Jaehyun. Provavelmente se ela estivesse apaixonada também não teria aceitado se mudar. Mas por outro lado, a experiência tinha sido boa. Ela abriu a cabeça para muitas coisas e sua vida agora não era ruim, inclusive estava até começando a se dar bem com Ten. 

-Quem tem que decidir isso é você - Ela encarou Hyuck no fundo dos olhos - Mas eu acho que você deve seguir seu coração, porque no final é isso que importa. O dinheiro é bom, mas não é tudo. 

Haechan sentiu que a irmã estava falando aquilo por experiência própria. Ele conseguia enxergar, era quase como se fosse palpável.

-Você sabe por que Ten se casou comigo? - Ela perguntou, vendo a semelhança da situação do tailandês com a do seu irmão. Ambos não queriam trabalhar nos negócios de suas famílias.

-Porque ele não queria trabalhar na  empresa.

-Exatamente. Ele seria infeliz se fizesse isso. Na verdade eu nem sei se ele é feliz agora, mas com certeza seria muito pior. Até porque convenhamos, eu sou bem legal - S/n falou em tom de brincadeira e Haechan riu. - Olha, vai dar tudo certo, não vou permitir que você não seja feliz, ok? E conte para os seus amigos sobre Mark, não deixe que ele pense que você tem vergonha dele. 

-Valeu, mana - Haechan puxou a irmã e a abraçou apertado, se esquecendo pelo resto do dia de todos os problemas que estavam acontecendo em sua vida. 


 


Notas Finais


Ai meu core. Todo mundo se alistando pra proteger o Haechan.


Meu, esse Ten é cara de pau.


Esperando o momento do casal: Precisamos falar sobre Taeyong


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