1. Spirit Fanfics >
  2. Ligados Pela Liberdade (Imagine Ten) >
  3. Desabafo

História Ligados Pela Liberdade (Imagine Ten) - Desabafo


Escrita por: Xuchittaprr

Capítulo 22 - Desabafo


S/n estava há quase dez minutos olhando fixamente para a tela do computador. Ela não era de roer as unhas - pelo contrário - mas aqueles e-mails eram muito esquisitos. 

A garota havia recebido uma notificação de um banco irlandês dizendo que o cadastro de Chittaphon havia sido atualizado e agora a conta era conjunta, por ser esposa dele. Caso a informação não procedesse, era para entrar em contato. Ela não teria achado estranho se não tivesse recebido a mesma notificação de mais doze bancos em seis países diferentes, e sabia que todos eram paraísos fiscais; Singapura, Hong Kong, Suíça, Irlanda, Panamá e Mônaco. 

Ela jogou o corpo para trás na cadeira e suspirou pesadamente. Aquilo era esquisito. Porém ela sabia que Ten gostava de viajar e talvez tivesse aberto várias contas para isso. Se não fosse o caso, ela teria que investigar, apenas para garantir que estava tudo certo, afinal, paraísos fiscais em si não eram ilegais e nem sempre eram sinal de coisa errada. 

Ela tentou seguir seu expediente normalmente e não se preocupar tanto com aquilo. Quando chegou em casa, viu Ten na mesa de jantar, concentrado, desenhando. Ela esboçou um sorriso, achando ele adorável com seus óculos e compenetrado daquele jeito. S/n colocou sua bolsa em cima da mesa e se aproximou dele, arrancando seus sapatos.

-Ah, oi, Ariel - Ele levantou o rosto, a encarando e olhando ela tirar os sapatos - Você precisa deixar os sapatos lá fora, mocinha, não traga sujeira da rua pra cá - Disse, voltando para o seu desenho.

-Eu desacostumei depois de morar no ocidente, mas vou fazer isso - Falou calmamente. Ela tinha algo pra perguntar a ele e tinha que ser com cuidado, por isso nem se incomodou com a repreensão do garoto, e sem contar o fato de que sabia que ele estava certo - Enfim, o que está desenhando? - Tentou ser simpática antes de falar sobre o assunto. 

-Uma coisa para o Lucas - Ele ergueu a folha, analisando a mesma - Ele quer fazer uma tatuagem e pediu para eu desenhar algo para ele - Ten virou a folha para ela, sorrindo orgulhoso.

S/n sorriu de canto, vendo o rosto de um leão bem detalhado - É, até que não está ruim.

-Ariel Ariel, você me subestima - Ele balançou a cabeça, voltando para o seu desenho.

 -Ten… - Chamou com cuidado. Ele a encarou, esperando que ela dissesse algo. S/n tentou soar o mais despretensiosa e calma possível - Quantas contas no exterior você tem?

Ele estreitou os olhos, confuso. Não fazia ideia do que ela estava falando - Nenhuma. 

-Certeza? 

-Absoluta. Nem na Tailândia. Por que, você quer abrir uma? - Perguntou despreocupado. S/n viu que ele não estava mentindo e que provavelmente nem sabia onde seu nome tinha ido parar ou da possível gravidade disso. Ten não parecia ser alguém que se preocupava com assuntos monetários.

-Não… Ten, você tem certeza?

-Tenho S/n, por quê? Aconteceu alguma coisa? - Ele a encarou sério, pensando que ela estava duvidando dele. 

-Não. 

-Então porquê da pergunta? 

-Nada - Ela deu de ombros - É que eu recebi uma correspondência de um banco chinês nos parabenizando pelo casamento, mas não é nada demais, só queria saber se você tem alguma conta no exterior - Mentiu. Ela não iria contar o que estava acontecendo sem antes ter certeza. Aliás, nem ela mesma sabia direito o que isso significava, apesar de ter suspeitas.

-Hmmm… Não. Eu faço câmbio do jeito tradicional. No caso, o mordomo dos meus pais. Na verdade quem controlava tudo era meu pai, eu apenas gastava o dinheiro - Ten abriu um sorriso - Agora é você, Pequena Sereia. 

S/n forçou um sorriso com o pensamento longe. Ela encarou o nada e começou a ligar os pontos, que agora começavam a fazer sentido. Se seu pai controlava tudo, ele podia ter feito o que quisesse usando o nome de Chittaphon e ele nunca saberia. Ela não sabia se esse era o caso, mas também não queria perguntar se ele já tinha assinado alguma coisa sem ler, para não levantar suspeitas ao garoto. ‘’Por que ele abriria contas no nome de Chittaphon em paraísos fiscais sem nem ao menos avisá-lo? ‘’, pensou. 

-Hey, aconteceu alguma coisa? - Ten chamou S/n, arrancando ela de seus devaneios. O tailandês percebeu como ela estava esquisita e sabia que havia algo errado - Você parece preocupada. 

-Ah, não é nada… - Ela desconversou - Estou com uns problemas com Haechan, só isso - Mentiu novamente. Não que o irmão não a preocupasse, mas naquele momento o foco era outro. 

-O que ele tem?

-Meu pai quer que ele vá estudar na Inglaterra. Sabe, igual aconteceu comigo - Explicou - Acontece que ele não quer ir. Ele não quer voltar e cuidar da empresa da família, ele tem outros planos.

-Igual aconteceu comigo - Ten disse com um sorriso compreensível e divertido ao mesmo tempo. S/n sorriu de canto, encarando Chittaphon. 

-Sem contar que ele gosta de um garoto, na verdade acho que ele está realmente apaixonado. Sabe aquela coisa de olhos brilhando?  - A Lee perguntou e Ten assentiu. Ele não sabia muito bem o que era estar apaixonado, mas já tinha gostado de algumas garotas antes, mesmo que seu sentimento tenha durado pouco menos de dois meses - Pois é. 

-Seu irmão é gay?

-Sim. 

-Imagino que sua família não sabe.

-Apenas Taeyong. 

Ten assentiu e desviou o olhar , agora pensando na situação do irmão de S/n. Ele ficou triste pelo garoto, pois sabia como era ser obrigado a fazer algo que não queria pelo resto da vida, e também sabia do preconceito que YangYang sofreu várias vezes por ser gay. Ele mesmo já havia sofrido mesmo sem ser, apenas por ter feito ballet, mas mesmo assim jamais imaginaria como era estar no lugar dos dois de fato. S/n  foi até o mini bar que havia no canto do cômodo e pegou dois copos e uma garrafa de uísque. Ela voltou e puxou uma cadeira, se  sentando, e despejou o álcool nos copos de vidro.

-Toma, beba comigo, Chittaphon - Empurrou um deles para o rapaz.

-Odeio uísque, tem gosto de gasolina.

-Anda, Ten, seja meu amigo - Ela sorriu sarcasticamente, imitando a frase já dita por ele anteriormente - Preciso de apoio moral. 

-Ah, você precisa? Que bom, eu já estava me sentindo um inútil nessa casa - Ele riu - Mas eu não gosto de uísque, de verdade. 

-Ok - Ela se levantou e pegou a garrafa.

-Onde você vai? - Ele perguntou.

-Para o meu escritório.

-Não me diga que vai fumar aquela porcaria - Ele retrucou - S/n, você tem que parar de fumar essas merdas, faz mal. 

-Ué, se eu vou beber sozinha, pelo menos vou beber do meu jeito. 

- Aish… - Ele virou os olhos, se dando por vencido - Ok ok, se for saquê eu tomo. 

S/n suspirou e pegou a garrafa de saquê, entregando a ele  em seguida.

-Olha o que eu não faço pela sua companhia, Ariel - Ele estendeu o copo para ela e os dois brindaram - Enfim… O que você vai fazer com o Donghyuck?

-Vou tentar convencer meu pai a não mandá-lo para a Inglaterra - Ela falou brevemente, pensando que seria uma boa hora para falar do seu plano B - Ten… Se der tudo errado… Você se importaria se ele passasse um tempo aqui?

-Se ele não tomar café quando eu estiver aqui, não fumar na casa, tirar os sapatos para entrar e der amor e carinho para os meus dez filhos, não - Sorriu amavelmente. 

-Ok. Valeu - Ela sorriu agradecida.

-Não agradeça, eu gosto dele. Agora vai, me conta. Onde você estudou lá na América? 

-Stanford. Na Califórnia. Todos os dias eram um Sol do caralho e eu aprendi que maiô é body. E você?

-Bem… Sou formado em algumas danças. Passei por várias companhias até montar meu portfólio.

Os dois continuaram conversando por mais um tempo e descobriram mais coisas sobre o outro. Ten contou quais eram suas músicas e comidas favoritas, e S/n também. Ele contou sobre as viagens que fez sozinho e com os amigos, e disse que às vezes precisava tirar um tempo para ‘’se reconectar’’. 

Quando S/n deitou em sua cama naquela noite, se sentiu mais leve. Por mais que tivesse contado a Ten apenas uma parte do que lhe preocupava, foi bom ter tido alguém para conversar de verdade, e sentiu que não estava sozinha. 

No quarto ao lado, Ten se sentiu do mesmo jeito. Ele estava feliz por S/n ter confiado nele e ter se aberto sobre seus problemas. Lembrou que sempre brincava dizendo que se casaria com Hendery pois se davam muito bem, e antes de pegar no sono, se questionou o que de fato casamento era, pois ele sentia que realmente eram parceiros e que podiam contar um com o outro. Ela tinha consolado ele quando brigou com seu pai, e agora ela tinha desabafado com ele. O garoto prometeu a si mesmo que não cairia mais na tentação de fazer joguinhos, até porque sentia que não precisava disso. S/n e ele eram próximos e ele não estragaria isso com possíveis mal-entendidos. 

-Ela é minha amiga Louis, não vou estragar isso - Disse acariciando o gato, que dormia tranquilamente. 

 


Notas Finais


Aow jesus, conserva.


Capitulo calmo né. Calma lá.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...