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História Ligados Pela Liberdade (Imagine Ten) - Sentimentos


Escrita por: Xuchittaprr

Capítulo 35 - Sentimentos


- Não me diga que agora está com ciúmes - Chittaphon disse, incrédulo. Não podia acreditar que, depois de tudo, S/n queria exigir algo dele, ou pior… Não podia acreditar que ela pudesse sentir algo por ele, de fato.

-Não estou com ciúmes - S/n tentou manter sua voz firme.

-Sn… - Ele se aproximou dela, fechando a geladeira e encarando ela  - Você gosta de mim?

S/n olhou bem nos olhos de Ten e se fez a mesma pergunta. Por um segundo, ambos tiveram certeza de que a resposta dela seria ‘’sim’’, mas ela logo se lembrou do que tinha visto e desviou o olhar, rindo com deboche. Ela não gostava dele. Na verdade, ela o odiava.

-Até parece - Virou os olhos e se virou, indo até o armário e abrindo uma porta, fingindo que procurava algo para comer, mas na verdade nem com fome estava, só queria fugir daquela conversa.

-Por favor, seja sincera - Ele pediu, aflito. Ten imaginava que se ela tinha ficado brava por causa de Min-ji, era porque sentia algo por ele, e o beijo não tinha sido apenas um beijo. Ele precisava saber o que ela sentia, pois não sabia mais o que pensar naquele momento. Não queria confundir as coisas, não queria magoá-la, mas nem ao menos fazia ideia se havia chances disso acontecer, pois não conseguia entender o que ela sentia. Ele não queria acabar se magoando também, não queria ser apenas mais um, mas também não queria estragar a amizade deles. Ten estava tão confuso que não sabia por onde começar a arrumar seus pensamentos e sentimentos.

S/n bateu a porta do armário e o encarou, não aguentando mais segurar sua mágoa e sua raiva - Você acha mesmo que eu vou dizer que gosto de você depois de você ter se agarrado com outra dentro de casa?! Se toca Chittaphon! Você é um hipócrita do caralho!

-Olha, se você está brava por causa disso, saiba que eu não agarrei ela. Ela é uma colega de trabalho e estávamos trabalhando. Pode ser difícil de acreditar, mas foi ela quem me agarrou e eu não sei o que você viu, mas eu a afastei e disse que era casado e que não queria nada com ela. Mas o problema é que, se você está brava, é porque sente alguma coisa por mim…

-Não sinto porra nenhuma! E não sei como deixei você me convencer com aquele seu discurso de castidade…

-Então por que me beijou?! - Ele a encarou, se aproximando dela. Ten já estava tão bravo e frustrado quanto S/n, e sentia que nada de bom podia sair daquela discussão, mas ainda assim insistia, pois estava dominado por suas emoções conflitantes.

-Porque eu quis! As pessoas se beijam o tempo todo e pronto! - Ela exclamou.

-É isso que eu sou? Um prazer físico?! Aliás, você não me falou onde passou a noite.

-Não te interessa, já falei. - S/n desviou o olhar, incapaz de encará-lo novamente. Ten soou tendencioso na visão de S/n ao associar prazer físico com a pergunta sobre onde ela tinha passado a noite, e isso a magoou muito. 

-Me fala!

-Isso não é da sua conta! Pense o que quiser, porra! Meu deus, você é tão hipócrita! 

Ten sentiu seus olhos queimando, vendo que ele e S/n não conseguiam se entender. Ele não queria pensar que ela tinha passado a noite com outro cara, mas estava tão difícil conversar com ela, que achou melhor encerrar aquele assunto ali mesmo.

Chittaphon se virou apressado e subiu as escadas, limpando uma lágrima que mal tinha caído. Ele estava extremamente magoado, mais com ele mesmo do que com ela, apesar de achar que S/n tinha sido insensível com ele. Ele não queria se machucar e machucar ela, mas estava vendo tudo se repetindo; S/n negando seus sentimentos enquanto gritava enraivecida com ele, claramente se importando.

Ele pegou sua mala, jogou na cama e tornou a secar outra lágrima que escorria pelo seu rosto.

-Onde você vai?! - Ouviu a voz dela atrás dele.

-Viajar - Respondeu, tentando manter sua voz, porém S/n percebeu que ele estava chorando e isso a amoleceu. Não suportava saber que Chittaphon estava triste, e que talvez ela fosse o motivo da tristeza. 

-Mas você não ia hoje…

-Mas agora eu vou. Não posso ficar aqui nem mais um segundo - Ele foi até o seu armário e pegou um punhado de roupas encabidadas, sem nem prestar atenção nelas, e jogou dentro da mala de qualquer jeito.

-Você vai sair correndo?! - Ela se aproximou dele, indignada. Não sabia se ficava triste ou brava com aquilo.

-Quem saiu correndo ontem foi você. Eu não estava fazendo nada com a Min-ji, e você deveria confiar em mim, mas como você mesma diz, isso nem é de verdade…- Ele disse com a voz baixa, concentrado em sua mala. 

-Está me culpando?! - Ela perguntou com a voz esganiçada. As emoções tomaram conta dela ao vê-lo agindo de forma totalmente egoísta ao seu ver - Porra, Chittaphon! Eu te beijei e você me rejeitou, sabe como eu me senti?!

-Você está dizendo que se importa ou é apenas o seu ego ferido?! - Ele se virou para encará-la - Está dizendo que sente algo por mim? Ou só por si mesma? Porque S/n eu me importo! Me importo com você, com a nossa amizade, com os meus e com os seus sentimentos, mesmo eu não tendo certeza se você tem algum!

-Eu até tinha, mas você destruiu ele e agora está indo embora sem mais e nem menos!

Ten parou o que estava fazendo e fechou os olhos, sentindo que explodiria com todas as emoções que queimavam no seu peito naquele momento. A voz chorosa de S/n o cortava por dentro, vendo que ele tinha machucado mais um pessoa novamente, mesmo que não tivesse sido intencional. Ele não podia permitir que aquilo se repetisse, e torná-los reféns daquele sentimento suprimido e tóxico que S/n não admitia por orgulho, e do seu sentimento medroso e incerto, não era uma opção. Ele puxou o ar profundamente, tentando se acalmar enquanto ouvia S/n chorar e limpar suas lágrimas com as mangas da blusa. Ele abriu os olhos e se virou para ela, se aproximando e segurando seus ombros de forma gentil. 

-Eu não estou indo embora, ok? Eu só preciso de um tempo sozinho - Disse cuidadosamente - Por mais que você não admita, eu sei que tem algo acontecendo entre nós, mas no momento estamos muito instáveis para discutir sobre isso. Eu não quero que as coisas fujam ainda mais do nosso controle, porque infelizmente eu tenho traumas e sei que você também. Não quero que isso estrague nossa relação, porque você importa muito para mim. S/n, eu preciso refletir e me acalmar, e por mais que eu não queira, tudo o que eu faço acaba parecendo errado. Eu não te rejeitei porque eu não quero você, eu te rejeitei porque eu me importo muito e tenho medo. Por favor, me dê esse tempo e não fique magoada comigo. Eu sei que você pode ficar brava por eu estar fazendo isso, mas entenda que eu me abri pra você, e não esperava que você compreendesse mesmo, e isso é algo que eu vou ter que lidar, mas no momento eu não consigo consertar nada. Quando eu voltar, prometo que vou tentar. Eu só preciso organizar meus pensamentos e meus sentimentos, e você também.

Ten soltou S/n e voltou para a sua mala, fechando ela. S/n ainda chorava e teve vontade de jogar a mala dele na piscina, não conseguia acreditar que Ten estava saindo desse jeito e a deixando sozinha em um momento como aquele. No final, todo mundo a abandonava. 

-Não vá, por favor - Ela pediu.

-Não me peça isso. Vai ser bom para nós dois - Ele pegou sua mala e beijou o topo da cabeça dela rapidamente. S/n segurou seu braço e tentou impedi-lo de soltá-la, mas Ten fez isso facilmente, saindo do quarto de forma apressada, sentindo seu peito arder. Ele só queria se livrar daquelas sensações ruins causadas pelo passado, pelo presente, por S/n, pelo seu pai e por ele mesmo. 

S/n desceu as escadas atrás dele e pensou em entrar na frente do carro, mas só ia parecer mais ridícula ainda, implorando para ele ficar de forma desesperada. Ela viu Ten dar partida no carro e sair sem nem olhar para ela. Nunca pensou que seu coração seria quebrado daquele jeito, mas era isso que acontecia sempre que deixava alguém entrar.

Ela se sentou no chão e escondeu o rosto entre as pernas, se deixando levar pelo sentimento de dor e tristeza. Parecia que Chittaphon a tinha deixado para sempre e que nunca mais voltaria. A única coisa que precisava era dele ali, mas ele simplesmente a abandonou depois de rejeitá-la e de levar outra garota pra casa deles. Se sentia idiota por acreditar nas palavras dele quando disse que era apenas uma colega de trabalho e que fora ela quem tinha agarrado ele, mas ainda tinha esperanças de que ele tinha dito a verdade e seu coração insistia em se apegar a ele.  

Seu sentimento de vazio e solidão crescia a cada segundo, e ela implorava para que Ten voltasse logo, nem que fosse para discutir. Naquele momento teve certeza do que sentia; ela o amava, e percebeu isso do pior jeito possível, pois mesmo triste e com raiva, queria ele ali.

S/n sentiu um serzinho querendo subir em seu colo e viu Cherry pedindo carinho. Ela sorriu fraco e abraçou a cachorrinha como se fosse uma pessoa. No final, era a única companhia que tinha. 

- Seu papai nos deixou, Cherry - Disse enquanto secava as lágrimas - Eu vou cuidar de você, se você cuidar de mim. Seja minha amiga, ok?

S/n se deitou no chão e deixou que a cadelinha lambesse seu rosto e bagunçasse seu cabelo, enquanto a realidade ficava cada vez mais nítida; Ten não voltaria naquela noite, e nem na próxima, e nem depois, e a falta que já estava sentindo dele e a dor da incerteza aumentavam dentro dela. Ela tirou seu celular do bolso e tentou ligar para ele. Não sabia direito o que diria, mas começou a tremer, sentindo um desespero enorme tomar conta de si assim que sua chamada foi direto para a caixa postal. 

‘’Por que ele está fazendo isso comigo?’’, se perguntou, sentindo as lágrimas rolando novamente pelo seu rosto. S/n virou de bruços no chão e deitou em cima dos próprios braços, chorando enquanto processava o fato de que estava completamente sozinha. 

Enquanto isso, Ten entrava no jato executivo de sua família. Ele não aguentou esperar um voo comercial, pois precisava clarear sua mente o mais rápido possível, ou entraria em colapso. Ele sempre teve vontade de se apaixonar verdadeiramente, e algo lhe dizia que isso estava acontecendo. Não tinha lido um manual ou coisas do tipo, mas ele simplesmente sabia, pois era impossível sentir algo mais forte do que estava sentindo. O que ninguém tinha avisado é que todos os seus outros sentimentos seriam drasticamente afetados, inclusive os ruins, e ninguém lhe avisou que ele começaria a se questionar sobre tudo, ainda mais se apaixonando por uma pessoa tão complicada como S/n. Ela tinha o poder de tirá-lo do sério tão facilmente quanto tinha de acalmá-lo, e isso o assustava demais, pois sempre se considerou uma pessoa estável. Precisava de muito para desestabilizá-lo, mas ela, em pouco tempo, conseguiu fazer isso. 

Ele respirou fundo e encostou sua cabeça no assento, fechando seus olhos. Apesar de aflito, uma parte dele se sentia aliviado, pois sabia que as respostas estavam dentro dele e encontrá-las era apenas questão de tempo.

 


Notas Finais


Meu deus... To jogada...


Acho que vou demorar atualizar pq to em choque ainda, é muito sofrimento.


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