História Ligados pelo Destino - Preparativos

Todos olhavam ansiosos por uma resposta de Sofia que claramente havia sido pega de surpresa. Claro que ela sabia que Lysandre estava mais do que disposto a assumir as responsabilidades de pai e estava até bem feliz com isso, mas daí a propor casamento, era uma mudança de vida e tanto, e, por alguns instantes, seu pensamento divagou em uma lembrança:

Flash back on

Ele corria atrás dela pela casa com a colher de brigadeiro na mão e com o cabelo todo sujo de chocolate

– Se afaste de mim, não ouse me sujar! – Dizia ela rindo muito, encurralada entre o sofá e a parede da sala

 – Você vai me pagar por isso, ta achando que vai me sujar todo de brigadeiro e vou deixar barato? - Ameaçava o ruivo.

-  O que pretende fazer? Não sabe que vingança é um sentimento mesquinho? Olha lá hein, esses defeitos estão sendo registrados e vão depor contra você na hora que eu tiver que dizer sim ou não!

Castiel de um salto conseguiu puxa-la pelo braço e a derrubou no tapete da sala lambuzando todo seu rosto com o chocolate cremoso da colher

– Isso, agora sim estamos quites... agora você pode me dizer que história é essa de sim ou não?

– Seu vingativo! Sim ou não seria minha resposta pro seu futuro pedido de casamento que já vou lhe adiantado que será NAAAOOO!

– Olha ela, ficou irritadinha porque não sabe perder! Pois eu duvido que você tenha coragem de me dizer não quando eu olhar no fundo dos seus olhos, como estou fazendo agora, segurando um lindo anel e te fazendo a pergunta que eu mais quero fazer na vida quando chegar a hora:

- Sofia, você aceita se casar comigo?

Flash back off

 – Sim eu aceito, claro que eu aceito! – Respondeu a Lysandre sem perceber que deixava escorrer uma pequena lagrima.

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De volta a Village Sucre, era hora de correr contra o tempo para todas as providencias do casamento. Raquel não queria sua filha entrando na igreja com a barriga já crescida e ao que tudo indicava ela já estava com 2 meses, normalmente levaria mais uns 2 no mínimo para se tornar de fato visível, mas era bom não arriscar.

A notícia se espalhou como toda boa fofoca em cidade pequena, pois antes mesmo de receberem o convite para o casamento todos já ficaram sabendo que Sofia estava gravida e isso incluía amigos e nem tão amigos, a exemplo de Violete que por pouco não falou demais na presença de Armin quando soube da novidade.

– Nossa Vio, eu não sei porque tanta indignação, afinal, eles podem não ter tanto tempo de namoro assim, mas era um relacionamento bem sério e Lysandre sempre fez questão de deixar isso claro - Diai Armin sem entender a revolta da namorada.

 – Eu sei Armin, é só que ainda me surpreendo com o controle que Lysandre consegue ter sobre tudo o que lhe cerca, mesmo quando a coisa não lhe é favorável ele consegue virar a mesa!

– Do que você está falando amor? Confesso que não entendi. Acha que isso foi uma espécie de “golpe da barriga” invertido?

– Isso pra mim é claro, mas me refiro a outras coisas que é melhor deixar pra lá ... mas tem muito mais coisa envolvida que me faz pensar que a mente desse cara não funciona como a de todo mundo.

– Bom, haverá uma comemoração de noivado lá no restaurante no próximo sábado. Pelo que entendi não será nada demais, apenas uma reunião pros amigos mais íntimos, mas é claro que você como minha namorada esta convidada.

Violete não confirmou se iria, por dentro estava morrendo de raiva pois realmente se importava com Nina e sabia que seria um golpe e tanto pra prima. Apesar dela dizer que havia superado, Violete sabia que a prima nunca iria perder as esperanças porque agora sim, tinha algo que realmente eternizaria a ligação entre os dois: um filho.

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O tempo passou depressa, pois quanto mais se precisa dele mais ele corre. Rosália e Alexy, após todos os sermões que se julgaram no direito de fazer, andavam atrás de Sofia feito sombras se reversando: quando um estava com ela o outro cuidava de algo relativo ao casamento, depois trocavam os papeis.

As brigas pelo apadrinhamento no bebê já haviam começado assim que passou o susto da notícia, pois Alexy, assim como Rosália, queria ser “madrinha” da criança. Foi decidido então, que Rosália seria a madrinha e ele seria o padrinho, não foi muito fácil convencê-lo de que o cargo masculino tinha tanta importância quanto o feminino, mas enfim...

Para padrinhos de casamento foi bem mais fácil pois havia lugar para vários, mas é claro que a dupla se repetiria, agora brigando pelo lugar na frente!

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Violete resolveu que estabeleceria um prazo para que Lysandre mesmo contasse a Nina sobre o casamento e tudo mais, caso contrário ela o faria.

Já estavam a duas semanas do grande evento e Lysandre inventou uma desculpa qualquer pra Sofia no intuito de visitar Nina, pois já fazia um tempo desde a última vez que estivera lá.

Era incrível como ela o recebia com o mesmo brilho nos olhos e por mais que negasse a si mesmo, ele gostava disso. Fazia bem ao seu ego e reforçava sua sensação de controle, ainda que jamais tivesse voltado a toca-la como no passado. Se orgulhava de ser fiel, mas havia desenvolvido um estranho carinho por Nina, estranho porque para ele só haviam dois tipos de sentimentos: o amor pleno e a indiferença. O primeiro ele nutria por seu irmão Leigh e por Sofia, mas não reservava a indiferença para Nina, pelo contrário, depois de todo aquele tempo não poderia negar que havia certo carinho ali ou culpa talvez.

Ela tentou se mostrar firme e madura diante da revelação e quase conseguiu, não fosse o fato de ter caído em prantos após ele ir embora, pensou várias vezes em procurar Sofia e atirar-lhe toda a verdade na cara, mas chegou à conclusão que teria muito a perder com aquela atitude, pois certamente Lysandre jamais a perdoaria e ela não poderia se dar ao luxo de ficar sem o apoio do pai do seu filho. Naquela noite ela chorou a magoa de três longos anos.

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Castiel chegava em seu apartamento após um daqueles longos e cansativos dias em que as reuniões pareciam não ter mais fim. Tudo o que ele queria era poder ter uma noite agradável com Alice, mas ela havia saído mais cedo para resolver alguns problemas e até o momento não havia feito contato. Isso o chateava bastante porque após a feira de moda, Alice não parou de ser assediada por agencias que queriam lançá-la oficialmente na carreira de modelo, mas ela sempre dizia que seu objetivo era a faculdade e não gostava daquele universo de fama e falso glamour. Ainda sabendo do posicionamento da namorada, ele sempre achava que a próxima oferta poderia ser irrecusável e ela poderia vacilar.

Ao pensar sobre isso seu humor que não estava bom conseguiu piorar um pouco mais, foi quando ouviu um pequeno barulho de porta se abrindo e só então percebeu que a mesa estava lindamente posta para dois com um castiçal cheio de velas ao centro, a sala estava especialmente decorada com flores e uma iluminação indireta dava um certo clima teatral, uma música suave começou a tocar e a figura de Alice surgiu vestida em um belíssimo kimono. Seus cabelos estavam presos em um penteado exótico e a maquiagem era típica de uma gueixa.

Seu corpo seguia as evoluções de uma dança milenar onde utilizava-se de uma espada que simulava uma luta, e, enquanto Castiel a admirava boquiaberto, ela exibia uma apresentação digna de teatro. Ao final da música sua coreografia terminava aos pés dele em sinal de rendição.

– Minha nossa, o que acabei de assistir foi a coisa mais linda que já vi! tudo isso é meu? - Perguntava  um Castiel completamente encantado.

 – Seu bobo, de quem mais seria se só há um homem nesse mundo a quem eu amo e amarei pra sempre?

 -  Alice, Alice...não seja tão perfeita, posso não me contentar e quer tê-la pra sempre ao meu lado!

 – Este é um desejo que já me pertence amor.

Então ele a tomou nos braços conduzindo-a para o quarto onde iniciaram a noite entre lençóis e sequer perceberam o pequeno envelope que havia sido entregue mais cedo por baixo da porta onde se lia em letras douradas:

               Familia  Monet & Familia Albuquerque

                                  Convidam