História Light and Fire - Light and Fire

One-shot

​Light and Fire

Seus pais eram apaixonados um pelo outro, porém, não mereciam estar vivos aos olhos dos outros. A Luz e as Chamas eram há muito rivais uma da outra.

Pelo crime de seu pai, o príncipe da Luz foi banido e mandado para junto dos humanos. Estes eram considerados normais e denominados “Serys”.

Ele sabia para onde tinha ido parar. Descendentes de reis eram ensinados desde pequenos sobre tudo a respeitos dos “Serys”. Encontrava-se nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, o príncipe das Chamas foi, também, banido para a Ásia.

O concelho ancestral estava de olho nos dois, e, por isso, para evitar qualquer contacto, tinham enviado os príncipes para longe um do outro.

Nesse tempo, inevitavelmente, o príncipe da Luz mudou, transformou-se completamente. Já não era aquele menino sorridente que outrora enchera os corredores do palácio de gargalhadas. Em vez disso, tornara-se frio e insensível.

Não que tivesse sido proposital, ele estava traumatizado. As imagens de seu pai queimando até à morte nunca tinham saído da sua cabeça.

Pelo contrário, o príncipe das Chamas sorria. Para ele não importava a situação, ele continuaria a sorrir como um idiota. Ele não conseguia estar numa atmosfera depressiva, simplesmente não era para ele.

O príncipe da Luz, ao longo dos anos que permanecera nos Estados Unidos, apenas arranjara um amigo. Assim que o viu, reconheceu-o logo. Kim Minseok, ou como era o seu nome de nascença, Xiumin, o príncipe do gelo.

Ao contrário dos descendentes da Luz e das Chamas, não fora obrigado a mudar-se para o habitat dos Serys. Ele sentia-se atraído pelas diferenças que os Serys possuíam, como a inexistência de poderes, e decidira ir para lá.

Originalmente vivera na Coreia do Sul, com uma família que o acolhera, mudando-se depois para os Estados Unidos, onde se tornara amigo de Baekhyun.

 Por sua vez, Chanyeol era rodeado de amigos, com quem saia para beber e divertir-se.

Mesmo banidos, ou no caso de Minseok, por sua livre e espontânea vontade, eles nunca poderiam mostrar os seus poderes para os Serys, o que lhes levou algum tempo para habituar-se.

Quando Minseok decidira volta para a Coreia, Baekhyun, que não tinha lugar fixo, decidira ir com o príncipe do gelo. Fariam companhia um ao outro, como sempre.

Mal sabiam que Chanyeol tinha sido acolhido pela irmã do pai Serys de Minseok.

Então, quando, passado uma semana e estando já bem instalados, receberam uma visita da “tia” de Minseok com o seu novo filho Baekhyun deixou de respirar por uns momentos. Quando recuperou a consciência, seguiu silenciosamente para o quarto e trancou-se lá.

Tinham-se reencontrado.

Chamas e Luz.

Ele não podia perdoar isso. Era por causa das Chamas que seu pai estava morto e Baekhyun não conseguia perdoar isso. Ou pelo menos achava que não.

Chanyeol tinha ficado radiante ao ter o seu olhar direccionado novamente para o seu príncipe.

E lá no fundo, bem no fundo, o descendente da Luz também.

Não esperava também era que, após uma semana, quando se decidira a sair do quarto, teria Chanyeol à sua espera.

Não trocaram palavras, Chanyeol conhecia o descendente da Luz como a palma da sua mão. Então o que fez foi abraçá-lo e levá-lo. Ele sabia de um sítio que Baekhyun adoraria.

A floresta, na parte mais escura, onde ninguém se atrevia a entrar, pois estava certo que se perderia.

Quando se viram no coração da floresta, Baekhyun permitiu-se sorrir como não fazia há muito tempo. Viu Chanyeol produzir as tão amadas chamas.

Aquelas eram um tipo de diferente de chamas, desenvolvido pelo próprio príncipe. Chamas confortáveis ao toque; ao tocar nelas, Baekhyun reviveu todos os momentos que vivera com o seu amado.

E quando levantou a cabeça e olhou para os olhos de Chanyeol sabia que ambos pensavam no mesmo.

Não foi preciso muito para terem as bocas coladas uma na outra. Eles ansiavam por isso mesmo antes de seus pais terem sido mortos.

Quando o descendente das chamas, por impulso, tirou o casaco de Baekhyun, nunca tinha estado mais feliz, pois viu o símbolo da sua família tatuado no ombro do príncipe da Luz.

Eles sabiam que o conselho ancestral estava de olho neles. Sempre esteve. Mas eles estavam no território dos Serys, então desde que um Serys estivesse presente, ambos estavam a salvo. E estavam juntos, era tudo o que lhes importava.

Quando o tempo foi passando, não podiam acreditar na sua felicidade. Com amigos Serys que os adoravam e até Sehun, que descobriram ser filho do príncipe do vento, e Minseok, que nunca os havia deixado.

Então, certo dia, Baekhyun teve uma ideia.

 Casaria com Chanyeol!!

Era a forma mais significativa que tinha para mostrar o quanto amava o descendente das chamas, e sabia que ele iria adorar, já que estavam destinados a ficar juntos. E foi com esse pensamento e a ajuda de alguns amigos Serys, que distraíram Chanyeol, e Sehun e Minseok, que, com os seus poderes, ajudaram o descendente da Luz a decorar o coração da floresta, onde iria fazer o tão especial pedido.

Estava tudo perfeito aos olhos de Baekhyun.

Mas tudo mal aos olhos do conselho ancestral.

Chanyeol, que recebera uma mensagem de Sehun a dizer que Baekhyun preparara uma surpresa para si, correra feliz para junto da floresta. Tinha uma leve impressão que sabia do que a surpresa se tratava. Estava feliz e tinha a certeza de que choraria.

Ao chegar lá, viu um rasto de pontos de luz, que prontamente seguiu. Numa parte da densa floresta, onde não existiam árvores, estava uma mesa, que com certeza tinha sido obra de Minseok, repleta de comida. Havia também um cobertor e música tocava como plano de fundo. Por cima do cobertor havia luzes, que iluminavam um quadro. Com a ajuda de Sehun, flutuava, e nele estava contida uma foto sua com o seu amado, abraçados.

Para si estava tudo maravilhoso, romântico, tal como gostava.

Baekhyun tinha se esforçado. E Chanyeol não poderia estar mais feliz.

Em cima da mesa estava uma caixinha vermelha que repousava perto do seu prato. Ficou tentado a abri-la, mas esperaria por Baekhyun.

Sentou-se então à espera dele. Talvez o príncipe da luz se estivesse esquecido de algo.

Esperou cinco minutos, e depois dez e vinte até que chegou a uma hora e começou a preocupar-se. Baekhyun era sempre pontual e raramente faltava a algum compromisso.

Começou a procura-lo nas proximidades. Depois de muito procurar, ele ia desistir, mas ao avistar um corpo fraco e pálido no chão, correu até lá.

Era Baekhyun, o seu príncipe, a sua luz.

Não estava morto, mas estava quase, com um raio no meio do peito. Sabia quem o tinha feito, o rei dos trovões, pai de um antigo amigos deles.

Levou cuidadosamente Baekhyun até ao lugar e colocou-o devagar sobre o cobertor. Trocaram juras de amor.

Ambos sabiam que o descendente da Luz não sobreviveria. Chanyeol deixou Baekhyun por um pouco e foi até junto da mesa, pegando na caixinha. Abriu-a e tirou de lá o anel pertencente a Baekhyun, colocando-o no dedo fraco do amado, pondo o destinado a si no seu próprio dedo.

Ambos choraram. O príncipe da Luz tossiu e um pouco de sangue escorreu da boca dele. O descendente das Chamas aproximou a sua boca à do seu amado, tinha um gosto metálico, mas ele não se importou.

Quando se afastou de Baekhyun, o mesmo sorriu, proferindo um “amo-te” e fechou os olhos.

Chanyeol chamou por ele durante um tempo, ao que ele não respondeu.

A raiva começou a crescer dentro dele. A sua mãe tinha morrido, e agora o seu amado também, tudo por uma antiga rixa entre as suas famílias. Toda a raiva acumulada durante os anos saiu naquele momento. Não parecia mais o Chanyeol sorridente.

Acontecia apenas de cem em cem anos, um descendente das chamas era também um descendente da Fénix, mas pensavam que não existia. O poder da Fénix era apenas libertado quando a raiva do portador dos poderes era evidente.

Chanyeol nunca tinha sentido raiva. Não era necessário, ele achava. Mas naquele momento era o contrário.

Os seus olhos estavam vermelhos em vez do comum castanho. Sem pensar no que fazia, incendiou a floresta. Umas asas de chamas surgiram nas suas costas e ele gritava, abraçado ao seu amado.

Sentia uma dor enorme. Ele queria que pagassem pela morte de Baekhyun.

Saiu dali com o descendente da Luz. Ele sabia quem tinha sido o culpado de tudo, e não era o conselho ancestral em si, mas alguém específico.

O conselho não poderia ter ficado mais espantado quando viram Chanyeol à porta da mansão com Baekhyun nos braços. A maior parte do conselho fora contra matar Baekhyun, mas existia o chefe, que obrigara o rei a matar o príncipe da Luz. O conselho era mais poderoso, e se o chefe exigia, não tinha como ir contra a sua palavra.

Quando a porta foi aberta, Chanyeol cuidadosamente colocou Baekhyun no chão e aproximou-se do chefe, agarrando-o pelo pescoço e sorrindo, sádico.

Ele sabia que mexendo com alguém do conselho seria morto, mas ele não se importava. Poderia estar junto do seu amado.

Desde o início eles estavam condenados, as Chamas e a Luz, mas ele estava bem desde que estivessem juntos.

Partiu o pescoço do outro, ele era o problema.

Sorriu, indo para junto do descendente da Luz, seu príncipe.

Dava tudo pelo sorriso reciproco do outro, mas sabia que não aconteria.

Sentou-se, entrelaçando a mão com a de Baekhyun.

Estava pronto para morrer