1. Spirit Fanfics >
  2. Light of my life - swanqueen >
  3. Capítulo 06

História Light of my life - swanqueen - Capítulo 06


Escrita por: anaj_ e kamswen

Notas do Autor


Hey everyone! demoramos, mas voltamos! 💕 esse capítulo tem duas músicas, porém a primeira é muito importante ouvir no momento em que citarmos! vou deixar o link da música nas notas finais. 💕 bom, é isto! Boa leitura.

Capítulo 6 - Capítulo 06


Fanfic / Fanfiction Light of my life - swanqueen - Capítulo 06

Como as coisas agem de maneira curiosa e inesperada, quando lhe dizem que sua pessoa aparecerá em algum momento mais inoportuno obviamente desacreditamos, afinal isso não parece ser algo verídico, para muitos funciona apenas em filmes. Mas quando ocorre, sequer damos conta que a explosão de sentimentos começa a nos invadir, mesmo que com pequenos gestos.

Emma Swan sempre foi privada de sentir afeto, desde muito pequena fora ensinada forçadamente a realidade nua e crua, sem tempo para romances tolos de adolescente e com a fatídica morte de seu irmão as responsabilidades caíram em dobro sob si. 

Estar em uma situação como aquela deixava-a desconcertada em níveis inexplicáveis, Regina mal a conhecia e estava ali em sua frente oferecendo-lhe um conforto mais do que necessário.

Virando-se para a morena, Emma apenas assente receosa das possíveis escolhas que tomaria a partir dali.

Regina por outro lado não poderia ter ficado mais aliviada, compreendia que para Emma aceitar sua ajuda era um passo tremendo, estranhamente entendia a loira e suas convicções.

Sem muita enrolação a morena puxa Emma para sentar-se no sofá percebendo que a mesma deixa sua jaqueta ao lado, não iria fazer algum tipo de brincadeira, a partir daquele instante faria o papel de amiga, mesmo sentindo-se incômoda com aquela palavra significando a relação de ambas. A loira por sua vez, temia por suas palavras. Queria abrir-se para Regina, mas o receio de parecer louca era constante.

— Não estou aqui para julgamentos Emma... 

Regina parecia ter dito as palavras mágicas, em instantes a mulher começa um choro compulsivo, era puro desespero. Só então percebeu o quão necessitada estava mais uma vez daquele momento de desabafo.

— Eu não sei o que estou fazendo da minha vida – Leva as mãos ao seu rosto tampando-o pela vergonha momentânea – Perdi o controle de tudo Mills, tenho medo do que isso pode me custar... Eu... Eu não quero acabar como meu pai – Seus soluços se faziam presentes no ambiente – Meu marido insiste em querer que eu tenha um filho dele... O problema é que eu não consigo fazer com que isso se encerre, tenho medo de prejudicá-lo.

A morena sentada em seu lado apenas observava em silêncio, o que Emma precisava era colocar todas suas frustações e medos para fora sem julgamentos. Jamais faria aquilo, seu desejo ali era único e simples, ouvir.

Houve apenas algo que a incomodara, a loira estava em sua casa desabafando, aquilo seria intimidade o suficiente para que pudesse falar seu nome.

— Mills, uhn? – Observa a mulher em sua frente erguer o olhar para si, parecia perdida. Rapidamente abre um pequeno sorriso querendo demonstrar tranquilidade, estende uma de suas mãos – Acho que a essa altura podemos deixar as formalidades de lado – Nota a incerteza da mulher e suspira, compreendia que com Emma deveria ir lento, sempre impondo o seu próprio limite – Ao menos essa noite

Percebendo que a loira não ousaria estender uma das mãos, Regina abaixa a sua um pouco incabulada. Teria passado dos limites? Mas antes que sua mente continuasse torturando-a pelo resto da noite, o inesperado acontece.

— Emma Swan

Sorri involuntariamente. 

— É ótimo poder saber o seu nome estranha – O divertimento escorria pelos seus lábios. Queria poder dizer seu nome mas algo a impede. Emma abre a boca em um sorriso sincero. Droga de mulher! Como poderia não suspirar profundamente perante aquela cena perfeita? Depois de todos os fatídicos acontecimentos, sentia-se nas estrelas por ver aquela mulher sorrir, era um sorriso inteiramente para si, exclusivo. Naquele momento Regina sentiu que sua necessidade em fazê-la sorrir mais era essencial, nem que para isso precisasse mover céus e terras, apenas para todos verem o quão incrivelmente linda Emma Swan ficava quando sorria. – Regina Mills.

— Muito prazer Regina. – Assim como o sorriso veio inesperadamente, se vai. Seu semblante muda drasticamente, o peso caía novamente em suas costas – Desculpe por dizer todas essas coisas, nem imagino o que queira me dizer nesse momento – Faz um pequeno barulho com a boca, exalava tristeza

Havia muitas coisas erradas que Regina poderia dizer-lhe, mas não faria. Em um ato impulsivo para tentar transmitir conforto, leva sua mão até a da mulher apertando-a, não tiraria dali até vê-la bem. Ao sentir o toque, Emma olha para a morena em sua frente. A troca de olhares foi a mais longa que tiveram desde que se conheceram, talvez porque ainda havia muitas coisas não ditas.

Aos poucos a mulher loira começa a se acalmar, ficaram minutos paradas naquela posição. Queria poder dizer muito mais, porém o medo de ser taxada de louca assim como incessantemente era por seu pai e marido apavorou-a, não aguentaria tal julgamento daquela mulher. O que obviamente a desnorteava ainda mais. O fato de se importar com a opinião de Regina incabulava-a, o possível erro visivelmente não era por ela ser uma pessoa que acabara de conhecer, e sim por ser uma mulher que mexia com suas convicções. 

Aquilo era um possível erro que não estava disposta a enfrentar para matar sua curiosidade. 

Sem que notasse Regina solta sua mão levantando-se, algo dentro de si presumia que Emma estava com medo de sua rejeição, e não se perdoaria caso não mudasse aquilo.

Assim que sentiu falta de uma mão quente junto a sua, a mulher loira rapidamente franze o cenho buscando Regina com o olhar, temia exatamente por aqueles passos em que a outra percebesse o problemão que era sua vida e resolvesse pular fora. Mesmo que o tempo de convívio fosse mínimo não queria um afastamento. 

Para sua surpresa a morena não foi em direção a porta pronta para retirá-la de seu apartamento, sua curiosidade aumentou demasiadamente ao perceber a mulher em frente a um rádio que até então era inexistente para si.

[Wolderwall - Oasis]

Em segundos uma melodia foi possível ser audível no local, o que para Emma foi uma surpresa ainda maior ao notar que conhecia aquele som.

Regina ao virar-se para a mulher sentada no sofá, notando que a mesma parecia totalmente familiarizada com a música solta uma gargalhada. Em resposta Emma cruza os braços estranhamente já sabendo o que viria a seguir.

— Não mesmo! – Ainda sorrindo a morena se aproxima – Emma Swan não vive apenas no seu mundinho colorido de princesa, e conhece essa música? – Aponta para o rádio – Não pode ser.

— Você acha que eu vivo em uma caverna cheia de unicórnios por acaso? – Bufa instantaneamente por sua resposta vir em mais uma gargalhada – Para com isso Regina, eu não fui tão mimada como parece.

— Aham claro.

A mulher passa pela loira adentrando em outro cômodo, sendo observada a todo momento. Após alguns barulhos retorna com duas taças e um vinho em mãos.

— De qualquer forma eu acho Wonderwall uma música muito boa – Estende uma das taças para Emma sendo bem recebida pela mulher – Na verdade eu curto a banda Oasis e qualquer música que ela tem a oferecer, mas essa... 

Sorri ao notar que a loira sequer prestava atenção em sua fala, estava com os olhos fechados cantarolando rente a música. Sem ao menos pensar que talvez pudesse vir a ser um descorforto para Emma, faz um microfone com as mãos e começa a cantar

And all the roads we have to walk are winding

And all the lights that lead us there are blinding

There are many things that I'd

Like to say to you, but I don't know how


E todas as estradas que temos que percorrer são tortuosas

E todas as luzes que nos levam até lá nos cegam

Há muitas coisas que eu

Gostaria de dizer a você, mas eu não sei como


Emma no mesmo instânte abre os olhos assustada, mas o que... – Regina você por acaso quer me deixar surda? – Percebe que a morena abre um dos olhos como se espionasse sua reação abrindo um sorriso, imitando uma guitarra com suas mãos – Regina... – Sorri ao presenciar a cena novamente, essa mulher é tão espontânea e leve. 

Regina abre os olhos rapidamente sabendo que agora seria a melhor parte da música, estendendo uma de suas mãos para a loira que em um ato impulsivo a pega. 

— Vamos lá Swan, essa parte merece ser cantada. 

Regina prontamente as direcionam ao meio da sala fazendo novamente um microfone com as mãos, sorri ao perceber que a loira por fim havia se deixado levar pelo momento repetindo seu gesto com as mãos.

Ambas as mulheres começam a cantar em alto e bom som a qualquer um que quisesse ouvi-las.

Because maybe

You're gonna be the one that saves me

And after all

You're my wonderwall


Porque talvez

Você será aquela que me salva

E no final de tudo

Você é minha protetora


Cantaram a música sem que percebessem o quanto ela dizia sobre aquele momento

E durante toda aquela noite iriam se permitir serem como duas amigas de anos, vivendo de um bom momento somente com a garrafa de vinho testemunhando que já estavam interligadas e sequer notaram

A casa estava totalmente silenciosa e escura, quem passasse em frente não seria possível distinguir se havia realmente alguém por trás daquela porta. Por dentro, apenas uma luz fraca vindo do abajur iluminava o ambiente que Zelena e Ruby compartilhavam, as mulheres pareciam perdidas com seus dilemas. Sabiam perfeitamente que a situação que se encontravam não favorecia a nenhuma delas. 

Zelena temia cada vez mais, sentia-se péssima por se permitir ceder ao possível caos que possivelmente viria a tona, era intrigante o fato de que estava vivendo em um relacionamento de anos sem brigas constantes, discutiam sempre em tons amenos sem alterações, e que de uns meses para cá mostravam ser outras pessoas, a ruiva parecia cada dia mais incômoda com Heitor, a relação tornou-se conturbada demais para que pudesse sentir-se feliz e livre como sempre foi. 

Por outro lado, Ruby temia pela amiga. Amava-a demais para sequer sugerir um rompimento, era perfeitamente ciente de suas limitações com a mulher em sua frente. Principalmente porque não queria demonstrar-se aproveitadora da complicada situação. Meses atrás aceitou sua rejeição, vivia com ela, mesmo doendo em si todos os dias. Percebeu por fim que tê-la consigo mesmo que de outra maneira, de fato era preferível do que simplesmente não a ter por perto. 

Nenhuma das mulheres de fato estavam conturbadas com o mesmo dilema, porém os problemas andavam de mãos unidas, como uma corrente não parecendo ter fim. 

O silêncio naquele momento demonstrava confusão, Zelena queria poder dizer muito mais para a morena, confiava totalmente na mulher para expor sua vida íntima, mas estava ciente das limitações, jamais colocaria Ruby naquela posição desconfortável apenas para satisfazer seu possível ego. 

Suspirando por fim, Zelena em um impulso levanta já pronta para partir, não poderia ficar ali, não naquela situação. Ruby prevendo o que a ruiva faria, se posiciona em segundos ao lado da mulher impedindo-a de ir. 

— Ruby, por favor... 

— Não! – A morena fecha os olhos em uma tentativa para não se exaltar – Você acha que sou idiota? Não vou te deixar sair dessa casa Zelena.

— Eu... – Leva as mãos para seus cabelos enrolados, queria muito ficar, porém não colocaria a morena em uma posição tão desconfortável como aquela. – Eu tenho que ir, não posso te expor a isso.

— Zelena, você fica. – Se aproximando ainda mais da ruiva, continua – Sei exatamente o meu lugar aqui, sou sua amiga acima de tudo, quero o seu bem estar e me certificarei de proporcionar isso a você essa noite. 

Nenhuma palavra a mais foi dita. 

Fizeram ali, sob trocas de olhares um acordo silêncioso. 

Uma precisava da outra, e por aquela noite toda bastaria apenas isso.

[Die For You – The Weeknd]

Ao fundo uma música qualquer tocava, nenhuma das duas estavam de fato prestando atenção na canção, mas era exatamente o que ambas queriam demonstrar já que o fator do que estavam fazendo finalmente parecia ter caído sobre suas costas.

Regina em um ato rápido aperta o botão fazendo seu celular ascender, já se passava das 03am. Suspira nervosa, com o canto de olho percebe a loira bocejar. 

— Acho melhor dormirmos – Sua voz estava mais rouca do que gostaria, o vinho causava esse efeito em si se bebesse uma garrafa ou mais. Levanta um pouco zonza, maldito vinho. – É... – Coça a nuca em um ato nervoso, pela primeira vez diante daquela mulher estava completamente nervosa e não ousaria barrar esse fator, sabia que mesmo se tentasse não conseguiria. – Eu tenho dois quartos, mas... – Seus olhos param nas órbitas verdes vidradas em si, engole em seco. Emma mal havia tomado o vinho, estava ciente que a única embriagada ali era si mesma e temia por aquilo, não queria fazer besteira – Mas um quarto está indisponível para dormir, estou arrumando algumas coisas por aqui ainda – Mais uma vez coça sua nuca, parecia começar a suar – Então... 

Emma pisca calmamente, havia compreendido perfeitamente onde teria que dormir e em seu íntimo sentia-se divertir pelo nervosismo repentino da mulher, como se estivesse com medo.

O que Emma não fazia ideia era que Regina não estava com medo da loira, e sim de si mesma, pela primeira vez em muito tempo a morena temeu por seu auto controle não ser suficiente para saciar seu desejo pelo resto de toda aquela noite. 

Em um ato rápido Emma se levanta ficando frente a frente com uma Regina domada pela embriaguez. Sorri de canto, finalmente havia encontrado uma bebida que derrubava-a.

— Eu entendo – Se aproxima – Espero que não seja um incômodo para você...

Um incômodo? Ah Emma Swan se você soubesse... - Na-Não vai ser incômodo algum – Pragueja internamente por gaguejar, estava ficando ridículo, precisava sair daquele espaço urgente ou cometeria um erro sem volta – Vamos, eu te guio até o quarto.

Sem querer uma resposta Regina vira-se indo em direção ao seu quarto. Seu auto controle não poderia decepciona-la justo hoje, justo com ela. 

Ao adentrarem no ambiente Emma suspira surpresa, de fato não teve tempo de observar o apartamento todo, mas apenas o quarto fazia-a questionar ainda mais sobre quem realmente era Regina Mills, a morena não parecia ser dona de fortuna alguma. Mesmo tendo um bar, não parecia ser o suficiente para manter-se em um local tão bom tendo um quarto enorme como esse. 

— Fique a vontade, eu vou pegar uma roupa para você tomar um banho se quiser – Indo em direção ao closet continua – No banheiro eu sempre deixo uma escova de reserva, pode usar.

Emma apenas ouvia tudo atentamente, observa a mulher retornar com duas trocas de roupas estendendo uma para si, pega sem relutância. Franze o cenho ao notar que a morena saía do quarto, se quisesse trocar de roupa o faria no closet 

— Onde vai? 

— Tomar um banho – Regina vira-se para Emma e sorri calmamente – Ao menos o chuveiro funciona no outro quarto.

A loira observa Regina sair do ambiente logo já se encaminhando para o banheiro que ali continha, precisa urgentemente de um banho.


Ao retornar a morena sente seu corpo tencionar, fecha os olhos em um pedido silencioso por clemência. Emma estava ali, sentada em sua cama um pouco incerta olhando para suas próprias mãos, Regina pôde ver como seu pijama de seda caíra tão perfeitamente bem naquela mulher de costas para si, suspira fortemente e adentra de vez no quarto.

Teria que ser forte

Ao notar que não estava mais sozinha Emma levanta-se apreensiva, não queria parecer inadequada.

— Não se preocupe, está tudo bem.

Regina começa a arrumar a cama para que ambas pudessem por fim dormirem, e sem que pudesse notar Emma sorri. A loira achava fascinante a capacidade que a morena tinha absorvido em decifra-lá tão rapidamente, mesmo que negasse para qualquer um, gostava do fato da Regina saber exatamente o que se passava em sua cabeça não precisando dizer. 

— Venha, pode se deitar – Aponta para a cama tão chamativa – Vou apagar a luz.

Emma por fim nota algo que a faz rir debochada.

— O que foi? – Regina a questiona confusa

— Eu me pergunto se esse pijama que me emprestou é realmente seu

A morena por fim entende o que a mulher a sua frente queria dizer. Usava uma camiseta com estampa de uma banda qualquer de rock e um shorts curto, e dera um pijama tão sofisticado para a loira.

— Mas é claro, a madame merece dormir com o seu conjunto de princesa. – Sorri ao ver a carranca e os braços cruzados da mulher – Anda, venha se deitar barbie.

Emma sem qualquer palavra se dirige até a espaçosa cama, deitando um pouco receosa. Nota as luzes se apagarem e segundos depois a cama afundar. Regina havia deitado. Suspira nervosa, estava com frio. Mesmo com o cobertor sobre elas, parecia que o clima não era lá dos melhores para se estar lá fora. 

Regina por outro lado não foi capaz de mexer-se em momento algum, olhava para o teto parecendo tão interessante naquele momento. Vastos minutos se passaram e sabia que a loira ainda estava acordada, de alguma forma sentia aquilo. A posição já lhe incomodava, precisava virar, teria que se mexer. Mas antes que o fizesse um braço gelado encosta ao seu, franze o cenho imediatamente.

— Mas o que... – Droga! O aquecedor. Não havia ligado-o, estava acostumada sem ele mesmo que parecesse estranho a todos era bom para si. Sem pensar sai da cama sendo observada – Deveria ter dito que estava com frio Swan – Não queria parecer reprovadora, mas talvez tenha sido. Rapidamente pega o controle na estante apertando alguns botões, não era fã daquilo, mas se fosse para manter Emma quente... Aguentaria o sacrifício, não queria que a loira tivesse que se esquentar por outros meios. – Assim está bom?

— Sim, obrigado – Merda, sabia que a morena despertara de seu transe pelo braço perto do seu, mas não pôde fazer outra coisa, sentia muito frio e daquela forma não iria dormir, sentia Regina quente e não achou que fosse um erro encostar na mesma, mas talvez tenha sido...

A morena voltou ao seu lado da cama, precisava dormir urgentemente. 

Virando cada uma para um lado, dormiram com o cansaço falando mais alto.

– 

Pela manhã Regina desperta primeiro, não havia dormido tão bem, mas certamente melhor do que o esperado.

Na realidade seu estado era deplorável, e a culpa dessa vez não era da bebida. Mal conseguia se mexer, suas pernas estavam enroscadas com a da mulher ao seu lado, era a segunda vez que se permitia deixar uma loira passar a noite consigo. Mas que inferno Regina. Precisava levantar ou surtaria. 

Sua primeira tentativa ao sair daquela posição calmamente falha miseravelmente ao sentir que uma de suas pernas estava abaixo da loira, torcendo para o lado fazendo com que apenas metade de seu corpo saísse da cama ficando presa.

— Mas que merda – Sussurra baixinho – Ela literalmente me prendeu entre suas pernas – Olha para a posição que se encontrava, sua cabeça e braços para fora da cama fazendo com que sua visão fosse toda para o chão – Maravilha Swan. – Suspira derrotada, teria mesmo que fazer aquilo. – Que humilhação. 

Devagar vai se arrastando pelo tapete do quarto, a mulher parecia fazer de propósito, a perna da loira estava ainda mais sobre a sua. Com maior insistência consegue desprender sua perna da mulher quase caindo de vez no chão. 

Senta sob o tapete ainda desacreditada do terrível esforço que tivera que fazer para sair de sua própria cama. 

Sem muitas opções decide por fim levantar de uma vez, e se surpreende ao ver que a loira sequer havia notado a cena patética de segundos atrás, parecia extremamente confortável em sua cama. Seu sorriso abre involuntariamente, mas logo trata de fecha-lo. Sabia que a culpa desta vez não era da Emma e tampouco sua, o problema era simples... O que iria fazer? Era sábado e não trabalhava, a não ser que tivesse algum imprevisto urgente e fosse necessitada a sua presença. Não pensa muito e apenas age, vai em direção ao banheiro fazer sua higiene matinal, precisava jogar uma água em seu rosto e se acalmar. 

Após seus afazeres sai do banheiro vendo uma Emma completamente esparramada, parecia tão a vontade. Segue em direção a saída do quarto, seu costume sempre fora trocar de roupa antes de tomar café, mas hoje estava necessitada daquele líquido quente. 

Não sabia bem o que esperar a partir dali, talvez Emma abrisse um espaço para que pudesse adentrar e participar da sua vida, ao menos era o que esperava.

O fato interessante que Emma jamais notaria e Regina tampouco, foi que a morena nunca estava habituada a trazer alguém para sua casa e preparar café no dia seguinte. Mas naquele instante Regina não percebeu que de fato aquele ato era algo completamente oposto do que faria normalmente com alguma mulher, na realidade jamais deixaria alguma passar a noite consigo sem transarem, com certeza foi algo inédito já que nem dormir a morena permitia que fizessem, apenas Kristin havia feito e de fato não aprovou aquilo. 

Mas ali, estava uma Regina totalmente absorta em preparar duas xícaras de café com medo de errar na dosagem do açúcar, parecia tão habitual. Se isso não fosse o suficiente, calmamente arruma a mesa com algumas frutas, Emma parecia ser o tipo de mulher que adorava frutas pela manhã. 

Sua concentração era tanta que mal notou a figura da mulher parada na porta observando atentamente seus movimentos. Emma sorri de canto, havia muito tempo que não faziam isso para ela. Decide por fim retirar Regina de seu transe fazendo um barulho com a boca. 

— Ai meu deus! – A morena vira-se para Emma com uma das mãos ao peito – Você me assustou – Percebe que a mulher estava perfeitamente vestida com suas roupas do dia anterior – Está com fome? Eu preparei o café – Faz sinal com as mãos para que a loira sentasse, e assim Emma o faz – Não sabia se você gosta bem doce, mas eu arrisquei que sim – Estica o café para a mulher sentando-se em seguida ao seu lado – Acertei?

Emma leva o café a boca sendo observada, Regina queria uma aprovação.

— Sim, obrigada – Sorri levemente vendo a feição aliviada da mulher – Obrigada por tudo na verdade, eu nem sei como te agradecer devidamente.

— Apenas não se afaste.

— Como? 

Regina precisava falar, mesmo que talvez estragasse tudo era preciso. Não queria que a loira sumisse, sentia que seu novo pequeno propósito era ajudar aquela mulher

— Emma, eu sei que parece loucura porque mal nos conhecemos, mas eu quero te ajudar – A mulher estava vidrada em si – Ontem a noite quando você me viu... – Coça a nuca sem graça, sabia que Emma presenciou seu beijo com Kristin e achou extremamente curioso o fato da mulher em momento algum ter tocado no assunto, como se não quisesse que o assunto fosse outro senão o sobre elas – Eu fiquei tensa admito, quero ser sua amiga e te ajudar no que precisar – Leva sua mão de encontro a da loira – Sei que a causa do seu choro é bem mais do que aparenta, e tudo bem você não me dizer, eu só...

Sua fala é interrompida pelo barulho estridente do telefone, Emma fecha os olhos lamentando-se, sabia que era o seu. 

— Desculpe. 

Levanta em desespero indo até o aparelho no outro cômodo atendendo rapidamente.

— Alô? 

— Emma graças a deus, onde você tá?A voz parecia preocupada – Fui até sua casa e Graham disse que você não apareceu desde ontem depois do trabalho.

Como é? Graham havia mentido. Ele simplesmente omitiu o fato de ter tentado abusar de mim!

— Emma, ainda ta aí? 

— Estou sim Rose – Engole a seco, seu estômago parecia revirar – O que foi? 

— Onde você tá? 

— Não importa – Vira seu rosto rapidamente observando uma Regina parecendo concentrada demais em seu café – Qual a emergência? 

— Papai surtou de vez, está louco porque mais uma vez os números da empresa não parecem bater e disse que a mamãe quer dar um almoço hoje, sabe o que isso significa não é? 

É claro que Emma sabia, almoço de família Swan-Nolan significava problema e dos grandes. Desencosta seu celular do ouvido para ver as horas, ótimo! Graham já havia ido para o hospital. 

— Rose eu vou passar em casa para me trocar e em seguida vou para a empresa, você já está ai?

— Sim, cheguei a pouco.

— Tudo bem, nos vemos ai. 

Desliga sem querer uma resposta, tinha que ir para a casa e isso significava deixar Regina e sua mesa farta.

Volta para a cozinha incerta, não queria fazer desfeita com o café da manhã, mas tinha compromissos. 

— Está tudo bem Srta. Swan, se precisa ir não quero te atrapalhar.

Como sempre Regina e sua incrível capacidade de adivinhar seus pensamentos.

Observa como a morena não direcionava o olhar para si, estava na mesma posição que minutos atrás concentrada demais em seu café.

— Eu preciso mesmo ir, mas obrigado mais uma vez por tudo. – Sua bolsa já está em suas mãos – Espero que entenda – A morena assente com a cabeça, ainda não a olhava. Em um ato impulsivo pega o café – Você realmente acertou. 

Uma mensagem chega ao seu celular, hora de ir. Vai em direção a porta abrindo-a.

— Regina – A morena finalmente a observa – Não me afastarei, sei que não parece mas sua ajuda seria muito bem vinda. 

Emma sai pela porta deixando uma Regina fascinada para trás. 

Finalmente a mulher sorri para a porta fechada, sabia que algo havia se iniciado entre elas e gostava da ideia de ter Emma Swan por perto.


Notas Finais


aqui o link da música
https://open.spotify.com/track/5qqabIl2vWzo9ApSC317sa?si=r46EYn6RRq2ECx1nSuKXeg


o que vcs acharam? conversem com a gente nos comentários! 💕 até a próxima, mwah


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...