História Lightning In The Dark - Marry me

31 de Dezembro de 2013. 22:04h; Rio de Janeiro – Brasil.

POV. Justin Bieber

Eu havia tido uma noite maravilhosa com Lucy. Havia sido especial e um tanto quanto reveladora. Hoje eu me sentia leve, eu sentia que era preciso ter falado todas aquelas coisas a ela pra começar a viver um novo ano em paz comigo mesmo. E ela havia me escutado sem ao menos ter me interrompido ou mostrado impaciente, e aquilo me orgulhou o bastante pra eu sentir meu coração bater mais rápido de amores a ela. Lucy por uma noite havia sido a minha psicóloga, eu me sentia no começo daquele mesmo ano de 2013, quando sentávamos em uma cama ou em um sofá e eu contava a ela o que estava sentindo ou o que havia acontecido no meu dia, e ela me olhava atenta em cada palavra que saia da minha boca; E ontem aconteceu tudo do mesmo modo, houve amor, paciência e vontade acima de tudo, vontade vinda de mim por ter tido coragem de desabafar e dizer tudo o que eu guardei durante todo esse tempo e vontade dela ter me escutado e nem ao menos ter reclamado. Antes de dormir, estávamos na cama juntos apenas com um lençol cobrindo o nosso corpo e eu chorei. Não foi de soluçar e nem um tanto quanto exagerado, mas algumas lágrimas salgadas escorreram pela minha bochecha e ardeu os meus olhos. Lucy não fez nada, ela só me olhou com os seus olhos castanho escuro que pareciam falar por ela que tudo estava bem e que em nenhum momento ela iria me abandonar. Ela foi corajosa assim como eu, ela nem se quer limpou as minhas lágrimas, ela deixou que eu chorasse e libertasse tudo o que eu prendia no meu corpo, na minha alma. Ela ouviu mais algumas palavras e contei mais algumas das minhas histórias e ela ouviu calada, apenas assentindo e demonstrando estar ouvindo com todo o cuidado.

Depois, ela me fez dormir. Isso me soaria tão estranho e se eu contasse a alguém, provavelmente eu levaria o apelido de gay, mas eu não me importo. Ela cantou Change Me no meu ouvido baixinho e eu ri por ela errar algumas partes da música. Ela me colocou no seu peito e afogou os seus dedos nos fios dourados do meu cabelo, eu gostava muito daquilo. Lembro-me de ter ficado acordado por pouco tempo, logo adormecendo naquela mesma posição e acordando com ela ainda abraçada comigo, porém dessa vez ela dormia em um sono tão profundo que nem coragem de acorda-la eu tinha.

Lucy Williams é o meu anjo.

Agora ela estava se arrumando pra irmos passar a virada do ano na praia de Copacabana. Eu realmente não iria me importar com os paparazzi e com as pessoas pedindo pra tirar foto comigo, essa era a minha realidade e ontem eu entendi que a Lucy não se preocupava tanto com ela, lembro-me dela falando: ‘’Justin, eu estou aqui por você e supero qualquer coisa ao teu lado’’, e aquilo me fortaleceu e diminuiu mais que 75% do meu medo dela partir. Então eu já havia decidido que passaríamos a virada naquela praia, no meio de toda a multidão. Eu não queria começar o ano de 2014 apenas eu, Lucy, Candy e Margarett. Eu já me privava de tantas coisas durante os 365 dias do ano e eu precisava pelo menos uma vez durante todos esses anos, me libertar da privacidade e viver tudo o que a vida poderia me oferecer.

Eu estava sentado no sofá da sala enquanto ouvia as gargalhadas da Candy e da Lucy vindo do nosso quarto, não tão distante dali. Sua risada me acendia da melhor forma. Então, pude ouvir a porta ser destrancada e logo após isso, aberta. Curvei-me pra poder olhar sua vinda até eu, e depois de alguns segundos ela apareceu. Levantei-me do sofá pra garantir que aquilo era mesmo real.

 Eu poderia viver o resto da minha vida ao lado daquela mulher que mesmo assim eu nunca poderia acreditar que ela foi feita pra mim e melhor que isso: que ela me escolheu.

Ela estava linda. Seus olhos brilhavam de felicidade. Ela vestia um vestido longo todo branco de renda e uma tiara pequena de flor rosa clara na cabeça. Sua maquiagem não estava tão forte, mas pude notar uma linha de brilho dourado em seus olhos que a deixava ainda mais linda. Ela sorria tão verdadeiramente pra mim que eu pisquei algumas vezes pra ver se aquilo era mesmo real, então, me aproximei dela e a abracei, beijando com calma seus lábios rosados.

Candy me cutucou e eu me distancie de Lucy, olhando a pequena que me olhava de braços cruzados.

- Você não vai dizer nada da minha roupa, xi biber? – Ri baixo após ouvir aquilo e a fitei de cabeça aos pés.

Candy era parecia com a irmã e ficaria um tanto quanto bonita que Lucy. Ela vestia um vestido florido branco com rosas vermelha bem forte e uma sapatilha nos pés. Havia uma tiara parecida com a de Lucy em sua cabeça e eu sorri com aquilo, elas haviam combinado tudo.

- Você está muito bonita, pequena. – Eu disse me abaixando pra ficar na sua altura e a abraçando em seguida.

- Obrigada, xi biber. Você também está muito bonito. – Ela sorriu tímida e eu assenti com um sorriso, a agradecendo por aquilo.

Margarett saiu do quarto e ela também vestia uma peça branca, aliás, todos nós vestíamos roupas brancas, inclusive eu que vestia uma calça jeans clara e uma camiseta branca por cima. Eu usava um boné cinza com detalhes branco na cabeça, Lucy que havia me dado e eu havia gostado bastante.

Fomos em direção à praia, já vendo o helicóptero nos esperando pra nos levar até Copacabana. As luzes vindas da praia já iluminava o céu. Era o ultimo dia do ano e esse ano sem dúvidas havia me rendido boas e terríveis coisas, mas não sou de reclamar, eu sou grato por tudo de bom que havia me acontecido e aprendi com a Lucy que devo agradecer até mesmo as coisas ruins, se não, por algum motivo eu poderia não estar aqui hoje, e aquilo não era o que eu desejaria. Eu poderia estar em qualquer lugar desse imenso mundo, mas estar naquele lugar com todas aquelas pessoas ao meu lado, apesar de faltar meus amigos, minha mãe, meu pai e os meus avós, eu me sentia feliz e sabia que aquele era o lugar certo pra mim. Eu me encontrei.

                                                            [...]

O helicóptero desceu pela areia da praia de Copacabana. Aquilo estava lotado de gente, eram muitas luzes e havia fogos que não paravam de ser soltos no ar, dando a entender que todos pareciam muito felizes com o final do ano.

Assim que descemos do helicóptero, oito seguranças que eu havia contratado já me esperavam do lado de fora. Dei a mão pra Lucy a ajudando a sair e logo após, ajudei Candy e Margarett. Todas as pessoas que estavam perto de nós tiveram os seus olhares sob nós e pude notar até mesmo alguns flashes. Olhei pra Lucy pra saber qual era sua fisionomia e ela estava olhando pra Candy e sorrindo.

Algumas pessoas ficaram por perto pedindo fotos ou autógrafos e eu pedi que os seguranças deixassem em ordem algumas delas passarem, autorizando as fotos.

Uma menina morena me olhou com os olhos molhados de lágrima e em seguida, olhou pra Lucy.

- Ela está mesmo grávida de você? – Ela perguntou tremula. – Digo, você vai mesmo ser pai?

Sorri de lado e olhei pra Lucy, que me olhava com um sorriso nos lábios.

- Sim. – Respondi. – Eu vou ser pai.

A garota olhou pra mãe que estava atrás do segurança já que ela preferiu não interferir e nem incomodar e sorriu. Então, por surpresa, ela abraçou a Lucy. Eu esperava que ela fosse me abraçar, tudo bem, mas quando ela abraçou a minha Lucy, Lucy se assustou e me olhou sem saber o que fazer, então eu sorri demonstrando estar tudo bem e ela logo relaxou, retribuindo o abraço da menina.

Assim que ela se separou da Lucy, ela me olhou.

- Você pode... tirar uma foto comigo?

- Claro que sim. – Respondi indo ao seu lado e ela entregou a câmera para um dos seguranças, que logo bateu a foto.

- Você pode me abraçar?

Eu ri daquele pedido. Sem responder, a abracei forte e ela retribuiu. Ouvi seus soluços e senti a minha camiseta molhar por conta das lágrimas, mas eu não me incomodei com isso. Assim que ela me soltou, sua maquiagem estava borrada e seus olhos um pouco vermelho.

- Eu fui ao seu show em Novembro e eu fiquei tão triste quando você saiu daquele palco sem cantar a ultima música. – Ela disse. – As pessoas falavam que você estava se afundando, que você era o pior ser humano e que a sua vida ia acabar como a dos astros como Michael Jackson e Amy Winehouse.

Eu senti um aperto tão grande no meu peito de ouvir aquelas palavras de uma fã.

- E sabe... – Ela continuou. – Eu nunca acreditei nas palavras das outras pessoas, eu acreditei em você e torcia sempre pra você estar bem. As pessoas diziam que você odiava o Brasil e nunca mais voltaria, quando eu entrei no Twitter e vi que você tinha postado que estava aqui e logo depois postou no Instagram a foto do Cristo Redentor, eu chorei. – Ela começou a chorar novamente. – Eu me sinto tão feliz e aliviada por tudo estar bem. Eu não costumava gostar tanto dela... – Então ela olhou pra Lucy, demonstrando estar falando dela. – Mas eu reconheço, aliás, todos nós reconhecemos que ela te salvou e te faz muito bem, e procurei ver o porquê eu não gostava dela. Não havia motivos, talvez seja ciúmes, vontade de estar ao lugar dela e nunca ter essa oportunidade, mas eu acho que ela tem esse cargo e toda essa responsabilidade de aguentar a mídia, os fãs e a sua vida porque ela já nasceu com esse dom, e se fosse qualquer outra garota não aguentaria nem uma semana. – Ela chorava, porém, estava mais calma. – Eu espero que você seja muito feliz e que esse bebê lhe traga toda a felicidade do mundo a vocês, e Justin... Eu te amo e vou estar sempre te defendendo e acreditando em você.

Eu não sabia o que dizer, aliás, eu nunca fui de ouvir atendo as palavras das minhas fãs, até porque elas raramente tinham coragem de falar porque no momento em que me viam, elas choravam e ficava tremulas, aquilo impossibilitava de sair qualquer palavra da sua boca. Mas aquela fã foi tão sincera e corajosa por ter me dito tudo aquilo, eu realmente estava feliz por ter ouvido cada palavra que ela foi capaz de me dizer.

Sem conseguir corresponder, eu só lhe abracei forte e sussurrei um obrigado no seu ouvido, ouvindo seus soluços aumentarem por aquilo.

Logo em seguida ela se despediu de nós e saiu, abraçando a mãe que a esperava e que logo acenou pra mim e eu acenei de volta, voltando a olhar pra Lucy que me fitava com os olhos cheios de lágrimas.

A puxei pela cintura e ela me olhou assustada, mas logo sorriu em seguida. A coloquei na minha frente, dando pra ver seus olhos e tirei uma mecha do seu cabelo que estava caindo no rosto, colocando atrás da orelha, perto da tiara.

- Eu só quero que você me desculpe por tudo, tudo bem? Eu nunca vou poder te dar uma vida adequada...

Mas antes que eu terminasse de falar, ela pousou seu dedo indicador nos meus lábios e um ‘’shiu’’ escapou da sua boca, indicando que eu me calasse. Então, ela começou:

- Eu não me importo, se essa é a sua vida, essa é a minha também. Eu não gosto tanto dos flashes, as luzes me atrapalham e me assustam. Estar com o meu nome estampado na capa da primeira revista mais famosa do mundo ainda me é estranho, mas eu escolhi você e todas as escolhas têm as suas consequências. E eu não me importo com as consequências enquanto você estiver comigo! Eu te amo Justin e eu escolhi viver essa vida do seu lado, eu escolhi ser feliz com você.

A puxei pra um abraço apertado e selei nossos lábios, ouvindo em seguida os fogos sendo soltos no céu. Meia noite. 2014. Ano novo.

Abracei Lucy e Candy, desejando feliz ano novo a elas. Candy estava no colo da Margarett e a abracei em seguida.

- Feliz ano novo, amor. – Lucy disse selando nossos lábios.

- Feliz ano novo, eu amo você. – Sorri e ela sorriu de volta.

Eu tinha uma surpresa pra fazer pra Lucy, então, me distanciei um pouco dela e pedi que os seguranças me dessem um espaço. Eu esperava que aquilo desse certo.

- GENTE! – Gritei e todos que estavam ao nosso redor pararam pra me olhar. Olhei pra Lucy que tinha seu olhar preso a mim, ela me olhava de forma estranha, não entendendo o que estava acontecendo. – Talvez eu não precise dizer muitas coisas, mas que você é a mulher certa pra mim todos sabem, que eu quero passar o resto da minha vida ao teu lado todos também sabem, o que ninguém sabe ainda é que... – Tirei com dificuldade uma caixinha de veludo vermelha do meu bolso. – VOCÊ QUER SE CASAR COMIGO, LUCY? – Me ajoelhei na sua frente e Lucy me olhou assustada, colocando a mão na boca em seguida.

Muitos dali não conseguiam entender o que eu dizia, mas todos, digo: TODOS aplaudiram por aquilo.

Lucy assentiu, respondendo um ‘sim’ em forma de sussurro e eu já via as lágrimas escorrerem pela sua bochecha. Coloquei o anel no seu dedo e ele tinha a letra J de Justin e junto disso, uma pedra de brilhante bem pequenina. Levantei-me e a abracei.

Encostei nossa testa e a fitei, ficando tão perto que eu podia sentir seu halito fresco bater na ponta do meu nariz.

- Eu aceito passar o resto dos meus dias ao teu lado Justin Bieber, pra sempre!