1. Spirit Fanfics >
  2. Like a marble statue >
  3. Contrato

História Like a marble statue - Contrato


Escrita por: LadyofSwords

Notas do Autor


Hey! Como estão vocês?
Antes de mais nada, já vou deixar avisado que eu já postei parte dessa história uma vez, muitos anos atrás, em outra plataforma e com outro nick, mas parei no Capítulo 02.
Para não cometer a mesma gafe outra vez, preferi terminar a história, antes de me aventurar a repostá-la. Então podem ficar tranquilos, dessa vez "Like a marble statue" está oficialmente terminada e não será abandonada de novo!
Avisos dados, tenho apenas mais uma coisa a dizer:
Deliciem-se!

Capítulo 1 - Contrato


Era o fim, eu sentia.

Estava meio perdida dentro do meu corpo, mas não era ruim; sentia-me como se houvesse dormido demais. Mas aquela não era a minha cama. Era duro, meio frio, e balançava. Também não havia cobertor sobre o meu corpo, contudo não estava nua. Os pontos onde sentia minha pele mais exposta me diziam que estava com o que julgo ser uma saia e algum sapato fechado; meu tronco estava totalmente coberto, eu só não faço ideia de com o quê.

— Eu sei que você está acordada — disse, como se me desejasse bom dia. E para ele, aquele seria mesmo um bom dia, não é?

Foi como se aquela suave voz entrasse em meu corpo, organizando a enorme bagunça pós-despertar que era a minha cabeça. Abri os olhos. Esperei pela preguiça e a vontade de dormir mais um pouco, mas nada veio; estava completamente desperta.

Sentei-me no que percebi ser um barco. Eu estava vestindo uma saia e um sapato tipo Oxford. Meu tronco era coberto com uma camisa branca de mangas longas, dobradas até acima dos cotovelos.

Levei a mão ao pescoço, procurando minha corrente, mas ela não estava ali, e já fazia um bom tempo. A única coisa que encontrei foi a pele nua de meu colo, indicando que os dois primeiros botões da camisa estavam abertos.

Sim, aquelas roupas me pertenciam, mas não me lembro de tê-las vestido.

— Como se sente? — perguntou ele, sem nenhuma preocupação na voz. Não me virei para encará-lo. Tinha medo de meu rosto mostrar o que não devia.

— É agora, não é? — Ignorei sua pergunta. Ele deu um leve riso.

— Está perto, sim. Logo estará acabado.

Olhei para frente, encarando o grande rio... ou oceano. Eu não faço ideia!

Dizem que nossa vida passa diante de nossos olhos quando morremos.

Bom, eu não morri, e nem vou morrer — o que me aguarda é pior —, mas as lembranças vieram, como que trazidas pela água.

Logo, eu estava no passado. No começo de tudo.

 

Nasci em 07 de agosto de 1995.

Sou alta, caucasiana, de cabelos escuros e olhos acinzentados.

Não lembro muito da minha infância, e nem faço esforço para lembrar.

Minha mãe morreu quando eu tinha uns sete anos e quase não me recordo dela. A única coisa que não me deixava esquecê-la completamente era uma corrente dourada, com uma foto dela dentro do pingente. Sempre estava no meu pescoço.

Logo após sua morte, fui morar com meus avós, que eram o casal mais quadrado que já passou pela face da terra. Estudei em boas escolas e tive boas coisas, porém sempre soube que eles me odiavam. Eu achava que era pelo fato da minha mãe ser solteira.

Bom, uma criança não deveria nem saber disso, ou o que significava. Mas eu sabia.

Cresci quase que sozinha até fazer quinze anos.

Foi quando começou.

No dia do meu aniversário, matei aula e fui até um dos parques da cidade. Queria um minuto comigo mesma, longe de todos. Era meio de semana, então o lugar estava vazio.

Deveria ser um momento de descanso, mas não foi.

Fiquei entre as árvores, escondida, pensando. Foi dentre meus devaneios que descobri que odiava os meus avós. Lembranças de algumas verdades da minha vida vieram à mente, só piorando o meu estado. Comecei a chorar de raiva, de ódio, de dor, colocando para fora todo o veneno que havia em meu ser. Era um choro silencioso, comportado e limpo, mas as lágrimas ardiam, queimavam.

Comecei a cogitar uma gama de possibilidades em minha cabeça.

— Por que está chorando? — perguntou uma voz. Eu não vi ninguém.

— Quem está aí? — Levantei-me e comecei a procurar.

— Uma garota tão linda... uma verdadeira Lady!... O causador disso deveria sofrer muito! — a voz tinha um sotaque estranho, não era brasileiro. Parecia um menino. — Você gostaria de se vingar? — Veio de trás de mim.

Virei-me bruscamente e vi um garoto de preto, magro e bem mais baixo que eu. Seus cabelos eram curtos, acinzentados, meio azulados. Seus olhos eram de um tom muito bonito de azul. Seu rosto ostentava um leve sorriso, enquanto me oferecia um lenço branco, de pano.

— Como é? — perguntei, ignorando o lenço. Ele sorriu e se pôs a secar meu rosto.

— Você é uma verdadeira Lady, mas seu coração... está tão envenenado, com tanto ódio, tanta raiva, tanta dor. Pensei que, talvez, houvesse um culpado para tudo isso, e, talvez, você quisesse se vingar de alguém. — Pensei por um momento.

Havia, sim, uma pessoa de quem eu queria me vingar, com certeza.

Ele era o culpado de tudo.

— Sim. Eu quero me vingar de uma pessoa. Mas o que você tem a ver com isso?

— Talvez, eu possa te ajudar... — disse, pondo o lenço na minha mão.

— Duvido! — minha voz veio carregada de escárnio.

— Bom... quanto à minha ajuda, você pode duvidar mesmo. — E retirou a luva que cobria sua mão esquerda. — Afinal, já tenho um mestre.

Desenhado na pele claríssima daquela mão estava um círculo azul; dentro dele, um pentagrama, cujas cinco pontas, longas e finas, saíam para fora do contorno circular, como se fossem espinhos. Sua íris tomou um tom róseo avermelhado. Recuei.

— Mas, talvez, eu conheça alguém que possa te ajudar! Esteja aqui amanhã, na mesma hora, e lhe apresentarei um amigo. — O garoto virou fumaça. Bem na minha frente. Mas seu lenço continuava comigo. Havia o mesmo símbolo da mão dele nas quatro pontas do pano branco.

Eu estava ficando louca! Aquela conversa provava isso.

E eu ter voltado no dia seguinte dava a certeza.

Fiquei lá, sentada no mesmo lugar, fingindo não estar ansiosa e morrendo de medo. Meu coração batia forte e eu já não sabia se meus dotes de atriz iriam me servir bem, mas continuava sustentando a mesma expressão calma, de todo dia.

— Olá! — Um homem alto, de cabelos negros e olhos vermelhos apareceu alguns metros a minha frente. Do nada. — É você a Lady da qual Ciel me falou?

— Eu acho que sim — fiquei agradecida pela minha voz não ter tremulado uma única vez. Então era Ciel o nome do garoto? Agora só tinha que descobrir o nome do homem que havia aparecido na minha frente.

— Você é a Jane?

— Sim! Mas como sabe meu nome? Eu não disse meu nome àquele garoto!

— Você não precisava dizer. — Ele sorriu e seus olhos brilharam.

— O-o que é você? — minha voz tremulou, me traindo.

— Eu sou um demônio. — Uma névoa negra tomou conta do ambiente, ou seria fuligem? Só sei que ela caía do alto, como se fossem penas negras. — Estou aqui porque um amigo me disse que uma garota queria ajuda em sua vingança. E que, talvez, ela estivesse disposta a fazer um contrato comigo.

A proposta era assustadora e, ao mesmo tempo, tentadora.

— Um... contrato?

— Sim. Meus termos são simples. Você traça um objetivo, eu sigo as suas ordens e te mantenho viva até você chegar onde desejou. Então, eu tomo a sua alma. — Fiquei ainda mais assustada... e tentada. — Você não precisa me responder agora. Mas, quando tomar uma decisão, é só chamar por mim — a voz dele sumia no breu, que já o consumira.

— E-e qual é o seu nome?

— Sebastian — sussurrou, rente ao meu ouvido, e tudo sumiu.

Foi como se tivesse acordado de um sonho. Estava em pé, no mesmo lugar, mas não havia névoa e nem demônio.

Fui para casa e comecei a pesar e medir a proposta que Sebastian me fizera.

Todo o ódio, rancor... tudo seria vingado. Os responsáveis pagariam. E pensando pelo lado não egoísta, também era uma boa proposta, pois meu alvo principal com certeza não havia feito mal somente a mim.

Três dias.

Foi o que demorei para decidir que minha vingança valia mais que a minha alma.

— Sebastian! — chamei num tom não muito alto. Era noite, eu estava no jardim do sobrado onde morava com meus avós. Todos dormiam.

Meu rosto estava vestido numa máscara dura, feita de gelo.

— E então, o que decidiu? — ouvi sua voz ecoando atrás de mim.

Perigosamente perto. Sussurrando em meu ouvido.

— Quero selar o contrato — respondi, sem me virar, mas mantendo a expressão fria.

O demônio riu.

— Você tem um objetivo fixo em mente?

— Sim.

— Pois bem. Não precisa revelar nesse exato momento, mas ele não poderá ser mudado. Você concorda?

— Sim — respondi sem hesitar, mantendo o tom da voz.

Ele apareceu na minha frente. Vestia uma camisa branca e um blazer preto, aberto.

— Então, você aceita todos os termos do contrato?

— Sim.

— Então, está feito — ele sussurrou algo que não entendi e minha barriga ardeu. A região do meu umbigo parecia ser queimada. Quando a dor passou, vi que lá havia aparecido um pentagrama negro, cercado por espinhos. — Como minha nova senhora, é você quem decide como me chamarei daqui até o fim do contrato.

— Como tem se chamado até agora?

— Sebastian Michaelis.

— Então vai continuar sendo Sebastian Michaelis. — Não queria mudar o nome dele. Na verdade, aquele nome até que combinava.

Acho que foi aí que começou o meu erro.

— E então, quais são as suas ordens, my Lady? — Eu já havia pensado no que fazer a seguir. Resolvi começar pelo mais incômodo.

— Fique por perto. Forje provas convincentes de que você é um velho amigo dos meus avós. E depois, daqui mais ou menos um mês, mate-os. Quero que seja num acidente, onde não poderá achar outro culpado se não o destino. — Ele sorriu.

Yes, my Lady! — disse, se ajoelhando.

Como o combinado, dali um mês, houve um acidente de carro.

Eu não sofri mais que dois arranhões, porém meus avós... Foi muito esperto da parte de Sebastian, sou obrigada a admitir.

No hospital, ele apareceu com uma expressão preocupada e triste, que convenceria a todos, menos a mim.

Eu já havia recebido alta, mas continuei lá, esperando a confirmação do óbito, enquanto chorava silenciosamente lágrimas de crocodilo. Sebastian me abraçou, como que num ato de consolo. Não consegui deixar de reparar no quanto sua pele era quente e aconchegante. Quando veio a certeza, fingi entrar em choque e sofrer uma crise de choro, mas tudo o que sentia era alívio.

Quando voltei para casa, Sebastian voltou comigo, se mudando de vez para junto de sua Lady. As provas forjadas convenceram a todos de que ele era amigo da família; pessoa de bem e confiável. Então, não houve problemas.

Às vezes, me pergunto se nós, humanos, acreditamos apenas no que queremos, ou não passamos de um bando de idiotas manipuláveis.

No dia do velório, coloquei meu colar dentro do caixão da minha avó. Até hoje, não sei o porquê de ter feito isso, e às vezes me arrependo, mas tento não pensar no assunto.

— Você está bem, Jane? — perguntou, enquanto caminhávamos pelo cemitério; os últimos a sair do velório.

Às vezes, ele me chamava de “my Lady”. Eu gostava, mas seria no mínimo estranho para ouvidos alheios, que sempre existiam. Então nos tratávamos de forma informal, pelo menos em ambientes sociais.

Ignorei a pergunta e continuei caminhando até parar de frente a um túmulo em especial. O túmulo da minha mãe. Fiquei encarando as letras douradas no mármore.

— Você gosta de histórias? — perguntei.

— Sim.

— Então, Sebastian, fique atento à história que eu vou contar.

“Numa madrugada, em 1994, uma jovem voltava para casa, após uma festa qualquer. De algum lugar no esgoto do mundo, surgiu um homem completamente fora de si, que a espancou e estuprou. Por algum motivo, que ninguém nunca soube, ela não prestou queixa, mas as consequências vieram. Nove meses depois, uma menina nasceu.

Não sei o que se passou desde então, mas sei que ela tentou ser a melhor das mães, e que morreu no fim de 2002, com câncer, deixando sua filha na mão dos avós, que sempre a odiaram.” parei de falar aí, deixando-a sem um final. Porque não tinha um final.

— Parece-me um tanto familiar.

— Sim, é. — Tirei os olhos da lápide e o encarei. — E se eu dissesse que a jovem é a minha mãe, eu sou a menina... e o homem é quem eu quero matar?

— Eu diria que é um fato no mínimo inusitado você querer matar seu próprio pai.

Pai? — cuspi a palavra, como a injúria que realmente era, chamar uma criatura daquela de pai. — Um homem que faz o que ele fez não merece viver. — Senti uma histeria crescendo dentro de mim, como há muito não acontecia. — E talvez seja por isso que eu tenha nascido. Para acabar com ele.

Avancei alguns passos e encarei aqueles olhos carmins, sem temer o que encontraria neles. Corri os dedos pela minha barriga, e senti a marca do contrato formigar.

— Sebastian, eu quero que você encontre esse homem e o traga para mim, vivo. Isso é uma ordem. — Ele sorriu.

Yes, my Lady.

Mas não havia como encontrá-lo; não do jeito humano.

Sebastian começou a procurar um feitiço que nos auxiliasse, o que não foi tarefa fácil, dado o fato que não tínhamos um nome, nem rosto, nem DNA. A única coisa que tínhamos e pertencia a ele, de certo modo, eram metade dos meus genes; metade de mim.

Passaram-se alguns meses.

Num dia, a curiosidade foi maior que a frieza que mantinha com meu “tutor”, e acabei perguntando qual exatamente era a relação entre ele e Ciel; o demônio que conheci no dia de meu aniversário.

Sebastian me contou que, na Era Vitoriana, ele era membro de uma nobre família inglesa, os Phantomhive, e fizera o contrato para vingar a morte de seus pais. Contudo, outros demônios se envolveram, Ciel se transformou num demônio graças ao contrato de outra pessoa e Sebastian acabara acorrentado ao garoto, pelo que ele julgava ser a eternidade.

— E então?

— Eu ensinei a ele tudo o que precisava saber e começamos a fazer contratos; afinal, ambos tínhamos fome. Mas, felizmente, um dia ele se fartou de mim e, como sabia o suficiente para sobreviver, decidiu seguir sozinho. Quebramos o contrato e cada um seguiu seu caminho. Finalmente — ponderou. — Não que ele não fosse uma companhia interessante, mas eternamente é muito tempo.

Concordei. Eternamente é muito tempo.

Gostei de saber da história. Mas uma pergunta ficou no ar.

Por que Ciel me ajudaria? E por que meteria Sebastian na história?

Acho que nunca vou saber isso.

Poucas semanas depois, chegou o fatídico dia; uma data especial no calendário mágico, a única noite do ano onde era possível realizar um feitiço capaz de localizar pessoas que compartilham de um mesmo laço sanguíneo.

Meu alvo foi localizado.

E houve então o pior choque que sofri na vida.

Eu nunca o havia visto, nem por fotos, mas as conversas correm. E da mesma maneira que soube o que era ser “mãe solteira” e as circunstâncias do meu nascimento, também soube que meus avós tinham mais um filho; um moleque, que se perdera na vida e no seu próprio lixo.

Era ele quem estava na minha frente.

Deus! Eles eram irmãos!

Por isso ela nunca o denunciou! Por isso o ódio dos meus avós por mim!

Naquele momento, tudo fez sentido!

Mas ele era tudo o que eu esperava. Drogado, bêbado, com uma longa ficha criminal contendo furtos, estupros e assassinatos. Para ser honesta, tive a impressão de que ele apenas sobreviveu até aquele ponto para morrer pelas minhas mãos.

Era o tipo de gente que pesa no mundo, que faria um grande favor quando sumisse.

E eu o fiz sumir.

Agora, com minha vontade cumprida, tenho que pagar a minha dívida.

Ainda que esteja satisfeita com a minha vingança, não queria que tivesse terminado, mas não posso fazer nada; eu tinha apenas um propósito, e ele fora alcançado.

Por quê? Existem sete bilhões de pessoas no mundo, por quê?...

Não! Não devo pensar nisso agora! Está quase no fim, certo? Só mais alguns minutos, talvez algumas horas, e estará acabando.

Logo não fará diferença, se é que um dia fez, e não quero dar a Sebastian o gosto de ver algo sincero em mim; diferente da máscara que uso a todo o momento.

Apesar de tudo, quero que ele se lembre de mim como a coisa fria e desumana que sempre me fiz parecer.

Na névoa, uma ilha ia surgindo bem à frente.

— Chegamos — disse, quando paramos na praia. Aquela voz me trouxe à realidade, novamente.

Saí do barco com a ajuda dele.

A faixa de areia era curta, logo eu pisava num chão de pedra. Havia ruínas de alguma construção e um banco de granito no que restara de um jardim. Sebastian pediu que me sentasse, e foi o que fiz.

— Vou tentar fazer não doer — ele disse.

— Não. Faça o que tem que fazer. — Eu o olhava o tempo todo. Queria guardar bem as últimas imagens que teria dele. — Deixe doer.

— Por quê? Seus pecados não são graves o suficiente para justificar a dor que eu posso causar. Posso fazer o inferno em sua alma.

Sim, havia uma coisa que justificava. Meu pior erro. A coisa mais idiota que já fiz na vida. Isso justificava. Seria uma punição excelente e aplicada pela pessoa certa.

Mantive o silêncio por um momento, organizando as palavras na mente.

— Hm... acho que é o preço de se apaixonar por um demônio. — Minha expressão se manteve inalterada, mas por dentro...

Eu estava aliviada, de certo modo, por ter confessado; e com medo do que ele faria.

Não, eu nunca esperei ser correspondida, apenas desejava que as palavras dele, em relação a minha tolice, não ferissem muito. Já estava doendo. Talvez a dor física que ele me causasse, fosse o suficiente para abalar aquele sentimento.

Contudo, dor é dor. Os motivos e causas não alteram os efeitos.

Mas, ao mesmo tempo, me perguntava por que havia me apaixonado por ele.

Sebastian era bonito, com certeza, mas beleza nunca foi algo fundamental para mim. Ele parecia ser tão frio, e, apesar da minha máscara de gelo, eu nunca fui uma pessoa atraída pelo frio. Ele era perfeito, como uma estátua de mármore, mas eu sempre odiei o mármore. Tão bonito, tão frio, tão inalcançável, tão eterno... tão perfeito.

Mesmo que nunca tenha demonstrado uma miséria expressão, nenhum sentimento e nenhum ato, eu sempre o amei, e me odeio por isso. Cada ação dele, cada sorriso e cada palavra, tudo simplesmente me encantava, mas nunca dei um único sinal, nem quando estava sozinha, pois temia que ele me observasse.

Mas nos sonhos, fora do meu controle, eu me deleitava em seus braços.

Nunca derramei uma lágrima. Não queria parecer fraca, e acho que consegui. Pelo menos, morrerei com o meu orgulho.

Meu coração se explodia numa maré de adrenalina.

Juro que achei que iria dizer coisas terríveis, mas me enganei. Ele apenas deu um meio sorriso, como se eu não tivesse dito o que disse. Como se fosse algo banal.

Por que aquilo doeu tanto?

— Está pronta? — perguntou.

Respondi num aceno de cabeça e fechei meus olhos.

Não queria ver aquele rosto se deformar, enquanto se alimentava. Eu tinha uma imagem dele em minha mente, uma linda imagem, e queria que permanecesse assim.

Senti o demônio se aproximando.

Era o fim. Ele iria tomar a minha alma. Eu só me perguntava como ia fazer isso.

Ele ficava cada vez mais perto. Chegou ao ponto de sentir seu hálito em meu rosto.

Sua mão passou por trás da minha cabeça, seus dedos se entrelaçaram em meus cabelos.

Então, senti seus lábios quentes nos meus.


Notas Finais


E então? O que acharam?
Como já disse acima, Like a marble statue já está terminada, então não precisam temer abandonos!
Dizem que comentar nas estórias da Dama de Espadas faz bem para a saúde!
Até semana que vem, minhas criaturas!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...