TAEHYUNG P.O.V
Sinto-me cada dia mais próximo á S/n. Apesar de ela não saber, tem sido grande apoio para mim. Faz-me sorrir e me esquecer dos problemas quando estamos juntos. Fico triste que ela esteja a passar por momentos horríveis. Odeio vê-la triste e doí-me no coração cada lagrima que ela derrama; Por esse motivo, tento sempre acolhê-la nos meus braços e faze-la acalmar, o que maioritariamente resulta e depois, ou deixa-la descansar ou faze-la pensar nos melhores momentos da sua vida, porque esses sim importam e merecem ser relembrados ou então: criarmos momentos novos juntos.
Ela é maior de idade e sabe cuidar de si mesma, mas ela é tão desastrada que agora que vive sozinha, eu tenho medo de a deixar. Tenho medo que ela destrua a casa ou pegue fogo a alguma coisa, mas a cima de tudo, tenho medo de a deixar sozinha pois é quando estamos sozinhos que os pensamentos maus veem para invadir a nossa mente e nos deixam fracos, fazendo nos acreditar no que quer que eles nos digam e olhem que sei bem do que falo. Faz-me bem estar junto da S/n porque faz-me esquecer minimamente da dor que me consume todos os dias depois da minha avó ter falecido. Quero puder transmitir-lhe toda a segurança e felicidade que ela me transmite e espero sinceramente estar a conseguir.
Após muito falarmos e brincarmos, literalmente brincarmos nos parecíamos duas crianças, S/n voltou a adormecer. Eu sei que ela tem tido muitos pesadelos ultimamente. Ela remexe-se imenso na cama e fala coisas desconexas. Outras vezes grita, assustando-me imenso mas tudo inconscientemente. Para não falar que ela acorda pálida e soada como se tivesse visto algo muito assustador. Ainda não lhe perguntei, tenho medo que seja algo que ela não queira tocar no assunto, como por exemplo: Quando a minha avó foi diagnosticada com cancro do pulmão ela teve de ser internada pois as dores que ela sentia no peito eram cada vez maiores e mais dolorosas, a tosse que ela tinha começou a vir acompanhada com sangue e as faltas de ar tornaram-se muito frequentes , eu comecei a ter pesadelos com a sua morte. Tais pesadelos que me davam os mesmo sintomas pelos quais a S/n está a passar. Eu não quero que ela sofra e tenha pesadelos horríveis que não a deixem dormir como me aconteceu.
Por conta dos pesadelos, fiquei preocupado em deixa-la mas prometi a mim mesmo que seria rápido. Desci as escadas e entrei no carro em direção a minha casa.
Tomei um banho, vesti roupas limpas, penteei os cabelos e depois voltei a bagunça-los, gostava mais deles assim, e depois disso desci as escadas para voltar de volta para casa da S/n.
Enquanto descia as escadas olhava para o relógio preocupado pensando se demorei muito tempo. Estava tão distraído que não reparei quando alguém parou á minha frente fazendo-me ir contra ele e parar.
Era Suga. Fiquei parado olhando para ele. Acho que estava á espera de um pedido de desculpas, mesmo não sendo eu a quem ele devesse pedir desculpas e mesmo ele não merecendo que o desculpem por nada, eu esperava por isso mas ele manteve-se calado. Sempre o mesmo cobarde.
- Se não tens nada de jeito para dizer Suga, sugiro que bazes da minha frente. Estou com pressa. – Disse rápido e ríspido. Era possível sentir a minha raiva através das palavras.
- Eu... – ele começou mas foi interrompido.
- Suga sabes onde eu meti ... Ups, estou a interromper alguma conversa importante? Vocês parecem sérios. – Perguntou Jimin ao adentar a sala claramente sem saber de nada que se tinha passado na noite da festa.
- Não Jimin, eu estou de saída e com muita pressa por acaso, sugiro que perguntes p’ro Suga, tenho a certeza que ele sabe muito bem o que fez de errado. – Bati com o meu ombro no do mais velho pálido á minha frente propositadamente e saí da casa quase a correr.
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Quando cheguei em casa da S/n não precisei de bater á porta. Garanti-me que antes de sair tinha levado as chaves dela comigo para, se caso quando eu chegasse ela ainda estivesse a dormir eu não necessitar de a acordar. Mas acontece que quando cheguei ela estava acordada e no estado que eu menos a queria ver: chorando.
- O que foi, o que se passou? ... – falei adentrando o pequeno quarto de cores neutras e abraçando-a que logo retribuiu.
Esperei que ela se se acalma pelo menos um pouco para me explicar o que se passava. Doía vê-la assim, e quando soube o motivo, foi como se me tivessem arrancado o coração ali mesmo.
A mensagem enviada pela Mãe dela dizia:
“Desculpa do fundo do coração dar as noticias assim mas mereces saber que ele está cada vez pior. Gostava que entendesses porque fiz isto, mas o teu pai ... duvido que ele tenha um final feliz. Só espero que não seja tão doloroso como tem sido até agora”
E depois de acabar de ler olhei-a nos olhos e pude ver um reflexo de mim, um reflexo da mesma dor que senti quando vi a minha avó deitada naquela cama de hospital, com uma maquina fazendo um “Piii” interminável enquanto a minha mãe se agarrava com todas as forças a mim a gritar “ Isto não pode estar a acontecer” e a chorar quase mais agua do que um Oceano contém.
Eu não queria que ela sofresse. Como uma pessoa tão bela e tão frágil pode estar a passar por tanta coisa horrível ao mesmo tempo?
E mesmo assim.. está a ser alguém extremamente forte analisando tudo o que ela passou e está a passar em menos de 1 semana.
Senti-a me inútil porque tudo o que podia fazer era abraça-la e tentar dar-lhe conforto e alguma esperança , que sempre deve ser a ultima a morrer, dizendo “vai ficar tudo bem”. Mesmo que não seja verdade, ser iludido por estas palavras nem que seja por uma fração de segundos faz toda a diferença quando a dor assume posse do nosso corpo e destrói tudo de bom que vê.
Deitamo-nos ainda abraçados e o seu choro foi cessando aos poucos pois ela começava a adormecer. Esperava que ela dormisse bem esta noite porque ela precisa de descanso. Sei as dores de cabeça que são quando se chora imenso e mesmo os pesadelos nos perseguindo, a dor só ameniza quando dormimos.
Mesmo depois de saber que ela adormeceu, não a larguei e não fazia questão de o fazer. Tinha a certeza que era o porto seguro dela tal como ela era o meu e quem diria que seriamos tão importantes um para o outro em tão pouco tempo. O destino realmente tem umas voltas engraçadas e algumas dolorosas.
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