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História Like The Sea - 1T: I Freedom I


Escrita por: Annie_215

Notas do Autor


Esse cap é uma fofura que só <3
Espero que gostem e boa leituraaa :3

Capítulo 14 - 1T: I Freedom I


Fanfic / Fanfiction Like The Sea - 1T: I Freedom I

 

"Dive in, captain.

See the immensity

that the ocean hides."

 

Um dia depois...

 

Percy Jackson se encontrava daquele jeito, assim como quase todas as outras noites que passou no convés: observando o céu noturno e esperando por Annabeth Chase.

— As estrelas parecem bonitas. — Ele sorriu quando ouviu uma voz conhecida ao seu lado.

O moreno viu que era Annabeth quem estava ali, andando na direção dele, girando uma adaga pequena entre seus dedos com tranquilidade.

Desde o momento em que os dois se reapresentaram, Percy sentia que era tão menos desafiador estar com aquela pirata. Ele gostava da presença dela. Da forma de como a loira falava seu apelido e do jeito de como sempre sorria falando-o. Da forma de como ela implicava e o provocava. 

Estar com ela era...bom. 

— Parecem, sim. — Ele respondeu.

— Sabe quem mais parece bonita hoje? — Annabeth questionou.

— Me deixe adivinhar...você?

— Oh, como você é inteligente. — Percy riu baixinho quando sentiu a pirata deixar um beijo em sua bochecha.

— Então, capitão... — A loira guardou sua adaga, mas manteve seus olhos em Perseu. — O que planeja fazer para entreter nós dois nessa noite estrelada?

Percy cruzou os braços, arqueando as sobrancelhas. Ele e Annabeth estavam completamente sozinhos no deque. Todos os piratas e oficiais já haviam ido dormir, e Perseu escapou do convés dos canhões no segundo em que percebeu ser o único ainda acordado. Talvez tenha pisado na mão de alguém por acidente, mas o capitão não ficou lá por tempo suficiente para descobrir de quem.

— Me diga você, senhorita Chase. — O moreno retrucou, sorrindo.

A loira apenas riu para ele. Percy apreciou o som da risada dela, e observou quando o olhar de Annabeth se afiou enquanto ela analisava todos os elementos do navio inglês, e depois os de sua própria embarcação negra.

— Venha comigo. — Ela disse, abrindo aquele sorriso selvagem que Perseu já tinha aprendido que, normalmente, significava que um problema estava a caminho.

O moreno a olhou de soslaio, imaginando as inúmeras loucuras que poderiam estar passando pela cabeça daquela pirata.

— O que você... — Ele começou a falar, mas ficou quieto quando Annabeth começou a andar para o outro lado do navio, calmamente. — Annabeth...

A loira desprendeu o cinto que segurava as suas armas e o deixou cair no chão. Ela se posicionou como se fosse começar a correr. E realmente correu.

Percy tentou impedi-la de continuar quando percebeu que ela não pararia. A capitã chegou perto da borda da embarcação e colocou um de seus pés em cima da madeira, impulsionando todo o corpo para frente.

O capitão olhou Annabeth segurar uma das cordas desprendidas entre os mastros dos navios e simplesmente conduzi-la até o bergantim pirata. A distância entre os barcos era curta, e a loira caiu na outra embarcação se apoiando em um dos joelhos, aparentando estar ilesa.

— Venha também, capitão! — Ela gritou do outro navio.

Perseu riu com a proposta. Ele apostava milhares de moedas de ouro que não iria repetir o que Annabeth Chase havia feito. Se pendurar entre as cordas...aquela era uma atividade para grumetes brincalhões e marinheiros bêbados. Ele fez aquilo quando era criança e brincava nos barcos depois de escapar das aulas de treinamento da Marinha.

Mas agora ele era um capitão de navio. E capitães não faziam aquilo.

Aquele pensamento se firmou em sua cabeça ao longo de todos os anos de treinamento. E quando ficou mais velho e começou a capitanear navios, quando as embarcações ancoravam em ilhas e a maioria dos marujos saia para se divertir nos bordeis e tavernas, Percy ficava em sua cabine, recluso. Porque era o que um capitão fazia. Capitães não se divertiam com seus marinheiros de patente mais baixa.

Mesmo que, algumas vezes em segredo, Percy tivesse escapado de sua cabine e andado pelas ruas das ilhas. Observou as pessoas. Alguns piratas que vagavam por ali. E então voltava para seu navio se sentindo como o pior capitão da história da Marinha Britânica. A vergonha da Coroa.

— Você é louca! — Ele respondeu Annabeth, também gritando e não se importando se os oficiais ou piratas acordariam.

— Então venha ser louco comigo! — Annabeth falou, chamando Perseu.

Uma verdadeira sereia.

Percy não percebeu quando começou a andar, como se, de fato, estivesse em um transe graças ao canto daquelas criaturas marinhas e perversas.

O canto de Annabeth era mais alto e desafinado, mas o capitão não se importou.

Ele riu sozinho. Iria mesmo fazer aquilo? Iria mesmo abrir aquela brecha?

Ah, cale a boca. Vá!

Percy Jackson foi. Ele correu até o outro lado de seu navio e repetiu os movimentos da pirata, se agarrando a primeira corda solta que viu.

Nos míseros segundos em que ficou no ar, o moreno escutou as batidas frenéticas de seu coração ressoando em seus ouvidos. O vento em seu corpo. O sal do mar em sua língua. Estava voando, livre.

Se algum comodoro da Marinha o visse agora, iria reprimi-lo e impedi-lo de ver o mar por semanas. Se fosse um almirante, a punição seria ainda pior.

Mas nenhum deles estava ali. Nenhum deles estaria ali por um bom tempo...

— Eu vou morrer. — O moreno sussurrou, mas talvez tenha gritado, enquanto soltava a corda e caía.

Ele se chocou contra o convés do navio negro. Aquilo era uma ironia cruel. Annabeth caiu no seu navio de forma tranquila, até mesmo graciosa, e Percy caiu, literalmente, de cara no chão. O moreno sentiu os músculos doerem, mas se sentou e avaliou seu estado, apenas confirmando se estava vivo ou não.

Perseu respirou fundo, observando embarcação mais de perto. A madeira não era tão limpa e polida quando a do seu navio, as velas eram mais gastas e escuras. Mas fora isso, era quase a mesma coisa. Uma proa, uma popa. A cabine do capitão se erguendo no convés, cercada por escadas compridas. Apesar da pouca sujeira, era luxuoso, o capitão percebeu.

É claro que era luxuoso, era o navio de Annabeth Chase.

— Foi tão difícil assim? — A loira se aproximou dele, sorrindo.

O capitão riu e Annabeth lhe ofereceu a mão para ajudá-lo a se levantar, mas Percy a puxou para baixo.

— Isso é por ter me feito arriscar a minha vida. — O moreno riu enquanto a loira se sentava no chão ao lado dele.

— Não arrisquei vida nenhuma. — Ela replicou. — Eu sei que você gostou, capitão.

Percy revirou os olhos.

Gostei. Gostei mesmo.

— Com que frequência você faz isso? — Perguntou ele. — Eu não faço algo assim desde que era menino.

— Eu faço o tempo todo. Não tem nada melhor que sentir o vento no rosto desse jeito.

O moreno deu um sorrisinho.

— Na Marinha, eu escapava de algumas aulas e ia para o porto olhar ou brincar nos navios ancorados. — Confessou ele. — Eu me infiltrava dentro dos que tinham os mastros mais altos, pegava uma corda e me pendurava nela até descer no chão.

— Quanta rebeldia para o pequeno capitão Percy. — Annabeth provocou. — Argh, eu nunca conseguiria entrar na Marinha. Parece tão tedioso...

— Não é. — O moreno falou, imediatamente. Porém, ele logo se lembrou de passar dias inteiros estudando mapas e realizando missões sem fundamento em nome da Coroa. — Bem, ao menos...não era. Não parecia ser antes de...

Percy engoliu em seco, olhando para a pirata.

— Antes do que, Percy? — Ela piscou os olhos.

— Antes... — O capitão sentiu sua boca secar. — Antes de você aparecer.

Annabeth sorriu.

— Sabe... — A loira pigarreou. — A pirataria às vezes é um pouquinho entediante...

— Sério?

— Sim. Por uns quinze minutos ao dia, eu fico sem ter o que fazer e só penso em me jogar no mar.

Percy riu.

— Bem, ao menos você se mantem ocupada tirando esses quinze minutos. — Comentou ele. — Mas...o que você faz, Annabeth? Claro, além de saquear navios, roubar as riquezas e vendê-las em uma ilha ou porto por um preço questionável...

— Você praticamente acabou de resumir a minha rotina. — A loira riu. Percy riu com ela, sem se preocupar com a confirmação de que a capitã realmente exercia aquelas atividades ilegais. — Mas às vezes nós damos festas no navio...às vezes ficamos semanas em uma ilha apenas para explorá-la e depois voltamos para o oceano. Viajamos pelas costas dos continentes e vemos lugares... — Ela suspirou. — Lugares maravilhosos. Únicos.

Os olhos de Percy brilharam. Annabeth voltou a olhar para ele.

— E você, Perseu? O que faz na Marinha? 

O moreno suspirou.

— Eu... — Ele buscou pelas palavras, mas tudo parecia tão insignificante. — Bem, nós embarcamos em missões de reconhecimento e diplomacia...vamos para algumas ilhas. Fazemos revistas em navios que ancoram no porto de Londres e casualmente capturamos, hã, alguns piratas.

— Tsc tsc tsc. — Annabeth estalou a língua. — Capitão mau.

Percy quase riu. Não quis contradizer Annabeth. Ele não era um dos maiores caçadores de piratas nos mares, mas já havia mandado um número considerável daqueles sujeitos para a forca.

O moreno sentiu um aperto em seu peito. Uma sensação de sufocamento. Culpa.

— Me... — Percy engoliu em seco. — Me fale das suas aventuras, capitã. Não quero mais falar de mim agora.

A pirata apenas assentiu, o olhando com mais cuidado. Como se visse todos os pensamentos angustiantes que apareceram na mente do capitão.

— Eu já visitei muitos lugares e conheci muitas pessoas diferentes, vi coisas que nunca pensei que veria e aprendi diversas línguas também. — Ela comentou.

— Quais países você visitou?

A loira olhou para o céu, pensativa.

— Já estive na Itália, Espanha, Portugal, França, China...e muitos outros que não me lembro agora. Ah, eu estive no Caribe também. — Ela disse. Perseu arregalou os olhos.

Ela estivera em todos os lugares!

Percy também já havia visitado diferentes países, como Portugal e Espanha, mas fora apenas para resolver assuntos relacionados à Coroa inglesa. Ele não conheceu os países verdadeiramente. Não viu nem a metade do que gostaria de ter visto.

— Quais línguas você fala, então? — Ele perguntou.

— Além do inglês, português e espanhol. Sei um pouco de francês também. — A pirata respondeu, parecendo muito orgulhosa.

O moreno tentou não sentir inveja. Se ele pudesse...gostaria de aprender outras línguas e culturas também. Caso pudesse, um dia.

— Então me diga algo em português. — Ele desafiou.

— “Eu tenho olhos cinzas.” — A loira falou, prontamente.

— O que significa? — Percy perguntou, gostando do leve sotaque que Annabeth tinha quando falava outro idioma que não fosse o inglês.

Eu tenho olhos cinzas. — Ela traduziu.

— E lindos. — O moreno pensou alto.

Annabeth o fitou, confusa.

— O quê? 

Percy quis se jogar no fundo do mar.

— Você tem olhos cinzas...e lindos. — Ele sussurrou, sentindo seu rosto começar a esquentar.

Ele imaginou a pirata caçoando dele por aquilo. Uma declaração boba, como se eles fossem dois adolescentes sem controle.

Porém, Annabeth apenas tocou sua mão levemente com a ponta dos dedos.

— Você também. — A loira murmurou, desviando o olhar do dele.

— Eu o quê? — Percy notou que ela estava sem graça. Ele nunca imaginara que um dia a faria corar daquele jeito.

— Você entendeu. — Annabeth resmungou.

— Entendi, sim. — Perseu respondeu.

Aquela pirata...

O capitão tocou no rosto dela e a beijou, sorrindo. Liberdade, liberdade, liberdade. Seu coração estava frenético como se ele estivesse pendurado na corda entre os navios de novo.

Se alguém um dia o dissesse que ele passaria por aquela situação, o moreno apenas riria com a possibilidade absurda e viraria as costas. Mas naquele momento, vivendo aquilo, ele percebeu que se arrependeria amargamente se tivesse parado Annabeth Chase no primeiro beijo dos dois, no convés do navio inglês dias atrás.

— Você, Annabeth, você... — Ele murmurou, escutando a risada da loira em seus ouvidos, antes que ela o beijasse de novo.

Perseu pensou na palavra apaixonado, que ele veementemente negou ser a que refletia seus sentimentos por Annabeth. Mas não podia mais se enganar.

Estava, sim, tremendamente apaixonado. Apaixonado por uma pirata.

Então isso, Perseu percebeu, rindo enquanto sentia a capitã beijando seus lábios e as mãos dela bagunçando seus cabelos, era estar vivo. Estar livre.

Leo Valdez riria tanto dele agora.

 


Notas Finais


AMOOR E AMOOOOR
Espero que tenham gostado <3
Desculpem se houve algum erro :(
Bjs e Até <3


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