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História Lilies - Are you...?


Escrita por: JaxTom

Notas do Autor


A música do capítulo é Let me Go, do Christian Kane.
Agradeço demais os comentários do capítulo anterior e responderei assim que eu puder, gente, muito obrigada! Vocês me deixa imensamente feliz!

Boa leitura! ;)

Capítulo 11 - Are you...?


Fanfic / Fanfiction Lilies - Are you...?

He was sitting on his tailgate
(Ele estava sentado na traseira da caminhonete)
She was lovin' on his roughneck
(Ela estava enroscada em seu pescoço)
She was talking about running away
(Ela falava sobre fugir)
And he was puffin' on a cigarette
(E ele apenas tragando o cigarro)
Just thinkin'
(Apenas pensando)
“How am I gonna say goodbye?”
(“Como vou dizer adeus?”)

Louis foi buscar a esposa no aeroporto e estava surpreso com como sentia-se culpado ao vê-la. Durante o trajeto até em casa, ela praticamente não soltou-se dele, disse várias vezes que estava com saudades, que sentiu a falta dele e, por mais que não fosse exatamente verdade, ele respondia sempre que também sentiu e que estava feliz com a volta dela.

    Conhecia aquela mulher há anos, desde o primeiro ano de faculdade e foram, antes de qualquer outra coisa, muito amigos. Louis estava longe de casa, longe da família e ter a amizade de Liam e Eleanor serviu para que ele não se sentisse tão sozinho e tivesse com quem contar na assustadora Londres na época. Depois de tudo que passaram juntos, não achou que realmente fosse funcionar o fato de que ele estava diferente durante aquele tempo todo sem que ela notasse. Porém, ela tinha uma certa ansiedade no olhar que ele imaginou o quanto ela estava feliz de simplesmente ter voltado pra casa.

    Queria conversar com ela o quanto antes, se livrar daquilo logo, mas precisou voltar à tarde para empresa para trabalhar. Não conseguiu se concentrar em nada, ligou para Harry várias vezes, contando o quanto estava nervoso e preocupado com a reação dela, teve medo de ela não reagir bem. Apesar de ele estar decidido, nunca era fácil de fazer aquilo, especialmente porque fazia muito pouco tempo.

    Ele chegou em casa aquela noite e encontrou a casa silenciosa, à luz de velas e a mesa da sala de jantar posta para dois, como se fosse algo muito especial. Repassou em sua cabeça se tinha esquecido alguma data, algum aniversário, alguma coisa relevante, mas um branco total de lembranças estava em seu cérebro.

    - Eleanor? - Louis chamou pela esposa devido ao silêncio do lugar. Tirou o sobretudo e o casaco deixando-os nos cabides na entrada de casa. Os sapatos também ficaram por lá e ele deixou sua pasta com o laptop em cima do sofá.

    - Oi, meu amor. - Ela tinha um sorriso que mal lhe cabia na boca ao vê-lo. Estava usando um vestido azul simples, mas muito bonito. Louis não teve certeza, mas algo estava diferente naquela mulher.

    - O que está acontecendo? - Ele perguntou surpreso, mas mais preocupado do que impressionado.

    - Eu tenho um presente pra você. - Ela disse dando um selinho no marido. Louis sentia um medo absurdo, pois era uma péssima maneira de começar aquela conversa difícil. Ele não queria mais adiar, mas aquilo não se parecia com nada do que ele tinha em mente.

    - Sabe que não precisa essas coisas. - Ele disse sorrindo nervoso e ela andou até a mesa de centro da sala pegando uma caixa pequena, mais ou menos do tamanho da palma de sua mão e entregando a Louis. - Eleanor, o que é isso? - Ele estava com medo de abrir aquilo e ela apenas continuava olhando pra ele com uma expectativa maior do que ele mesmo viu nela durante o casamento.

    Ele teve um pressentimento que vinha mesmo de suas entranhas ao segurar aquela caixa branca em suas mãos. Ele não queria abrir, porque tinha uma vaga noção do que havia ali dentro e ele não saberia o que fazer se confirmasse seu medo naquela hora. Ele tentou disfarçar sua apreensão, mas quando abriu a caixa, sentiu o chão sumir debaixo de seus pés. Suas pernas pareciam não ser mais capaz de sustentá-lo e seu sangue correu gelado em suas veias. Teve quase certeza que seu coração parou de bater nem que fosse por um milésimo de segundo quando ele finalmente deixou a caixa de lado e tocou os minúsculos sapatinhos de lã de bebê brancos que tinham dentro.

    Ele não reparou muito, mas Eleanor já estava chorando, emocionada com as duas mãos em seu ventre e Louis simplesmente queria se jogar pela janela.

    - Você está…? - Ele não conseguiu concluir a pergunta, mas não era necessário. Ela limpava as lágrimas que corriam em seu rosto de felicidade.

    - Quatro semanas. - Ela respondeu sussurrando e só então abraçou o marido em choque.

    Louis simplesmente tinha uma bagunça de pensamentos que nem conseguia ouvir o que a esposa dizia, a história que contava de como descobriu. Ele mal conseguia respirar, achou que teria uma crise e ficaria catatônico a qualquer momento. Nunca lhe passou pela cabeça ter um filho tão cedo, a ideia era algo que apenas lhe parecia uma pressão social que vinha logo após o casamento, daquele tipo que as pessoas sempre estavam insatisfeitas. Se estava namorando, quando iria ficar noivo. Se estava noivo, quando ia casar. Quando casava, quando ia ter filhos. Quando tinha o primeiro, perguntavam quando seria o segundo. Nunca nada estava bom, era sempre uma cobrança nova.

    Mas aquilo era real. Sua esposa em seus braços chorando copiosamente, emocionada e esperando simplesmente uma reação de um homem que nunca antes se sentia tão despreparado para algo.

He said, “girl you got it good here”
(Ele disse, “garota, você se deu bem aqui”)
“You don't need to mess with”
(Não precisa estragar isso)
A guy going nowhere
(Sou um cara indo pra lugar nenhum)
She said how's about Texas?
(Ela disse “que tal o Texas?”)

    - Eu não sei como aguentei esperar o dia inteiro pra contar. - Ela dizia em meio a sorrisos e lágrimas ao soltar-se dele. - Mas fui forte e preparei um jantar especial. - Ela continuou e Louis ensaiou um sorriso voltando a olhar com medo para aquele par de sapatinhos que mal cabiam dentro de seus dedos das mãos, nem imaginava a sensação que seria de ter realmente pézinhos preenchendo aqueles objetos.

    Eleanor andou de volta para a cozinha e narrava o que tinha feito de comida, mas Louis apenas tentava se recuperar aos poucos do que estava acontecendo. Estava mesmo tudo bom demais, fácil demais para ser verdade. Ele respirou fundo sem prestar atenção em nada, ainda estava parado no meio da sala com aqueles sapatinhos em mãos, olhando pra eles com o maior medo e a maior insegurança que já sentiu em toda a sua vida.

    - Lou… - Ela voltou a se aproximar do marido após colocar a comida na mesa, percebeu que Louis estava assustado. - Vai ficar tudo bem! - Ela sorriu aberto, na verdade achando um pouco de graça em todo aquele choque do marido.

    - Eu sei… - Louis finalmente conseguiu voltar a falar. - Eu estou muito feliz. - Não era exatamente verdade, mas também não era mentira. Era uma vida que estava vindo e aquela criança não tinha culpa dos problemas que ele mesmo havia se enfiado sozinho. - Desculpe minha reação, só estou um pouco surpreso… - Ele disse com um sorriso forçado, mas Eleanor apenas riu. - Quando isso foi acontecer? Como descobriu?

    - Pelo tempo, isso provavelmente foi na noite depois do casamento. - Ela disse animada. - Até porque naquela semana falamos que iríamos fazer uma lua-de-mel pessoal já que não viajaríamos. - Ela disse animada ao lembrar, Louis apenas arqueou as sobrancelhas pensando realmente que, naquela época, nem sonhava que um dia estaria completamente apaixonado por outro homem.

    - Entendi. - Ele disse finalmente colocando os sapatinhos de volta na caixa e fechando-a.

    - Eu estava me sentindo um pouco enjoada há uns dias, mas não achei que fosse nada, até porque sempre que ouvi falar de mulheres grávidas, ouvia sempre que elas realmente passavam muito mal no começo da gravidez, mas pra mim foram apenas um ou outro mal estar… - Ela dizia aproximando-se da mesa assim como Louis, que sentou-se de frente pra ela, ainda um pouco chocado, mas tentando disfarçar.

    - Você fez o teste? - Louis perguntou como se buscasse alguma resposta mais concreta. - Quer dizer, você tem absoluta certeza?

   - É claro, Louis! - Ela disse rindo do jeito do marido, servindo-o um pouco de rosbife com mostarda, prato típico da culinária inglesa e, como ela mesma tinha dito sem Louis nem prestar atenção, o prato favorito dele. - Eu fui ao médico hoje a tarde e está tudo bem com nós dois. - Ela disse radiante, referindo-se à ela mesma e ao bebê.

    Louis apenas concordou e maquiou um sorriso pouco convincente. No fundo, ele sabia que não ia nem conseguir comer aquela comida. Na primeira garfada seu estômago já embrulhou. Como iria contar aquilo para Harry? Como iria contar para Eleanor o que estava acontecendo desde antes de ela viajar? Louis não tinha certeza de mais nada, não existia saída para toda aquela situação. Olhou para sua taça de champanhe e, em seguida, percebendo que havia água na taça de Eleanor, era algo ainda mais assustador. Um detalhe simples, mas que fez sua cabeça dar voltas.

    Aquilo era real.

    Ele não tinha mais pra onde correr ou como se fiar à toda aquela situação. Não podia contar pra sua esposa grávida que estava tendo um caso com outro homem e que planejava deixá-la pra ficar com ele. Ele jamais faria isso, afinal, que tipo de homem faria uma coisa dessas?

He got up and shook his head
(Ele levantou e balançou a cabeça)
Then he said, “ain't you been listening?”
(Então disse, “você não está me ouvindo?”)
“It's never gonna work out”
(“Nunca vai funcionar”)
“And I think it'd be a good time now to”
(“E acho que é uma boa hora agora pra você”)
“Let me go”
(Me deixar ir)

x.x.x

    Passava da meia-noite e Harry ainda estava acordado assistindo alguma coisa na TV que não estava exatamente prestando atenção. Seu celular estava ao seu lado e ele apenas olhava a cada cinco segundos para o aparelho, esperando uma ligação, uma mensagem ou o que quer que fosse. Mas nada. Nenhuma palavra de Louis. Ficou com medo de mandar alguma mensagem e correr o risco da própria Eleanor ver, mas desde a última mensagem que ele havia recebido - de Louis dizendo que estava indo pra casa - ele não ouviu ou leu mais nada vindo do outro.

    Harry não costumava ser um homem paranóico, mas diante daquela situação, ele temeu pelo seu futuro com Tomlinson. Será que ele estava com problemas com Eleanor? Será que tinha contado pra ela e ela tenha tido um surto, um problema sério, teria passado mal, teria tido algum ataque de pânico? Ou, ainda, teria Louis se arrependido de tudo e decidido que ficaria com ela? Será que vê-la, depois daqueles dias separados, o fez perceber que a amava de verdade e o que aconteceu com Harry foi apenas um erro? Uma aventura?

    Styles sentia dor de cabeça só de pensar naquela segunda situação.

    Ele respirou fundo e não tinha sono, não conseguia dormir. Desligou a televisão, mas não adiantou ir para o quarto dormir, ele não pegou no sono. Teve alguns breves cochilos, acordava no meio da noite e olhava para o celular, mas nada. Louis não havia dito uma só palavra durante a noite toda. Harry estava ficando preocupado, muito preocupado. Levantou-se da cama quando passava das seis da manhã e já viu o dia clareando aos poucos. Pensou que talvez naquele dia ele teria alguma notícia de Tomlinson, algum esclarecimento. Estava pensando com tanto afinco, que considerou que ele perdeu o celular, quebrou o aparelho. Talvez não tivesse vindo vê-lo depois da conversa com Eleanor porque seu celular e seu carro estavam com problemas.

    Mas Styles logo afastou aqueles pensamentos absurdos, estava enlouquecendo e perdendo a razão.

    Tomou banho e decidiu abrir cedo a floricultura, talvez ocupar sua mente com entregas, clientes, papéis, qualquer coisa que fosse. Cuidaria da estufa, das flores que ainda estavam boas, iria ocupar a cabeça com trabalho a manhã toda. Teve certeza que Louis iria dar notícias a qualquer momento, ele sabia que Tomlinson não iria magoá-lo, ele era um homem de caráter e Harry queria apenas acreditar que Louis teria uma explicação totalmente plausível para aquele silêncio e aquele sumiço. É, era isso. Ele iria explicar tudo assim que pudesse, Harry tinha certeza que provavelmente não era nada de mais.

You don't need me baby
(Você não precisa de mim, amor)
Stop holding on the way you are
(Pare de se prender como está fazendo)
Don't you know I'm no good for you?
(Não sabe que não sou bom pra você?)
And it'll only break your heart
(E apenas vai partir seu coração)
If you don't let me go
(Se você não me deixar ir)

x.x.x

    Liam ainda estava perplexo em sua sala no trabalho olhando para Louis, quase o deixando tonto andando de um lado para outro. O pânico no seu olhar era assustador. Há muitos anos não via seu melhor amigo tão perdido, tão confuso e sem conseguir dizer nada direito.

    - Lou. - Liam disse com calma, ele mesmo estava surpreso em saber que seu melhor amigo ia ser pai, jamais pensou que aquilo fosse acontecer, foi algo realmente inesperado e não poderia ter acontecido em pior hora. - O que vai fazer?

    - E você acha que eu sei? - Louis disse arregalando os olhos, desesperado. - Eu não sei nem por onde começar!

    - O que o Harry disse? - Liam perguntou cruzando os braços sobre o peito, mas Tomlinson permaneceu em silêncio. Ele parou de andar e apenas encarou o amigo com olhar de culpa. - Lou, eu não acredito que você não contou a ele! - Liam disse passando uma das mãos pelo rosto, incrédulo. - Você sabe muito bem que ele pode aparecer aqui a qualquer momento pra perguntar!

    - Eu não tive coragem, ok? - Louis disse tentando parecer racional. - Eu não tive como, eu estava com ela, eu não poderia simplesmente ter aquela conversa por telefone… - Louis dizia e nisso Liam concordava. - Ela preparou um jantar… Comprou… Sapatinhos. - Sentia seu coração acelerar e adrenalina do seu corpo aumentar só de lembrar da notícia e da forma como Eleanor contou. - O que eu faço, Liam? - Era uma pergunta genuína, ele realmente precisa de um direcionamento, ele estava em pânico. Não conseguia tomar nenhuma decisão sozinho.

    - Você sabe muito bem o que tem que fazer. - Liam disse paciente, segurando o amigo pelos ombros. - Eu não preciso te dizer, você sabe muito bem o que vai fazer.

    - Liam… - Louis tentou buscar argumentos.

    - Você precisa ficar com a sua mulher, Louis. - Liam disse por fim e Tomlinson já sabia que seriam aquelas palavras escolhidas por Payne. Era amigo de Eleanor e sabia muito bem que a relação deles era estável e, mais do que tudo, eles tinham acabado de se casar. - Ela vai te dar um filho, ela precisa de você… Eu sei que é ficar com ela é o que você vai fazer, não porque eu estou dizendo, mas porque você já sabe disso desde o momento que ela te contou. - Payne tinha um tom de voz calmo e controlado, sensato demais até para um cara que era muito mais movido à diversão que responsabilidade.

    - Eu amo ele, Liam. - Louis sentiu pela primeira vez uma vontade tão grande de chorar, que segurou as lágrimas apenas por estar no trabalho. - Eu não posso fazer uma coisa dessas com ele…

    - Isso não se trata mais de você, Louis. - Liam dizia entendendo bem a dor que o outro sentia, pois sabia bem o quanto Louis estava apaixonado por Harry. - Isso não se trata mais de você e ele, isso se trata de você ter responsabilidade no seu casamento e fazer valer a palavra que deu a ela naquele altar há um mês atrás.

    Louis respirou fundo, não queria ter uma crise daquelas em pleno escritório. Sentiu Payne o abraçar forte e, mesmo que não resolvesse, aquilo ajudava. Sabia que não tinha mais escapatória, era como se o destino o estivesse punindo pela traição, e ele nem poderia reclamar, pois realmente estava tratando seu casamento e suas promessas com uma trivialidade absurda.

    Soltou-se de seu amigo dizendo que ia tentar voltar ao trabalho. Pegou o celular a manhã inteira para ligar para Harry, mas não tinha coragem de falar com ele. Não sabia nem o que dizer, não sabia como resolver, apenas queria que tudo aquilo fosse um pesadelo e, quando acordasse, estaria nos braços de Harry, dizendo a ele para se acalmar, pois tudo foi um pesadelo.

    Só que não era.

x.x.x

He said “I ain’t other than a dreamer”
(Ele disse, “não sou nada além de um sonhador”)
“I ain't nothin' but a drifter”
(“Nada lém de um perdido”)
“You could do a lot better”
(“Você poderia conseguir algo muito melhor”)
Then leaned over and he kissed her
(Ele ele inclinou e a beijou)

    A quantidade de coisas que Harry fez naquela manhã era geralmente o que ele fazia durante o mês inteiro, mas de nada adiantou ocupar sua mente. Suas mãos ainda pegaram o aparelho celular para ligar para Louis várias vezes naquela manhã. Não estava mais tranquilo, agora ele tinha certeza que algo estava errado. Sabia que não seriam boas explicações ou boas notícias quando encontrasse Louis - se é que ele ainda o veria de novo, pois até nisso estava pensando.

    - Se eu não venho atrás de você… - A voz de Alice adentrou a floricultura e Harry parecia extremamente surpreso de vê-la.

    - Você é quem trabalha demais. - Ele largou o que fazia, sorriu um tanto sem graça e logo foi ao encontro dela para abraçá-la. - Como está?

    - Realmente estou trabalhando muito. - Ela disse suspirando cansada. - Mas estava com saudades de você. Você sumiu também! - Ela disse e Harry sorriu olhando para o chão, não queria jamais dizer quem estava ocupando seu tempo.

    - Desculpe, eu realmente estive ocupado. - Ele disse e ela apenas riu se aproximando mais dele.

    - Conheço bem essa cara! - Ela disse animada. - Pode ir contando tudo agora mesmo! Quem é ele?

    - Ele? - Harry assustou-se com o quanto aquela mulher era sagaz. - Não há ninguém… - Harry não tinha credibilidade alguma na voz.

    - Qual é, Harry! - Ela riu ainda mais, beliscando sua barriga de leve, fazendo cócegas nele. - Pode começar a me contar agora mesmo!

    - É sério, Alice, não há ninguém. - Ele disse respirando fundo depois de rir genuinamente com as expressões da amiga. - Havia… Não há mais. - Ele disse sério e deixando transparecer o olhar triste.

    - Como assim, Harry? - Ela perguntou vendo que aquilo parecia ser mais sério do que Harry realmente estava dizendo. - O que houve? Está tudo bem?

    - Estou, é apenas um pouco complicado. - Ele disse tentando não transformar aquilo numa grande coisa. - Não gosto de pensar que sou o tipo de cara que separa casais… - Ele disse dando um ar dúbio a sua frase.

    - Oh… Ele não é solteiro… - Ela disse um tanto preocupada, Harry apenas balançou a cabeça dizendo não. Até gostaria de ter alguém com quem conversar sobre aquilo, mas não seria com ela. Não queria entrar em detalhes. - Quer almoçar comigo? Podemos conversar sobre isso…

    - Eu aceito o almoço se não falarmos sobre isso. - Ele sugeriu com um meio sorriso e ela apenas acariciou o rosto dele compreensiva, percebendo que ele não estava pronto para tocar naquele assunto, e ela respeitaria.

    - Como quiser. - Ela disse sorrindo e esperando que Harry avisasse sua mãe que estava de saída e iria fechar a floricultura por uma hora ou duas. Anne concordou, estava decidida a passar o último dia de Gemma e Grace em Londres com as duas, logo elas voltariam pra casa.

    Harry entrou no carro de Alice e ambos foram para um restaurante um pouco afastado do centro, não queriam sofrer com o trânsito daquela hora. Novamente ele olhou para o celular com cada vez menos esperanças de ver algum sinal de vida de Louis. Não queria pensar mais naquilo, queria se forçar a mudar de assunto, mudar de foco, mas não adiantava, pensava em Louis todos os segundos. Não tinha paz de espírito, não conseguia sequer concentrar-se direito em toda aquela ladainha interminável de reclamações de homens que Alice fazia.

    Ao chegarem no restaurante, sentaram-se na mesa e Harry respirou fundo a fim de relaxar. Não sentia fome alguma, mas pensou que olhando para aquele menu, alguma inspiração para comer algo decente naquele dia poderia surgir.

    - Ah! - Alice recomeçou e Harry olhou para ela por cima do menu grande que cobria parte do seu rosto. - Depois que almoçarmos, tenho uma missão extremamente especial e gostaria de sua ajuda. - Ela disse abrindo um sorriso enorme.

    - Claro, o que precisa? - Harry até pensou que aquilo poderia distraí-lo, não fosse pelo fato de que estava acostumado a Alice fazer alarde por pouco ou quase nada.

    - Tenho ótimas notícias! - Ela disse deixando o menu de lado e Harry agora estava oficialmente curioso. - Talvez seja rude contar, mas talvez Louis não tenha dito ainda! - Automaticamente Harry baixou seu menu também ao ouvir o nome do outro. Agora ele estava realmente em pânico.

    - Dito o que? - A voz de Styles era um sussurro.

    - Está preparado? - Alice fazendo todo aquele mistério, estava começando a deixar Styles a beira de um ataque de nervos.

    - Estou… - Ele sentiu seu coração acelerar.

    - Eleanor está grávida! - Alice anunciou com um sorriso enorme e Harry perdeu a cor do rosto. Arregalou os olhos e sentiu o ar lhe faltar nos pulmões. - Não é uma notícia incrível?

    Harry não sabia o que pensar e nem o que estava sentindo naquele momento. O tempo congelou a sua volta, sua boca estava seca e ele sentia-se embaixo d’água, afogando-se lenta e dolorosamente. Abriu um sorriso forçado, não poderia ter um surto na frente da amiga por absolutamente nenhum motivo que ela de fato fosse entender.

    - Com certeza. - Ele respondeu com a voz fraca e voltou a encostar-se pesadamente na cadeira. Seu mundo desabou completamente.

    - Então, ela me chamou para ser madrinha do bebê! Quero comprar um presente e quero que me ajude. - Ela disse animada já sinalizando para o garçom que fosse até a mesa.

    Se Harry iria mesmo ou não, ele não sabia. Era complicado demais pra ele lidar com aquilo, não sabia mais nem direito quem era naquele momento, muito menos conseguiria comer alguma coisa. Apesar que tudo fazia sentido agora: o sumiço de Louis, seu silêncio, tudo se encaixava: sua mulher estava esperando um filho dele e não havia nada que ele pudesse dizer ou fazer que fosse ser a coisa certa. A dor no peito de Harry aumentava a cada momento que Alice falava sobre o quanto o casal estava feliz e citava o nome de Louis. Styles nem ouvia mais, não conseguia tirar da cabeça que aquilo era o fim, tinha acabado de perder o amor de sua vida.

He said “you got another year of college”
(Ele disse, “você tem mais um ano de faculdade”)
“And a good momma and a daddy”
(“Uma boa mãe e um bom pai”)
“And me, I got $93 in this old '82 Chevy”
(“E eu, só tenho 93 dólares e esse Chevy 82”)



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