So let me go
(Então me deixe ir)
You don't need me baby
(Você não precisa de mim, amor)
Stop holding on the way you are
(Pare de se prender como está fazendo)
Don't you know I'm no good for you?
(Não sabe que não sou bom pra você?)
And it'll only break your heart
(E que apenas irá partir seu coração)
If you don't let me go
(Se você não me deixar ir)
Harry há muito tinha ouvido falar daquela sensação de parecer que estava em um sonho, que estava de fora vendo a vida de outra pessoa passar, outra pessoa que não era ele. Ele deu uma desculpa qualquer de precisar voltar a trabalhar, assim se livrou de Alice e suas lojas de bebê, seus artigos para crianças e nos livros que daria de presente para Eleanor. Aquilo não era uma competição por Louis, ninguém estava tentando “ver quem ficava com ele no final”, mas era inevitável para Harry pensar que não, não havia nenhuma condição dele ganhar aquele jogo.
Ele não quis entrar em detalhes, mas sua mãe e sua irmã logo perceberam que algo estava muito errado com Harry. Ele fechou cedo a floricultura e ficou o restante do tempo brincando com sua sobrinha, evitando conversar, evitando se explicar, evitando as tentativas de despistar respostas quando a perguntas eram “está tudo bem?” Não que fosse justo, mas Grace era sua escapatória perfeita. Estava com o rosto sujo de tinta porque a menina resolveu que iria fazer uma maquiagem em seu padrinho usando tinta guache.
- Grace. - Gemma entrou no quarto chamando pela filha e não evitou o riso ao ver a situação da menina com o tio, com seus rostos pintados.
- Olha, mamãe! - Ela dizia sorridente, apontando para Harry, que tinha um certo medo de que caísse tinta em seus olhos, mas sorriu mesmo assim. - Como o titio Harry está bonito!
- Está, filha, nossa. - Gemma disse caindo na gargalhada. - Você fez um ótimo trabalho, querida.
A menina olhou orgulhosa para o tio, realmente acreditando naquilo. Ela tinha um pincel em mãos que agora afundava em um copo de água para limpar - não que aquela água estivesse perto de estar limpa.
- Mas agora você precisa tomar um banho. - Gemma disse aproximando-se da menina. - Precisamos ir pra casa, meu amor.
- Não! - Ela disse tristonha.
- Eu combinei com você de que seriam apenas alguns dias. - Ela disse pegando a filha no colo e acabou por perceber que estava se sujando um pouco de tinta também.
- Não se preocupe, meu amor, o titio muito em breve vai visitar você de novo. - Harry disse levantando-se do chão e falando com a pequena nos braços da mãe. - Prometo que ficarei bastante dias.
- Tudo bem. - Ela disse conformada, mas ainda assim não estava feliz de ter que ir embora.
- Nos leva para a estação de trem? - Gemma pediu ao irmão.
- É claro. - Harry respondeu prestativo, buscando pedaços de papel para se limpar.
- Vou dar banho nela e depois tomar banho também, aí podemos ir. - Ela explicou já saindo do quarto. - Obrigada, Harry. - Ela concluiu e Styles apenas concordou com a cabeça.
Harry não queria ficar sozinho, mas também não queria ficar perto de sua mãe, pois sabia que era a deixa perfeita que ela queria para conversar com ele. Ele resolveu descer até o andar debaixo, na parte de trás da floricultura, para lavar o rosto. Havia espaço o suficiente e ele não precisava se preocupar em cuidar para não fazer muita bagunça.
Ele tirou a camiseta, igualmente respigada de tinta, e deixou de lado. Pegou uma mangueira de água e começou a passar no rosto para limpar, sabia que haveria muito trabalho pra ele, pois Grace era uma menina extremamente criativa. Ele via a água escorrer escura de seu rosto, fria como era aquele fim de tarde, foi quando sentiu que pela primeira vez tinha seus pés no chão e deu=se conta do que estava acontecendo em sua vida.
Foi a primeira vez naquele dia que aquele sentimento o atingiu em cheio, entrou invadindo em seu coração: ele provavelmente nunca mais veria Louis, ele sequer teve coragem de ligar pra ele para falar sobre o assunto pessoalmente. Ele apoiou-se na pia rústica que tinham ali e desligou a água, notando que suas lágrimas passavam a fazer o trabalho de limpar seu rosto da tinta. Ele permitiu-se chorar, colocar seus demônios pra fora, suas frustrações, de ficar pura e simplesmente triste. Aquela tristeza que rasgava seu peito e quase o impedia de respirar, mas ainda assim o fazia sentir-se vivo.
Perguntava-se como era possível que tivesse deixado aquilo acontecer, como se permitiu entregar o coração para a pessoa mais errada possível. Por que? Não tinha essas respostas, e pensou que mesmo que as tivesse, não ajudariam em nada em fazer aquela dor passar. Respirou fundo, tentando se acalmar, estava num estado de completo desespero.
Há menos de vinte e quatro horas atrás estava com Louis, planejando seu futuro com ele depois que ele contasse tudo a Eleanor, depois que ele realmente resolvesse jogar limpo, mas agora estava ali… Pensando no que faria de sua vida agora.
Pegou uma toalha velha para secar o rosto, não tinha tirado direito a tinta do rosto, ainda estava todo marcado, mas ele não estava mais se importando com aquilo. Prendeu os cabelos e notou um tom de verde em alguns fios, outros azuis, vermelhos e sentia um leve gosto de tinta ainda em seus lábios. Ele ouviu duas batidas na porta da floricultura e pensou que não poderia haver uma hora pior para ter que atender clientes. Foi até a parte da frente da loja e, pelo vidro embaçado, reconheceu aquela silhueta sem saber exatamente o que sentir.
Louis.
Sentiu seu coração palpitar e tinha acabado de perceber que não, não queria ter aquela conversa. Seria doloroso demais, ele não iria aguentar. Esperou a noite e o dia inteiro por aquele homem, uma manifestação qualquer que fosse e ele havia desaparecido. Harry esteve muito perto de ir atrás dele em seu trabalho mas agora, era como se a última coisa que ele quisesse, era olhar naqueles olhos azuis e ter que ouvir que estava tudo acabado.
She said,” nice try”
(Ela disse, “boa tentativa”)
“But you can't hide behind those shades there on your face”
(“Mas você não pode se esconder atrás desses óculos escuros em seu rosto”)
“Ya see I don't think you're all that tough”
(“Veja, não acho que você seja tão durão”)
“I just think you're scared of love”
(“Acho que só está com medo do amor”)
“And I think I won't take up that much space”
(“E acho que eu não tomarei muito espaço”)
Ele andou até a porta, não teria mais como fugir daquilo, a luz estava acesa e Louis sabia que havia alguém lá. Ele apenas andou a passos lentos até a porta da frente a abriu, sentindo o vento frio bater sobre seu corpo, mas não se importou. Os olhos de Louis estava vermelhos, claramente aquele homem havia chorado. Estava com a gravata solta e olhou para Harry como se simplesmente quisesse abraçá-lo e nunca mais soltar.
- Oi. - Tomlinson sussurrou. - Posso entrar?
Harry quase cogitou dizer não, sabia que sua expressão estava clara quanto ao que ele não queria ouvir. Mas aquelas coisas não iriam sumir só porque ele não queria falar no assunto. O problema continuaria ali e não havia outra maneira de fazê-lo desaparecer de sua vida se não fosse através daquela tão esperada conversa. Styles não disse nada, apenas abriu mais a porta e deu espaço para Louis passar, logo em seguida, deu as costas a ele e andou de volta até a parte de trás da floricultura. Ironicamente, onde tudo começou, onde deram seu primeiro beijo. Era poético pensar que era o lugar perfeito onde tudo acabaria.
Harry buscou sua camiseta para vestir e Louis só conseguia pensar no quanto amava cada parte daquele corpo. O silêncio entre eles parecia gritar tão alto a ponto de incomodar ambos, Harry respirou fundo quanto terminou de vestir-se e ouviu Louis pigarrear, olhando pra ele antes de começar a falar.
- Desculpe não ligar, sumir ontem e hoje. - Louis disse devagar, ditando apenas uma das coisas que o faziam estar errado naquela história. Ele aproximou-se mais de Harry, queria tocá-lo, embora tivesse certeza de que Styles não o deixaria fazer aquilo.
- Tudo bem. - Harry respondeu cruzando os braços, claramente seu mecanismo de defesa.
- Quando eu cheguei em casa ontem… - Louis recomeçou não sabendo de onde realmente tinha achado coragem para falar daquilo. Ele não sabia que Harry sabia, porém, para Styles, aquilo não amenizava em nada. - Eleanor me contou que está grávida. - Ele disse cuidadoso. Harry apenas baixou os olhos, não conseguia nem agir como se aquilo fosse novidade. Mordeu a parte interna da bochecha e então voltou a encarar Louis. - Mas você já sabia… - Louis relaxou os ombros ao perceber que o outro não estava nenhum pouco surpreso.
- Almocei com Alice. - Harry esclareceu e, mesmo que Louis pensava que não poderia se sentir pior, aquela culpa o atingiu novamente: Harry sequer tinha ouvido aquilo dele, foi de outra pessoa.
- Harry, eu queria ter falado, eu devia ter falado… - Louis tentou novamente se aproximar dele. - Me perdoe por desaparecer, eu não tinha coragem… Eu não estava pronto…
- Louis, ouça. - Harry sentia uma vontade tão grande de chorar que não tinha nem mais certeza se queria continuar ouvindo aquilo. - Não há o que conversar, certo? O que aconteceu com a gente foi um erro enorme! Que eu nunca vou conseguir reparar!
- Não diga isso… - Louis mostrou-se extremamente triste ao ouvir aquilo. - Por favor, não fale assim…
- É a verdade, Louis. - Harry disse convicto. - Eu peço desculpas por não ter respeitado seu casamento, eu não deveria ter deixado as coisas chegarem onde chegaram, eu reconheço meus erros e minha parcela de culpa nisso. - Harry tinha um tom de voz robótico e apenas via Louis negar com a cabeça, murmurando coisas como “não foi um erro”. - Você era casado e eu deveria ter mantido a distância, eu deveria ter te dispensado quando veio aqui…
- Harry…
- Não deveria ter te beijado, não deveria ter ido pra sua casa, não deveria ter… - E lá estavam as lágrimas que Harry tanto tentou segurar. Ele cobriu o rosto, não conseguindo nem terminar a frase.
- Por favor, não chore. - Louis dizia desesperado, aproximando-se de Styles, segurando seus pulsos, tentando fazer com que ele tirasse as mãos do rosto, mas tudo que Harry fazia era tentar se afastar, não queria deixar que o outro tocasse nele. - Eu te amo tanto, Harry…
- Eu não quero ouvir isso, Louis, eu não quero ouvir. - Harry saiu de perto dele respirando fundo, tentando manter a calma e o controle. Passou uma das mãos pelo rosto, ainda tinha tinta perto dos olhos e na raiz dos cabelos.
So let me go
(Então me deixe ir)
Take me with you baby
(Me leve com você, amor)
I belong where you are
(Meu lugar é ao seu lado)
We both know that you're not as strong as you think you are
(Nós dois sabemos que você não é tão forte quanto pensa)
- Me deixa falar, por favor… - Louis disse e um longo silêncio se fez entre eles. Harry queria ouvir mas ao mesmo tempo não queria. Deus as costas ao outro, mal conseguindo olhar pra ele sabendo que ele não podia mais ser seu. - Eu não quero que isso acabe, eu quero continuar te vendo…
- Você não pode estar falando sério. - Harry virou-se abruptamente para encará-lo.
- Eu não estou pronto pra ficar sem você. - Louis disse com medo, achava que conseguiria convencer Harry a lhe dar mais um tempo para resolver as coisas com Eleanor.
- Como pode estar preocupado com isso, Louis? - Harry dizia ficando ligeiramente irritado.
- Porque eu te amo, porra! - Louis disse no mesmo tom, forçando o contato entre eles. - Eu não quero parar de te ver! Eu vou estar presente para ajudá-la, quero ser um bom pai, mas eu amo você e sei que você também me ama!
- Isso não importa. - Harry disse arregalando os olhos verdes, achando tudo um grande absurdo. - Como pode me dizer uma coisa dessas? Que tipo de pessoa pensa que eu sou? Desses que sai com homens casados esperando pacientemente pelo “eu vou me separar dela”?
- Mas eu vou! - Louis confirmou.
- Louis! - E Harry o repreendeu.
Os dois apenas trocaram olhares como se tentassem descobrir o que o outro tinha em mente, qual era a equação lógica que estava resolvendo em seu cérebro, já que aparentemente tinham visões diferentes sobre o mesmo assunto.
- Fique com a sua mulher, Louis, ela precisa de você. - Harry dizia e viu apenas Louis negar com a cabeça e bufar irritado. - Seu filho ou filha também vai precisar.
- E eu preciso de você. - Louis insistiu. - Por favor, não me deixe, podemos fazer isso dar certo ainda. Eu não quero ficar com ela, quero ficar com você.
Harry sorriu irônico ao ouvir aquilo. Respirou fundo triste, resignado, achava que aquilo talvez fosse alguma espécie de punição divina, pois nada como estar numa situação pra ter um julgamento diferente de quando se está apenas assistindo. Pensou que, de fato, só sabia quem sentia na pele. Ele virou-se calmamente de costas para Louis novamente como se tomasse coragem para só então encará-lo de novo. Viu em seus olhos azuis toda aquela expectativa de quem esperava, do fundo do coração, que Harry também se sentisse daquela forma.
- Sabe quem disse isso? - Harry recomeçou voltando a pegar a toalha velha que usou para secar o rosto.
- Quem? - Louis perguntou triste, já percebendo que nada estava adiantando ser dito, Harry já havia tomado a decisão.
- Meu pai. - Styles sorriu triste, num tom de voz embargado. - Ele disse exatamente isso para minha mãe quando a deixou quando eu era criança para ir viver com outra mulher. - Styles concluiu e Louis relaxou os ombros. Aquela associação era algo que Louis sabia que não conseguiria competir.
- Não é a mesma coisa, Harry… - Ele tentou.
- É exatamente a mesma coisa. - Harry disse triste, finalmente tinha se dado conta de que não havia outra decisão a ser tomada, aquele era o caminho.
Louis sentiu um vazio tão grande dentro de si, acompanhado daquela certeza de que sua felicidade estava a um palmo de distância, porém estava mais inalcançável que antes. Ele respirou fundo e soube que Harry o amava mas era digno demais para compactuar com o que Louis havia sugerido. Não era justo com Eleanor e ele sabia. Sabia também que era egoísta demais de sua parte pedir aquele tipo de coisa a outra pessoa.
- Harry? - A voz de Gemma no andar de cima despertou os dois daquele silêncio tão doloroso. - Você está aí embaixo? Estamos prontas.
- Estou. - Ele gritou de volta sem emoção. - Já vou subir.
- Certo. - Ela respondeu e Harry ouviu os passos dela se afastarem no andar de cima.
Ele olhou para Louis sabendo que ele estava sofrendo como ele, não era fácil reprimir aquele sentimento, uma vez que ambos tinham certeza do amor que sentiam um pelo outro, que não era passageiro e não tinha sido apenas uma aventura. Antes, o prazer de olhar para Louis era tão grande, que fazia Harry ser capaz de achar que nada no mundo seria capaz de separá-los. Mas, o vendo ali, tão de perto e tão inatingível por conta das circunstâncias, o fez perceber que seu sofrimento era inversamente proporcional ao que ele sentia antes.
Harry não resistiu e inclinou-se para beijar o outro, Louis correspondeu, querendo prolongar aquilo o máximo que podia. Mas o selinho não demorou muito e, mesmo triste, Harry passou uma das mãos pelos cabelos de Louis, que deixou uma lágrima cair solitária em seu rosto bonito.
Ambos sabiam que aquilo era um adeus.
- Parabéns. - Harry sussurrou perto do ouvido dele, claramente referindo-se á parternidade recém descoberta. Sentiu Louis o segurar pela mão enquanto se afastava dele e ouviu ele sussurrar em resposta.
- Eu não vou conseguir te esquecer. - Tomlinson tinha certeza daquilo. Ele apenas ficou parado vendo Harry subir as escadas de volta ao andar de cima. O tempo que ficou ali embaixo, apenas notou um lírio em cima da mesa e um pensamento sobre o quanto odiava aquela flor lhe veio á mente.
Ele deixou a floricultura, mas não tinha certeza se estava pronto para deixar a vida de Harry. O único problema era que aquilo não dependia mais apenas dele. Estava tão triste que, mesmo sabendo da expectativa de ter seu filho em seus braços em alguns meses, ainda assim não servia de consolo. Nunca pensou que iria amar uma pessoa em tão pouco tempo e com tanta intensidade.
So let me go
(Então me deixe ir)
Take me with you baby
(Me leve com você, amor)
I belong where you are
(Meu lugar é ao seu lado)
Don't you know I'm so good for you?
(Você não sabe que sou muito bom pra você?)
And it'll only break your heart
(E vai apenas partir seu coração)
Down the road
(Na estrada)
If you don't let me go
(Se não me deixar ir)
With you baby
(Com você, amor)
x.x.x
Liam passou a tarde procurando por Zayn no trabalho. Fez tudo que precisava fazer e, além de querer mostrar a ele seu trabalho concluído, ainda queria saber como estariam as coisas entre eles. Tinha a leve impressão de que o moreno bonito estava fugindo e se escondendo dele, mas Liam sabia que era inútil: em algum momento, ele teria que aparecer naquela sala e Payne faria plantão por ali se precisasse.
A morena bonita parada na porta do escritório sorriu para Liam quando ele a viu ali.
- Oi, com licença. - Ela disse e Liam levantou-se para recebê-la, achou que poderia ser alguma cliente. - Estou procurando Zayn.
- Eu também. - Liam disse brincando indo de encontro a ela. - Entre, por favor. - Ela riu do jeito do outro. - Ele não está por aqui, é só com ele? De repente eu possa ajudar.
- Me chamo Doniya. - Ela se apresentou estendendo a mão, Liam a retribuiu na mesma hora.
- Liam. - Ele respondeu e a viu arquear as sobrancelhas. - Muito prazer.
- Sou irmã do Zayn. - Ela complementou sabendo exatamente quem era aquele homem. O “tal do hétero” que Zayn não parava de falar em casa.
- Ah sim! - Liam disse estudando-a com mais atenção. - Vocês se parecem um pouco. - Ele complementou gentil.
- Espero que isso seja um elogio. - Ela brincou rindo fazendo Payne também rir.
- Com certeza é. - Liam disse oferecendo uma cadeira pra ela. - Eu realmente não sei onde ele está e, se me permite acrescentar, eu mesmo tenho procurado por ele hoje. - Liam dizia e Doniya abriu um sorriso. Zayn não tinha lhe dado detalhes sobre a noite anterior, mas deu a entender que algo havia acontecido entre eles.
- Eu só passei para deixar algumas coisas pra ele. - Ela disse tirando alguns papéis da bolsa. - Ele esqueceu e pediu pra que eu trouxesse.
- Se quiser, posso entregar a ele quando vê-lo. - Liam se ofereceu enquanto ela colocava os papéis sobre a mesa de Payne.
- Obrigada, Liam, eu gostaria sim. - Ela disse simpática. De cara, já gostou dele. - Zayn sempre fala de você. - Ela comentou num tom casual, Liam arqueou as sobrancelhas e abriu o sorriso logo em seguida ao ouvir aquilo.
- É mesmo? Fala o que? - Liam perguntou sem nem tentar disfarçar a curiosidade. Doniya conseguia ver há milhas o interesse daquele homem em seu irmão.
- Que teve sorte em dividir o escritório com um homem tão bonito. - Doniya disse rindo, apenas testando a brincadeira e viu liam arregalar os olhos e igualmente rindo.
- Doniya? - Zayn entrou pela porta surpreso da irmã estar ali, especialmente rindo com Liam. Ela levantou-se e estendeu na direção dele os papéis que havia colocado na mesa de Liam. - O que está fazendo aqui? - Malik perguntou surpreso num tom mais baixo, um pouco sem graça e sem jeito de vê-la tão íntima com Liam.
- Vim trazer o que me pediu. - Ela disse com uma feição divertida para Zayn. Ele estranhou ela dizer aquilo, uma vez que não tinha pedido para que elea trouxesse coisa alguma ali. Conhecia bem sua irmã pra saber que ela articulou aquilo apenas para ir até o escritório e conhecer Liam.
- O que eu pedi… Claro. - Zayn entrou no jogo dela segurando a vontade de rir, ao mesmo tempo que olhava para ela como quem dizia “eu vou te matar por ser intrometida”. - Obrigado. - Ele disse entre dentes, pegando o que ela tinha em mãos.
- Liam. - Ela virou-se novamente para Payne e Zayn pediu a todos os santos que conhecia para que ela não falasse nenhuma besteira. - Vou fazer um jantar lá em casa para o aniversário do meu namorado amanhã. Gostaria de se juntar a nós?
- Doniya! - Zayn disse pigarreando em seguida. Liam apenas baixou os olhos e riu, vendo que Malik estava sem graça em ouvir aquilo. Nesse momento, Liam percebeu que Doniya sabia mais do que ele pensava.
- É claro. - Liam aceitou o convite para desespero de Zayn.
- Ótimo! - Ela disse sorridente. - Depois pode pegar o endereço com o Zayn. - Ela disse e Liam assentiu com a cabeça. - Foi um prazer conhecê-lo. - Ela dizia afastando-se e andando até a porta.
- Igualmente, Doniya. - Liam respondeu e viu Zayn a fuzilar com o olhar enquanto ela saía.
- Até depois, maninho. - Ela dizia rindo e Zayn sorriu nervoso, não queria demonstrar como se sentia, mas era inútil, Liam percebeu tudo.
Já passava das sete da noite e também da hora de terem ido embora. Liam chegou aos poucos perto da mesa e Zayn, que claramente fingia organizar algumas coisas, inclusive os papéis que Doniya havia trazido consigo. Abria e fechava gavetas e tentava se concentrar em não pensar no que tinham feito naquele escritório na noite anterior.
- Sabe que perto da impressora tem envelopes brancos. - Liam disse sorrindo, circulando a mesa de Zayn e quase o encurralando. - Não precisa pedir para sua irmã trazer de casa. - Payne, percebendo que Doniya não tinha estado ali para entregar coisa alguma, apenas ria do nervosismo do outro.
- Liam, por favor, não torne as coisas mais difíceis do que já são. - Zayn não ia nem perder tempo tentando justificar a presença da irmã ali. Sabia que Liam não era nenhum idiota.
- Eu não quero tornar as coisas difíceis. - Liam dizia encurralando Zayn na parede. Colocou uma das mãos na parede impedindo que Malik se afastasse dali. - Eu quero tornar elas… Mais divertidas… - Ele chegou perto da boca de Malik, pronto para beijá-lo e, por mais que Zayn não achasse que era uma boa ideia dar continuidade aquilo, simplesmente não conseguia mais resistir. - Mais gostosas… - Payne continuava falando e Zayn apenas fechou os olhos para ouvi-lo falar perto de seu ouvido. - Mais quentes… - Ele mordeu o lóbulo da orelha do outro enquanto falava. - Mais proibidas… - Ele segurou no membro de Zayn por cima da calça dele.
- Liam, estamos no escritório, pelo amor de Deus… - Zayn sabia que aquilo era uma deliciosa armadilha. Ele segurou Liam pela cintura no intuito de afastá-lo, mas aquilo só serviu para dar abertura a ele para que novamente entregassem-se a um beijo intenso, daqueles que realmente as pessoas não deveriam dar em público.
Malik sabia que não deveria dar continuidade àquelas coisas que vinham acontecendo. Mas Liam era tão gostoso, tão irresistível, que ele não conseguia se conter. Era impossível realmente dizer a ele para parar, aquele beijo era tão envolvente, a língua dele se movimentava com tanta maestria que era quase ilegal Zayn estar gostando tanto daquilo, era viciante. Ele mal conseguia entender o motivo de tudo aquilo, se era mesmo justamente pelo proibido ou se alguma coisa completamente nova estivesse acontecendo ali. Liam parecia tão certo, tão seguro, tão sólido com o que queria, que o próprio Zayn tinha medo de que fosse um sonho.
Talvez fosse mesmo aquela curiosidade física, aquele tesão apenas, Malik tinha medo que fosse apenas sexo para Payne. Fosse literalmente apenas uma atração física e Zayn, do jeito que era, sabia que seria difícil se policiar para não deixar que o sentimento o abatesse junto com tudo aquilo. Ele sabia que se deixar levar por uma paixão por Liam Payne era quase suicídio.
- Liam, já chega. - Zayn descolou seus lábios do outro. Com certo esforço, se desfez das mãos habilidosas do outro. - Não podemos fazer isso. - Malik respirou fundo, saindo de perto dele, como se buscasse ar puro, o cheiro de Liam o deixava tonto, excitado.
- Tudo bem. - Liam sorriu, seguindo-o pela sala. Sabia que não tinha mais ninguém ali, mas era realmente o lugar menos apropriado para ficarem se agarrando pelos cantos. - Vamos pra minha casa… - Liam convidou abraçando-o por trás, beijando sua nuca e Zayn quase sentiu um arrepio de perigo lhe correr pela espinha.
- Liam, Liam… - Zayn virou-se de frente pra ele e descobriu que era ainda pior ter que encará-lo nos olhos para dispensá-lo como sabia que precisava fazer. - Eu não posso me envolver com você.
- Por que? - Liam perguntou acariciando o rosto do outro, sentindo o quanto ele relaxava em seus braços. - Olha, eu já me desculpei pelo que eu fiz na boate… Achei que estivesse tudo bem entre a gente…
- E está. - Zayn confirmou, respirou fundo e não sabia direito como explicar aquilo. - Não é esse o problema.
- Então qual é? Você não gosta de mim? - Liam perguntou um tanto preocupado, ainda sem deixar que ele se afastasse. - Você tem outra pessoa?
- Não, não há ninguém… - Zayn dizia e percebeu que o próprio Liam estava mostrando a ele que não havia razões para tanta resistência. - Eu tenho medo de me apaixonar por você.
- Por que? - Liam franziu o cenho.
- Porque você não sabe o que quer! - Zayn respondeu como se fosse óbvio.
- Eu chupei seu pau ontem. - Liam disse com o tom de voz mais grave que Zayn já tinha ouvido. Foi algo tão forme que Zayn não se atreveu a interrompê-lo. - E hoje, eu quero te levar pra minha casa… - Payne continuava e Zayn sentia-se desarmado diante daquele homem. - Você sabe o que eu quero fazer com você lá, não sabe?
Zayn engoliu a seco e apenas concordou com a cabeça. Ele sabia sim muito bem o que Liam queria fazer na casa dele e achou que era mesmo uma péssima ideia ceder àquilo. Sabia que seria absurdamente delicioso e, inclusive, talvez o fato de achar que Liam era na verdade hétero, o excitava mais do que o fazia temer. Porém, seu cérebro continuava mandando mensagens constantes, dizendo a ele para não fazer aquilo, que era uma ideia ruim, que não iria acabar bem, que os sentimentos que Zayn não iria conseguir frear, iriam vir à tona e afastar Liam dele.
- Tudo bem, vamos pra sua casa. - Mas é claro que Malik iria fazer justamente o que não deveria, afinal, era melhor fazer do que ir pra casa se masturbar fantasiando como seria.
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