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História Lilies - Before or after you had sex?


Escrita por: JaxTom

Notas do Autor


Oi pessoal!
Reta final da fic! :D

Gostaria de pedir desculpas por não responder os comentários do capítulo anterior, eu estou me sentindo péssima com essa falta de atenção que estou dando à vocês, mas saibam que eu leio tudo, muitas vezes na verdade hahaha...
Vocês são pessoas incríveis, sério!
Sempre que quiserem conversar comigo e eu não responder os comentários, podem me mandar mensagem ou pedirem meu e-mail e whatsapp, estou sempre por aí!
Espero que vocês não fiquem bravos, é porque realmente eu estou tomando conta de muitas fics no momento, e preciso atualizar.
Enfim, queria expressar o meu mais profundo MUITO OBRIGADA, porque vocês são demais!

Especialmente beijos para: @LarryLola, @annaharrylarry, @ZiamLikeNosh, @Wtflarry_, @Omgperries2, @ZiaMoreS2, @loutwink (te amo tanto que nem sei viver <3!), @aqribeiro, @SolMayne, @PirokaDoHoran, @Rendezvous_ (fico sem palavras com seus comentários, sério! Muito obrigada e que saudades!), @SarahStyles68, @aryleao

A música do capítulo é Change of Heart, do Bruce Dickinson.
Boa leitura, beijos!

Capítulo 17 - Before or after you had sex?


Fanfic / Fanfiction Lilies - Before or after you had sex?

Here I sit, alone in a window
(Sento aqui sozinho na janela)
The rain falls down on the glass in the cold
(A chuva caindo no vidro no frio)
All my life, I've been waiting for a moment
(Toda minha vida, tenho esperado por um momento)
It never came, maybe never will
(Nunca veio, talvez nunca venha)
Ah — sometimes I don't know
(Ah — às vezes eu não sei)

    Eleanor levantou-se do sofá e se afastou de Louis, deixando-o sozinho e imóvel no meio da sala. Ele não tinha coragem de encará-la, apenas olhava suas próprias mãos até virem de encontro com seu rosto, como se ele simplesmente quisesse se esconder do mundo. Sabia de suas ações, não se arrependia delas, mas se arrependia pela forma como conduziu tudo, mas não era hora de pensar em si mesmo. Ele tinha uma mulher grávida e vulnerável bem a sua frente, ainda incrédula segurando seu celular.

    — De todos os problemas que achei que teríamos… — Ela disse com lágrimas pelo rosto, jogando o celular de qualquer jeito em cima do sofá. — Esse jamais me passava pela cabeça…

    — El… Eu… — Louis tentou, mas ela nem estava ouvindo.

    — Você é gay, Louis? — Ela perguntou realmente querendo saber, não estava provocando. Por um minuto, achou que era mesmo uma completa idiota por nunca ter percebido nada, ele nunca demonstrou nenhum resquício de interesse por outros homens, mas talvez ela só fosse cega.

    — Eu não sei. — Louis respondeu rendido e com vergonha, como se não fosse um homem de quase trinta anos, que já deveria ter segurança em sua sexualidade. — Eu não quero colocar a culpa em ninguém, apenas em mim mesmo…

    — Ah que bom que você sabe disso ao menos. — Ela disse ainda chorando, mas irônica dessa vez, deixando a raiva tomar conta.

    — O que houve entre eu e o Harry, foi… — Novamente, Tomlinson tentou.

    — O que está havendo entre você e o Harry, você quer dizer, Louis. — Ela corrigiu quase gritando, andando para mais longe dele na sala.

    Louis não revidou, não tinha mesmo uma boa explicação para nada daquilo, e também não queria usar as palavras “estou apaixonado por ele”, porque sabia que era dolorosas de se ouvir. Ele tentou se aproximar dela, mas ao mesmo tempo sabia que não deveria.

    — El, eu realmente não sei nem por onde começar a me desculpar. — Louis dizia e ela riu sem achar graça. — Mas, por favor, não fique nervosa, você está grávida…

    — Como é que é? — Ela virou-se na direção dele e chegou mais perto, como se segurasse seus próprios instintos de bater nele. Além de tudo que ainda tinha feito, ele ainda agia daquela forma condescendente, preocupado com ela. — Você não se atreva a falar sobre isso! — Ela controlou o tom de voz, mas apontou o dedo na cara dele. — Agora você está querendo bancar o pai do ano? Essas mensagens foram escritas hoje à tarde, Louis! Você não pode faltar trabalho para ir ao médico comigo saber como está sua filha, mas se encontrar com Harry você podia?

    Louis paralisou ao ouvir aquilo. Na realidade, a ficha caiu tarde demais. Quando ele ouviu ela, totalmente impulsiva, dizer o sexo da criança, ele sentiu seu coração falhar uma batida, como se entendesse a gravidade do que tinha feito. Até então, sentia-se mal, mas tudo parecia uma aventura adolescente. Ele deu-se conta do tamanho de seu mau-caratismo apenas quando ela pronunciou a palavra “filha”.

    — É uma menina? — Ele perguntou num tom de voz baixo enquanto Eleanor começava a chorar novamente, apenas concordando com a cabeça.

Those days are gone
(Aqueles dias se foram)
Lord I hide where I just can't say
(Deus, eu me escondo onde não consigo dizer)
I'm still there, catching your tears
(Ainda estou aí, pegando suas lágrimas)
Before they fall to the ground
(Antes que elas caiam no chão)

    Tomlinson sentiu-se um monstro momentaneamente. Era impossível para ele controlar aquele sentimento de culpa e somente desejava voltar no tempo e fazer tudo diferente, mudar todas as suas atitudes e simplesmente ser sincero com ela no primeiro dia que começou a sentir-se diferente. Mas aquilo era impossível, porém lidar com as consequências, pra ele, estava sendo quase insuportável.

    — Quando isso começou? — Ela limpou o rosto novamente, olhou séria para Louis e, mesmo sabendo que aquilo iria doer muito, queria saber de tudo. Louis engoliu a seco, claramente querendo ganhar tempo sobre como dizer aquilo, não queria tornar as coisas ainda piores. — Anda logo, Louis, chega de mentir pra mim.

    — Eu não sei, El… Eu realmente não sei. — Ele disse confuso, nunca havia sentido-se tão desconfortável antes. Ele respirou fundo e tentou olhar pra ela, mas não conseguiu fixar o olhar por muito tempo.

    — Ele deu em cima de você? — Ela perguntou brava.

    — Não. — Louis foi honesto. — Ele nunca fez nada, muito pelo contrário… Quando percebeu meu interesse, tentou se afastar de mim. — Ele concluiu e Eleanor sentiu-se ainda mais traída do que nunca. Se ao menos Louis apenas tivesse cedido à tentação, ela seria capaz de entender, mas ele ter procurado é algo que ela jamais perdoaria. — Ele sempre me pareceu… Diferente.

    — Diferente? — Ele repetiu com desdém. — Ele é um homem, Louis, só isso! Você conheceu vários durante a sua vida e, de repente, foi esse quem chamou sua atenção? Por que? — Ela realmente estava curiosa. — Por que ele?

    — Eu não sei, Eleanor! — Louis sentia-se mal por toda a situação em si e, agora, percebeu que não conseguia nem ter as respostas que ela queria. Aquilo o estava matando por dentro.

    — Não teve tempo durante toda a adolescência e colegial pra matar sua curiosidade? — Ela perguntou realmente indignada. — Resolveu que quis se relacionar com homens agora? Depois que casou comigo e me engravidou? Foi isso?

    — Não, Eleanor… Não… — Ele repetia como se tentasse encontrar as palavras para explicar seu sentimento por Harry e como tudo aquilo o tomava por completo, mas simplesmente não conseguia. Não era racional, não era físico, não era algo que viesse com um manual de instruções. Se ao menos ele estivesse entendendo o que se passava em sua cabeça, poderia tentar explicar, mas nem ele sabia. — Isso não foi curiosidade! Eu jamais colocaria em risco o que temos por uma mera brincadeira…

    Ela olhou um pouco surpresa com aquela resposta, não sabia se deveria sentir-se a última mulher da terra por nunca ter visto Louis falar dela daquela forma ou se realmente ficava satisfeita em saber que ao menos não foi trocada por um romance qualquer que não tinha a menor importância para Louis. Ela não queria pensar muito a respeito e controlava a respiração, tinha medo de sucumbir num ataque de histeria e prejudicar sua bebê.

    — Pegue suas coisas. — Ela disse simplesmente, voltando a deixar as lágrimas verterem de seus olhos.

    — Eleanor, por favor, seja racional… — Ele pediu mesmo sabendo que não tinha aquele direito. — Você está grávida, eu não quero que fique sozinha nesse estado…

    — Pegue. As. Suas. Coisas. — Ela disse pausadamente como quem não tinha dado ouvidos a nada do que ele disse. Ele baixou os olhos e respirou fundo, não tinha nem coragem de olhar pra ela e pedir que não fizesse aquilo.

    — El…

    — Se você não for fazer suas malas agora, eu vou atirar cada peça de roupa sua pela janela. — Ela disse séria e Louis não duvidou que ela faria mesmo. — Mesmo jurando a mim mesma que jamais passaria por uma situação tão baixa como essa, eu não vou segurar e nem engolir um resquício sequer da raiva que estou sentido! — Ela continuou e seu marido não atreveu-se a interromper. — Você vai ouvir tudo que eu tenho a dizer, porque eu não vou guardar nada, quero me livrar dessa negatividade, eu tenho coisas mais importantes pra me preocupar agora. — Ela disse colocando a mão sobre seu ventre, acariciando instintivamente como se quisesse aliviar aquela criança que carregava de toda a tensão que estava sentindo.

    — Eu...

    — Você algum dia teve a decência de planejar me contar sobre isso? — Ela continuou falando, ignorando que ele tentava se explicar. Ela olhou fundo nos olhos dele, como se buscasse ali ao menos um traço de consideração. — Ou ia me fazer de otária o resto da vida até que eu descobrisse sozinha?

    — Eu ia te contar! — Ele disse seguro, tentou segurar as mãos dela, mas ela soltou-se imediatamente.

    — Não toque em mim, Louis! — Ela disse entre dentes, afastando-se ainda mais dele.

    — Eu estava… — Ele suspirou. — Eu ia contar quando você chegou de viagem, mas aí você me disse que estava grávida. — Ele explicou-se, falando rápido demais. — Eu não tive coragem, eu… Eu contei para o Harry, ele quis terminar tudo, não queria mais me ver… — Louis sentia-se mal só de lembrar-se daquilo, vendo a importância que Styles havia dado pra tudo aquilo, mas ele mesmo insistiu porque não conseguia controlar seu amor por aquele homem.

    — O fato de eu estar grávida era apenas um motivo a mais para você me contar a verdade, Louis, e não esconder ainda mais! — Ela gritou do lado oposto da sala. — O que aconteceu com o seu bom senso? Eu achei que conhecia o homem com quem me casei!

    — Eu estava desesperado, Eleanor! — Louis respondeu alterando-se também. — Você não sabe o quanto eu sofri com isso também!

    — Ah sofreu? Antes ou depois de dormir com ele? — Eleanor ironizou lembrando-se das mensagens que leu e associando os acontecimentos do dia anterior. — Vocês transaram na nossa cama? — Ela perguntou com os olhos arregalados, incrédula e pronta para jogar em Louis a primeira coisa que tivesse ao seu alcance.

    Ele queria com todas as forças dizer que não, mas tinham transado na noite anterior na cama do casal no quarto. Ele lembrava-se bem, pois certamente foi mais uma das vezes em que descobria que o sexo com Harry era maravilhoso. Ele baixou a cabeça e engoliu a seco apenas esperando o que sabia que viria em seguida, aquela mulher iria enlouquecer e pedir pra que ela se acalmasse seria o mesmo que colocar gasolina num incêndio. Eleanor, que passava longe de ser ingênua, entendeu muito bem aquele silêncio.

    — Você me dá nojo, Louis! — Ela disse num tom de voz que Louis nunca tinha ouvido antes. Ela realmente o mataria se pudesse. — Isso é o cúmulo da falta de respeito! Como pode fazer uma coisa dessas? — Ela não estava perguntando porque queria uma resposta, até porque ele não teria uma. Louis permaneceu calado, apenas ouvindo pois sabia que merecia, mas também porque não conseguia pensar em nada pra dizer.

    Ela saiu da sala e foi imediatamente ao quarto, abriu as portas do armário e gavetas da cômoda, jogou tudo que era de Louis em cima da cama com violência, como se precisasse fazer aquilo com as roupas dele, pois era uma forma de canalizar o que gostaria de fazer com ele mesmo.

    Ela puxou duas malas debaixo da cama e começou a colocar todas as roupas dele dentro, Louis apenas voltou ao quarto já sabendo a cena que veria, queria impedí-la, mas não depois daquilo, não depois de ela ter descoberto que ele transou com Harry em cima daquela cama, como se aquele quarto fosse, até então, uma espécie de santuário sagrado para o casamento dos dois. Mas Louis acabou por “sujar” a imagem que ela tinha daquele lugar, a segurança que sentia e não queria apenas colocar fogo naquele colchão e lençóis, ela queria ela colocar fogo naquele apartamento inteiro.

    — Eu vou embora, certo? — Louis começou com cuidado, mas ela nem o ouvia direito. Continuava na sua tarefa de fazer as malas pra ele, colocando suas camisas bem passadas de qualquer jeito dentro do objeto. — Quando os ânimos acalmarem, a gente volta a conversar e…

    — Volta a conversar? — Ela parou imediatamente o que fazia e voltou a encará-lo de perto, claramente atordoada e perturbada com tanta informação junta. — Eu não quero nunca mais te ver na minha frente, Louis! — Ela disse e Louis respirou fundo, claramente ficando preocupado com ela e com o estado emocional dela por estar grávida. — Some da minha frente! Eu não quero nunca mais olhar pra sua cara! Seu canalha mentiroso!

    — Eleanor, ouça… — Ele tentou acalmá-la, mas totalmente em vão. Ela jogou um bolo de roupas nas mãos dele, empurrando-as contra seu peito. — Eu sou o pai da sua filha, você não vai se livrar de mim! — Ele disse e, sem nem pensar no que estava fazendo, Eleanor imediatamente espalmou a mão no rosto dele, num tapa sonoro e dolorido.

    Louis virou o rosto, sentindo-se um pouco tonto. Sua pele esquentou e ele levou a mão ao rosto onde ardeu. Ele nunca tinha passado por aquilo na vida e nem imaginou ser o tipo de homem que literalmente estava merecendo tomar um tapa na cara. Pensou em seus pais e no quanto provavelmente os envergonharia naquela hora tão humilhante para uma mulher que passou anos ao seu lado. Ele não atreveu-se a reclamar, apenas virou-se novamente para ela e percebeu que foi a melhor coisa que ela fez naquela noite, pois sentiu que ela precisou daquilo para se acalmar.

    Depois daquilo, nada mais era necessário ser dito. Ela entrou no banheiro e trancou-se lá, abrindo o chuveiro e Louis sabia que ela ainda ficaria lá por um bom tempo. Arrumou suas coisas nas malas, mesmo que não coubesse tudo de uma vez, e vestiu-se. Aquela provavelmente não seria a última conversa dos dois, mas por um tempo, seria mesmo melhor que eles ficassem afastados, ele devia isso à Eleanor e até a si mesmo. Nem nos seus piores momentos, ele imaginou que aquela briga doeria tanto nele, pois sentia toda sua vida desmoronar depois de anos construindo algo que pensava ser sólido.

    Em vinte minutos, ele desceu até seu carro, colocando a mala no porta-malas e rumando para a casa de Liam, seu único refúgio depois daquilo. Não queria encarar Harry naquele estado, precisava de um tempo sozinho, aquele era o momento em que ele tinha que ficar com seus próprios pensamentos e o único que o entenderia naquela hora sem ele precisar falar nada, seria Liam Payne. Pensou que ligaria para Harry na manhã seguinte para contar o que houve, mas naquele momento, ele só precisava dormir e tentar arrumar tudo que havia feito de errado naqueles quase dois meses.

You, you're walking away
(Você, você está indo embora)
You couldn't stay, you need a change of heart
(Você não poderia ficar, precisa mudar de atitude)

x.x.x

    Liam atendeu a porta e viu Louis com duas malas. Não era necessário explicar nada, ele já sabia o que tinha acontecido. O abraçou por longos segundos, vendo em seus olhos o quanto ele estava arrasado e, ali, nos braços de seu melhor amigo e uma das pessoas que mais confiava no mundo, ele sentiu-se protegido, por mais que soubesse o que Liam estava pensando. A parte boa de tudo aquilo era que Payne não o julgaria e era tudo que ele precisava no momento.

    Louis arrumou suas coisas no quarto de hóspede e quando voltou à sala, como se relembrasse o motivo pelo qual amava Liam tão intensamente, o moreno alto o esperava com uma dose dupla de seu uísque preferido e o aconchegante sofá da sala, apenas deixando tocar uma música de Norah Jones, que sabia que Louis gostava.

    Liam não falou nada, esperou apenas o amigo resolver falar alguma coisa, mesmo que fosse desnecessário. Ele só não sabia dos detalhes, mas pela situação em si, ele teve um sentimento na hora de que Louis não conversou com Eleanor, ela deve ter descoberto.

    — Meu celular. — Louis disse por fim, sem olhar para Liam. — Ela leu as mensagens do meu celular.

    — Amador. — Liam disse brincando, tomando um gole de sua bebida e tirando um sorriso apagado dos lábios de Louis.

    — Estou com medo, Lee. — Tomlinson confessou. — Estou com medo que ela não me deixe ver minha filha.

    — Filha? — Liam arregalou os olhos com a notícia óbvia. — Uau…

    — É, eu sei… — Louis disse sentindo seu estômago embrulhar de nervosismo. Uma menina! Sua princesa… Ele mal conseguia conter a tristeza de, de alguma forma, já fazer a pequena sofrer mesmo que nem tivesse noção de mundo ou tempo e espaço. Começou a nutrir dentro de si aquela expectativa de ser perfeito e nunca falhar, mas havia descoberto que aquilo seria mais difícil do que ele pensava.

    Liam sorriu aberto, provavelmente pensando que aquilo mudaria um pouco sua visão de como tratou as mulheres em toda a sua vida. Se perguntou se queria que um homem como ele cruzasse o caminho de sua futura afilhada, provavelmente a resposta seria não.

    — Lou, sabe que pode ficar aqui o tempo que precisar. — Liam ofereceu.

    — Obrigado, cara, significa muito. — Louis disse tocando a perna de Liam em forma de agradecimento.

    — Mas talvez tenha que cruzar com Zayn pela sala vez ou outra. — Liam brincou finalizando sua bebida e vendo Louis olhar pra ele um tanto surpreso.

    — Sério? — Tomlinsou riu ao ver o outro confirmar com a cabeça. — Desde quando?

    — Desde ontem eu acho. — Payne respondeu. — Louis, você não tem ideia… Aquele homem é… — Ele pensou vagamente em alguma palavra para descrever como se sentia com Malik, mas não conseguia encontrar. — E o sexo…

    — Né? — Louis foi quem riu dessa vez, daquela sentimento ele entendia bastante.

    Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, mas já haviam experimentado por anos aquelas sensações de estarem perto sem precisar dizer nada. Louis sabia que, naquele momento, estava com a única pessoa que não iria tentá-lo convencer a voltar atrás — porque sabia exatamente que Styles não estava pronto para lidar com Louis naquelas condições. Era bastante provável que o mandasse de volta para Eleanor simplesmente porque morreria de pena daquela mulher.

    — Falou com Harry? — Liam perguntou e Louis negou com a cabeça. — Como acha que ele vai reagir?

    — Provavelmente vai se torturar, se culpar e tantas outras coisas… — Louis dizia rindo, mas triste. — Harry tem um coração que não lhe cabe no peito… Eu não entendo como ele pode ser assim, ele é maravilhoso Liam… — Louis tinha o tom de voz mais apaixonado que Payne já havia escutado. O conhecia há anos e nunca o viu com aquele brilho intenso ao falar de alguém. — E não estou me referindo somente à parte sexual, mas… Quando ele sorri, parece que não preciso de mais nada pra viver… Aqueles olhos, Liam, aqueles olhos…

    Payne apenas riu ao ver o outro falar daquele jeito. Por mais que tudo estivesse afundando, ele ainda se dava ao trabalho de focar na única coisa que o fazia feliz no momento: aquele florista com quase dois metros de altura.

    — Amanhã vou vê-lo, chamar pra almoçar. — Louis comentou respirando fundo. — Mas por hoje eu só quero parar de pensar no quanto eu sou um perfeito otário.

    — Como está Eleanor? — Liam perguntou preocupado, imaginando a tensão da briga.

    — Quer me matar, e com toda razão. — Louis disse apoiando a cabeça no encosto do sofá. — Liam, sério, eu devia ter contado à ela… — Ele comentou e Liam segurou a língua pra dizer sobre quantas vezes o alertou daquilo, mas entendeu que “eu te avisei” não era exatamente o que o amigo estava precisando ouvir.

    — Você a amou, Louis, devia isso à ela… — Payne comentou brincando com as pedras de gelo de seu uísque no copo.

    — Eu sei… — Tomlinson suspirou profundamente. — Os pais dela… Meu deus, liam, os pais dela devem estar querendo me matar… — Ele pensou no casamento, em todos os jantares de família que foi com ela, do quanto sua sogra o defendia e dizia que Eleanor tinha muita sorte de tê-lo como marido… Não queria nem pensar na vergonha que passaria na próxima vez que os veria. — Estou com medo que ela não me deixe ver a neném…

    — Ela pode até estar irritada com tudo agora, Louis, mas deixe-a se acalmar… — liam o tranquilizou. — Quando estamos alterados, sempre falamos e fazemos coisas que não queremos… Ela nunca faria isso.

    — Não tenho essa certeza. — Louis disse realmente preocupado.

    — Louis, Eleanor é maravilhosa. Ela não usaria a própria filha contra você, não se preocupe com isso. — Liam tinha segurança sobre o caráter da moça. — Ela não poderia te punir o deixando longe da menina sabendo que acabaria também punindo sua filha. Ninguém quer ficar longe do pai, não importa quem ele seja. — Payne tinha total convicção daquilo e serviu para abrir um pouco os olhos de Louis e dar um pouco de crédito à esposa.

    — Tem razão. — Louis disse suspirando. — Não vou me preocupar com isso. Obrigado, cara. — Ele disse olhando Liam nos olhos e relembrando a cada segundo porque o amava como um verdadeiro irmão.

    — Sabe que estou aqui por você. — Payne disse passando as mãos desajeitadas pelos cabelos de Louis e bagunçando-os, como se fossem duas crianças.

    — Temos que trabalhar amanhã, né? — Louis disse finalizando seu uísque. — Vou tentar dormir.

    — Se não se sentir bem, fique em casa. — Liam sugeriu. — Cobriu meu trabalho já hoje, fiquei com Zayn o dia inteiro e sei que te devo por muito mais do que isso. — Ele concluiu vendo um dos melhores sorrisos de Louis brotarem naquela noite fria.

    — Obrigado. — Tomlinson o abraçou de novo quando os dois levantaram do sofá. — Mas acho que trabalhar vai ser a melhor coisa pra mim, preciso me distrair.

    — Tudo bem, você quem sabe. — Payne o acompanhou até o quarto de hóspedes. — Mas, se mudar de ideia, só me avisar.

    — Você é o melhor, Payne. — Louis disse e viu o amigo sorrir de volta.

    — Até amanhã. — Ele disse deixando Louis sozinho no quarto, fechando a porta atrás de si.

    Louis tinha tanta coisa na cabeça que apenas desejou ter algum tipo de “botão de desligar” pra poder dormir profundamente. Sabia que estava cansado e não seria um problema, mas também sabia que não teria uma noite plena. Mas era preciso tentar não pensar naquilo tudo mais, o que estava feito, estava feito. Não adiantava se culpar, aquilo não diminuiria a incomodação que seus atos trouxeram, atos esses que responsabilizava apenas a si mesmo e mais ninguém, pois sabia que Harry era qualquer coisa, menos culpado por tudo aquilo.

    Ele deitou-se na cama e, mesmo que ainda demorasse um tempo, eventualmente acabou dormindo.

Trees are bare, the earth it is hard
(As árvores estão sem folhas, a terra está firme)
I wait for winter, soft winter and snow
(Espero pelo inverno, o inverno suave e a neve)



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