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História Lilly Evans e os Marotos em O Legado de Ravenclaw - Despedidas


Escrita por: CoracaoClandest

Capítulo 2 - Despedidas


Fanfic / Fanfiction Lilly Evans e os Marotos em O Legado de Ravenclaw - Despedidas

V. A. R. Lovelace - 1976

Viollet ainda acordava no meio da noite. Os olhos em fendas a fitando por um instante, a risada cortante, o ar esvaindo de seus pulmões, a casa explodindo em chamas. Seu túmulo iluminado.

Depois do incidente, claro que seu padrinho não a mandara novamente em missões. Ele a amava, estava fazendo isso para mantê-la protegida. Ela repetia para si mesma. Queria acreditar. Mas, no fundo, a única coisa que realmente sabia é que havia falhado. E, então, ele a colocou de lado como um brinquedo quebrado, abandonando-a naquele inferno chamado “casa”. Não que ela tivesse tentado fugir. Lilly prometeu que iria buscá-la, jurou que faria qualquer coisa para tirá-la de lá. Contudo, a jovem nascida trouxa era uma das poucas pessoas que seu pai odiava mais do que seu padrinho. Não a colocaria em risco também.

-Aí está você! –Contra a luz, os cabelos vermelhos da garota pareciam incendiários, os olhos verdes ainda mais brilhantes. Viollet baixou a pena de imediato e sorriu. Lilly parecia mais linda do que nunca.

-Você está mais alta, se é que é possível.

A amiga revirou os olhos.

-Você chegou cedo. Achei que o plano era chegar poucos minutos antes de partirmos. –Lilly sentia os olhares, então. As acusações silenciosas. O distanciamento cuidadoso. As palavras não ditas: traidora. Seria sufocante, mas Lilly estava lá. Tudo ficaria bem.

-Houve uma pequena mudança de planos. –Lilly acompanhou o olhar de Viollet, encontrando um grupo entusiasmado de garotos e pais há alguns metros. Arthur Lovelace era o centro das atenções. O herói da Corvinal. Irmão de Viollet. Junto com seu pai, Ministro do Exterior. Alto. Esguio. Apenas um dos homens mais poderosos do mundo bruxo.

-Nada do seu padrinho?

Viollet não respondeu, notando a coloração pálida do rosto da amiga.

Severo Snape se aproximava com seu ar de superioridade, com o pior tipo possível de companhia. Lilly nunca ficava normal perto dele. Havia história demais envolvida, sentimento demais. Viollet queria quebrar o nariz do garoto. De novo. Sua vontade era se posicionar a frente da amiga e impedir que qualquer coisa a atingisse, mas não podia. Lilly Evans era perfeitamente capaz de lutar as próprias batalhas.

Eles deveriam ser o trio. Deveriam estar juntos, mas Severo estava fora do alcance de qualquer um das duas.

-E os seus pais? Não te deixaram na plataforma esse ano?

-Petúnia... –Lilly resmungou, desviando o olhar. Viollet riu. Não precisava de mais explicações.

-Eles devem ter ficado eufóricos com a filha monitora. Falando nisso, a Srta. Monitora já deveria estar no trem, não? Ajudando os pestinhas do primeiro ano a não morrerem no primeiro dia.

Lilly olhou para o trem vermelho, depois para Viollet, preocupada.

-Ficarei bem. Você me encontra assim que puder.

Viollet não tinha tanta certeza. Não quando via Lilly se afastando, mas não era a única que olhava detidamente para a amiga. Do outro lado da estação, a trupe de Tiago Potter ria alto com qualquer idiotice que eles costumavam falar, enquanto ele fitava a garota como se tivesse levado um soco no estômago. Algum dia, ela teria de contar a ele que estava apaixonado pela nascida trouxa. Os amigos pareciam não notar, muito preocupados com o próprio reinado. Pois era isso que eles eram: Jovens príncipes. Tiago Potter, o líder; Remo Lupin, o inteligente e Sirius Black, o mais medonhamente irritante. Para não falar em Pedro Pettigrew, o menino do 4º ano, um mascote da realeza. Além da insuportável Pandora Sparrow, que parecia acompanhar Black por cada canto (escondido) da Escola. Príncipes precisam de seguidores afinal.

Viollet sentiu as mãos esquentarem e respirou fundo, tentando se acalmar.

Todos disputavam a sua aprovação e, quando não o faziam, se contentavam com seu respeito. Tiago esse ano seria o Capitão do Time de Quadribol da Grifinória e Lupim seguia como monitor. Definitivamente era o fim da sua curta e desastrosa carreira como apanhadora. Black provavelmente substituiria Longbottom no próximo ano como Capitão da Equipe de Duelos da Grifinória. Tinha de admitir que Remo era diferente... ele era... Remo. O garoto inteligente e gentil que os professores adoravam. Viollet poderia jurar que o rapaz era monitor na esperança dos professores dele conseguir controlar os amigos.

Juntos, eles eram a própria representação da Grifinória: a lealdade, bravura, coragem, encrencas sem tamanho... o contrário do que a própria Viollet viria a ser algum dia.

-Viollet... –Viollet ergueu os olhos encontrando os de Simon Lovelace. –Tenha um bom ano letivo.

-Tchau, pai.

Simon a abraçou, encostando os lábios no ouvido da filha, no que pareceria um beijo. Viollet não reagiu.

-Espero que pense melhor sobre seu comportamento e se afaste dessas más companhias ou terei de tomar medidas drásticas. Você é uma Lovelace e, em breve, será uma Black. Nunca esqueça disso.

Ela jamais esqueceria.

Viollet estremeceu, enquanto o pai se afastava. O vento frio atravessou seus ossos. Deveria entrar logo no trem. Não poderia correr o risco de deixar de ir ao único lugar seguro, o mais próximo de um lar que jamais encontrara. A garota sentiu sua presença antes de vê-lo. Esse era um dos fatores que a faziam uma das melhoras.

-Olá, tio Moody.

-Eu deveria ficar preocupado quando uma menina de 16 anos sente minha presença assim. Estou ficando velho. –Alastor Moody apareceu ao seu lado, assustando as poucas pessoas ao redor.

-Sempre será o melhor Auror do mundo.

-Até você crescer e tomar o meu lugar. –Moody piscou o olho, fazendo a garota sorrir. Aquela era uma brincadeira antiga. –Senti sua falta. Estava em missão, só soube...

-Vocês me abandonaram. –Viollet suspirou.

Moody não respondeu, enquanto pegava seu malão e arrastava para perto do trem. A visão de um dos maiores aurores do mundo era suficiente para abrir o caminho entre os pais que se despediam dos filhos.

-Não diga isso. É hora de ir.

-Por que veio? Estavam com medo que eu simplesmente sumisse? –Depois de tantos anos, Alastor Moody havia aprendido da pior forma o risco de amar alguém naquela profissão, sobretudo em tempos de guerra. Viollet era sua pequena concessão. Então, naquela manhã fria de setembro, a única coisa que havia em seu olhar era o amor incondicional por aquela criança. Ele já havia lutado com bruxos das trevas e Comensais da Morte. Ainda assim, aquelas palavras conseguiram feri-lo. Beijou o rosto da menina. A menina abraçou-o com força.

-Vai ficar tudo bem.

Viollet estava cansada de promessas vazias. Pegou o malão e entrou no trem, deixando para trás a pequena bolsa que carregava no ombro. Moody a pegou, antes de sumir do mesmo modo que havia aparecido. 

No trem, um novo desafio. Sem tio Moody ou Lilly como distração, os olhares pareciam ainda piores.

Entrou na primeira cabine vazia, arrumou o malão e se recostou para dormir, pensando que daria qualquer coisa a Lilly por uma poção de invisibilidade.

 

T. Potter – 1976

Ele esperava a oportunidade de falar com ela, mas assim que o trem ela se uniu a Remo no trabalho como monitora. Se antes estava profundamente grato por não ter sido ele, agora se sentia um pouco invejoso. Tiago jamais seria um bom monitor. A única escolha pior seria Sirius, o que seria divertido, pensando bem. Tiago suspirou. Sirius estava... diferente. Havia passado a maior parte do verão com os Potter e as visitas eventuais de Remo. Estava lá quando Tiago abriu a carta de Capitão. Na última semana de férias, havia voltado para a mansão Black e, desde então, estava... diferente.

Remo também, por sinal...

A guerra parecia afetar a todos.

Desde que os lobisomens resolveram apoiar o Lorde das Trevas, estavam sendo caçados por toda a Grã-Betanha. Ele, Sirius e Tiago passaram horas conversando sobre isso no verão, se Remo deveria voltar a Hogwarts, mas enquanto o Lorde das Trevas temesse Dumbledore, como todos diziam, Hogwarts seria o último lugar seguro.

Os trouxas não tinham um “lugar seguro”. Eles eram mais vítimas do que os bruxos. Os pais daquela garota, por exemplo. Haveria quem lutasse por eles?

Passaram horas conversando sobre seus futuros.

Nessas horas, quadribol não parecia tão importante. Nem os NOMs. Nem o Mapa ou suas outras experiências. O mais importante era manter as pessoas que amavam em segurança.

Não seria um ano fácil para nenhum deles.

-Potter... –Sirius chamou.–Temos que ir!

-Vamos.

                                                                                              ***

Tiago conhecia aquela cara. A irritação mal disfarçada, enquanto Pandora Sparrow não parava de falar. A garota era inteligente e divertida, mas Sirius simplesmente se cansava rápido e Tiago já teria arrumado uma desculpa para tirar os três dali, se não fosse tão bom ver Sirius sofrer um pouco, enquanto Petigrew o olhava com adoração.

Pandora tinha cabelos loiros, quase brancos, caindo até a cintura e enormes olhos azuis, combinando com o uniforme da Corvinal. Estava no último ano e poderia ser considerada facilmente a garota mais bonita da Escola. Contudo, o contraste com Sirius, alto, cabelos negros, bem cortados, a deixava ainda mais radiante. Quando os olhos do rapaz brilharam perigosamente, Tiago suspirou:

-Bom, garotas, é hora de irmos procurar Remo, antes que ele morra de tédio. Ainda não acredito que foi escolhido como monitor.

-E você é Capitão da Equipe de Quadribol, não é? –Perguntou Lana Macmiller, artilheira da equipe da Lufa-Lufa. –Teremos bons jogos esse ano.

-Sim. –Sirius resmungou, levantando-se.

-Uma pena o que aconteceu ano passado, por mais que seja sua casa, Pandora. Blue ter traído daquele modo a Grifinória foi simplesmente antidesportivo.

-Ninguém sabe exatamente o que houve, Macmiller. –Sirius já estava do outro lado da porta, fechando-a com uma pancada forte. Potter e Petegraw o acompanharam.

-Por mais que você diga que não acredita, eu realmente acho que Blue... –Começou Pedro.

-Basta dessa história! E chega de chamar a garota de blue. Ninguém sabe o que aconteceu lá em cima.

-Claro, claro, Sirius, mas admita, foi estranho. Ela estava com o pomo de ouro praticamente nas mãos, com Lovelace perto, e então, do nada, cai da vassoura e deixa o pomo para o irmão...

-Ela quebrou o braço e 4 costelas na queda. –Ponderou Tiago. –Eu duvido muito que tenha sido intencional.

-Ela é a herdeira da Corvinal...

-Chega, Pedro... –Antes que Sirius pudesse continuar, ouviram um baque forte na cabine ao lado e gritos.

Tiago foi o primeiro a agir, emburrando a porta. Regulus Black, Arthur Lovelace e Rabastan Lestrange empunhavam suas varinhas e riam, enquanto acuavam Violett Lovelace no canto oposto.

-Regulus! –Sirius gritou, mais parecendo um latido. O irmão estremeceu. -Baixem as varinhas...

-Vocês não deveriam defender uma traidora. –Arthur sorria tranqüilo. Aquele havia sido o problema real depois do jogo de quadribol, que levou a derrota da Grifitória na Taça das Casas. O garoto havia dito a todos que a irmã o deixara pegar o pomo e fingira cair. Ela era uma Corvinal, assim como ele.  

-Cala a boca, Arthur. –Gritou Violett. –Eu não preciso de ajuda.

Ela olhava para Sirius, cuja ponta da varinha já começava a brilhar. E então seus olhos se cruzaram, rapidamente. Lá estava Tiago Potter, entre as 3 famílias mais arrogantes do mundo bruxo, pronto para estuporar suas crias. Mas não houve tempo. Dois jatos de luz surgiram de trás e mandaram voando as varinhas de Régulo e Lestrange, fazendo Viollet reagir estuporando o irmão, para fora da cabine.

-Levem ele, ou todos saberão que foi estuporado pela irmã mais nova. –Lilly ameaçou, depois se virou para Pedro, Sirius e Tiago. –Não conto se não contarem. –E sorriu.

Aquelas duas eram um perigo para o mundo bruxo, sem dúvida, mas Tiago não conseguiu não gostar delas.

-Eles machucaram você? –Lilly tocava com gentileza as mãos da amiga. -Porque não acabou com eles?

-Eu estava dormindo, só vi quando entraram.

-Melhor sairmos todos daqui. Temos de ir com os monitores, mas antes viemos procurar vocês. Talvez seja melhor Viollet vir conosco. –Aquilo no rosto de Lilly era surpresa? Viollet não soube identificar. O solavanco do trem parando interrompeu seus pensamentos.

Viollet tomou a frente, apertando os dedos de Lilly discretamente entre os seus antes de ir embora. Um sinal. Remo foi o único a perceber. Já havia flagrado o gesto algumas vezes ao longo dos anos, o suficiente para saber que era seu modo de demonstrar que estava tudo bem. Ela não era uma traidora. Não poderia ser.

Tiago a seguiu, acompanhado de Sirius e Pedro.  


Notas Finais


Olá, pessoas... Tentarei postar todas as sextas-feiras!! Comentem, curtam, deixem suas opiniões! Vai ser um prazer conhecê-los


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