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História Lilly Evans e os Marotos em O Legado de Ravenclaw - Pequenos Grandes Segredos


Escrita por: CoracaoClandest

Notas do Autor


GENTEEEEE!
Mil perdões! Eu esqueci de postar essa semana!
Faculdade me deixando louca, mas, sem pânico, seguimos com a história

Capítulo 28 - Pequenos Grandes Segredos


Fanfic / Fanfiction Lilly Evans e os Marotos em O Legado de Ravenclaw - Pequenos Grandes Segredos

S. Black - 1976

“Não me chamou de Black”, o rapaz percebeu. Talvez fosse um progresso. Sem responder, Sirius segurou um papel diante dela. 

Chocada, tentou pegá-lo, mas Sirius puxou para cima, tirando-o do seu alcance. 

"Ele sempre foi mais alto" O pensamento pegou-a desprevenida. Sentiu vontade de bater a cabeça em uma das estantes. Quando esquecesse o garoto que ele foi, o que deixara de ser, tudo voltaria ao normal.

-É uma autorização...?

-De acesso à parte privada da biblioteca. 

-Como...?

-Professora McGonagall. 

-Tem o meu...

-Nome.

-Para de terminar o que falo! Por que tem meu nome?

O rapaz riu.

-Eu pedi para nós dois e Potter. Para o torneio.

A garota estendeu os braços ávida, tentando pegar. Sem sucesso. Sirius era alto o bastante para que ela não tivesse chance de tirar o papel dele.

-Você realmente vai sacar a varinha na biblioteca? -Sirius parecia incrédulo, quando Vi tateou as vestes. Era divertido demais irritar a garota Lovelace.

-Qual o preço? –A garota arrependeu-se imediatamente. -Por que você só funciona assim?

 -Por que você não confia em ninguém!

“Golpe baixo, garoto estúpido” A acusação estampada no rosto de Vi. Ele deveria se sentir péssimo por isso e se sentia. Os anos de afastamento não o tornaram insensível a esse ponto.

 

V.A. R. Lovelace - 1976

-Então...

-Chega de segredos. –Viollet riu. Se ele soubesse tudo... provavelmente sairia correndo... ou não... era Sirius, afinal.

-Não faço promessas que não pretendo cumprir.

-Eu sei.

-Não.

-Então chega de fazer tudo sozinha.

Ele falava sério. Percebeu.

-Eu não posso... –Vocês não sobreviveriam aos meus segredos.

-Vou procurar com você e, se houver algo aqui que possa ajudar, vamos procurar juntos. Não é muito.

Ela realmente precisava daquele acesso. Seria suspeito se pedisse, os professores já tendo autorizado através de Sirius. Suspirou.

-Ok.

Sirius abriu seu sorriso lupino.

-É uma promessa?

-Mas que droga! Sim, Sirius!

Ele soltou o papel na sua mão.

-Eu teria aceitado sem qualquer promessa.

-E eu teria te contado os meus segredos. –Retrucou com ironia.

O sorriso maroto do rapaz se alargou, enquanto saia da biblioteca.

Vi não conseguiu controlar o riso. “Garoto idiota”.

Seguiu para a área reservada, apresentando a autorização à bibliotecária ao passar. Será que Sirius sabia do verão na mansão Black? Do que houve no aniversário de Régulo? Órion e Walburga teriam lhe contado? Não podia ter certeza... Não deveria ser importante.

Um movimento desviou seus pensamentos.

Sentado no chão da área reservada, com diversos livros abertos em sua frente. Uma mecha dos cabelos negros caindo no rosto, o nariz adunco, a varinha nas mãos. Seus olhos se encontraram por um instante apenas. Os lábios curvaram-se em um sorriso.

Foi como ser empurrada para fora da própria mente. Violento. Rápido. Cirúrgico. Devastador. Em um momento, estava na biblioteca. No instante seguinte, presa num recanto escuro de qualquer lugar, enquanto alguém invadia seus pensamentos.

Lá estavam seu pai, junto com o Sr. e a Sra. Black. A porta entreaberta. Vi se aproximou. Régulo sorria satisfeito.

-Agora que o casamento de Bela e Rodolfo se aproxima, precisamos pensar adiante, Simon. Casamentos assim foram realizados ao longo de gerações e gerações. Temos a obrigação de manter a pureza da linhagem, em tempos com tantos mestiços. –Comentou o Sr. Black. –Mas não creio que a menina aceitará de bom grado. Ouvi dizer que ela pode ser rebelde, confraterniza com trouxas e sangues-ruins.

-É irônico ouvir isso do pai da “ruína dos Black”. –O Sr. Black se mexeu, incomodado, enquanto Simon sorria divertido. –É o que todos dizem... Que aquele garoto pode ser bastante problemático. Um potencial perdido.  

Walburga respondeu.

-Não seja tolo, Simon. São coisas da juventude. Sirius ainda tem muito o que aprender.

-Assim como a minha filha. Como estão vendo, tudo especulação baixa. Viollet é perfeita. Inteligente, forte. Além disso, Régulo é um bom rapaz.

-Será interessante unir as famílias. –Walburga comentou. Apesar do aparente descaso, seus olhos brilhavam. –Como sabe, somos influentes.

-Não mais do que os Lovelace, lhe garanto. –Simon cortou.

-Claro. –Órion respondeu, conciliador. –Mas acredito que parte das ações do gringotes seriam um bom presente de casamento.

-De fato, Régulo é um bom menino. –Não se tratava do dinheiro. A fortura que a mãe lhe deixara somava quase o quanto os Black tinham em galeões. Tratava-se do poder sobre o banco bruxo.

-Ela aceitará, Simon? O padrinho da garota concordaria com isso?

-Fala como se ela tivesse escolha, Órion.

-Mas a maioridade...

-Será antes, é claro. Não vejo motivos para esperar.

A porta do escritório do pai bateu com força. Viollet jamais soube o que ele diria. Entrou no cômodo, interrompendo a conversa, estava irada, destruiria tudo se necessário. Seu pai faz um gesto, dispensando os Black.

-Você acaba de cometer um erro, Viollet...

Sem lhe dirigir mais nenhuma palavra, sacou a varinha. Os gritos, o “click” da porta. A dor. Novos gritos. Viollet não queria ver aquilo. Qualquer coisa, para fugir...

Os sonhos.

Dois garotos. Deviam ter a mesma idade. Corriam em direções opostas. Vi sabia que precisava trazê-los de volta, mas tinha de escolher um. O fogo se aproximava, eles precisavam saber... precisava protegê-los, mas como? Sentiu identificação... os garotos pareciam alguém... mas quem?

“Saia da minha mente!”

Estava mais uma vez nos braços de Sirius. Tentou lembrar como fora parar ali. Estava com tanto sono e fazia frio. Deitou sobre algo quente. Era confortável. Abriu os olhos. Remo estava ao seu lado, dormindo. Onde estaria Lilly? Ali, ao lado de Tiago, suas mãos se tocando, quando perceberiam...? Era tão claro...  

A dor e a fúria a despertaram. Não eram suas, mas de outra pessoa.

Vi explodiu.

Quando deu por si, estava agarrada as vestes de Snape, uma das mãos agarrando a varinha em punho do rapaz, brutalmente encostando-a em seu pescoço. O mataria com a própria varinha. O pingente em seu peito queimava.

-Vou matar você!

Snape riu, ainda sem fôlego.

-Quem lhe ensinou oclumência, Viollet? A maioria das pessoas nem percebe. Nunca ninguém resistiu tão bravamente. Talvez fosse bom eu testar no seu professor também. Foi Moody? Quem mais poderia ser? Talvez Prewett, claramente é uma das favoritas dele. Espero que Régulo não saiba disso.

-Se contar para alguém, eu vou matá-lo! –A ponta da varinha brilhava, respondendo ao estímulo daquele que não era seu senhor. O medalhão queimava a pele. Tudo sumiu. Só restava ela, Snape e o monstro dentro dela ameaçando engolir o mundo. Queria sangue. Ele a feriu. A torturou. Ele merecia. Ela estaria protegida então. Ninguém mais usaria magia para feri-la novamente. Bastava permitir, o monstro cuidaria do resto.

-Isso mesmo. Me mostre, Viollet, o que tanto esconde. Pretende me ferir como feriu seu irmão? Sabe o que dizem, não é? Que você matou sua própria mãe.

Estava perdendo o controle.

Ia fazê-lo sofrer.

Destruir.

Um único segundo de descontrole.

Seria o fim do seu sofrimento.

Seus olhos encontraram os de Snape. Havia ódio. Rancor. Mágoa. Solidão. Humanidade.

As pessoas são mais fáceis de ler quando estão sofrendo.

Lilly.

Como encararia Lilly depois de matar Severo?

Viollet, trêmula, soltou o rapaz.

Nunca foram amigos, não realmente. Não como Viollet e Lilly ou Lilly e Severo. Amizade era algo mais profundo. Eram colegas que andavam juntos por causa de outra pessoa. Mas gostava dele. Sempre gostara. Sinceramente. Era inteligente e divertido. Gentil, na maior parte do tempo. Curioso e forte. Quando estavam longe de Potter e dos outros. Eles eram garotos mimados que se sentiam donos da escola. Valentões. Eles eram ruins, não é? Não se importavam com o sentimento das outras pessoas, tudo era motivo de riso e escárnio. Não é? Algo havia mudado. Mas será que mudara mesmo? Agora Severo parecia perdido. Não. Era mais profundo. Era como se parte de sua alma estivesse indo embora.

Sem Lilly.

Como se seu coração habitasse outro corpo.  

Eles precisam voltar a se falar, mesmo odiando o que Snape fizera com a amiga.

Vi se afastou com passos trôpegos. As vestes roçando dolorosamente a pele queimada.

Precisava encontrar Lilly. Não seria tão simples se curar daquela vez.

Controlou o pânico.

Nunca tinham conseguido usar legilimentis com ela, assim como ela se negava a usar com quem quer que fosse. Nem nos piores momentos. Fora treinada desde sempre contra invasões desse tipo. Mas Snape conseguiu e poderia ter visto... Vi sacudiu a cabeça. Sabia o que ele tinha visto. Nada demais.

Lembrou do ódio.

Sabia o que era sentir aquele nível de desprezo por outra pessoa. Como aquilo muda quem você é.

Sentiu pena de Severo Snape.

Em algum momento, aquilo teria um preço. Talvez alto demais.

Pelas barbas de Merlim! Como doía!

Era como estar presa dentro de si mesma, sem condições de reagir, enquanto alguém tenta arrombar o seu coração a força. Partir a tranca dos seus segredos, roubar suas memórias, as partes mais frágeis e intactas. Aquelas que Vi morreria para proteger.

Uma onda de enjôo atravessou seu estômago forçando-a a parar. O medalhão ainda lhe queimava o peito, a dor excruciante.

Resistiu à tentação de arrancá-lo. Estavam juntos há tantos anos, não fazia a menor idéia do que poderia acontecer se o tirasse do pescoço.

Francamente, esperava morrer sem descobrir. 

Os corredores da escola estavam escuros e silenciosos. Era tarde. Lilly estava no Clube Slugh, tinha dito que queria conversar, que a acordaria quando chegasse. Tiago estava no treino de quadribol. Era o dia da ronda de Remo como monitor, talvez o encontrasse...

As palavras de Severo ainda ressoavam em sua mente. Era cruel. Apenas. Algo estremeceu dentro dela.

Gosto de sangue na boca.

“Não, por favor...”

Tinha de se acalmar.

Tropeçou esbarrando com uma das estátuas do caminho. Ouviu murmúrios. Um vulto...

“Droga, droga, droga, há alguém aqui”.

-Desculpa, eu...

Eram Sirius e Pandora.

 

S. Black – 1976 –Minutos antes

Sirius não conseguia parar de rir ao sair da biblioteca.

Garota boba.

Ela estava diferente, mas continuava quase a mesma. Quase. Um imenso quase, construído a partir de segredos que ele descobriria, não importava como.

O abismo que afastava aquela garota das pessoas. Até mesmo de Lilly.

Ele descobriria o que aquilo significava. Não importava o que precisasse fazer. Ele descobriria os segredos de Viollet Ravenclaw Lovelace. E então? Mal podia esperar para descobrir o que viria depois. A cara irritada dela quando ele lhe contasse que sabia de tudo.

Mas, ainda assim... lá estava ele, rindo. Da garota boba.

Ela se tornara ainda mais linda do que a mãe ao longo dos anos em que ele se mostrara indiferente ou estúpido.

Ela devia odiá-lo.

Não sem razão.

Ele não era a melhor das pessoas.

Carecia de nobreza, apesar de se considerar leal.

Inúmeras vezes se perguntou se teria cometido um erro se afastando daquele modo, mas já não importava a resposta. Nem sabia se ainda acreditava nos motivos de ter se afastado dela.

Era tinha sido sua amiga, sua melhor amiga. E agora...

Algo, contudo, o puxou, desviando seu caminho e interrompendo os pensamentos.

Quando os lábios quentes encontraram os seus, sabia que era Pandora.

Os dedos finos da garota comprimindo sua nuca, enrolando seus cabelos. Seus pés guiando-os para trás das estátuas. Ele a apoiou na parede e a ergueu. Aumentando o atrito. Ela era linda, alta, divertida, um pouco doida com seus adereços estranhos e conversas sobre os perigos das ameixas dirigíveis, talvez. Absurdamente inteligente.

Os beijos se aprofundaram. A língua abrindo caminho por sua boca, antes de descer lentamente para o pescoço.

Ela o puxou a garota para si, fazendo-o abrir os olhos.

O rosto em formato de coração, os cabelos quase brancos na penumbra parecia... errada. De alguma forma.

Porque não estava pensando nela. Não mais. Mas em outra garota para deixara para trás há anos.

Pan abriu os olhos. Eles também pareciam errados, de algum modo.  

Algo não estava certo.

Reagia automaticamente à garota. Ele não estava lá, não como sempre estivera. Não realmente.

-Você está bem, Sirius? –Como sempre, Pan era muito perceptiva.

-Está tudo bem... não é nada.

Os olhos castanhos da menina se estreitaram. Parecia preocupada.

Sirius a beijou mais uma vez. Por algum motivo, seu pensamento se dirigiu para outra pessoa.

O barulho faz com que se afastassem. Sirius arrastou Pandora para trás de si. Se fosse Filch, sem dúvida seria uma longa semana lavando banheiros. Ao menos um deles escaparia disso.

-Desculpe, eu...

A garota estava pálida. Os olhos azuis pareciam reluzir na escuridão do corredor. Encararam-se por alguns instantes sem dizer nada até Sirius finalmente perceber que Vi olhava para algo além dele. Pandora...

-Vi...

Vermelho tingiu as faces da garota.

-Não quis atrapalhar. Sinto muito. –Então saiu a passos acelerados.

-Droga! Vi, espere...

Por que se sentia um lixo?

Era Viollet Lovelace, que droga! Uma garota que conhecia quando era criança! Não tinham nada, nunca teve qualquer interesse por ela. Aquilo era ridículo. Deveria estar feliz por ser ela e não Filch.

Olhou para Pandora.

Chocado, em segundos, percebeu que a confusão no rosto da garota se transformou. Ela sorria e o encarava com... admiração? Choque?

-Pan... eu...

-Nunca imaginei ver Sirius Black sem palavras. –A garota tirou com as mãos os últimos resquícios de batom que ficaram na boca de Sirius. -Eu acho que deveria ir atrás dela.

-O quê? Por quê? Que diabos!

O sorriso de Pan ficou ainda maior, estava debochando dele. A garota entornou a cabeça, olhando profundamente para ele.

-Você quer ir?

-Pelas barbas de Merlin, por que eu iria querer? Vamos voltar para onde estávamos.

-Porque eu aposto que tem um monte de irritatusfílicos ao seu redor agora.

Sirius não conseguiu deixar de sorrir.

-O quê?

-São seres invisíveis que se alimentam da ira das pessoas.

-Pan... –Ele começou.

-Realmente acho que deveria ir.

-Vai me esperar? –Ele hesitou.

-Não. –A garota ainda sorria.

-Sinto muito.

Sirius saiu correndo, deixando Pandora voltar sozinha para a sala comunal da Corvinal.


Notas Finais


Uma dica... Pandora é uma personagem de JK. Qm adivinha?


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