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História Lilly Evans e os Marotos em O Legado de Ravenclaw - Sempre ao seu lado


Escrita por: CoracaoClandest

Notas do Autor


Juro solenemente não fazer nada de bom

Capítulo 43 - Sempre ao seu lado


Fanfic / Fanfiction Lilly Evans e os Marotos em O Legado de Ravenclaw - Sempre ao seu lado

R. G. Weasley - 2022

Em meio à felicidade eufórica, o mundo parecia iluminado em cores completamente diferentes.

Não era como uma balada bruxa, mas Rose não deixava de se surpreender com o que os trouxas realizavam sem magia.

Na verdade, ali, com os efeitos de luz dando rápidos blackout em sua visão, a distinção entre bruxos e trouxas perdia qualquer significado, se é que em algum momento seria realmente importante.

Todos eram apenas pessoas dançando, no mesmo ritmo, enquanto viviam aquele instante único na história do mundo, juntas, ainda que não se conhecessem. Jamais haveria algo igual àquele dia, não importava quantos outros viessem.

Como a tia Luna costumava dizer, “Cada momento é um único momento”.

Ergueu os braços ao ritmo da música, fechou os olhos, sentindo a própria pele roçando contra o blazer de Scorpius. Seu cabelo fazia cócegas na nuca, grudando com o suor. Logo estaria tão cacheado quanto antes, mas não se importava, desde que pudesse dançar.

Diria o mesmo dos olhares. Sentia-os cheios de desejo pesarem sobre si, mas também não importavam. Queria aquele instante, estar com os seus dois garotos.

Seus.

Únicos de tantos modos.

E não podia negar os olhares que eles também recebiam. Ao contrário, se sentia mais consciente, como se uma corrente invisível atravessasse o ambiente, deixando-a eletrizada, atenta a tudo. Conectada a eles. Eufórica, cada sensação ampliada, tocando em seu coração no ritmo da música alta. Dançar, então, era a forma de matar a sede do seu corpo, ainda que só a música não fosse o bastante.

Alguma coisa bastaria?

Scorp estava ao seu lado, se movendo daquele seu modo contido, elegante e neutro. Apenas um pequeno sorriso no canto da boca e os olhos fechados denunciavam o que tudo aquilo significava para ele. Ao seu lado. Sempre ao seu lado, não é? Esperava que sim. Tão próximo que conseguia sentir sua respiração na bochecha.

O ar condensado.

Estava quente, ela poderia tirar seu blazer, mas não queria.

O que aconteceria se ela se aproximasse? O que aconteceria quando quebrasse aquele gelo fino que permanecia entre eles? Quando o gelo que mantinha com algum custo derretesse finalmente? Algum dia derreteria?

Às vezes aquela parecia apenas uma história que contava a si mesma, em noites escuras, que ninguém pudesse ouvir seus pensamentos. E se ele realmente a amasse? Não naquela adoração infantil e boba de antes, mas e se fosse real?

Nem sabia exatamente o que isso significava.

Amor. Real. Queria dizer.

Seus pais se amavam. Não é? Mas...

Scorp abriu os olhos. Flagrando-a. E assim ficaram, como se o mundo tivesse silenciado, apesar da música.

Rose quase podia ouvir o gelo entre eles, o gelo que ela criara (sozinha?) Se estilhaçando.

O momento se perdeu em seguida, quando Scorp afastou para dar passagem a alguém que tentava se deslocar na boate lotada.

Um rapaz de cabelo bem cortado estilo peaky blinders se aproximou de Alvo, seus piercings no orelha refletindo as milhares de luzes do ambiente. Colocou a mão do primo em sua nuca, puxando-o, para si. Aquele desejo nos olhos, a sedução. Rose quase sorriu, sabendo o que ia acontecer (quase como mágica).

O melhor amigo sorriu de volta, colou os lábios no ouvido do rapaz e disse:

-Hoje não. -O sorriso não desapareceu nem por um segundo quando o rapaz roçou de leve o nariz em seu pescoço, tão lentamente que Rose pôde ver o primo segurando a respiração, antes do rapaz sumir. Uma promessa do que poderia ter sido.

A garota buscou os olhos de Alvo, chocada como as luzes tornavam-no um caleidoscópio colorido. “Por que não ficou com ele?” Sentiu os próprios olhos perguntaram.

“Hoje não” Suas mãos se encontraram quando ele a rodopiou. Ela riu, buscando Scorp para a dança, sem sucesso.

-Encontre sua forma de ser feliz e seja, Al. -Foram as palavras do tio Harry quando Al contou que gostava de meninos e meninos. E, mesmo com os olhos cheios de preocupação e confusão, o tio Harry proferiu aquelas palavras que determinariam como Alvo lidaria com isso dali em diante. Por mais que ele jamais se apegasse a alguém, ele sempre as repetia.

–Al... – Tio Harry havia chamado-o, sussurrando enquanto o filho o abraçava. -Vai ter que ser forte.

Ele era.

Sempre fora.

Rose jamais esqueceria.

 

A.S. Potter - 2022

Eles dançaram mais do que Alvo julgou possível.

Al não gostava das músicas, trocaria todas elas por qualquer uma do carro velho do avô, mas a risada alta de Rose era mais do que o suficiente. Ele não fazia ideia de quanto tempo demorou, mas quando menos perceberam, ela estava com o blazer de Scorp sobre os ombros enquanto o rapaz dava uma desculpa qualquer que apenas Rose acreditaria.

Naquela noite, até mesmo o Malfoy, que costumava ser sério em ambientes estranhos parecia livre da maior parte das amarras com as quais crescera.

Por todos os bruxos!

Scorpius Malfoy estava dançando!

Dançando numa balada trouxa no aniversário do seu amigo Potter!

Lucius deveria estar se revirando em Askaban.

-Você é o pior Malfoy da história! –Al gritou na expectativa que ouvisse.

-Falou o Potter da Sonserina! –O garoto riu, antes que inesperadamente uma garota loira se aproximasse.

Era linda, com seus cabelos dourados curtos e um corpo com belas formas. O sorriso encantador, acompanhada a alguma distância pelas amigas.

“Pobre garota”. Alvo esperou que o amigo a afastasse, como costumava fazer com possíveis pretendentes quando perto de Rose, mas, ao invés disso, ele se deixou levar pela trouxa que parecia querer atrai-lo, após um curto instante de hesitação.

Como em câmera lenta, Al viu cada momento. Scorpius estava há alguns metros quando Rose percebeu o seu distanciamento. A confusão nos olhos claros da garota. Deu dois passos em direção de Scorp, como se fosse chamá-lo, como se pensasse que ele estava perdido ou confuso e não a sua Rose. Antes que Al a detivesse, quando ela finalmente viu: a garota loira e baixa se erguendo na ponta dos pés, os lábios indo ao encontro dos de Scorpius com voracidade, enquanto ele retribuía, colados, mal podendo distingui-los na penumbra.

Rose não perceberia que a ligeira hesitação de Scorpius. Não quando ela própria hesitava.

Ainda com a mão suspensa no ar, Al a puxou para si, conduzindo-a através das pessoas, dando tempo o bastante para se recompor.

-Para onde vamos? -Ela perguntou.

-Há uma varanda lá em cima. -Al esperava que Scorp os visse e fosse atrás deles.

-Como sabe?

-Trouxas fumam. Há lugares abertos em baladas por isso.

-Isso não responde como sabe.

-Será nosso segredo. -A prima riu, mas o sorriso não alcançava seus olhos.

-Deve estar um gelo lá fora. –Ela comentou. A voz distante, sem deixar de segui-lo.

Al quase podia sentir a distância entre eles e Scorp aumentando. Esperava que o amigo também sentisse.

Não demorou para encontrar a escada de acesso. Demorou mais para encontrar um modo de passar pelos casais que a utilizavam como quarto não tão privado.

A varanda seguia o formato circular do restante da boate, rodeada por uma decadente grade de ferro. Deveria ser bem popular no verão, mas não agora, absolutamente vazia devido ao frio. Preenchida apenas pela música que ainda se fazia ouvir.

Al foi até a grade, antes de perceber que Rose o esperava na porta.

-O que viemos fazer aqui?

-Fugir um pouco da música ruim. –Alvo sorriu, indo até ela, puxando-a ao centro da varanda.

Rose sorriu. A ponta do seu nariz e suas bochechas coradas pelo ar frio que condensava em sua boca.

-Tão frio assim? –Al perguntou, antes de sacar a varinha.

-Guarde isso, doido! Ted vai matar você.

-Ted não está aqui, se eu não fizer algo, a única a morrer vai ser você. Um trouxa vai olhar e pensar que sou apenas um adolescente esquisito brincando com uma vareta.

-Podemos voltar então.

-Você quer voltar?

Seus olhos se encontraram por alguns segundos antes que ela confessasse.

-Talvez não.

-Então vamos esquentar você, priminha. Calidi. Melhor.

-Sim. –A garota respondeu a contra-gosto. –Obrigada.

O rapaz estendeu a mão para ela, que a segurou, ainda que confusa, naquela comunicação não verbal tão característica.

-Sem música? –Ela perguntou. -Ou melhor, sem música que você considere boa.

-Use a imaginação, Rose Weasley, e confie no seu parceiro.

-Por que não pega o seu celular? –A garota questionou, ainda sem se mover. Al riu.

-Por que você sempre tem que ser uma sabe-tudo chata? Como sabe que eu trouxe?

-Você não viria para o mundo trouxa sem seu celular e não ficaria em um lugar sendo forçado a ouvir música que não gosta sem uma segunda opção. –Como se tivesse acertado uma questão de poções, só então ela permitiu que Al a conduzisse.

Al poderia ter pego o celular do bolso, desenrolado os fones de ouvido, entregando um a ela, enquanto colocava o outro. Poderiam ter música, se quisesse. Mas queria aquela conexão muda. Queria sentir a tristeza da prima em seus braços, ainda que ela negasse o sentimento. Como se levasse seu coração para respirar um pouco.

-Al…

-Oi.

-Por que não ficou com aquele garoto? -Ela conhecia Alvo o bastante para saber a resposta, mas ainda assim perguntava. Como não amar essa garota? Como não amar Rose Weasley? Mas ele também tinha segredos, alguns dos quais nem ele conhecia completamente.

-Não estava a fim.

-Ele era bem bonito.

-Interessada?

-Não muito. -Rose riu, sem humor, encostando a bochecha no ombro de Alvo.

-Rosie...

-Hmmm...

-Talvez você não lembre. –Mas ele sabia que ela lembraria. –Na Toca. No Natal do terceiro ano...

-Na nevasca.

-Sim! Era como se o mundo fosse congelar. –Al sorriu ao notar que mesmo sem o frio, a garota permanecia com o blazer de Scorpius. –Na verdade, antes da nevasca. Na primeira noite, quando a neve caiu. Você me acordou e fomos para o jardim.

-Céus, eu achei que fôssemos morrer! –Rose riu. –Você quase me nocauteou com uma bola de neve.

-Não foi para tanto. Lembra o que me disse naquela noite?

Ela lembrava, impossível esquecer, ele sabia disso, mas precisava que ela dissesse. Estavam ficando sem tempo.

-Que McLagen me chamou para sair. –Al encurtou a distância entre eles, a dança, cada vez mais devagar, transformando-se em um abraço. –Todos sempre lembravam em quem tinham dado o primeiro beijo.

-E você gostaria que fosse em alguém que você amava, porque se nunca fosse esquecer...

-Não queria que fosse de McLagen que eu iria lembrar. –Rose corou furiosamente, como fizera anos antes no galpão de ferramentas do avô, enquanto se protegiam da neve. Algumas coisas não mudavam.

-Pode retribuir o favor? –Porque ele a amava. E amava Scorpius. O bastante para protegê-los de si mesmos. Para forçá-los a encarar seus medos, se necessário, ainda que jamais o perdoassem por isso. Porque Scorpius sempre iria atrás deles, onde quer que estivessem. Porque se Rose aceitasse, as histórias de que ela e Lorcan haviam voltado teriam de ser falsas e ela deixaria de ser leviana consigo mesma. Assumiria o sentimento por Scorp e ambos seriam mais felizes. –Prometo que beijo melhor agora do que com 13 anos.

Porque se Scorpius os encontrasse juntos, ele reagiria. Levado ao extremo para dizer o que sentia. Na iminência de perder duas das pessoas mais importantes da sua vida.

Eles estavam tão errados pensando que contendo os sentimentos preservariam a amizade. Tão absolutamente errados quando não notavam que todo aquele medo os afastaria. Enclausurando o sentimento até que amargasse, virando mágoa e infelicidade.

Rose queria algo real e Alvo sabia que Scorp poderia dar isso a ela. Ele a amaria mais do que qualquer outro seria capaz. E, mesmo negando para si mesma, ela também.

Se a amizade de Al era o custo para fazê-los perceber, o rapaz pagaria. Mas ninguém poderia dizer que ficara de braços cruzados enquanto os amigos se machucavam.

Fechou os olhos quando sentiu os lábios de Rose contra os seus. Mesmo assustada, talvez magoada, ela o beijava. Confiava nele, ainda que não compreendesse. Aquele era o seu presente de aniversário: a confiança cega e inquestionável.

Puxou-a para si, aprofundando o beijo. Sentindo o cheiro cítrico dos seus cabelos.

Mas o beijo chegou ao fim do mesmo modo doce como começou e a porta de ferro permaneceu fechada.

“Por que?” Perguntavam os olhos de Rose, em sua comunicação muda.

Al sempre a amaria como uma amiga. Sua melhor amiga. Seu coração descompassado pela percepção súbita, um pequeno sussurro egoísta: ela sempre seria seu primeiro beijo, a primeira garota de todas e todos que viriam depois, mas ainda não era última ou o último. Aparentemente, Al continuaria buscando.  

 

R. G. Weasley -2022

-O que tanto olha? Procura a casa, não é? -Rose questionou, aproximando-se do primo que sentava na beira da falésia. A praia se estendia vários metros abaixo deles, enquanto o mar, imenso e verde claro, seguia indefinidamente. O vento marítimo afastava os cachos vermelhos de seu rosto. Lindo. Rose sempre amara imensamente a região na qual ficava Chalé das Conchas. –Está olhando na direção errada.

-Sabe-Tudo. –Al revirou os olhos.

-Não daria para ver daqui de qualquer modo. É muito longe. –Continuou reflexiva. Ali, os olhos do primo tinham quase a mesma cor do mar.

-Não vai começar um discurso sobre como ficar tão perto de um pequeno abismo é perigoso? -
Rose riu da tentativa de Alvo mudar o foco. Ele ainda não a encarava. O que poderia estar deixando-o tão distante? Talvez o beijo de antes, mas não. Duvidava que fosse isso. Não faria sentido e o mínimo que as coisas deviam fazer era sentido, mesmo quando não fizessem.

-Podemos usar magia fora de Hogwarts. Se você cair, eu vou te pegar. -Acrescentou depressa, antes que Al fizesse algo realmente estúpido. -Não que você devesse tentar.

-Realmente acha que eu faria algo tão tolo?

-Faria. Duas vezes. -Comentou Scorpius saindo da barraca e se juntando aos amigos. Usava apenas o calção de banho trouxa que Al havia lhe emprestado. Coincidentemente com as cores de sua casa, como quase tudo que Scorpius vestia.

Os anos de quadribol fizeram bem ao rapaz. Não demorou muito para o garoto magrelo e esquisito ganhar o corpo definido que Rose fitava. Era belo, com os cabelos loiros quase brancos, alto, magro e forte. Parecido com o pai, mas diferente. Menos anguloso e marcado pelo tempo.

As garotas comentavam. Elas falavam inclusive dos casinhos de Al e Scorp. Eles nunca passavam muito tempo com ninguém, mas também nunca estavam completamente sozinhos. Como os Marotos, Rose pensou. Não conseguiu deixar de comparar, lembrando da história cujo final era tão conhecido e desconhecido ao mesmo tempo. Talvez eles encontrassem alguém que significasse seu mundo, como Tiago havia feito.

Talvez alguém como a trouxa com quem Scorpius ficara no aniversário de Al.

Afastou o pensamento.

Haviam coisas mais importante como a promessa feita ao primo: Não tocar no diário, até saber exatamente o que ele era.

Mas o que mesmo estava pensando antes?

Ah, sim.

As amigas... costumavam perguntar a Rose se ela nunca tinha sentido nada, eram tão próximos. Os três. 

E ela... 

Quando eram mais novos, Scorpius demonstrava interesse o bastante para toda a escola falar da paixonite que nutria pela Granger-Weasley. Que irônico, tratando-se de um Malfoy. Rose não levaria isso a sério. Não quando ele era como todos os outros garotos que corriam atrás dela. Garotos que nem sabiam quem era ela afinal. Para os quais Rose era apenas um sobrenome ou um par de pernas bonitas. 

Mas ele havia mudado...

Era diferente.

Ou talvez...

A mudança fora dela.

Ou ela quisesse ver mudanças onde não existiam.

Eram muitas possibilidades, quando de algum modo, as coisas lhe pareciam tão fugazes e... preciosas.

Todos os fantasmas já foram jovens, mas, ainda assim, se tornaram fantasmas.

Rose notou a intensidade com a qual Scorpius a fitava.

E agora?

Ele parecia devorá-la. Como se seu olhar não desamarrasse apenas o fio fino do biquíni, mas também cada um dos nós já conhecidos da sua alma.

Rose o conhecia. Os recantos mais iluminados e os sombrios. E, ainda assim, ambos eram pegos desprevenidos por aquela onda sem nome que os jogava no mar desconhecido. E era isso que Rose mais temia. Que algum dia não conseguisse nadar de volta para as terras conhecidas. Que se perdesse e perdesse Scorpius, náufragos nesses momentos em que tudo parecia diferente. Em que o novo trio de ouro não parecia o bastante.

Mas Scorpius corou e desviou o olhar, trazendo-os de volta à terra firme. Permitindo que a garota respirasse de novo. E os instantes anteriores não tivessem passado de um sonho.

-Ficou ótimo em você, mas eu ainda preferia a sua cueca da Sonserina, com as cobrinhas e tal. -Alvo comentou, alheio ao desconforto do amigo.

-Não existe cueca da Sonserina! -Scorpius recuou. -Ainda não entendo porque temos de nos vestir como trouxas.

-Porque os trouxas entendem mais de moda praia do que os bruxos. -Rose defendeu, usando o que Al chamava de tom de "Sabe-Tudo".

-Não reclame e faça a Rose feliz, Scorpius. Esse é meu lema e tem funcionado nos últimos 17 anos. -Al deu de ombros. –Não é tão ruim.

-Nisso, sou obrigado a concordar. –Scorp resmungou, o rosto corando ainda mais furiosamente.

-Então, o que vamos fazer hoje?

-Tentar conquistar o mundo! -Rose riu até se dobrar ao meio, seguida por Alvo, enquanto Scorp olhava para os dois primos como se fossem malucos.

-Referências trouxa, puro sangue. Temos gostos peculiares, você não entenderia. -Al comentou, tentando parar de rir, sem sucesso.

-Agora faz sentido porque meu pai me afastou dessa loucura. -Scorpius comentou, enquanto Alvo jogava seu peso sobre o amigo, em um abraço desajeitado.  -Vamos na tal casa invisível que esse diabrete viu, não é?

-Tão sagaz o meu garoto. 

-Para de deboche, Al. É sério. E falem baixo. O sr. Lupim ainda está dormindo. Se ele descobrir...

-Não precisam se preocupar com isso. -Rose falou enquanto levantava em direção ao carro. Quase podia sentir os amigos se entre olhando, especulativos. Não conteve o sorriso.

-O que você fez? -Perguntou Al em tom conspiratório.

-Por que acha que eu fiz alguma coisa?

-Talvez porque fomos criados juntos? Apesar de me chocar a garota perfeita estar quebrando regras.

-Vamos logo. Quer descobrir o que é aquela casa ou não? 

-Não seria mais simples aparatarmos? -Questionou o primo, ao perceber que Scorpius a seguia. 

-Não. Se a casa for de uma família trouxa e não a vimos por alguma ilusão de ótica, estaríamos em problemas se aparecessemos do nada na frente da casa deles.

-Faz sentido. -Reforçou Scorp, seguindo-a. -Vai contar o que fez, Rosie?

-Como disse, nada demais. Só acho que Ted anda muito cansado e precisa de uma boa noite de sono, então coloquei uma gota de poção no seu chá, assim que ele acordou.

Os amigos interromperam a caminhada, atônitos.

-Você dopou Ted Lupim?! -Scorpius questionou, descrente, enquanto a risada de Alvo irrompia. Rose sentiu o rosto arder. -Você dopou o assessor da Ministra da Magia.

-Eu não "Dopei ele". Isso provavelmente seria crime. Foram só duas gotas. Ele precisava descansar e nós temos um trabalho importante a fazer. Vamos descobrir o que é aquela casa rápido, Ted vai acordar em algumas horas.

-Eu não acredito que trouxe uma poção do sono! -Comentou Alvo.

-É sempre bom estar pronta para qualquer coisa. -Rose deu de ombros, eles não precisavam saber que tinha feito um kit de poções como o de Lilly. -Vocês vem ou não? 

-Esperem um segundo! -Gritou Al, voltando correndo para a barraca.

Olhando o primo, não conseguia deixar de pensar no sacrifício que ele lhe exigira: Parar de ler até saber mais sobre o que era aquele artefato mágico. Valeria a pena? Ela não tinha certeza. Pretendia conversar com sua avó sobre, afinal, ela conhecera os pais do tio Harry. Talvez soubesse algo sobre aquele tempo em Hogwarts, quando começou a ser escrito. Uma garota de 16 anos não poderia ter criado algo que exigisse aquela dimensão de magia. Ou poderia? Diversas vezes disseram que Hermione Granger não poderia fazer várias coisas aos 16 anos e... Bem... Ela salvou o mundo. Também poderia perguntar sobre a origem da moto do tio Harry. Reconhecera-a das lembranças. A moto de Sirius Black era a moto de Viollet Lovelace. O que quer que houvesse acontecido. Tanto a motocicleta quanto o diário eram artefatos mágicos não registrados. Também conversaria com o avô, decidiu, assim que encontrassem todos no Chalé das Conchas.

O atentado à sua mãe a afastara da busca por respostas por tempo o bastante.

-Scorpius... -Chamou o rapaz que estava ocupado trocando as músicas do rádio com a varinha. Hesitou, era a primeira vez que ficaram sozinhos desde o aniversário de Al.

-Que cara é essa?

-Por que acha que Al me pediu para parar com o diário? -O rapaz interrompeu o gesto, olhando-a confuso.

-Rosie, você sabe porque ele fez isso. É o Al. Você conhece ele mais do que ninguém. -Scorpius sorriu docemente. -O que realmente quer perguntar?

Rose acompanhou o sorriso do rapaz, a tensão sendo dissolvida.

-Nada especificamente. Eu só... 

-Gostaria de saber o que aconteceu. –Scorp completou.

-Sim. Às vezes acho que o único modo de saber o que é o diário é lendo.

-Al só quer proteger você. Sabe disso.

Ela sabia. Quando em menos de um minuto, Alvo retornou carregando a capa de invisibilidade, a qual jogou sobre o amigo, no banco traseiro, ela tinha certeza: ele faria qualquer coisa por eles.

-Agora sim. Vamos lá, Rose. -Gritou o amigo.


Notas Finais


Malfeito feito.


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