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História LIMANTHA - Domando Corações (Fanfic) - Confusão e Temporal


Escrita por: lmjAnotherLevel

Notas do Autor


Para o Cap. De hoje Indico:  More Than I Should - Hunter Hayes

(Já Adicionada ao Spotify: Domando Corações - Inspiration)

User: lannyjaguar

Capítulo 8 - Confusão e Temporal


       *Inicie: More Than I Should - Hunter Hayes*


Lica,


Naquele momento, eu nem havia percebido que o show estava começando. O vocalista da banda havia iniciado mais uma música. Samantha estava em meus braços e eu fiquei sem reação. As pessoas se aproximavam do palco e começaram a dançar de forma sincronizada. O bar da Katarine tinha a influência da música americana, e o country predominava.


— Vamos lá, mana? — Keyla me chamou e eu consegui tirar as minhas mãos da cintura da Cristal, que virou e me olhou com um sorrisinho malicioso de quem tinha ganhado a batalha, ela piscou para mim e andou até o bar. Sem reação, eu a olhei enquanto ela caminhava balançando aquela bunda gostosa. Sentou-se em uma banqueta e pediu uma cerveja.


Keyla me arrastava pela mão, me levando para o meio da pista de dança. Eu segui o fluxo, mas meus olhos ainda estavam presos naquela garota misteriosa. Ela levantou a garrafa de cerveja em minha direção como se estivesse brindando.


Se eu não entendia algumas mulheres que ficava, com a chegada da Cristal minha cabeça realmente deu um nó. Primeiro, ela se mostrou uma patricinha mimada e fútil; depois, se revelou uma mulher de atitude e com pegada. Porra! Vou enlouquecer.


Sacudi a cabeça para afastar aqueles pensamentos e me concentrei na música. Sempre adorei dançar e, modéstia à parte, fazia isso muito bem. Já peguei muita gente dançando agarradinho. Eles não resistiam à fungada no cangote da gatona aqui.


Acompanhei Keyla nos passos e todos nós dançamos uma mesma coreografia. Tato apareceu do lado da minha prima e seguiu nossos passos. Ele também dançava muito — melhor que eu, na verdade, mas isso não precisa se espalhar. Entre palmas, passos cruzados e botas no chão, o show continuava. Passei os olhos pelo bar e meus movimentos se tornaram mais lentos, quase parando. Percebi que Samantha não estava no lugar de antes. Perdi todo o ritmo da música e quase tropecei na Keyla, que me olhou com uma careta, mas não parou de dançar.


Procurei Samantha até reencontrá-la nos braços do Rafael. Porra! Ele também não perdoava uma. E a Samantha com aquela cara de santinha do pau oco: havia poucos minutos estava se esfregando em mim, e já tinha achado outro.


Eu poderia me enganar dizendo que era influência do álcool, o que seria uma perfeita mentira, pois eu não havia bebido nem três garrafas inteiras. Estava mesmo era com o orgulho ferido. Coisa minha de demarcar meu território. E Rafael estava invadindo o meu mais uma vez.


Tentei ignorar aquela cena. Fui até o bar e pedi a Katarine que me servisse mais uma cerveja. Samantha não era problema meu. Encostei no balcão e voltei minha atenção para a pista.


Keyla e Tato ainda dançavam, e parecia que a raiva que havia tomado conta do meu amigo tinha passado, pois ele estava sorrindo como um idiota.


— E aí, Perigosa? — Katarine falou. — Quem é a novata com o Rafael? — Perguntou curiosa. Parada na minha frente, ela ficou aguardando uma resposta. Virei para onde Katarine olhava, e vi Rafael e Samantha dançando de uma maneira quase inapropriada.


— Girassol — falei antes de tomar outro gole. Katarine assentiu, entendendo que Samantha era da fazenda onde eu trabalhava.


Dois idiotas se sentaram ao meu lado, rindo e se gabando de uma aposta que, claro, envolvia mulher. Não liguei até que ouvi um deles dizer "novata". Esse era um dos termos que usavamos quando nos referíamos a alguém novo na cidade.


— Como é que é? — Virei de lado e fiquei de frente para um deles. O cara apontou para Samantha e Rafael. Assim que meus olhos voltaram na direção dele, tive certeza de que minha raiva podia ser sentida de longe.


— Calma lá, Gutiérrez. — Ele levantou as mãos e parou de sorrir ao ver a minha cara. — Nós apostamos que o Rafael não vai conseguir comê-la, só isso — disse e abriu um sorriso.


Minha vontade era de quebrar a cara dele. Como podia tratar uma mulher daquela forma? Eu não era a mais santa do mundo, mas também não compactuava com uma canalhice daquelas. Meus olhos estavam fixos em Rafael, e de onde eu estava podia vê-lo sussurrar alguma coisa no ouvido da Cristal que a fez sorrir. Não pensei duas vezes e atravessei o salão em passos largos. Ela não sabia onde estava se enfiando e era meu dever evitar que ela fizesse uma besteira. Rafael era um playboyzinho, filho de um dos maiores fazendeiros da região.


E, além de tudo, meu santo não batia com o dele desde a primeira vez que eu o tinha visto. Sempre queria competir comigo.


— Rafael? — Chamei e ele se virou. Não tive tempo de medir minhas ações. O barulho seguinte foi o da minha mão direita socando a cara dele. Rafael se desequilibrou e caiu.


         *Pause/Finalize: More Than I Should - Hunter Hayes*


Todos os que estavam próximos se juntaram para ver o que acontecia. Com meu movimento, Samantha cambaleou para o lado e ficou encostada em uma pilastra. Seu olhar era de puro espanto. Com certeza ela não fazia ideia do que estava passando na minha cabeça, mas, para falar a verdade, nem eu estava entendendo porra nenhuma.


— Você ficou louca, Gutiérrez? — Rafael perguntou, furioso. Um de seus amigos babacas o ajudou a ficar de pé.


Continuei na mesma posição que estava, e logo Tato e praticamente todo o bar estavam olhando para mim. Não precisava de ajuda para chutar a bunda daquele franguinho, mas toda a redondeza me conhecia e sabia que, se eu estava metido em uma confusão, era por um bom motivo. Mas dessa vez nem eu mesmo acreditava muito nisso.


— Eu te avisei — disse apontando o dedo no rosto dele. Olhei para Samantha e ela estava na mesma posição, apoiada na pilastra. Seu rosto expressava uma mistura de espanto e raiva. Eu poderia até estar exagerando, mas, ao me lembrar da aposta, o meu sangue fervia.


— Cara, se fosse a Keyla eu entenderia! — Ele começou a gritar. — Todos sabem que você é uma idiota quando se trata da sua priminha. Mas pelo que eu sei, além dela, você não tem mais nenhuma irmã, prima ou o caralho que for.


Já me preparava para socar a cara dele novamente, quando senti Tato me puxar pelos ombros e me empurrar para longe.


— Calma aí, Heloísa — ele dizia em um tom de voz imponente. — Não vale a pena. — Ele tentava me convencer, mas eu ainda mantinha Rafael no meu campo de visão.


— Desgraçado, seu aproveitador! — Esbravejei em alto e bom tom.


Rafael não se atreveu a me responder, ele sabia que não era páreo para mim. A verdade é que ele era um covarde que gostava de se aproveitar das mulheres, mas, quando se dava mal, se escondia atrás de seus amigos ou do pai.


— Acabou o show. — Escutei a voz da Katarine, e, quando me virei, eu a vi em cima do balcão, batendo palmas enquanto gritava para a multidão se dispersar. E o Hunter voltar a cantar outra música.


Me sentei em um banco e apoiei os braços no balcão. Keyla tinha arrastado Samantha pelo braço, e elas estavam sentadas um pouco distantes de mim.


— Você perdeu a porra do juízo, Heloísa? Tá louca? — Tato perguntou, apontando o dedo indicador na minha cara.


— Eu perdi a cabeça! — Gritei de volta para ele. Apoiei o rosto nas mãos e tentei pensar na merda que eu tinha feito. Havia anos eu não brigava com ninguém, e tinha que fazer isso justamente por aquela garota.


— Samantha, volta aqui. — Escutei Keyla chamá-la e vi uma garota soltando fogo pelas ventas andando em minha direção. Virei todo o meu corpo para sentar de lado e esperá-la chegar. Samantha parou na minha frente, colocou as mãos na cintura e ficou me olhando de forma desafiadora.


— Quem disse para você que eu precisava de resgate... sua... sua... — ela gaguejou. — Sua caipira idiota!


Aquela garota só podia estar de brincadeira comigo! Eu a encarei, e Samantha mudou um pouco a postura com a intensidade do meu olhar.


Respirei fundo e contei mentalmente até dez para garantir que não falaria nenhuma besteira, pois ainda estava furiosa, e ter aquela garota me provocando não me ajudava a manter a sanidade.


— Olha aqui — eu disse, apontando o dedo em sua direção —, aquele cara tinha feito uma aposta com os amigos, e você era o objeto apostado. — Meu tom de voz calmo a surpreendeu.


Samantha ficou branca com o meu relato. Ela olhava para mim de uma forma que me desarmava. Ao mesmo tempo que eu queria me afastar, algo que ela trazia nos olhos me fazia ficar. Era como um ímã me atraindo cada vez mais.


— Me desculpa — pediu com um tom de voz tão baixo que eu quase não ouvi.


— Não ouvi, pode repetir? — Gritei colocando a mão na orelha. E tenho certeza de que a provoquei ao extremo. — Repete, por favor. — Samantha estava com o rosto vermelho. 


Eu não saberia dizer se era de vergonha por ter que reconhecer que estava errada ou se era de raiva por ter que reconhecer que eu estava certa.


— Vai à merda. — Ela cuspiu em minha direção. É, acho que ela estava com mais raiva do que vergonha.


Me levantei do banco e fiquei mais alta do que ela, mas Samantha era durona e não moveu um músculo, mesmo diante da minha expressão de raiva. Além de mimada, ela tinha aprendido a não abaixar a cabeça para ninguém. Isso me deixava cabreira, pois eu não conhecia nada daquela garota e mesmo assim ela já estava virando minha cabeça do avesso com suas atitudes. Então continuei:


— Olha aqui, se você quer abrir suas pernas pra qualquer um, o problema é seu. — Não queria concordar, mas apesar de tudo Rafael estava certo: Samantha não era minha responsabilidade. Já tinha feito muito entrando em uma briga para defendê-la.


Passei por ela e peguei na mão da Keyla, levando-a para fora do bar. Deixei Samantha para trás e dei graças aos céus por ela não ter retrucado. Poderíamos ficar a noite toda discutindo se ela quisesse. Tenho certeza de que ambas éramos capazes disso.


Desviando das pessoas, eu consegui chegar à saída. Olhei por cima do meu ombro e percebi que Samantha nos acompanhava. Sorte dela, pois eu não teria nenhum remorso em deixa-la sozinha na cidade.


— Eu levo vocês — Tato disse passando por mim. — Já acertei a conta de todos.


Com a confusão eu tinha me esquecido de passar no caixa para pagar a conta. Continuei caminhando para o estacionamento. Ninguém havia falado uma palavra, e eu estava começando a ficar mais calma, então dava graças a Deus pelo silêncio. Pelo menos assim poderia colocar a cabeça em ordem.


Passei pela minha caminhonete, verifiquei se estava bem trancada e fui em direção à que pertencia ao Tato: uma Hilux prata que ele havia comprado poucos meses antes. Era o seu sonho de consumo, e depois disso ele passou a pegar no meu pé para trocar a minha. Dinheiro para isso eu tinha, claro, mas estava satisfeita com minha jabiraca azul.


Abri a porta para Keyla entrar, e, assim que ela se sentou, abri a porta do carona e me acomodei. Tato fez o mesmo com Samantha e, segundos depois, ele já estava ao meu lado.


Como eu havia bebido, não ia insistir para dirigir, ainda mais de cabeça quente.


Coloquei o cinto de segurança e olhei para trás, me certificando de que todos também haviam colocado. Eu era muito chata em relação à segurança, ainda mais quando envolvia pessoas que eu amava.


Keyla sorriu para mim e eu devolvi de forma carinhosa. Já Samantha.... Bem.... Ela estava com cara de burro amarrado, seus braços estavam cruzados e eu tive que desviar o olhar bem rápido para não encarar o seu decote. Ela olhava pela janela e seus olhos estavam distantes, quase inalcançáveis.


Tato ligou o som para preencher o silêncio constrangedor no carro.


— Vai chover. — Tato tentou iniciar uma conversa, e eu sorri, pois ele havia escolhido o assunto mais manjado que existia: o tempo. — Cara, que merda! Não é o momento de a soja receber chuva — ele falava em um tom divertido.


Abaixei um pouco a cabeça, olhando para o céu através do para-brisa. Tato estava certo: o tempo estava fechado e alguns pingos grossos já caíam no vidro.


— Putz, pior que vai ser um temporal — concordei com ele.


Alguns quilômetros à frente, a chuva já começava a engrossar. A região em que estávamos era conhecida por ser atingida por muitos raios. Pesquisas já tinham sido feitas para verificar se algo no solo os atraía mais que em outros locais do Brasil, mas nada foi comprovado.


Eu olhava o céu se iluminar com os raios e me lembrava de quando era criança. Minha mãe sempre se deitava em minha cama quando havia temporais assim. Ela dizia que era para eu não sentir medo, mas mesmo pequena eu sabia que ela tinha fobia de chuva. Eu a deixava acreditar naquela história e lhe fazia companhia até a chuva passar. Meu pai era representante comercial e vivia viajando, então eu me achava a responsável da casa.


— Tato, cuidado! — Keyla gritou e meu corpo foi arremessado para a frente com a freada brusca.


Eu me sentei ereta novamente e fixei os olhos à minha frente. Uma árvore havia caído e bloqueava toda a extensão da estrada, impedindo qualquer coisa de atravessar.


— E agora? — Tato perguntou com a respiração falha. O coitado tinha se assustado.


— Vamos voltar — eu disse a ele e virei para os bancos de trás. — Teremos que dormir lá em casa. — Avisei as duas e recebi um sorriso torto da Samantha.


Eu virei pra frente e fechei os olhos, pois aquela noite seria longa.








Notas Finais


Peço perdão a todos por fazerem esperar muito por uma Atualização.
Mas, espero que entendam que eu estou nos Capítulos Finais de: LIMANTHA - Aprendendo a Conviver , e eu preciso me concentrar mais lá.

E assim, que concluir estarei focada mais aqui, tudo bem?

Nos vemos no próximo ...

- Lanny.

Link das Músicas: https://open.spotify.com/user/lannyjaguar/playlist/47YO0Jq9g6BZduvPbpFvtG?si=JZnC3umaQl6k-fGshFmYDw


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