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História Limites - 1.3 - O retorno de uma (in)feliz era


Escrita por: Wonfishy

Notas do Autor


Vortei~

Bom, acho que esse capítulo vai fazer vocês verem o Taehyung de uma outra maneira (caso ainda achem que ele é o culpado da história toda) e um lado mais maduro do Jimin também, que tá me deixando bastante orgulhosa. Jimin maduro, sério, pensando nele em primeiro lugar e não se deixando abalar pelos acontecimentos. Ele, enfim, sabe o que vai fazer. Fico muito feliz que estejam gostando e quero ressaltar que li todos os comentários, mesmo não tendo respondido quase nenhum ainda. Estou trabalhando no meu TCC (pasmém, é de fanfic, então o trabalho é redobrado) e por isso ando sem tempo até pra escrever essa fanfic.

Inicialmente, era pra ser o último capítulo antes do extra SugaMon, mas decidi inserir um capítulo a mais pra não terminar a história tão "rápido". O próximo capítulo será focado em JiKook, então preparem os corações!

Capitulo betado pela linda da @HanaChoi mozau <3
Capa do capítulo não me pertence, apenas fiz uns ajustes pra se encaixar nas regras.

Desejo uma excelente leitura a todos <3

Capítulo 3 - 1.3 - O retorno de uma (in)feliz era


Fanfic / Fanfiction Limites - 1.3 - O retorno de uma (in)feliz era

 

 

1.3 - O retorno de uma (in)feliz era.

 

_

 

“De vez em quando eu acho que você pode

Querer que eu

Apareça à sua porta

Mas eu tenho muito medo de que eu esteja errado.”

 

We Don't Talk Anymore - Cover by Jungkook & Jimin.

 

_

 

 

 

[Número Desconhecido]: Jimin? Park Jimin?

 

Eu: Quem é?

 

[Número Desconhecido]: Taehyung. Kim Taehyung. Nós… Podemos conversar? Pessoalmente?

 

Eu: Taehyung? Ahn… Tudo bem.

 

[Número Desconhecido]: Podemos nos encontrar naquela cafeteria em frente ao Parque Central? Em uma hora?

 

Eu: Okay.

 

[Número Desconhecido]: Te vejo lá.

 

 

A cafeteria tinha toques ocidentais tanto em sua decoração quanto em seu cardápio.

 

As paredes continham pôsteres de bandas americanas, pintadas num tom vermelho chamativo e com frases em inglês. No cardápio, uma grande variação de comidas americanas e cafés que Jimin nunca tinha ouvido falar. Mesmo assim, ele se viu tentado a pedir alguns doces que julgou serem bons olhando ao redor e vendo que algumas pessoas estavam comendo-os. Ele decidiu se arriscar, pedindo um bolo gelado de limão com raspas de chocolate e uma xícara de café americano amargo. Sua ansiedade não o deixou esperar por Taehyung enquanto pedia. Além do fato de ter chegado trinta minutos antes do combinado, simplesmente porque não conseguia parar de pensar no que o Kim queria tanto conversar. Quer dizer, eles tinham algo para conversar? Porque até onde sabia, não havia nada.

 

Para ser sincero, Jimin nem ao menos queria estar ali. Ele e Taehyung não eram amigos. Muito menos próximos o suficiente para terem assuntos em comum, além, é óbvio, de Jeongguk. Mas este último estava fora de questão, afinal, até onde sabia, os dois não estavam mais se falando. O que, confessava, atiçava — e muito! — seu lado curioso. Teria sido por sua causa como Yoongi mencionara? Não fazia sentido algum. Não quando Jeongguk era tão fascinado por Taehyung e vice-versa. Deveria ter algo no meio disso tudo. Algo grave o suficiente para fazer com que os dois se afastassem. Será que Taehyung o chamou apenas para dizer que era apaixonado por Jeongguk — como sempre suspeito — e que agora que o caminho estava livre, ele iria investir? Ou pior: lhe ameaçar? Era uma possibilidade. Não o conhecia, não sabia se era do tipo que aceitava rejeição numa boa ou não. Quem lhe garantia que ele não fosse um psicopata com cara de anjo?

 

Será que ainda dava tempo de fugir?

 

Jimin realmente cogitou a ideia. Até chegou a pegar sua bolsa e arrastar a cadeira para que pudesse se levantar, mas assim que direcionou seu olhar à porta do estabelecimento, Taehyung passava por ela de cabeça baixa. Poxa! Quase conseguiu! Não demorou para que ele lhe achasse ali, varrendo o local com os olhos castanhos. Voltou a se sentar enquanto ele se aproximava com as mãos no bolso do moletom comprido. As manhãs em Seul sempre foram frias e a população já havia se acostumado com a queda de temperatura, mas aquela semana, em específico, parecia estar mais frio do que o normal. Jimin estava com duas blusas de frio além da normal e um cachecol vermelho enrolado no pescoço, sentindo seu corpo mais quentinho ali dentro do que do lado de fora. Taehyung estava bem agasalhado também, com um cachecol azul enrolado no pescoço e um sobretudo da mesma cor.

 

Ele puxou a cadeira de frente à sua e se sentou, tirando as mãos dos bolsos e apoiando os braços em cima da mesa. Uma máscara preta cobria sua boca e ele logo tratou de guardá-la no mesmo bolso. Taehyung parecia tão… Acabado. Sua expressão não era das melhores e sua pele, que sempre lhe pareceu bem cuidada, estava com algumas imperfeições à vista. O cabelo cinza, sempre tão bem elogiado por Jeongguk, estava opaco e parecia estar há dias sem uma boa lavada. O que tinha acontecido com ele, Jesus?

 

— Oi, Jimin-ssi.

 

Até o tom parecia diferente. Como se ele estivesse com vergonha.

 

— Oi. — Jimin não quis soar rude, só não era acostumado a conversar com o Kim. Muito menos estando apenas os dois, sozinhos. Antes que pudesse perguntar sobre o que iriam conversar, seu pedido chegou. Taehyung aproveitou para fazer o dele e pediu que não demorassem, pois estava com frio e um chocolate quente seria o suficiente para lhe esquentar. A moça sorriu, prometendo que voltaria logo e então os dois se encararam em meio ao silêncio.

 

Desconfortável.

 

Era assim que Jimin se sentia e tinha certeza de que Taehyung também, porque ele desviava o olhar de três a três segundos, preferindo encarar até a sujeira inexistente no chão do que olhar em sua cara. Era tão sério assim?

 

— Então… O que você queria conversar comigo, Taehyung-ssi? — Não havia intimidade entre os dois, então Jimin preferiu manter o tom formal. O Kim optou pelo mesmo, pelo jeito.

 

Jeongguk. — Ele respondeu por fim, fazendo com que sua mente viajasse para as ideias que teve antes dele chegar. Era agora que ele se confessaria? Ou lhe ameaçaria com algo pontudo? Disfarçadamente — ou nem tanto — puxou a faca que viera junto do garfo para longe das vistas do outro, que, felizmente, não notou seus movimentos bizarros. — Eu quero falar sobre o Jeongguk, Jimin-ssi.

 

Tão óbvio.

 

— Olha… — Começou soltando um suspiro alto. — Se você veio aqui pra me dizer que vai investir no Jeongguk, eu sinceramente não quero ouvir n—

 

— Quê?! — Taehyung praticamente berrou a pergunta, atraindo a atenção dos poucos clientes do local. Sua expressão fez com que Jimin imediatamente se encolhesse em seu lugar, encarando-o com o cenho franzido. — Que merda você tá falando?

 

— Não se faça de sonso. — Jimin disse. — Eu não sou burro, Taehyung. Eu s—

 

— Mas é o que está parecendo me falando essas coisas! — Taehyung o interrompeu com certa exaltação no tom de voz. — Eu não gosto do Jeongguk desse jeito! Pelo amor de Deus, Park Jimin! Que ideia absurda é essa?

 

Ora. Jimin se sentia tão confuso que lhe faltavam palavras. Como assim ele não gostava de Jeongguk desse jeito? De que jeito? Romanticamente falando? Como assim? Se todas as atitudes dele apontavam para esse gostar! Como diabos Kim Taehyung não gostava de Jeongguk desse jeito? Será que… Oh, não. Não mesmo! Não podia ser! Esteve enganado todo esse tempo? Imaginando que Taehyung desejava o melhor amigo de outro jeito quando, na verdade, ele não desejava? O que aquilo significava então? Que o sentimento não existia e que fora tudo culpa de sua cabecinha quente? Mas como podia? Os sinais eram tão claros! A forma como ele se grudava em seu — ex — namorado; a forma como o olhava, com os olhos brilhando e o sorriso genuíno que ele abria quando sua visão focava no Jeon. A forma como o tocava também não era apenas coisa de amigo. Eram toques íntimos — ainda que não fossem tão íntimos quanto os seus com Jeongguk — demais para duas pessoas que eram apenas “amigos”.

 

— Você não… Mas… Você e o Kookie… Ahn… — Jimin balbuciou palavras desconexas sem saber como formular uma frase coerente para aquela situação tão constrangedora. Ele realmente esteve enganado todo o tempo? — Eu pensei que… Que você… Ah.

 

— Que eu gostava dele como você gosta? — Jimin assentiu. — Olha, não é como se eu já não tivesse pensado nisso antes. — Ahá! — Mas não é algo possível entre nós dois. Não por sua causa, claro, ainda que seja o fator que mais pesa, mas eu não vejo Jeongguk dessa forma. Vejo-o como um irmão que nunca tive. Como um membro importante da minha família. Você realmente achou que eu estava a fim dele, Jimin-ssi?

 

— Eu sempre achei. — Confirmou com um sorriso triste no rosto. — Sempre achei que Jeongguk gostasse de você desse jeito também e que só estava comigo porque não tinha outras opções melhores. Que eu era o maldito estepe pronto para ser descartado feito lixo na primeira oportunidade que você resolvesse dar a ele.

 

Taehyung não gostou de ouvir aquilo. Não pela hipótese absurda de Jeongguk e ele terem algo no futuro ou que cogitassem ter — pelo amor de Deus, seria incesto! —, mas sim pela forma como Jimin falou de si próprio com tanto descaso. Será que ele sequer imaginava o quanto Jeongguk o amava? E que no tempo em que estiveram separados, o Jeon ia de mal a pior? Então era por isso que haviam terminado? Por sua causa? Agora sim Taehyung se sentia um lixo. Ele nunca teve a intenção de atrapalhar o namorado do melhor amigo. Só era seu jeito natural de ser com Jeongguk desde crianças. Sempre foram apenas os dois. Quando ele foi expulso de casa, não pensou duas vezes antes de acolhê-lo e fazer com que seus pais se tornassem seus tutores até a maioridade. Eram melhores amigos, afinal. Tanto para os momentos bons como os ruins. Havia uma dinâmica exclusiva entre ambos, que ninguém era capaz de entender. Mas nunca pensou que Jimin se sentia assim.

 

— Vocês terminaram por minha causa, né? — Havia um gosto amargo em sua boca. A culpa pesando em seus ombros.

 

— Sim. — Jimin não tinha o porquê mentir, certo? Era a verdade mesmo. — Eu terminei com Jeongguk por sua causa.

 

— Certo. — Doeu ouvir aquilo, porque só provava que a briga que teve com Jeongguk foi com motivo. Não que soubesse qual era na época, mas agora fazia sentido. — Eu não sabia que minhas atitudes dariam a entender que eu o queria para mim assim. Sinto muito, Jimin-ssi. Nunca foi a minha intenção estragar o relacionamento de vocês dois. Eu só agia como sempre agi com o Gguk, sem pensar que isso te incomodaria tanto ao ponto de terminar com ele. Sinto muito mesmo.

 

Certo. Jimin não era nenhum coração mole da vida — mentira, ele era sim, estava quase chorando inclusive —, mas a forma como o Kim se desculpava com a cabeça baixa, sem lhe encarar nos olhos, fez com que começasse a se sentir mal. Ele não sabia, certo? Mesmo que suas atitudes não fossem as mais corretas com um cara comprometido, Taehyung nunca, de fato, lhe deu motivos para desconfiar. Quer dizer, além dos motivos usuais — toques excessivamente próximos, certa possessão e olhares demorados demais que passavam outro tipo de interpretação —, nunca o viu agir de uma forma, digamos, mais íntima com o Jeon. E com íntima queria dizer sentar no colo dele, tocar em suas partes íntimas ou até beijá-lo. Sua antipatia por ele só serviu para aumentar suas desconfianças, ao ponto de se sentir sufocado com aquele relacionamento. Ele sentia que não era o suficiente para Jeongguk e admitia isso, assim como admitia a maldita falta que sentia dele todos os dias após o término. E com aquela declaração que tanto tocou seu coração, a saudade parecia dobrar de intensidade.

 

Ele queria Jeongguk de volta.

 

Mas, ao mesmo tempo, tinha medo de não conseguir agir normalmente com ele como antes. Agora que as cartas estavam na mesa, agora que sabia sobre os sentimentos reais dele e que Taehyung não era, de fato, um problema na relação, a situação era outra. Seu amor próprio deveria vir em primeiro lugar, não o amor que sentia por Jeongguk. Um relacionamento onde uma parte se doava por inteiro enquanto a outro pouco o fazia nunca daria certo. Seria desgastante e machucaria a ambos — mais do que já estavam machucados. Do que adiantaria preservar sua saúde mental para depois jogá-lo pelo ralo apenas porque sentia saudades dele? Jimin não queria isso. Não mais. Suas prioridades haviam mudado, ainda que seu coração continuasse o mesmo. Ainda que o sentimento fosse o mesmo. Seu amor por Jeongguk estava ainda mais forte, mas seu bom senso também.

 

— Eu não vou mentir, Taehyung-ssi. Não gosto de você e não sei se podemos ser amigos. — Foi sincero em suas palavras, sentindo a dureza imposta nelas. Não queria magoá-lo com suas palavras, mas também não iria mentir apenas para que ele se sentisse bem. — Contudo, admito que me precipitei em algumas coisas. Mas terminar com Jeongguk, com certeza, não foi uma delas. Sinto que estou bem melhor do que antes, mesmo que eu sinta falta dele o tempo todo.

 

— Você ainda o ama?

 

— Claro que sim. — Não houve hesitação de sua parte ao responder aquela pergunta. Não adiantava negar os sentimentos tão óbvios. — Não se deixa de amar alguém da noite para o dia. Eu não deixei de amar Jeongguk porque terminamos. Eu só precisava me colocar em primeiro do que a nossa relação. Pode ter sido uma das decisões mais difíceis que tomei na vida, mas não me arrependo dela. Foi o melhor para nós naquele momento e continua sendo, mesmo que… Seja difícil.

 

— Eu também sinto falta dele, Jimin-ssi. — O Kim admitiu envergonhado. — Entendo o que está sentindo, mesmo que sejam situações diferentes.

 

— Yoongi me contou que vocês brigaram naquela mesma semana. Por quê?

 

— Por sua causa. — Taehyung não estava acusando o Park de nada em particular, apenas expondo os fatos. — Depois que você foi embora e o Jeongguk voltou em estado de choque, fiquei preocupado que algo tivesse acontecido, mas ele disse que você simplesmente terminou o relacionamento e que tinha ido embora. Eu fiquei chocado. Quer dizer, vocês sempre foram um casal e tanto, se me permite dizer. O grupo sempre pensou que vocês seriam os primeiros a se casarem, mesmo que o Jin-hyung bata o pé e diga que será ele e a Mina-noona a casarem primeiro. — Riu de leve ao lembrar-se das palavras do mais velho. — Fomos para a minha casa, porque ele estava nervoso demais para dirigir e eu sugeri que desse espaço a você. Vocês poderiam conversar e se acertar no dia seguinte, mas Jeongguk sempre foi cabeça quente e preferiu voltar para casa. Só que você não estava lá. E ele não fazia a menor ideia de onde você estava. Sabe, Jimin-ssi, você pode achar que não era especial o suficiente para o Gguk, mas se você tivesse visto o tamanho do desespero que ele sentiu quando amanheceu e você ainda não tinha voltado… Foi de partir o coração. Foi horrível. Ele surtou, chorou e ficou te esperando. Ligou várias e várias vezes, mandou mensagem e praticamente implorou para todos os nossos conhecidos que se tivessem alguma notícia sua, era para procurá-lo imediatamente.

 

O coração de Jimin batia dolorosamente contra seu peito. Ele sequer notou que seu pedido estava intocado sobre a mesa e que o chocolate quente de Taehyung já havia esfriado há muito tempo. Ele tinha ouvido da própria boca de Jeongguk o quão ruim foram os dias sem sua presença, mas não sabia que foram piores.

 

— Naquela mesma semana, eu voltei para o apartamento de vocês e o Jeongguk continuava te esperando. Eu não queria vê-lo daquele jeito e tentei intervir, tentei ajudar, mas ele ficou agressivo. Disse que a culpa era minha e que eu deveria sumir. Você deve saber que eu tenho uma personalidade bem… Exótica. — Ah, Jimin bem sabia. Jeongguk já havia dito algumas coisas sobre o rapaz antes de se conhecerem. E no colegial poucos eram os que mexiam com o Kim, justamente por saberem sobre sua personalidade instável e meio maluca. — Acabou que nós dois dissemos coisas que magoaram um ao outro naquela noite. Coisas que eu me arrependi na hora que eu disse e imagino que o Gguk também, porque sai daquele lugar com o coração partido e chorando feito um bebê. Sério, eu chorei ao ponto de soluçar e Hoseok teve que me abraçar para que eu parasse de tremer. Ele, inclusive, teve que nos separar. Separar! Nós perdemos a cabeça e teria sido bem pior se ele não estivesse lá pra me levar pra casa. Desde então, não nos falamos, como você pôde notar no restaurante naquela noite. Ele mal me olhou nos olhos, indo embora logo após ter ido atrás de você no banheiro. Eu fiquei magoado, mas o que eu podia fazer? Eu também estava errado. Eu ainda estou errado, Jimin-ssi. Mas… Eu sinto falta do meu melhor amigo.

 

O Park assentiu, mesmo que não houvesse necessidade. Ele entendia aquele sentimento. Aquela falta. Podia ser em intensidades diferentes; em situações diferentes, mas ele compreendia no fim. Ambos estavam machucados demais para notarem que precisavam reaver a antiga amizade. Jeongguk era um cara de poucas palavras, de atitudes consideradas um pouco rígidas demais e sério na maior parte do tempo, mas sempre foi carinhoso com todos ao seu redor. Sempre preservou as amizades que fez ao longo de seus anos e Taehyung, com toda a certeza, fora a mais especial. Jimin não se sentia mal em pensar assim, porque ele fora aquele que conquistou o coração frio do Jeon e o tinha em suas mãos. Bastava… Ceder.

 

 

—— XXX ——

 

 

— Não é uma boa ideia. — Taehyung repetiu pela vigésima vez, testando a paciência de Jimin — que já não era muita — a cada vez que pronunciava aquelas palavras. — Definitivamente, não é uma boa ideia.

 

— Olha, Taehyung, eu estou começando a perder a paciência. Você, calado. — Apontou para o rapaz de fios cinza, que apenas assentiu, seguindo-o portaria adentro. Felizmente, o porteiro não barrou sua entrada, até mesmo perguntando quando o veria por ali novamente já que fazia um bom tempo que estava fora. Ah, Jimin até tentou responder, mas tudo o que fez foi sorrir na direção do homem simpático e dizer que não precisava avisar a Jeongguk que estavam subindo.

 

— Não é uma b—

 

— Taehyung! — Finalmente gritou, quase empurrando o outro contra a parede metálica do elevador. — Nós viemos até aqui! Não faça com que eu me arrependa de te ajudar nisso! Calado! — O loiro estava começando a acreditar que era um trouxa. Primeiro porque havia sentido pena do Kim, com todo aquele discurso sentimentalista e cheio de saudades do Jeon. Depois, embarcou na ideia louca de irem, os dois, até o apartamento de Jeongguk, para que pudessem se resolver com ele. A princípio, achou a ideia péssima. Ele ainda não sabia se estava ou não pronto para fazer aquilo, mas Taehyung era bom em argumentar. Que lábia aquele rapaz tinha! No fim, acabou concordando e agora estavam os dois dentro de um elevador, próximos do andar onde Jeongguk morava. Ele não ia voltar atrás agora, nem que lhe pagassem!

 

Quando a porta metálica se abriu, Jimin foi o primeiro a sair. O corredor curto estava exatamente como se lembrava. O mesmo vaso horrível de flores estava ali, junto à mesinha frouxa que vivia quebrando. Haviam poucos apartamentos naquele corredor, sendo estes ocupados, em sua maioria, por pessoas idosas ou casais sem filhos. Ele e Jeongguk eram o casal mais novo daquele andar e o mais incomum — dois homens morando juntos ainda era motivo de desconfiança, mas as pessoas se faziam de cegas em casos assim —, apesar de nunca terem tido problemas com o preconceito crescente na Coréia do Sul. O porteiro simpático sabia que eram um casal, pois foi a primeira coisa que perguntou depois do “vocês tem cachorro?”. Por isso Jimin simpatizava tanto com o homem; ele não se importava se eram gays ou não, tratava a todos com o mesmo respeito. Seu — antigo — apartamento ficava ao lado de um vazio, sendo o último da parede e sem vizinho na frente.

 

Virou-se para trás, encontrando Taehyung logo atrás de si.

 

— Você ainda tem a chave?

 

— Eu não vou entrar aí, Taehyung. — Jimin negou. Ele ainda tinha a chave do apartamento em seu chaveiro, mas não a usaria para entrar. Não seria correto. — Vou bater na porta.

 

— Por que não usa a campainha?

 

— Porque se bem conheço o Jeongguk, ele ainda não a arrumou. — Bateu três vezes na porta com força antes de dar um passo para trás e esperar.

 

Ouviu um barulho estranho de algo caindo seguido do barulho de chaves. Logo, a porta foi aberta e um Jeongguk vestindo apenas uma calça de moletom surgiu em sua visão. Wow. Não era a primeira vez que via o belo físico do Jeon, mas já fazia tanto tempo que quase havia se esquecido de como era bem… Definido. Os fios castanhos estavam uma bagunça completa, o que significava que ele tinha acabado de acordar ou que alguém havia tentado arrancar seu cabelo na marra. Jimin preferiu ficar com a primeira — e mais lógica — opção.

 

— Jimin?! — Jeongguk parecia surpreso. Para falar a verdade, ele parecia assustado e surpreso. 

 

— Oi, Jeongguk. — Jimin acabou sorrindo para o outro, que ainda o encarava de boca aberta. Uma hora ou outra ele teria que retornar ao apartamento, não é? — Você está ocupado?

 

— N-Não! — O outro se apressou a dizer, ainda segurando a maçaneta da porta com um pouco mais de força. Os olhos vidrados em Jimin, como se fizesse anos que não o via — e era quase isso em sua visão. — Não estou ocupado. Só acabei de acordar.

 

Você não tem jeito, Jeongguk.

 

Jimin quase deu voz aos seus pensamentos, mas se freou antes. Não era sua vez. Era a de Taehyung. Como o Kim estava meio fora de visão, esticou o braço e o puxou para ficar ao seu lado, vendo a forma como o olhar de Jeongguk mudou. Ele assumiu uma postura mais rígida e trincou o maxilar. Tal ato fez Taehyung tremer levemente, como se estivesse com medo. Medo! Aqueles dois eram como unha e carne, pelo amor de Deus! Não podiam continuar assim!

 

— Jimin? — Confusão não definia o que o Jeon sentia naquele momento. Para ser sincero, ele não sabia o que pensar vendo-os ali. Desde quando Jimin e Taehyung eram amigos? Até onde sabia, os dois não se suportavam e um dos motivos para ter perdido Jimin era o acinzentado em questão. Oras! O que estava perdendo, afinal?

 

— O momento não é sobre nós, Jeongguk. — Jimin cortou-lhe qualquer tipo de esperança que ele pudesse ter em relação àquele assunto. Ainda não era o momento certo para se acertarem — ou não, isso dependia de alguns fatores que ainda precisavam ser esclarecidos. — É sobre você e Taehyung se acertarem.

 

Certo. Ele não estava esperando por aquilo. Ele esperava por qualquer outro tipo de resposta, mas aquela, definitivamente, o deixou sem palavras. Ele não achava que, de todos, seria Jimin a jogar Taehyung em sua direção para que se acertassem. Ele esperava aquilo de Jin ou até de NamJoon, que sempre foram os mais responsáveis do grupo. Jin, por nunca gostar de ver algum de seus filhos brigados entre si e NamJoon por não achar inteligente uma briga entre eles. Mas Jimin? Aquilo não fazia sentido.

 

— Por quê? — Jeongguk não conteve sua curiosidade. — Não pensei que seria você a desejar isso, Jimin. Não depois de ter terminado comigo por causa dele. — Apontou para um Taehyung de expressão acuada. — Não é algo que eu queira fazer no momento. Não com você aqui.

 

— Eu não ficarei, Jeongguk. — Jimin garantiu. — Isso é entre vocês dois. Só fiz o que achei certo. — Ele sorriu. — Só… Conversem, está bem? Conversem.

 

Para Jimin, aquilo bastava. Ele havia feito sua parte e se sentia bem melhor agora. Só rezava para que Jeongguk e Taehyung fizessem a deles.


Notas Finais


E aí, Jimin volta ou não volta pro Jeongguk? Jeongguk e Taehyung se acertaram ou não? Yoongi e NamJoon vão ficar juntos? Descubram no próximo capítulo KKKKKK
Bom, acho que eu não tenho mais o que explicar. Entendam que o Jimin se precipitou sim e ele se arrepende, ele tem o direito de se arrepender, mas também tem o direito de sentir falta do Jeongguk. Amor próprio em primeiro lugar, obviamente. Quis passar uma imagem mais "madura" do personagem, mesmo ele soando um pouco confuso. Acho que deu pra captar, né?

Enfim, quero agradecer a todos que estão lendo e comentando! Vocês são uns amores <3
Fico feliz com o carinho que a fanfic está recebendo e espero vê-los por aqui até o final! Obrigada por tudo e continuem lendo e comentando, pfvr, me faz muito feliz!
Passando, inclusive, pra divulgar minha mais nova fanfic BangLo pro Old Days Project.
Link: https://www.spiritfanfiction.com/historia/1404-13897219 (O tema é Amantes, então se divirtam kkkk)

Até o próximo <3


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