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História Linha Tênue - Party and Spell


Escrita por: imfreebabe

Capítulo 16 - Party and Spell


Candice Salvatore

Meu celular se encontra no viva-voz enquanto eu contorno meus lábios carnudos com um batom vermelho sangue. Hoje faz uma semana desde que Elijah e Bekah encontraram Klaus em New Orleans e não o deixaram mais em paz, todos os passos do híbrido são vigiados por seus irmãos e passados para mim. E hoje, em uma sexta feira a noite, não é diferente. 

- Estou te atrapalhando? - Elijah pergunta do outro lado da linha, pois é evidente que ele consegue ouvir o início da baderna no andar debaixo.

- Não, é aniversário da Elena e decidiram fazer uma festa aqui em casa. - me concentro em passar rímel nos cílios. - Ninguém me constatou, apenas fizeram. 

- Não finja que não adora uma festa. - seu riso contido soa e eu não contenho um sorriso. - O que tenho para te dizer é rápido, prometo não atrapalhar sua diversão. 

- Diga. - o incentivo. - O que seu irmão psicótico aprontou dessa vez?

- Ele, por incrível e estranho que pareça, nada. - franzo as sobrancelhas com a calmaria que Niklaus nunca representou. - Mas Marcellus descobriu que foi você quem libertou e mandou mais dois Originais para a cidade. Estão todos um pouco incomodados com a nossa volta. 

- E com “um pouco” você quer dizer muito, certo? - tiro o celular do viva-voz e o seguro entre minha orelha e meu ombro, ouvindo Elijah concordar. - E que problemas isso pode acarretar para os meus irmãos? 

- Não estou preocupado com seus irmãos, Candice. - suspira e eu faço o mesmo. - E sim com o que pode acontecer com você. Estamos de olho em Marcel, mas agora ele é o rei dessa cidade, tem mais contatos do que podemos imaginar. - diz com seriedade. - Tome cuidado com qualquer movimentação estranha. 

- Já estou cansada disso tudo. - confesso quase automaticamente. - Mas enfim, agradeço pela informação. - assinto com a cabeça, mesmo sabendo que ele não pode me ver. - Nos falamos amanhã? 

- Claro. Divirta-se. 

Desligo o aparelho e respiro fundo. Eu e o Original voltamos a nos dar um pouco melhor, mas não vou mentir e dizer que não esfrego mais sua traição em sua cara, porque ainda o faço. Posso ouvir a quantidade de pessoas aumentar e a voz estridente de uma das amigas de Elena soar por toda a casa enquanto dá ordens de um lado para o outro. Reviro os olhos com o desânimo que me atinge de repente, mas decido ignorá-lo e me divertir muito essa noite, afinal, há tempos não havia tanta paz no lugar onde estou. 

Desço as escadas observando todo o clima festivo e a quantidade absurda de pessoas dentro da sala de estar, não demoro a ver a loira vir em minha direção com toda a afobação de sempre. 

- Atrasada! - me dá o que eu acredito ser uma bronca. - A aniversariante já chegou. 

- Perdão, qual é teu nome mesmo? - pergunto entre a ironia e a verdadeira curiosidade. 

- Caroline. - por que ela não para de sorrir? 

- Então, Caroline, não tem como estar atrasada já estando dentro do local da festa. - forço um sorriso sem mostrar os dentes e tomo a garrafa de tequila de sua mão. - Obrigada. 

Me desvio de seu corpo estático e vou em direção a aniversariante. Elena parece extremamente perdida entre a multidão, como se não fosse isso que ela esperava. 

- Hey! - chamo sua atenção e sua expressão se suaviza. - Parabéns, garota! - a abraço apertado e sou retribuída, mas preciso me afastar quando uma súbita fome me atinge, me fazendo engolir em seco. 

- Você não faz ideia de como estou aliviada por ver um rosto conhecido. - não presto muita atenção no que ela diz, mas sorrio mesmo assim. - Aonde estão Stefan ou Damon? 

- Serve aqueles? - aponto para os dois que surgem em nosso campo de visão e se aproximam. - Saibam que estão responsáveis por arrumar isso tudo depois. - digo em tom de brincadeira antes de uma forte tontura me atingir. 

- Irmã, seu rosto… - Stefan parece surpreso quando aponta para meus olhos. Passo as mãos um pouco trêmulas sobre eles e sinto as veias saltadas. - Você não está bem. 

- Eu… - me atropelo com as palavras. - Eu não sei o que está acontecendo comigo. - admito desesperada quando sinto minhas presas surgirem e a fome descontrolável quase me fazer perder o controle. - Pronto… foi só um pouco de descontrole, eu acho. - respiro fundo e fecho os olhos para me concentrar a voltar ao normal. 

- Você tem certeza? - meu irmão caçula afaga meu braço com calma e me abraça de lado quando concordo com a cabeça. - Se tiver fome pode descer e pegar algumas bolsas de sangue e se precisar de alguma coisa, nos procure. - me solta para segurar a mão de Elena. - Agora se me dão licença, vou dançar com minha namorada. 

- Ele é tão brega. - Damon comenta olhando para a mesma direção que eu, onde Stefan dança lentamente com a Gilbert. 

- Você é tão ciumento. - estreito meus olhos em sua direção e sorrio de lado. - Concede essa dança a sua irmã favorita? 

- Você é minha única irmã e ainda assim está longe de ser a favorita. - coloco a mão sobre o peito e finjo ter me ofendido. - Vamos logo. - revira os olhos incrivelmente azuis e me puxa para o meio de onde as pessoas dançam. 

- Estou com uma sensação esquisita. - comento espontaneamente enquanto damos os primeiros passos no ritmo da música. Damon franze as sobrancelhas. - É como se algo ruim estivesse prestes a acontecer. 

- Passamos por muitas coisas nos últimos meses, entendo que seja difícil acreditar que finalmente está tudo bem. - estica seu braço, mantendo distância entre nós e me puxa de volta enquanto me enrolo em seus braços. - Se divirta, irmã. Você merece. 

O sorriso que surge por alguns segundos em meu rosto some rapidamente e uma falta de ar sufocante parece comprimir meus pulmões. Tento puxar com força o oxigênio e falho em ser discreta, visto que Damon segura meu rosto com ambas as mãos e diz algumas coisas que eu ao menos consigo escutar. Ele parece tão desesperado quanto eu. 

- Ar. - minha voz sai em um sussurro baixo e rouco. - Eu preciso de ar. 

Começo a empurrar todos os que cruzam meu caminho. A porta de saída parece estar cada vez mais longe e isso me deixa ainda mais desesperada. Meus pensamentos parecem ir de encontro uns com os outros, tornando a realidade um tanto distorcida aos meus olhos já marejados. O descontrole em minha audição me faz ouvir com facilidade as batidas de absolutamente todos os corações presentes no cômodo com, pelo menos, uma centena de humanos. 

- Candice! - ouço a voz de Stefan me gritar e me viro, sendo a pior decisão do dia até agora. 

Stefan Salvatore

O olhar da minha irmã passa por mim antes de seu corpo ser involuntariamente impulsionado para frente, seus braços abraçam sua barriga e uma quantidade absurda de sangue é expelido por sua boca. As pessoas ao redor começam a se afastar e formar um círculo envolta de toda a confusão, me fazendo ter vontade de tirar um por um a força desse lugar. 

- Eu fico com ela, dê um jeito nessas pessoas. - Damon assente antes de sumir com velocidade. - Candice, olhe para mim. 

Tento me aproximar, mas a garota cai de joelhos antes que eu possa segurá-la. Um grito agudo, que demonstra toda a agonia que está sentindo, escapa por entre seus lábios sujos com seu próprio sangue. Ela parece sentir dor em algum lugar, mas não consegue me responder quando pergunto onde exatamente dói. Seus olhos arregalados em minha direção pedem por socorro e eu me sinto inútil por não poder ajudar. 

- O que está acontecendo com ela? - Bonnie surge ao meu lado quando a maioria das pessoas são colocadas para fora e me ajuda a acomodar minha irmã que se contorce em meus braços. - Não é possível...

- O que foi? - pergunto desesperado. - O que foi, Bonnie?! 

- Ela está sob efeito de algum feitiço. - a morena se ajoelha ao nosso lado e coloca as mãos sobre a cabeça de Candice. - Eu poderia revertê-lo se soubesse qual é, mas não consigo descobrir… 

- Quem fez isso? Tinha alguma bruxa aqui?! - dou alguns tapas leves no rosto da mais velha quase desacordada. - Fica comigo, irmã.

- Não, não senti a energia de nenhuma. - nega com a cabeça imediatamente. - Mas bruxos poderosos não precisam estar no local para que façam seus feitiços. 

- Candice! - chacoalho seu corpo debilitado quando seus olhos fecham e seu peso é solto em meu colo. - Ela desmaiou. 

Pego o corpo mole da minha irmã mais velha e subo as escadas com Damon, Elena e Bonnie logo atrás de mim. Eles discutem algumas coisas que eu não faço a mínima questão de ouvir ou entender, pois minha mente trabalha em infinitas suposições. Respiro fundo quando a coloco sobre seus lençóis brancos que ficam instantaneamente sujos com o líquido vermelho e pegajoso que está grudado em seu vestido preto. Nossos olhos vão do rosto pálido de Candice para as expressões preocupadas uns dos outros. Não temos noção de por onde começar e isso está nos enlouquecendo. 

Candice Salvatore

Minha boca está tão seca que é impossível engolir, assim como é de extrema dificuldade abrir meus olhos pesados ou mexer meu corpo inteiro dolorido. Dói por dentro e por fora. Dos pés à cabeça. Deixo com que um gemido sôfrego ecoe pelo cômodo que eu tampouco sei qual é e em seguida algumas movimentações se fazem presente.

- Ela acordou! - ouço meu irmão mais velho praticamente gritar em surpresa. - Candice, consegue me ouvir? 

Tento responder, mas palavra nenhuma é formulada, parece que tudo o que sei dizer são grunhidos que rasgam minha garganta e me machucam ainda mais.

- Acho que ela precisa de um pouco de sangue. - Stefan sugere falando baixinho. 

Os próximos minutos se seguem em absoluto silêncio, nada mais é ouvido, por mais que eu me concentre, minha audição não alcança mais do que o lugar onde estou. Tento abrir os olhos novamente, faço um esforço tão grande que acredito ser capaz de me cansar fisicamente só por realizar uma ação tão pequena como essa.

- Irmã? - Damon chama por mim e eu sinto seus braços me ajudando a sentar na cama. - Você vai ficar bem, é só tomar isso. 

Um objeto gelado é encostado em meus lábios, sendo possível sentir um cheiro forte e um gosto metálico assim que o líquido entra em minha boca. Meu estômago parece revirar e eu sinto que poderia vomitar minhas tripas. Meus olhos se abrem sozinhos e eu me enxergo a cuspir tudo o que tentaram me dar.

- O que é isso? - pergunto em um fio de voz.

- Como "o que é isso"? - Damon pergunta um pouco ansioso. - É sangue, Candice. 

Fico um tempo olhando para seu rosto que tenta decifrar tudo o que passa dentro de mim. Mas mal sabe ele que nem eu mesma sei o que está acontecendo e é por isso que o fato de sangue ter me deixado tão enojada me preocupa tanto. Era pra isso ser minha fonte de alimento. O que me curaria de todas essas dores que eu daria tudo para saber porque ainda estão aqui.

- O que exatamente aconteceu na noite passada? - pergunto, mas me arrependo, pois meus irmãos se olham de uma maneira nada boa antes de voltarem suas atenções para mim.

- Candice, você estava apagada há mais de cinco dias.



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