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História Link - Hoje é meu dia


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 11 - Hoje é meu dia


Fanfic / Fanfiction Link - Hoje é meu dia

Jungkook saiu do quarto e me deixou sozinho nessa situação ridícula. Quem ele está pensando que é para ficar comigo desse jeito e depois sair com essa garota?

– Já que ele saiu, eu também vou sair. – Falei para mim mesmo.

Peguei meu celular e saí do quarto, encontrando Hoseok sentado na sala e vendo TV.

– Ei, Tae. – Ele sorriu. – Não consegue dormir?

– Ah, é. Perdi o sono. – Cocei a cabeça. – Mas e você, perdeu o sono também?

– Na verdade, não. Mas como o colega de quarto do Yoongi ronca demais, Jimin convidou ele para dormir lá e... – Hoseok deu uma risadinha e levantou uma sobrancelha. – E eles estão juntos lá, se beijando o tempo todo.

– Ah, nossa. – Me sentei do lado dele e encolhi no sofá. – Manda o Yoongi sair de lá. Ele é folgado e se você não falar...

– Ah, deixa os dois lá mais um pouco. – O ruivo gargalhou baixo e ficou me encarando. – Está com frio?

– Estou. Saí do quarto e esqueci de trazer uma coberta.

– Sei... – Hoseok deu uma risada. – Bem, se não se importa, pode ficar com minha blusa, eu não sinto frio.

– Ah eu não me importo não. – Estiquei a mão trêmula e peguei a blusa. – Amanhã eu te devolvo ela.

– Relaxa. – Ele respondeu simples e voltou a dar atenção para a TV.

Já deviam ter passado quase uma hora e meia, e nada do Jungkook voltar. Aquele idiota foi terminar o serviço com uma qualquer e me deixou aqui.

– Aan, Taehyung? Está tudo bem? – O ruivo do meu lado me fitou com os olhos arregalados.

– Sim, por quê?

– Você ficou vermelho de repente e o seu cheiro ficou tentadoramente muito mais forte.

– Nossa, já consertou? – Perguntei preocupado.

– Já. – Ele sorriu. – Cuidado com isso. – O mais velho se levantou e me entregou o controle da TV. – Bem, eu já vou deitar, qualquer coisa, me chama, okay?

– Tá, tudo bem, obrigado.

Hoseok foi dormir e me deixou ali sozinho. Aos poucos, o sono foi chegando e eu resolvi deitar no sofá, puxando a blusa do ruivo por cima de mim, para me esquentar. Fiquei ali mais ou menos meia hora, até adormecer de vez.

JUNGKOOK ON

Depois de despedir da Ji Yoon, voltei caminhando para dentro da casa e encontrei Taehyung dormindo no sofá.

– Tae? – Chamei. – Tae, vamos para o quarto?

O mais velho apenas respirava fundo e não se mexia. Passei meus braços em volta dele e o peguei no colo, levando-o para o quarto.

Coloquei Taehyung na minha cama e percebi que ele estava com um cheiro diferente, até notar que ele usava a blusa de outro alfa.

– Sem vergonha. – Xinguei aos cochichos, enquanto tirava aquele moletom horroroso dele e jogava sobre sua cama.

Deitei-me junto a ele e o envolvi com meus braços, para não deixar que ele sinta frio durante a noite.

**

“É hoje.” Pensei quando acordei e vi o moreno dormindo profundamente ao meu lado.

Levantei todo animado, tomei um banho e fui para o refeitório, afim de tomar meu café da manhã e esperar que Taehyung acordasse.

Cheguei no refeitório e comecei a conversar com a Ji Yoon, enquanto encarava o relógio de dez em dez minutos. As horas iam passando e nada do Tae chegar para tomar café.

– Vou atrás dele. – Avisei a garota que também começou a ficar preocupada.

– Vai lá, vou preparar uma bandeja com coisas gostosas para ele lanchar e levo para vocês. – Ji piscou o olho para mim e sorriu. – Hoje é o dia dele e ele merece o melhor.

– Merece mesmo, obrigado. – Sorri para a garota agradável e voltei para o quarto.

Quando eu abri a porta, senti um cheiro forte do Taehyung vindo de lá de dentro, ao vê-lo, percebi que o mesmo se encontrava com o rosto avermelhado.

– Tae? – Chamei preocupado, mas ele não respondeu. – Tae, acorda? – Sentei na cama e abaixei perto dele, vendo suas bochechas voltarem a cor normal. – O que está acontecendo, marrentinho? – Sussurrei. – Acorda? – Me aproximei mais dele e lhe dei um beijo na bochecha, aí sim ele acordou assustado e agarrou meus cabelos com força.

– Me solta. – Ele resmungou.

– Xiiiu, calma, sou eu. – Segurei a mão dele que agarrava meu cabelo e fui tirando-a de lá, devagar. – Sou eu, Tae, calma.

– Você me assustou.

– Me desculpe. – Falei aos cochichos e beijei sua testa. – Já está tarde e você não acordava de jeito nenhum.

– Eu estou com sono.

– Não é possível. – Brinquei. – Você já dormiu demais. Levanta, vá tomar um banho.

– Ah não, eu quero dormir mais um pouquinho. – Taehyung me puxou e me fez deitar com ele. – Dorme comigo?

– Não, Tae. – Gargalhei. – Levanta.

– Não... – Ele virou para o lado e colocou o travesseiro sobre a cabeça.

Eu até pensei em ficar ali mais um tempinho, mas me lembrei que Ji Yoon iria trazer o café para ele e eu não podia estragar a surpresa, sem contar, que ele estava cheirando a Hoseok.

– Tae. – Levantei e puxei ele comigo. – Vá tomar seu banho.

– Ah Jungkook, que saco. – O mais velho fez um bico e foi para dentro do banheiro. – Você é muito chato. – Ele gritou e bateu a porta.

Pouquíssimo tempo depois, Ji Yoong chegou no quarto e me entregou a bandeja com o café do Tae.

– Tudo perfeito. – Sorri. – Obrigado, Ji.

– Por nada, Kookie. Se precisar, é só chamar. – A garota abriu um sorriso enorme e saiu de volta para seus afazeres.

TAEHYUNG ON

Fui tomar meu banho, como Jungkook mandou. Eu acho ele muito folgado, como assim ele me acorda e manda eu vir tomar banho? Sorte dele que não divide o quarto com o Yoongi, se ele tentasse acordar o outro ômega, ele já estaria morto.

Fiz minhas higienes todas e vesti uma roupa bem fresquinha, já que o dia estava um pouco quente.

Quando eu saí do banheiro, o moreno estava no celular e eu só ouvi a frase:

– Tenho que desligar, beijos, te amo. – Ele colocou o celular sobre a cômoda e veio me abraçar, mas eu o impedi com uma mão no seu peito.

– Estava no telefone com sua beta?

– Não.

– Ah claro que não.

– Ela não é a minha beta.

– Então você admite que estava no telefone com ela?

– Não estava, eu estava no telefone com uma ômega.

– Seu atrevido. – Dei-lhe um tapa no braço.

– Está com ciúmes, marrentinho? – Jeon sorriu.

– Não, só achei muito desaforo da sua parte de me deixar sozinho aqui ontem e ir atrás dela.

– Você ficou chateado comigo?

– Não, fiquei foi com raiva mesmo.

– Engraçado, porque eu saí daqui e você foi correndo atrás do Hoseok, né?

– Não, eu não fui atrás dele. Eu fui andar por aí e acabei encontrando com ele na sala.

– Ah entendi, aí você foi conversar com ele e magicamente você ficou com frio e ele te deu a blusa?

– Foi. – Falei simples. – Aliás, eu tenho que devolver a camisa dele. – Tentei me afastar e ir em direção a minha cama, mas ele não deixou.

– Você não vai atrás dele. – Jungkook falou sério, enquanto segurava o meu braço. – Deixa que eu levo.

– Ele emprestou para mim, então, eu levo.

– Você leva depois então, e eu irei com você. Mas primeiro, você vai tomar seu café da manhã.

– Eu como qualquer coisa depois.

– Olha Tae, tem café para você aqui. – O moreno saiu da minha frente e me mostrou uma bandeja lotada com coisas gostosas.

– Foi você quem preparou isso tudo? – Perguntei entusiasmado.

– Não, exatamente.

– Foi sua beta?

– Ela não é minha beta.

– Então foi sua ômega do telefone?

– Eu não tenho uma ômega.

– Rum... – Respondi de má vontade.

– Você que é meu ômega. – Jungkook se aproximou de mim e segurou meu rosto com uma mão de cada lado.

– Não sou, nada. – Falei manhoso. – Você nem teve coragem de me tornar seu.

– Não fala isso. – Ele se aproximou mais e me deu um selinho. – Você está com um cheiro tão atraente, que se você ficar me provocando, eu faço você ser meu aqui e agora.

– Você não teria coragem. – Sussurrei e o empurrei para longe de mim.

– Você duvida?

– Não duvido, mas também não quero que você faça nada. – Falei num tom provocador, mas eu só estava brincando com ele, coisa que ele não percebeu.

Peguei um dos biscoitos da bandeja e me sentei na minha cama, começando a dobrar a roupa do Hoseok.

– Para com isso. – Jeon jogou a blusa em cima de um sofazinho que nós tínhamos no quarto e sentou do meu lado, trazendo a bandeja para perto de nós.

– Acho que não sou eu que estou com ciúmes. – Gargalhei.

– Eu estou com ciúmes, mesmo. Satisfeito? Era isso que você queria ouvir? Você dá mais atenção para esse cara do que para mim. Passa horas no quarto dele, conversando, enquanto briga comigo toda vez que ficamos mais de uma hora juntos.

– Jungkook, não confunda, nós somos colegas de quarto, apenas.

– Então para que fica me pedindo para te tornar meu?

– Pode deixar, não vou pedir mais. – Falei chateado.

– Não pede mesmo não, porque você já é meu.

– Isso é o que você diz.

– Marrentinho, você gosta dele?

– Gosto, ele é meu amigo.

– Não estou falando assim. Digo gostar, gostar mesmo.

– Não.

– Então por que você faz isso? – Jeon engatinhou até a mim e sentou bem na minha frente.

– Eu não faço nada, Jungkook. Você que fica com raiva quando eu falo dele. Não tem nada a ver eu pegar uma blusa emprestada com ele, já que eu senti frio. Você diz que é meu alfa, mas me deixou sozinho aqui e saiu com uma beta. Eu gosto da companhia dele, e acho que não tem problema nenhum, nós sermos amigos.

– E quanto a mim? O que você pensa a meu respeito?

– Você é legal, mas me irrita demais. – Falei sincero, mas num tom brincalhão.

– Ontem, se a Ji Yoon não tivesse chegado... – Ele se aproximou de mim e segurou meu rosto, acariciando meus lábios. – Você teria se entregado a mim? Você deixaria esse momento nosso acontecer?

– Sim. – Sussurrei.

– E você acha que se arrependeria depois?

– Talvez.

– Por que, talvez? Você ia fazer contra a sua vontade?

– Não, é porque nós dois não temos nada e você já dá piti por causa do Hoseok, imagina se tivéssemos alguma coisa? Você acharia que é meu dono. – Respirei fundo e encarei os olhos do mais novo. – Você é legal, mas...

– Mas eu sou um alfa. Um lúpus ainda por cima. – Jungkook completou minha frase e abaixou a cabeça.

Eu confesso que vê-lo daquele jeito me incomodou bastante. Eu comecei a sentir uma tristeza, um vazio forte, como se... como se as emoções dele estivessem me influenciando.

Eu gostava dele, então por que eu estava fazendo isso? O que está acontecendo comigo? Eu tenho que aceitar minha natureza, eu sou um ômega, e ao contrário do que eu sempre disse, eu preciso de um alfa, na verdade eu preciso dele.

– Eu vou pedir o diretor para me trocar de quarto. Ele vai entender que você não deve ficar com um lúpus.

– Não, não faça isso. – Pedi desesperado.

– Por que, Tae? É sério, eu te adoro, mas você tem medo de mim. Tem hora que eu acho que a gente pode ficar juntos, mas depois parece que você arrepende de alguma coisa e volta a ficar estranho comigo.

– Eu também não me entendo. Parece que tem algo acontecendo comigo e eu não sei o que é. Meu corpo, minha mente, pedem por você, mas ao mesmo tempo eles têm receio.

– E o seu coração, o que ele pede? Ele quer que você se afaste de mim? – Jungkook perguntou e se aproximou de mim.

– Não... – Sussurrei e me aproximei mais. – Meu coração diz que... ele diz... – Cortei minha fala quando senti os lábios do moreno tocarem os meus.

Passei meus braços para o pescoço dele e o puxei para mais perto, pressionando sua boca na minha. Iniciamos um beijo calmo e intenso, que me fez arrepiar por inteiro. O mais novo fazia sua língua se enroscar com e minha e eu acompanhava os movimentos, deixando-o no controle.

Quando senti a falta de ar, puxei o lábio inferior do Jungkook com bastante calma, enquanto sentia suas mãos acariciarem minhas costas. Depositei mais alguns selinhos sobre sua boca avermelhada e parei o beijo, deixando nossas testas juntas e encarando seus olhos castanhos.

– Feliz aniversário, marrentinho. – Ele sorriu e passou a fazer carinho no meu rosto.

– Obrigado. – Respondi sem graça, depois desse beijo quase apaixonado que nós demos.

Beijo quase apaixonado... será que foi quase mesmo? Enquanto eu o beijava, eu senti uma calma, uma paz, como se aquilo fosse a coisa mais importante da minha vida, como se ele fosse tudo o que eu precisava.

– Eu tenho uma coisa para você. – Jeon me tirou dos meus pensamentos e se levantou da cama, indo em direção ao armário, onde ele tirou uma caixinha.

– O que é? – Sorri.

– Acho melhor você abrir, vai ser melhor do que eu contar. – Jungkook me encarou sério e me deu a caixinha.

Confesso, que desfiz o lacinho com certo receio, mas quando eu abri, não pude me conter e comecei a chorar.

A caixinha tinha um embrulho da Alice Table e juntamente com ele, vinham várias cartas, assinadas com as letras dos meus pais e um porta-retratos com as fotos deles.

– Como você conseguiu isso, Kookie? – Perguntei entre os soluços.

– Não fui eu. – Jeon sorriu e eu o encarei confuso. – Foi a ômega que eu falava no telefone, mais conhecida como minha prima.

– Ela fez isso?

– Fez, marrentinho. Nós combinamos tudo, ela entrou em contato com sua mãe na loja, e ela pediu que trouxéssemos algo para você.

– Mas como você fez isso, já que não pode entrar em contato com as pessoas do lado de fora?

– A Ji Yoon pode. Ela entra e sai do alojamento quando ela quer.

– Ai meu Deus. – Tampei os olhos com as mãos, todo envergonhado. – E eu fui um sem educação com ela.

– Não se preocupe, ela entende você. – Jungkook sorriu e acariciou meus cabelos. – Sua mãe disse que fez um bolo com os quatro sabores que você mais gosta.

– Obrigado. – Sorri de lado e deixei mais uma lágrima sair.

– Não tem de quê. – O moreno juntou as mãos. – Bem, agora tem o meu presente para o marrentinho.

– Ah, Kookie. – Gargalhei de vergonha, quando ele tirou uma caixa de debaixo da cama.

– Fique sabendo que o presente é seu, mas se você me excluir dele e colocar o Hoseok, eu pego ele de volta.

– Tá bom. – Falei baixinho, enquanto abria a caixa, revelando-me um vídeo game. – Você está brincando? Jungkook, você é louco?

– Louco porquê? Só porque eu quis te dar uma coisa para você passar o tempo?

– Isso é muito caro, Kookie. Sem contar, que o diretor vai descobrir que eu tenho isso. Nós precisamos ligar numa TV e só tem TV na sala e...

– Relaxa, Tae. – O mais novo gargalhava de mim. – O diretor sabe que eu te dei isso, a Ji Yoon comprou com a autorização dele. Não ligo para questão de preço, e outra, já mandei trazerem uma TV para o nosso quarto.

– Você comprou uma televisão?

– Comprei. E ela já está na sala do diretor, só falta alguém trazer ela aqui e instalar.

– Ai gente, nosso quarto vai ser o mais legal de todos. – Brinquei.

– Você gostou, marrentinho?

– Gostei. – Respondi baixinho. – Por que você me chama de marrentinho?

– Porque você é. – Jungkook abriu um sorriso enorme, deixando a mostra os seus dentinhos branquinhos. – Isso te incomoda?

– Um pouco, eu não sou marrento. – Corri os olhos pelo quarto e avistei os bombons que ele havia me dado e eu ainda não tinha comido. Engatinhei sobre a cama até o criado mudo e peguei os bombons. – Vamos comer?

– Pode comer, Tae.

– Vamos dividir? – Abri um dos chocolates e dei uma mordida, esticando a mão para que ele pudesse pegar um pedaço.

– Me dá o que está na sua boca? – Ele perguntou num tom provocativo e mordeu o lábio.

– Não começa. – Gargalhei e esfreguei o bombom na boca dele, sujando tudo de chocolate.

– Ah Taehyung, olha só o que você fez. – Jeon tomou o bombom da minha mão e passou a esfrega-lo no meu rosto, pescoço e em todo lugar que ele conseguia.

– Para. – Tentei segurá-lo e deitei na cama, mas ele veio para cima de mim e continuou a me sujar. – Para, Kookie, para com isso.

– Agora você não é o marrentinho mais. – Ele sorriu e comeu o restinho do bombom.

– Ah, eu sou o quê?

– Agora você é o Chocolatinho. – Jungkook se inclinou em cima de mim e começou a lamber o chocolate do meu rosto.

– Ah não, isso não ficou legal.

– Então você será o meu Bombonzinho. Melhorou?

– Ainda está uma merda, mas vou aceitar. – Virei minha cabeça de lado, enquanto o outro ia descendo as lambidas para o meu pescoço. – Acho melhor você parar com isso. – Adverti quando comecei a ficar excitado com tudo aquilo.

– Por quê?

– Por favor, pare. – Voltei a encará-lo e segurei sua cabeça.

Jungkook foi se aproximando de mim e selou nossos lábios de novo e eu não o afastei. Deixei que o alfa aprofundasse o beijo e fiquei fazendo carinho nos seus cabelos, quanto nossas línguas faziam carinho uma na outra.

O gosto da boca do moreno era o puro chocolate, nosso beijo era doce, era melado e não podia estar mais gostoso.

Jeon separou nossos lábios com um estalinho baixo e ficou passando seu nariz de leve sobre minha pele; da bochecha até o pescoço e depois voltando para perto da minha boca.

– Seu cheiro está muito bom. – Ele sussurrou e voltou a me beijar.

Um novo ósculo se estendeu lentamente, enquanto minhas mãos tratavam de acariciar o rosto, a nuca e os cabelos do Kookie; e suas mão percorriam meu corpo inteiro e davam pequenos apertos nas minhas coxas. Comecei a sentir calor demais e a ficar com falta de ar, o que me permitiu parar o beijo com selinhos estalados.

– Acho melhor não começarmos com isso agora. – Cochichei.

– Também acho, porque se chegar alguém aqui agora e me interromper de novo, eu vou ficar muito bravo. – Jeon comentou num tom super brincalhão, o que me fez rir. – Adoro seu sorriso, Bombonzinho.

– Ah... – Fiquei sem graça. – E o seu me incomoda, seus dentes são muito brancos, ás vezes eu acho que vou ficar cego.

– Depois não gosta de ser chamado de marrentinho. – Jungkook se levantou de mim e me puxou, para que eu pudesse me sentar na cama. – Termina seu café.

– Tá bom. – Cruzei minhas pernas e aí sim, eu comecei a tomar meu café da manhã.

**

Depois de tomar meu café da manhã, fomos dar uma voltinha perto da casa, enquanto comíamos o bolo que minha mãe fez para o meu aniversário. Avistamos nossos amigos no treino deles e fiquei um pouco chateado por ainda não conseguir treinar. Minzy havia curado minhas feridas, mas eu ainda sentia as dores, como se todos os machucados estivessem abertos.

Eu morria de saudades de atirar com uma flecha, morria de saudades de desferir uns golpes com a minha amada espada, mas eu ainda não conseguia.

– Deveriam conseguir outro treinador para você. – Comentei. – Você está ficando atrasado por minha causa.

– O diretor perguntou se eu queria outro treinador, mas eu não quis.

– Por que não quis? – Perguntei curioso.

– Porque é você quem deve me treinar e eu não quero te abandonar. Nós começamos juntos e vamos continuar juntos. Aliás, eu não estou atrasado, coisa nenhuma.

– Você deveria treinar, Kookie.

– Não, não. – Jungkook sorriu e bagunçou meus cabelos, voltando a dar atenção para as pessoas do alojamento.

– Posso te perguntar uma coisa?

– Pode, Tae.

– No dia em que o Baek estava me batendo, como você soube que eu estava correndo perigo?

– Não sei. – Jeon jogou o cabelo para trás e fez uma careta, como se tivesse esforçando para lembrar de algo. – Eu... eu estava no quarto, e de repente eu senti seu cheiro forte, bem forte. De início, eu achei que você estava se aproximando, mas aí, eu senti uma sensação ruim e saí correndo do quarto. Eu simplesmente saí correndo, como se algo na minha mente tivesse me guiando, mas nem eu sabia para onde estava indo, até ver você caído no chão, todo machucado e imóvel.

– E aí você bateu nele?

– Quando eu vi aquela cena toda, eu fiquei sem saber se te ajudava ou se pegava ele, mas eu ouvi a voz da Minzy falando algo tipo “Você não pode ajudar o Taehyung. Cuida do garoto mau e deixa o Tae comigo.”

– A Minzy? – Perguntei atordoado.

– Sim. Ela também sentiu o seu perigo e fez isso, porque eu te juro, ela não estava lá quando eu ouvi sua voz. – Jungkook fechou os olhos e respirou fundo. – Foi tudo em questão de segundos, foi muito rápido. Eu senti meu olfato ficar mais apurado, minha audição e minha visão. Eu sabia que você estava vivo, porque eu ouvi seu coração batendo.

– O que foi que aconteceu? Isso não bate, sabe? Como vocês dois sentiram meu perigo e como você ouviu a voz da Minzy se ela nem estava lá?

– Não sei, Tae. Só sei que não contei isso para ninguém e mandei ela ficar calada. Ninguém pode saber disso, eu sinto que isso é perigoso, então, não conta.

– Tudo bem. – Assenti. – Eu vou ficar calado.

Devo admitir que essa história foi muito estranha. Resolvi não comentar nada com o Jungkook, mas é a primeira vez que uma criança ganha seus poderes antes, é a primeira vez que vem crianças para o alojamento, Minzy tem apenas cinco anos e consegue controlar seus poderes melhor do que qualquer pessoa. E qual é o poder dela? A pequena entra na mente das pessoas, cura machucados, paralisa os outros, afinal, o que é isso? Com o que estamos lidando?

Continuamos com o nosso passeio, mas eu não prestei muito a atenção nas coisas por conta das teorias que eu criava na mente. Por minha sorte, o alfa ao meu lado não desconfiou de nada, mas eu admito que estava um pouco receoso com essas coisas todas.

Pouco tempo depois, o diretor mandou nos chamar e avisou que já tinha mandado uma pessoa instalar a nossa TV. Voltamos para o quarto e encontramos um rapaz loiro parado na porta, nos esperando.

Depois de mudar o quarto por inteiro e de medir tudo certinho, escolhemos um lugar adequado para a TV. Agora, nós voltamos com as camas lado a lado, colocamos um criado mudo ao lado do outro e a estante que guardava meus livros, saiu do meu lado do quarto e foi para o lado que era do Jungkook, e foi lá que colocamos a TV e o vídeo game.

– Tudo certo. – O moreno sorriu ao ligar os aparelhos e ver que estavam todos funcionando. – O que vamos jogar?

– Tem jogo de boliche? – Perguntei animado.

– Tem, sim. – Ele apertou os botões e selecionou o boliche para nós. – Eu vou comprar mais algumas coisas legais e colocar aqui. – Ele sorriu perverso.

– Que tipo de coisa?

– Mais alguns equipamentos legais que se encaixam com os jogos. – Jeon ajeitou tudo e esticou a mão para mim. – Pode começar, Bombonzinho. O jogo é seu.

**

Depois de quase três horas jogando direto, percebi que Jungkook não parava de olhar o celular e aquilo já estava me incomodando.

– Jeon, está esperando mensagem de alguém?

– Estou. – Ele respondeu simples e pegou o celular, digitando ele mesmo a mensagem.

– De quem?

– Bombonzinho, vamos sair?

– Não. – Cruzei os braços e fechei a cara.

– Por favor? Vamos sair para comer algodão doce?

– Sai com a Ji Yoon.

– Para, Tae. Eu estou esperando mensagem da minha prima, ela vai trazer meu carro para mim.

– Sua prima? – Semicerrei os olhos e fiquei encarando o outro.

– É. Você esqueceu que nós temos um esquema de pegar e devolver meu carro?

– Esqueci. – Falei envergonhado.

– Então, vamos arrumar e vamos sair. – Jungkook já desligou o vídeo game e se levantou, sem esperar minha resposta. – Vou tomar um banho rápido e depois você vai.

– Tudo bem. – Falei simples.

Esperei Jungkook tomar seu banho e depois eu caminhei até o banheiro para tomar o meu. Deixei a água fria cair deliciosamente sobre meu corpo, enquanto eu ensaboava com aquele sabonete delicioso com cheiro de frutas.

Vesti uma roupa bem fresquinha e ajeitei meu cabelo, ficando pronto para sair.

– Vamos? – Perguntei.

– Vamos. – Jungkook se levantou, colocou o celular no bolso, e quando eu já ia saindo, ele puxou meu braço e me prensou no armário. – Para que a pressa? – Ele sorriu.

– Ué... não estou com pressa. – Comentei.

– Você está tão gostosinho. – O moreno cheirou meu pescoço com vontade e depositou um selar sobre ele. – Não posso deixar você sair sem me dar um beijo.

– O que há de errado com você? – Perguntei aos risos.

– Comigo nada. – Jungkook me deu um selinho demorado e depois chegou no meu ouvido. – Seu cheiro está ficando bem forte às vezes e está me deixando bem tentado. – Ele sorriu. – Não saia de perto de mim.

– Tudo bem. – Falei baixo e lhe dei outro selinho. – Vamos logo.

Jeon e eu saímos do quarto, como quem não quer nada. Estranhamente, a sala estava vazia e não tinha ninguém assistindo TV, o alojamento estava mais silencioso e eu dei graças por ninguém estar vendo nós dois mais arrumados, saindo.

Andamos mais um pouco, até que ele começou a me levar para outro lugar.

– Onde estamos indo?

– Aquele caminho está manjado, vamos dar umas voltas e depois ir para lá de novo.

Continuamos andando até que Jungkook pegou caminho para uma das áreas de reuniões que nós fazíamos. O lugar parecia uma praça, com banquinhos e um espaço enorme para praticar alguma coisa, se quiséssemos.

Quando fomos chegando mais perto, pude ver que tinham balões lá e que todos do alojamento estavam lá.

– SURPRESA..... – O pessoal gritou e começou a cantar “Parabéns para você”, quando viu nós dois chegando e eu fiquei com cara de bobo.

– Jungkook, o que significa isso? – Perguntei atordoado.

– Parabéns, Bombonzinho. – Ele sorriu e me abraçou. – Você não pensou mesmo que eu iria deixar seu aniversário passar em branco, achou?

Kookie se juntou aos outros e cantou parabéns para mim. Eu fiquei bastante emocionado, aquela festa era só minha e apenas minha.

Depois que as palmas cederam, todos vieram me cumprimentar e dar os parabéns, nunca me senti tão importante.

– Você fez isso tudo? – Perguntei de novo, enquanto partia o bolo.

– Não exatamente. – Ele deu o mesmo sorriso. – Tive ajuda de todos aqui, mas a principal delas veio da Ji Yoon.

– Sério? – Perguntei perplexo.

– Sim. Ela fez todas as comidas, já que trabalha na cozinha. É por isso que passamos tanto tempo juntos. – Jungkook segurou minha mão e deu um beijo sobre ela. – E naquele dia, eu tive que te deixar sozinho no quarto, porque nós estávamos combinando as coisas do seu bolo. Eu não podia deixar para depois. O bolo era o mais importante. – O moreno chegou no meu ouvido e sussurrou. – Já que foi sua mãe quem fez.

– Jura? – Perguntei animado.

– Sim, mas disfarça. Isso é segredo.

– Ah, tudo bem. – Gargalhei.

– Eu tentei trazer seus pais aqui, tentei convencer o diretor a deixar você vê-los, mas infelizmente eu não consegui. Ele me disse que se dependesse dele, todos teriam acesso aos pais, mas ele apenas segue ordens e ele não podia deixar.

– Que pena. – Falei.

– Eu sei, Tae, mas depois nós saímos e vemos eles escondido, pode ser?

– Pode. – Sorri de lado e ganhei um beijo na bochecha.

– Feliz aniversário, Taehyung. – Ouvi uma voz feminina, e quando virei, encontrei Ji Yoon sorrindo sem graça para mim.

– Obrigado. – Sorri para ela e cocei a cabeça. – Olha, me desculpe por ter sido um imbecil com você. Obrigado por tudo isso aqui.

– Tudo bem, não tem problema. – A garota sorriu e esticou a mão para mim, mas eu achei melhor lhe dar um abraço, como forma de agradecimento. – Espero que tenha gostado de tudo. Seus pais mandaram um super abraço para você.

– Eu amei isso tudo. Vocês foram incríveis. – Respondi já com os olhos cheios de água.

– Por nada, meu bem. – A garota dizia de forma doce e eu devo confessar que gostei dela. – Me desculpe por roubar seu namorado às vezes. – Ela sorriu e saiu de perto.

– Ele não é meu namorado. – Falei, mas ela nem ouviu.

– Bem que podia ser, não é? – Jungkook pegou um pedaço de bolo e sorriu para mim.

– Cala a boca. – Falei envergonhado.

A festa estava tão agradável, tão incrível, tinha doces, salgados, algodão doce, maçã do amor, pula-pula para as crianças brincarem e eu acho que me diverti lá dentro bem mais que elas.

– Você parece uma criança. – O moreno me levou para um cantinho afastado e me encostou numa árvore, ficando bem próximo de mim. – O que você está fazendo? – Ele perguntou sério e segurou meu rosto.

– Do que você está falando?

– Esse cheiro, seu tom de pele avermelhado, esses alfas te encarando, eu louco para ficar com você. – Jungkook me deu um selinho e mordeu meu lábio. – Você está entrando no cio?

– Eu não sei. – Falei assustado. – Como vou saber? Nunca entrei no cio.

– Se você se sentir mal, me chame, tá bom?

– Tudo bem. – Sorri. – Jungkook, quando eu entrar no cio, o que você vai fazer?

– Vou te levar para a enfermaria e pedir para te doparem.

– O que? É sério isso?

– Sim.

– E se eu pedir para você passar o cio comigo?

– Taehyung, você no cio, vai pedir para qualquer alfa ficar com você. Nós perdemos um pouco a noção das coisas, então sendo eu ou não, não vai fazer diferença para você.

– Mas eu quero saber é porque você não quer passar o cio comigo.

– Porque eu tenho medo de machucar você.

– Você já machucou alguém antes?

– Sim... Mas foi no meu cio. – Jungkook respondeu baixo e encarou o nada, como se estivesse se lembrando da situação. – Podemos não falar disso?

– Tudo bem. – Concordei. – Então se eu entrar no cio e te pedir para ficar comigo, você não vai ficar?

– Não.

– Então tá, Jeon, eu não estou no cio, quando eu entrar, você pode ficar comigo?

– Não me peça isso, por favor.

– Tudo bem. – Acariciei seu rosto e abri um sorriso enorme. – Agora me dê licença, porque eu vou procurar o Hoseok.

– Não. – Ele falou alto e me segurou com força. – Você vai ficar perto de mim.

– Eu vou procurar um alfa para ficar comigo no meu cio. – Provoquei, mas é óbvio que eu estava brincando.

– Taehyung, para com isso.

– Jungkook, você não quer passar meu cio comigo e não quer deixar outro alfa passar, quer que eu morra de dor?

– Não, a enfermeira vai te dopar e você nem vai sentir dor.

– Eu não sou um bicho para ser dopado. – Comecei a ficar ofendido. – Acho engraçado que outro dia a gente quase transou e agora você não quer.

– Para, Tae, o cio é diferente. Eu vou dar um jeito. – O moreno me deu um beijinho rápido e ficou acariciando meus cabelos.

– Que jeito? – Perguntei manhoso.

– Não sei, mas eu vou dar. Agora fica calmo. – Ele me deu outro selinho. – Eu estou ficando louco com esse cheiro seu.

– Está tão forte assim?

– Demais. Muito forte.

– Tenho cheiro de que?

– Não sei, parece morango na maior parte do tempo. Mas depois fica mais doce.

– E você gosta disso?

– Muito. – Jungkook apoiou minha cabeça na árvore e ficou me encarando. – Isso me atenta demais.

– Você consegue se controlar? – Perguntei receoso.

– Consigo. Não sei como, mas consigo.

Eu estava pensando em beijá-lo, quando ouvi uma voz fininha me gritando.

– É a Minzy. – Sorri e fui atrás dela. – Ei minha princesa. – Abri os braços para acolher a pequena, quando ela me viu e correu na minha direção.

– Ei meu príncipe. – Minzy me deu um abraço forte. – Feliz aniversário.

– Obrigado, docinho. Como você está?

– Estou bem e você?

– Também estou bem.

– Olha, eu perdi um dentinho. – A garotinha abriu a boca e me mostrou que faltava um dos seus dentes de baixo. – Agora se eu te morder, vai ficar uma marquinha a menos.

– Nossa, abriu uma janelinha aí. – Brinquei, o que fez a menor gargalhar e dar pulinhos de felicidade.

– Eu quero tocar com você, podemos? – Ela pediu e óbvio que eu não recusei. Lembra que eu disse que ela tinha um aprendizado incrível? Pois é, Minzy já sabe tocar a flauta.

– Espere aqui que eu vou só pegar meu violão, está bem?

– Tá bom.

Deixei a pequena alfa sob os cuidados de Jungkook e fui na direção do meu quarto. Quando entrei na casa, senti um calor muito, mas muito forte e uma dor imensa na barriga, o que me fez perder os sentidos e cair no chão, sem ter forças para me levantar.

JUNGKOOK ON

Taehyug saiu para buscar o violão e deixou a Minzy conversando comigo.

– Então você já aprendeu a tocar a flauta? – Perguntei para ela.

– Já sim. E hoje, eu vou tocar o Lago dos Cisnes para vocês verem. Eu dançava isso quando eu fazia balé. – A pequena sorriu e quando eu fui responder, senti uma dor forte na cabeça e fiquei zonzo.

– Ai. – Levei a mão na testa e senti um aperto forte da garota no meu braço esquerdo.

– Jungkook? – Ela entrou num transe e me apertou mais forte. – É o Taehyung. Vá atrás dele, vá agora.

Como da outra vez, senti tudo ficar mais nítido, o olfato, a visão e a audição. Levantei do banquinho correndo e fui atrás do ômega, sentindo aquele cheiro de morango cada vez mais forte, invadindo minhas narinas e me deixando louco.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


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