1. Spirit Fanfics >
  2. Link >
  3. Descobertas

História Link - Descobertas


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 20 - Descobertas


Fanfic / Fanfiction Link - Descobertas

JUNGKOOK ON

Quando eu acordei, olhei na tela do celular e vi que marcavam 6:00 da manhã.

– Caramba, eu dormi direto. – Arregalei os olhos, ao lembrar que ainda era cedo, quando viemos para o quarto.

Dei uma espiada pelo quarto e notei que Taehyung já tinha saído de lá. Levantei e fui tomar meu banho. Enquanto a água morna caía sobre meu corpo, fiquei me lembrando do nosso momento íntimo. Me lembrei de como foi perfeito e como o Tae estava totalmente entregue a mim, do mesmo jeito que eu estava entregue a ele.

– Como será que ele está? – Sussurrei para mim mesmo, pensando no ômega, que havia se levantado tão cedo. – Será que ele se arrependeu?

Resolvi terminar meu banho, sem ocupar a cabeça com coisas assim. Preferi pergunta-lo como estava se sentindo, do que ficar especulando.

Saí do banheiro, vesti uma cueca e cheguei na frente do espelho, encarando meu rosto um pouco inchado e as marcas avermelhadas das unhas do outro sobre meus ombros.

Sorri.

– Ah, já se levantou? – A voz do ômega se fez presente no quarto e eu me virei, para fitar aqueles olhos cheios de brilho.

– Acabei de sair do banho. – Me virei para ele e lhe dei um selinho. – Bom dia.

– Bom dia. – Ele respondeu e encarou meu braço, ficando extremamente corado. – Vista uma roupa.

– Mas assim está tão confortável. – Brinquei.

– Não quero ficar vendo isso que fiz em você. – Seus dedos finos percorreram meus ombros, sobre as marcas de unha que eu tinha ganhado no dia anterior.

– Por quê? – Segurei seu pulso e o puxei para perto de mim.

– Eu tenho vergonha e isso deve ter doído muito.

– Não doeu nada e você não precisa ter vergonha de mim. – Respondi simples.

– Mas eu tenho. – Ele insistiu.

– Isso é normal, Tae. Todo mundo faz isso.

– Mentira. – Sua boca já ia formando um bico e eu apenas sorri por ver aquela carinha fofa que ele tinha.

– Todo mundo faz. Acha que o Jimin e o Yoongi nunca...

– Não sei. – Ele falou rápido.

– Sim, eles já.

– E como você sabe disso?

– Porque o cheiro do ômega muda quando ele perde a virgindade.

– Há, eu duvido que o Yoongi era virgem. – Tae começou a rir.

– É, mas ele era. – Falei rápido.

– Então você sabia que eu também era?

– Você foi meio complicado de saber. – Confessei. – Isso não significa que eu fico cheirando as pessoas para descobrir quem é virgem. – Gargalhei. – Mas o seu cheiro é extremamente diferente para mim e eu só conseguia “saber” mais coisa sobre você, se chegasse muito perto, coisa que você custou a deixar.

– Enfim, vamos parar de falar disso. – Taehyung se soltou do abraço e pegou duas xícaras em cima da cômoda, tais que eu nem percebi que estavam ali. – Trouxe café.

– Que bom, estou com fome.

Nos sentamos na cama e começamos a comer uns cookies com gotas de chocolate e a tomar café.

– Nossa, esse café está delicioso. – Comentei.

– Fui em quem fiz. – O ômega sorriu e ficou levemente avermelhado. – Fiz para você. – Completou, aos sussurros.

– Obrigado, meu bem. – Passei a mão por baixo do queixo dele e depositei um selar tímido sobre seus lábios. – Ficou muito bom.

– Por nada. – Tae sorriu e ficou me encarando, enquanto comia seus biscoitinhos.

– O que foi? – Perguntei.

– Eu posso te perguntar uma coisa? – Ele encheu a boca de biscoitos e desviou o olhar. Fofo.

– Claro que pode. O que você quiser.

– Não, deixa. – Ele respondeu de boca cheia.

– Fala, Tae? – Pedi e ele balançou a cabeça negativamente. – Por favor? Não precisa ficar com vergonha de mim.

– Jungkook? – Ele falou baixinho. – Ontem, você ficou comigo daquele jeito porque o seu cio está chegando?

– Não. – Falei firme. – O cio de um alfa não o afeta antes. O que pode mudar, é só o meu humor, mas eu não fico tentado a fazer outras coisas antes.

– Então quer dizer que...

– Que eu fiquei com você porque eu quis? – Perguntei e ele assentiu. – Sim. E você também, já que o meu cio não o afeta antes de chegar.

Taehyung ficou coradinho e escondeu-se atrás de um travesseiro.

– Para com isso. – Gargalhei e puxei a almofada de suas mãos. – Olha para mim? – Pedi e ele o fez.

 “Você finalmente é meu porque você quis” – Pensei. “Eu tirei a sua virgindade e você tirou a minha”

“Você já não era virgem” – Ele respondeu, um pouco confuso.

“Para mim, nós só perdemos a virgindade quando fazemos por pura vontade. O cio não deveria contar como perder a virgindade. Ele é obrigatório, se você não o passa com alguém, você vai dar um jeito de se aliviar de outro jeito”

“Então você se considerava virgem até ontem?”

“Eu era virgem até ontem. O sexo do meu cio foi porque deveria ser. O seu também. Mas agora? Nós ficamos juntos de verdade. Você se tornou meu de verdade e eu me tornei seu de verdade”

“E eu amei...” – Tae respondeu, fechando os olhos.

“Eu também” – Sorri. – “Meu amor”.

Taehyung voltou a abrir os olhos e nós ficamos nos encarando, sem dizermos nada, apenas trocando olhares. Segurei sua mão e fiquei afagando o dorso da mesma, com o meu polegar.

– Se ficar me olhando assim, eu apaixono. – Falei de brincadeira.

– Você já está apaixonado. – Tae levantou a sobrancelha e eu gargalhei.

– Admito que não esperava essa resposta. – Puxei o ômega para cima de mim e nós deitamos na cama. – Ah, Tae... – Suspirei.

– O que foi?

– O que você fez comigo? – Acariciei seu rosto.

– Por quê? – Ele sorriu fofamente.

– Porque a cada dia que passa, eu estou mais apaixonado por você.

– Você deveria saber a resposta. – Kim escondeu o rosto no meu pescoço. – Porque você fez o mesmo comigo.

Eu não deveria ficar nervoso ao ouvi-lo falar isso para mim, mas não sei se conseguiria acostumar tão fácil. Taehyung é a coisa mais importante que eu tenho e saber que eu também sou importante para ele, me deixa tão feliz.

TAEHYUNG ON

– Vamos visitar a Minzy? – Chamei.

– Vamos. Deixa eu só vestir uma roupa adequada.

– Oh. – Levantei de cima dele correndo, ao me lembrar que o mesmo se encontrava apenas de cueca.

– Calma, Bombonzinho. – Jeon ria da minha cara de tomate.

– Ande logo. Vista essa roupa. – Tampei os olhos e fiquei sentado ali, curtindo minha vergonha.

– Pronto, já estou vestido. – Ele se aproximou e tirou minhas mãos de cima dos meus olhos. – Não sei porque tem vergonha de me ver de cueca. Já tomamos banho juntos, já fizemos sex...

– Cala a boquinha. – Cantarolei. – Vamos ver a Minzy. – Puxei o alfa do quarto e saímos para procurar a pequena.

Caminhamos até a ala infantil e eu pude ver a mesma com uma mochilinha nas mãos.

– O que está fazendo aqui a essa hora e de mochila? – Perguntei preocupado.

– Ei Tae, ei Kookie. – A garota deu dois pulinhos e me abraçou. – Eu vou para a escola.

– Que escola?

– Não é bem uma escola. – Ela sorriu. – Temos alguns campistas aqui que vão nos ensinar a ler e escrever e colorir...

– Você ainda não lê? – Jungkook coçou a cabeça.

– Ela só tem cinco anos. – Falei como se fosse óbvio.

– Mas eu sei ler. – Minzy cantarolou. – Eu vou lá para aprender a desenhar bonito e a fazer contas de matemática.

– Você sabe ler? – Perguntei assustado.

– Eu sei. – Ela fez um biquinho. – Minha mamãe me ensinou.

– Ah, então você tem uma mamãe e um papai, certo? – Me sentei ali e comecei a puxar assunto.

– Tenho. – Ela sorriu. – Mas eles sumiram de mim.

– E você só tem a eles?

– Não. – Minzy sentou no meu colo. – Tenho você e o Jungkook.

Sorri. Tão inocente.

“Ela não sabe do irmão?” – Jungkook ficou assustado.

– Você não tinha irmãos? – Perguntei.

– Não.

– A que chato, acredita que eu também nunca tive? – Me levantei e a peguei no colo, entregando sua mochilinha para Jungkook. – Vamos levar você até a escola. Onde é?

– Lá do lado de onde as pessoas treinam com a mente. – Ele falou simples. – Tem uns campistas lá que são gênios e eu vou ficar lá.

– Então você é uma gênia? – Sorri.

– Tae, ela tem cinco anos e sabe ler. – Jungkook sorriu soprado. – Ela é muito mais inteligente do que outras crianças.

– E vou aprender matemática. – A pequena completou, tirando vários sorrisos doces de nós dois. – É a primeira vez que alguém me leva para a escola.

– Pois então, nós vamos te buscar também, você quer? – Jeon encarou a miniatura de alfa no meu colo.

– Buscar não precisa, porque os professores vão nos deixar de volta na casa.

– Ah então, amanhã, nós voltaremos bem cedo e te levamos de novo. – Falei firme.

– Então tá. – Ela passou os bracinhos em volta do meu pescoço e me abraçou. – Seu colo é tão quentinho, Tae.

– Então, quando estiver com frio, você vem correndo para mim, que eu te esquento. – Apertei ela contra meu peito e não quis mais soltar.

Eu definitivamente amava aquela pequena alfa.

**

Depois de deixar Minzy na escola, eu e Jungkook ficamos caminhando pelo alojamento. Treinamos um pouco, tentamos tocar harpa – o que foi um desastre -, roubamos maçãs do pé, saímos correndo para o refeitório na hora do almoço e disputamos quem chegaria primeiro – claro que eu perdi -, nós escalamos árvores e quando estávamos lá no topo, Jungkook ficou me encarando como se fosse me morder.

– O que foi, seu maluco? – Perguntei, sorridente.

– Você fica tão lindo quando está sorrindo. Sua felicidade me afeta de tal maneira, que eu me sinto obrigado a te fazer sorrir todos os dias. E eu quero muito fazer isso.

– Ah... – Virei o rosto, envergonhado.

– Seu bobo, para de ficar vermelho quando eu falo essas coisas.

– Não consigo. – Falei rápido. – Vamos descer, antes que nós caímos daqui.

Voltamos a descer da árvore e como sempre, Jungkook chegou no chão antes de mim.

– Vem. – Ele esticou os braços e segurou minha cintura, me ajudando a descer da árvore.

Voltamos a andar e ele segurou minha mão.

– Eu esqueci de te perguntar se eu te machuquei, ontem.

– Não machucou, não. – Respondi. – Está tudo bem.

– Que bom, Bombonzinho. – Ele sorriu e puxou uma florzinha branca de uma árvore, colocando-a na minha orelha.

– Foi perfeito. – Tentei engolir a vergonha e o abracei.

Jeon passou os braços em volta da minha cintura e deixou meu corpo bem colado ao dele. Que abraço mais gostoso. Tão apertado.

Virei um pouco o rosto e decidi fazer uma coisa que acho que ele sempre esperou que eu fizesse. Tomei iniciativa e o beijei.

De início, foi um beijo tímido, apenas como nossos lábios se movimentando lentamente, até que eu pedi passagem para aprofundá-lo e a recebi permissão, na hora.

Kookie me apertou mais contra ele e segurou minha nuca, fazendo o beijo ficar cada vez mais intenso. Estávamos num lugar afastado do alojamento, então ninguém nos veria, a não ser que algum casal tivesse a mesma ideia que nós dois. Os pássaros cantavam e a brisa da tarde batia em nós com tanta calma, como se estivesse nos envolvendo numa camada de amor natural.

Um beijo em meio a natureza.

Por que estávamos tão próximos assim, já que o cio dele não nos interfere? Será que definitivamente nós estamos mais e mais apaixonados e mais entregue um ao outro e mais dependentes um do outro? São tantos “E mais...”, que eu prefiro deixá-los para lá e curtir esse momento com meu alfa.

Eu achava que custaria a olhar na cara dele de novo, depois do que fizemos ontem. Claro que eu fiquei morrendo de vergonha por ver o tanto que eu o arranhei nas costas e nos ombros, mas eu me sentia mais tranquilo do que antes. Saber que ele considera que perdeu a virgindade comigo me deixou tão feliz e com uma grande esperança de algo que eu não sei o quê. Só sei que eu o quero cada vez mais. Meu coração o quer cada vez mais e eu sou capaz de dizer isso para ele quando estiver um pouco menos envergonhado.

Eu preciso dele.

Separamos o beijo com selinhos curtinhos, mas sem nos afastar muito, porque eu já agarrei o pescoço dele e o apertei de volta num abraço.

– Está com vergonha de me beijar agora? – Ele riu soprado e acariciou meus cabelos.

– Não, eu só não quero que você se afaste de mim. – Soltei, sem pensar.

– Eu nunca vou me afastar de você.

– Você promete? – Por que estou tão manhoso? Ah não, Taehyung, se recomponha. Não deixe esse lado ômega tomar conta de você.

– Prometo. – Ele gargalhou baixinho e se soltou do abraço. – Vem cá. – Jeon virou de costas e esticou o braço para que eu pudesse subir nas suas costas.

– Não sei se é seguro. – Brinquei.

– Ah ande logo. Está chamando seu alfa de fracote?

– Não. – Apoiei nos seus ombros e tomei impulso, entrelaçando minhas pernas na sua cintura. – Mas não quero que pegue na minha bunda. – Cochichei.

– Eu não tinha pensado nisso, mas já que falou...

– Não ousa. – Dei-lhe um tapa no braço.

– Ah, tudo bem. Vamos voltar para a casa.

– Vá pulando, como se fosse um cavalinho. – Soltamos uma gargalhada exagerada.

– Você quer cavalgar em mim? – O moreno me olhou sobre os ombros e eu fechei a cara na hora.

– Seu abusado, pervertido. – Xinguei e mordi sua orelha sem dó.

– Porra, Taehyung. Isso dói.

– É para doer. – Gritei.

– Nossa, eu só estava brincando.

– Idiota.

– Cachorro.

– Cavalo.

– Olha aí, me chamando de cavalo de novo. Depois não vem me morder.

– Cala a boca. – Escondi meu rosto no seu pescoço. – Só vai e calado. Se falar um A, eu vou te morder de novo.

– Ah, tá bom.

**

Eu e Kookie estávamos sentados na cama jogando vídeo game, quando nossos celulares receberam mensagem nova:

“Bando de cuzão, Jinhong está no meu quarto. Podem vir resolver as coisas.” – Hoseok mandou mensagem no grupo.

“Vou te dar uns tabefes para aprender a me chamar de cuzão” – Brinquei. “Estou indo, Hope”

 – Hope? – Jungkook me encarou com a testa franzida.

– Está com ciúmes? – Provoquei.

– Estou. – Ele disse simples e eu fiquei rindo da cara dele.

– Não fique, benzinho. – Falei com a voz fininha e apertei seu nariz.

– Se você prometer chamar só eu de benzinho, eu deixo de sentir ciúmes.

– Mas é só você que é meu benzinho. – Sorri. – E eu duvido que vai deixar de sentir ciúmes.

– Vai me chamar assim mais vezes? – O alfa levantou uma sobrancelha e ficou me encarando.

– Tá, tudo bem. – Revirei os olhos. – Vamos logo. – Tentei tirar o controle do vídeo game de sua mão, mas ele foi mais esperto que eu e levantou o braço na hora. – Me dá esse controle?

– Não.

– Ah, Jungkook, o Jinhong deve ter mais o que fazer, acha que ele vai ficar nos esperando lá?

– Então me dá um beijinho, aí eu te dou o controle.

– Ah, vai se foder. – Na minha tentativa falha de levantar da cama, eu acabei agarrando nele e fiz nós dois cairmos no chão.

– Olha o que você fez. – Ele gargalhou e se aproximou de mim. – Era só ter me beijado.

– Ok. – Levantei a cabeça de uma vez e mordi seu lábio inferior com força, o puxando para mais perto.

– Droga, isso doeu. Por que está me mordendo assim?

– Porque eu quero. – Falei baixo e o beijei de novo, mas dessa vez, foi só um selinho demorado.

– Já sei porque gosta de me morder. – Ele sorriu de lado.

– Ah é? Acha que é o porquê?

– Porque você me acha gostoso.

– Filho da mãe. – Deixei um sorriso escapar. – Não vai perder oportunidade de me fazer passar vergonha, não é?

– Não mesmo. – Jeon disse decidido e me beijou rápido, saindo de cima de mim, logo após e me puxando junto. – Vamos até o quarto dos gêmeos, logo.

**

– Nossa, vocês demoraram. – Yoongi me olhou perverso.

– Desculpa. – Falei rápido, para evitar que ele começasse com os comentários desnecessários. – Ei, Jinhong. – Cumprimentei o ômega que estava com um MacBook em cima das pernas.

– Ei, Taehyung. Ei, Jungkook. – Ele respondeu.

– Vamos começar? – Hoseok perguntou.

– Vamos. – Namjoon puxou Jin para mais perto dele e nós fizemos uma rodinha em volta do gênio do computador.

– Na verdade, eu consigo fazer isso bem rápido. – Ele começou.

– O que de fato você vai fazer? – Perguntei.

– Vou conectar no servidor e invadir o computador do diretor.

– Você sabe fazer isso? – Jin parecia assustado.

– Eu sou um gênio. – Ele respondeu, enquanto suas bochechas ficavam coradas. – Minha genialidade é voltada para tecnologia. Posso criar robôs, invadir sites importantes, invadir computadores alheios...

– Você estuda com a Minzy? – Jungkook perguntou.

– Não, eu dou aula para ela. Mas a pequena é gênia em matemática. Ela aprende de tudo com facilidade, mas com matemática ela é ótima. – Jinhong respondia tudo sem tirar os olhos da tela, enquanto seus dedos se moviam freneticamente por cima do teclado. – Aguarde... e... prontinho. – Ele girou o computador na minha direção. – Esse é o computador do diretor, faça bom proveito.

– Me dê licença. – Yoongi plugou um HD externo no notebook e começou a copiar uma pasta de arquivos de lá. – Vou copiar isso antes que ele perceba que está sendo invadido.

70%, 80%, 90%, 100%. Cópia concluída com sucesso.

– Pronto. Agora saia daí. – Ele devolveu o MacBook para o ômega e plugou o HD no seu próprio notebook. – Ah, está criptografado.

– Deixe-me descriptografar para você. – Jinhong sentou-se ao lado de Suga e assim fez o seu trabalho.

– Eu não entendo nada do que vocês dizem. – Jin fez uma careta.

– Imagine que você tem uma caixa trancada. – Falei. – Agora, você precisa de uma chave para abri-la. Na computação, é assim que funciona a criptografia. Algo está “trancado” e você precisa de uma chave para descriptografar, ou seja, uma chave para abrir. Usamos isso para proteger coisas que não queremos que os outros descubram, como senhas e etc. Foi por isso que o diretor colocou criptografia nos dados do seu computador.

– Você entende de computação? – Jeon arregalou os olhos para mim.

– Não tanto quanto o Jinhong, mas conheço conceitos, sei fazer algumas coisas e sei para que muitas servem.

– Que legal. – Namjoon bagunçou meu cabelo.

– Pronto. – Yoongi sorriu e por fim, abriu a pasta, procurando os relatórios da Minzy e do Minhyuk. – Ah não... – Ele resmungou.

– O que foi? – Perguntei, preocupado.

– Aqui diz que mataram os pais da Minzy.

– O que? – Quase gritei.

– Olha, eles foram assassinados por esconder da sociedade algo tão perigoso e ter colocado muitas vidas em risco.

– A Minzy. – Jungkook respirou fundo. – Eles esconderam a Minzy.

– Isso mesmo. – Yoongi voltou a falar. – Eles eram Vitae e Mortem, também. Quando os gêmeos nasceram, o Minhyuk foi o primeiro a vir ao mundo. Alguém pegou a criança dentro do próprio hospital e sumiu com ela, porque uma criança vinda de raças assim, pode ser perigosa. Porém, o que não sabiam, é que eram gêmeos. Minzy nasceu pouco depois, mas eles já tinham se preocupado em levar o menino, então, não viram o nascimento dela. Depois de descobrirem sobre o sequestro do Minhyuk, os pais fugiram e passaram a viver escondidos, para evitar que fizessem algo à Minzy.

– Nossa... – Meus olhos lacrimejaram.

– Mas como nada é perfeito, descobriram sobre ela, e a trouxeram para cá, após descobrirem que ela é uma Vitae. Mas os pais, infelizmente... – Yoongi não terminou a fala, e engoliu em seco. – Minhyuk viveu a vida inteira sob os cuidados dessa clínica. Ele meio que foi adotado por algumas pessoas que poderiam fazer papel de pais, mas sempre, sob o olhar do pessoal da clínica.

– Foi por isso que o diretor estava com cara de preocupado no dia que a Minzy veio para cá. – Lembrei. – A Minzy não ganhou a marca com cinco anos, ela já nasceu com ela. Mas só descobriram da existência da mesma, uma semana antes de ela vir para o alojamento.

– Exatamente. – Yoon me fitou com um olhar triste. – Aqui fala mais coisas cobre o Minhyuk.

– Então leia. – Jungkook encarou o chão.

– Ok. – Suga voltou a dar atenção para o computador. – Ele é um Mortem, significa que controla coisas mortas. Aqui diz que uma criança Mortem pode dar vida a plantinhas mortas.

– Dar vida? – Perguntei. – Mas ele não controla coisas mortas?

– Exatamente, Tae. Não tem como dar vida a algo que já está vivo. – Jin sorriu.

– Eu estou confuso. – Jimin gargalhou.

– Olha amor, ele controla o que está morto. – Yoongi falou, se direcionando para o ruivo. – A planta está morta, mas ele pode fazê-la viver. Do mesmo jeito que pode fazê-la crescer, mesmo estando morta. A partir dos 15 anos, eles podem controlar animais. E só depois dos 21, eles controlam aquilo que um dia foi um ser humano.

– Igual a Minzy. – Falei.

– Exatamente. – Namjoon se aproximou com o celular nas mãos. – Ele parece perigoso.

– Mas não é. – Suga sorriu de lado. – Esse tempo todo, ele sempre se preocupou em dar vida aos bichinhos que morriam, como passarinhos, esquilos...

– Agora vamos falar sobre a clínica. – Nam desbloqueou o celular. – A clínica é um lugar que levam algumas pessoas para fazer estudo delas. O Minhyuk está lá, porque eles queriam estuda-lo e já estão de olho na Minzy também. Eles fazem exames um tanto peculiares...

– Como assim? – Jin perguntou.

– Por exemplo, se você controla as coisas com a mente, eles te dão um choque na cabeça para ver até onde você consegue chegar.

– O que? – Jinhong estremeceu e Hoseok o abraçou.

– Meu sonho... – Sussurrei. – Eu sonhei que davam choque na Minzy, gente.

– Calma. – Jungkook veio se sentar perto de mim.

– Lá, eles têm uma tecnologia, desconhecida por mim, que se a clínica é invadida por alguém que tem poderes, eles descobrem na hora. É tipo um scanner.

– Droga, como que eu vou invadir esse lugar? – Revirei os olhos.

– Você está brincando, não está? – Jungkook quase berrou no meu ouvido. – Eles dão choque nas pessoas.

– Ele não estará brincando se absorver os meus poderes. – Yoongi sorriu de lado e quase foi fuzilado por Jeon. – Eu sou capaz de disfarçar.

– Mas isso não deixa de ser um poder. – O alfa lembrou. – Eles vão te achar de qualquer jeito.

– Calma, ninguém vai tomar medidas antes da hora. – Namjoon se pronunciou. – Tae, você não vai lá, até porque, a Minzy está em segurança.

– Mas e o Minhyuk? – Perguntei.

– Ele mora lá desse os cinco anos, acha que ninguém notaria a falta dele?

– Mas...

– Tae, não. – Nam falou sério. – Se você teimar, eu conto para o meu pai.

– Droga, Namjoon. – Xinguei.

– Tem que ser assim. Você quer invadir um lugar desconhecido e extremamente perigoso. Temos que estudá-lo primeiro. Nada se resolve na pressa.

– Nam está certo. – Jungkook afagou minhas costas. – Depois que estudarmos mais um pouco sobre o assunto, nós podemos fazer alguma coisa. Mas até lá, quietinho aqui.

– Ah gente... – Reclamei.

– Tae, depois que soubermos mais coisas sobre essa clínica, eu mesmo te ajudo. – Namjoon sorriu para mim.

– Ah, tudo bem...

– Tem muita coisa nessas pastas, eu vou vasculhar tudo, e se achar algo interessante, eu chamo vocês para darmos uma olhada. – Yoongi comentou.

– Okay, então. – Jin sorriu e puxou Namjoon para perto dele. – Bem, nós já vamos. Qualquer coisa, é só chamar.

– Nós também. – Me levantei e Jungkook veio atrás de mim. – Vou ficar pensando sobre esse assunto. – Saí do quarto, pensando nessas informações e pensando em como eu faria para invadir aquele lugar.

– Você ficou chateado comigo? – Jeon me abraçou por trás.

– Não, Kookie. – Suspirei. – Eu sei que você está certo.

– É para o seu bem. Não podemos invadir um lugar que não conhecemos.

– Eu sei. – Cochichei. – Vamos encerrar esse assunto, antes que alguém nos descubra.

– Tá bom.

**

Estava sentado perto de uma árvore, quando Baekhyun chegou perto de mim.

– Oi, Tae.

– Ah, oi. – Falei baixo.

– Eu posso falar com você?

– Já está falando. – Ri de nervoso.

– Eu queria te pedir desculpas.

– Pelo quê?

– Pelo que eu fiz com você. Aquilo tudo, os machucados, as palavras que disse, tudo o que eu fiz...

– Tudo bem. – Sorri de lado, torcendo para que ele fosse embora.

Com muita dificuldade, ele se sentou ao meu lado. Droga.

– É sério. – Ele tocou meu queixo e me fez olhar para ele.

– Não me toque. – Falei rápido.

– Estou pedindo o mais sincero perdão. – O alfa respirou com dificuldade. – Você não merecia aquilo e eu acabei com qualquer chance que eu tinha de me tornar seu amigo.

– Tá, tudo bem. – Fiquei sem jeito.

– Eu sei que não estou em condições, mas se precisar de mim para alguma coisa, é só chamar, ok?

– Obrigado, Baek. – Fiquei encarando o outro que fazia uma careta, toda vez que puxava o ar. – Está sentindo dor?

– Eu não consigo respirar direito, depois que meu pulmão foi perfurado. Dói muito, além de não suprir minhas necessidades respiratórias.

– Você foi bem castigado, em. – Falei.

– Também perdi meus poderes. – O alfa sorriu. – Mas nada se compara em perder sua amizade.

– Hum...

– Eu tenho que ir para a enfermaria todo dia, para passar por um procedimento, em que os aparelhos me ajudam a respirar, se não, eu morro com a quantidade de gás carbônico que fica no meu organismo.

– Você sabe que eu não vou pedir desculpas em nome do Jungkook, não sabe?

– Sei, não tem necessidade disso. Ele só te protegeu.

– Que bom que sabe. – Ri soprado. – Espero que melhore. – Toquei seu ombro e me levantei.

Virei de costas para ele e passei a andar na direção da casa. Quando olhei para frente, encontrei Jungkook apoiado na porta, com os braços cruzados e me fuzilando com os olhos.

Droga.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...