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História Link - Wolf


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 29 - Wolf


Fanfic / Fanfiction Link - Wolf

JUNGKOOK ON

Depois daquela confusão toda lá fora e depois de entrar muito puto no meu quarto, eu parei para pensar no que eu tinha feito.

Taehyung está com os hormônios em guerra, está carregando o nosso filho e ao invés de ficar com ele, eu saio para treinar. Obviamente, ele se sentiu abandonado e só, num momento em que eu deveria estar lhe fazendo companhia; mas uma sensação de proteção toma conta de mim, como se eu precisasse treinar pesado para proteger minhas duas preciosidades de qualquer coisa.

Sem saber disso, claro que ele iria buscar apoio de outro alfa, mas esse alfa não poderia ser outro? Talvez não. Se fosse outro, eu acho que ficaria mais revoltado ainda.

Na hora do almoço, todos nós estávamos sentados na nossa mesinha de sempre, menos ele. De longe, eu o vi pegar um prato com um pouco de comida e sair dali. Ele não quis se sentar comigo e nem ao menos olhou na nossa direção.

– O Tae não vem almoçar? – Jin perguntou, quando passou a fitar o mesmo ponto que eu olhava.

– Provavelmente não. – Respondi baixo. – Eu briguei com ele.

– Mas você é um mané viu, Jungkook. – Yoongi, doce como sempre se manifestou.

– Eu sei. – Falei por fim, para evitar de render assunto.

Jinhong pareceu perceber que eu não queria falar mais nada sobre o ômega, e colocou sobre a mesa, um objeto metálico, do tamanho de uma castanha.

– Olhem o que eu fiz... – Falou baixo, devido a sua vergonha.

– O que é isso? – Yoongi franziu o cenho e encarou o objeto à sua frente.

– Um rastreador. – Sorriu. – Eu sou um gênio da computação, se lembram? Robótica também se encaixa.

– E o que ele faz? – Jin pareceu animado ao descobrir o que era aquilo.

– Me passa a localização, onde ele estiver. – Jinhong pegou a bolinha de volta. – Se eu deixa-lo com algum de vocês, ele me dirá onde vocês estão.

– Por isso o nome de rastreador. – Yoon sorriu irônico.

– Idiota. – Jin mostrou a língua para o ômega, que apenas sorriu com o ato.

– Eu posso arremessa-lo à distância e fazer ele grudar em algum lugar específico. – Hong continuou a explicar as coisas sobre seu pequeno robô.– Tem câmera e escuta, mas as vezes, está última não funciona muito bem. Precisa de alguns ajustes.

– Você é incrível. – Hoseok passou a elogiar o “namorado” e eu confesso que me senti bem triste ao ver que eles estavam tão bem e eu e o Tae estávamos tão mal.

Durante o almoço, todos ficaram jogando conversa fora, brincando e falando do rastreador, enquanto eu só pensava no Tae e em como ele deveria estar chateado comigo.

Eu precisava fazer algo.

TAEHYUNG ON

Depois que o Baek foi liberado da enfermaria, eu disse que iria treinar um pouco e obviamente, ele quis me dar um cocão, já que o mesmo sabia que eu tinha sido afastado dos treinos, por conta da gravidez.

– São apenas arcos e flechas, Baek. – Sorri. – Não vai me exigir esforço nenhum.

– Existem outras coisas que você pode fazer para se distrair. – Ele me olhou sugestivo, sabendo que eu queria treinar para ocupar a cabeça com outra coisa. – Você toca tão bem, por que não arrisca?

– Ah, você era meu companheiro de música, não é? – Brinquei. – Quem vai se juntar a mim para tocar alguma coisa?

– Sabe o que era engraçado? – O alfa gargalhou baixinho. – Você me odiava, mas nunca ia para a sala de música sem mim. Eu tinha que tocar com você, mas com dois metros de distância.

– Eu não te odiava. – Confessei. – Eu tinha medo.

– Medo de mim?

– Medo. – Falei por fim, tentando não confessar que meu maior medo era de apaixonar por ele, já que ele sempre demonstrou um afeto muito grande por mim.

– Eu sempre quis tocar piano com você, mas quem diz que você me deixaria sentar ao seu lado para tocarmos?

– É verdade. Eu não deixaria. – Mordi o lábio. – Mas agora eu deixo.

– Não, Tae. – Baek soltou uma risada nervosa. – De jeito nenhum. Agora você tem que tocar com o seu alfa.

– Jungkook não toca piano... – Franzi o cenho. – Eu acho.

– Aposto que toca.

– Não aposta nada. – Brinquei e continuamos andando.

– Tae, eu estou morrendo de fome. – Falou. – Vai para a sala de música e enquanto isso, eu vou comer alguma coisa. Depois eu te encontro lá, tudo bem?

– Okay. – Sorri.

Baekhyun então, foi na direção do refeitório, enquanto eu caminhava para a sala de música. Quando eu cheguei ao meu destino, eu fitei o piano no cantinho da sala e, como o alfa havia dito, eu fui tocá-lo. Me sentei na cadeira e passei a tocar a primeira coisa que me veio na cabeça: uma música que minha mãe sempre cantava para eu dormir.

Pouco depois, senti a presença de alguém atrás de mim, quando de repente, a pessoa se sentou ao meu lado e passou a tocar o outro lado do piano.

Era ele.

Tirei minhas mãos das teclas e as coloquei sobre minhas pernas, deixando que ele tocasse sozinho.

– Você toca bem. – Sussurrou.

– Eu sei. – Limitei-me a dizer.

Jungkook parou de tocar e, de lado, eu pude ver que ele abaixou a cabeça.

– O que eu tenho que fazer para você me perdoar da burrada da vez?

– Hum... – Dei de ombros. – É você quem tem que se perdoar.

– Por favor, Tae? – Ele me olhou e segurou meu pulso direito, onde ele havia machucado mais cedo.

– Eu posso te pedir uma coisa?

– Pode. O que você quiser.

– Me deixe sozinho?

– Eu não posso te deixar sozinho. Não mais. Principalmente porque agora eu sei que estou te deixando magoado.

– Eu estou com medo de você. – Soltei, esperando que ele saísse dali, para amenizar minha aflição.

– Me perdoe? – Cochichou, com a voz embargada pelo choro. – Eu nunca quis que você sentisse medo de mim. Eu nunca quis fazer aquilo...

– Mas fez. – Fiquei de pé, para me afastar, já que ele realmente estava me dando medo.

– Tae? – Ele veio atrás de mim e se enfiou na minha frente, sem encostar em mim. – Eu não sei o que aconteceu comigo, eu fiquei nervoso e com medo, eu queria te proteger e acabei perdendo o controle. Mas agora eu estou desesperado. Tão desesperado que eu pensei em me desculpar com o alfa que quase te matou. Mas... por favor?

– Você me machucou, Jeon. – Afaguei meus pulsos, onde ele havia apertado e senti o lugar dolorido.

– Me perdoe?

– Jungkook, nós combinamos que não iríamos brigar por causa dele mais. Você disse que confiava em mim e prometeu que se controlaria. – Olhei nos seus olhos e logo, tentei sair de novo, mas ele me segurou.

– Taehyung, por favor, me perdoe?

– Eu te perdoo, Jungkook. Mas eu não quero ficar perto de você. Não agora. – Me soltei dele e fui para dentro da casa, me segurando para não chorar.

Eu realmente estava muito magoado e eu sentia falta do abraço dele. Eu sabia que não podia ficar longe dele e que eu precisava da sua presença, mas eu realmente estava com um pouco de medo. Jungkook ficou com os olhos vermelhos, e diferente do que Namjoon havia me falado, ele não se controlou na minha presença.

Eu entrei para dentro do quarto e me joguei na cama, querendo dormir, para tentar amenizar essa dor forte que eu sentia no peito. Abracei com todos os meus travesseiros e apertei os olhos, na tentativa falha de cair no sono; mas cenas do meu alfa com raiva e me machucando, ficaram passando pela minha cabeça e eu fiquei nervoso.

Eu realmente tinha ficado com medo.

Deixei que minhas lágrimas escorressem sem o menor medo dele aparecer ali e me ver daquele jeito. Estiquei a mão até o criado mudo que estava ao lado da cama e peguei um pedacinho de papel e um lápis, e comecei a rabiscar uma frase. Meu coração doía e quando eu me dei por mim, tinha escrito “Eu te amo, Jungkook”.

E eu realmente o amava. Muito.

Dobrei o papelzinho e escondi debaixo do travesseiro, antes de me deitar mais uma vez.

Já ouvi dizer que, quando um ômega está grávido, seu corpo se adapta para que ele proteja o bebê; e levando isso em conta, talvez eu tenha ficado com medo do Jeon, para que ele não me machuque e nem machuque o nosso filho.

Não sei bem o real motivo disso, mas eu sei que fiquei com medo e apesar de perdoá-lo, eu não quero aproximações excessivas, pelo menos por enquanto.

**

Depois de um cochilo de exatos 32 minutos, eu me senti vencido pelo meu próprio corpo e decidi me levantar, para dar uma volta no jardim e tentar esfriar a cabeça. Me sentei debaixo de uma árvore que eu costumava a me sentar e apoiei minha cabeça no seu tronco, para fitar o céu. Fiquei ali por um tempo, sentindo a brisa fresca bater no meu rosto e pensando nos últimos acontecimentos do dia. Ainda não eram nem seis da tarde e meu dia já tinha sido conturbado o suficiente para eu ficar com medo do meu alfa.

Tal pensamento fez meu coração doer.

Eu o queria.

– Tae? – Ouvi a vozinha ofegante da Minzy, e abri os olhos, para ver onde ela estava. – Tae, venha ver, venha ver..

– Calma, Minzy. – Segurei suas mãozinhas. – O que foi? – Eu não fiquei preocupado, pois a pequena alfa estampava um sorriso enorme no rosto.

– Venha logo.

– Ah, tudo bem. – Me levantei do chão e segui a garota, que agora corria na direção de uma área do alojamento que há pouco tempo, estava em reforma.

Minzy continuou correndo sem dizer uma palavra, quando por fim, abriu uma cerquinha e nós entramos num lugar que me parecia um estábulo.

E era.

– Olha, Tae. Cavalos. – Ela deu vários pulinhos de alegria. – O diretor disse que Jungkook e Kisu o trouxeram para cá.

– Ah foi? – Franzi o cenho, pensando que havia uma coisa nova no alojamento e ele nem tinha me falado nada a respeito.

– Foi sim e olha, tem um cavalinho que parece sorvete de flocos. – Ela correu para dentro do estábulo e lá eu encontrei com o Baek e com o Jinhong, que estavam escovando os animais.

– Oi meninos. – Cumprimentei e a Minzy abraçou minha perna ao ver o Baek. – Tudo bem pequena, ele é amigo. – Me abaixei e fiquei da sua altura, notando que ela o fitava profundamente, provavelmente, lendo a mente do outro.

– Tudo bem. – Falou animada e voltou a dar atenção para os animais.

– Foram recrutados para cuidarem deles? – Brinquei.

– Nós nos oferecemos para vir escová-los e trocar as águas. Tiveram duplas que se ofereceram para dar comidas; outro grupo dará banho... – Jinhong falou, enquanto brincava com uma égua branca.

– Você quer andar em algum? – Baek perguntou para Minzy, que crispou os lábios e olhou para mim, como se estivesse pedindo permissão.

Adorável.

Balancei a cabeça positivamente, incentivando-a a sentar no cavalinho de flocos. A pequena voltou o olhar para o alfa e sorriu.

– Quero. – Falou animada.

– Okay, então vamos leva-lo lá para a frente e você poderá andar tranquilamente. – Baekhyun colocou sela no animal e o levou para uma área bem grande que tinha na frente do celeiro.

Minzy parecia bem animada e até permitiu que o mais velho a pegasse no colo e a colocasse sobre o animal.

– O pelo dele é macio. – Ela enfiou os dedinhos entre a crina do cavalo e fez uma carinha engraçada. – Ele é tão macio, tão fofo... tão fofiiiiiinho. – Deu um gritinho engraçado e sorriu, mostrando os dentinhos pequenininhos que ela tinha.

Aquela cena foi tão fofa, que mesmo estando triste, eu caí na gargalhada, só por ver a felicidade da minha pequena.

Tão linda, tão inocente, tão doce...

Baek passou a andar e a puxar o cavalinho, deixando Minzy ter seu passeio em cima do cavalinho de sorvete de flocos.

– Ah que legal. – Ela falou alto, quando já estava mais afastada de mim. – Tae, você tem que vir.

– Eu não posso. – Sorri e caminhei até eles.

– E por que não? – Ainda falava alto, por estar tão animada.

– Por causa do bebê.

– Ah, não tem problema. O Baekhyun te segura e você não cai. – Quando ela disse isso, o alfa me lançou uma careta, que eu pude decifrar como “Essa garota é louca? Não inventa.”. Não me contive e gargalhei ao fitar sua expressão de desespero.

Ele mudou. Se fosse o antigo Baek, ele iria até se oferecer a montar no cavalo junto comigo.

– Por que está me olhando? – Cochichou e me tirou dos meus pensamentos.

– Porque você está na minha frente, oras. – Falei rápido. Óbvio que eu não iria elogiá-lo assim; prefiro guardar essas coisas só para mim.

**

JUNGKOOK ON

Depois de ouvir do Tae que ele estava com medo de mim, eu passei a me sentir a pior pessoa desse mundo. Como eu posso ter feito aquilo? Ele não merece; nosso filho não merece.

Já que ele havia me pedido um tempo para ficar sozinho, eu resolvi atender esse pedido e não ir atrás dele, o que me levou a ficar mais um tempo na sala de música, apenas observando cada instrumento que tinha ali.

Depois de uns 40 minutos naquele lugar, eu resolvi ir até os cavalos, para ver se estava tudo certo com eles e ver como o diretor tinha feito a separação de quem cuidaria dos animais.

No meio do caminho, eu fiquei pensando em qual seria a reação do Tae ao vê-los e quais seriam os nomes que ele daria aos bichinhos.

Quando eu me aproximei do estábulo, outra cena fez eu congelar no meio do caminho e sentir toda aquela raiva voltar. Taehyung estava ali, com Baekhyun e Minzy, enquanto a mesma era posta sobre um cavalo menor, pelo alfa, e demonstrava estar super feliz ali, com eles.

A garotinha dava gargalhadas de felicidade, enquanto os outros dois a acompanhavam e sorriam de cada coisa que ela fazia. Baekhyun puxava o cavalinho bem devagar, deixando que a pequena desfrutasse do passeio. Taehyung os acompanhava e chegou até a encarar o alfa, de forma adorável, quando Minzy disse “O Baekhyun te segura e você não cai”.

Baek gargalhava e caminhava de uma forma bem natural, o que me levou a crer que ele havia sido curado – provavelmente pelo Tae – e isso me deixou mais bravo ainda.

Eles pareciam felizes. Sorridentes e animados.

Os três e meu filho.

Como uma família.

Eu senti minhas lágrimas descendo e saí correndo para o meio das árvores. Taehyung queria distância e estava com medo de mim, tal sentimento que ele não tinha pelo alfa que quase o matou.

Eu queria voltar naquele estábulo e destruir aquele alfa maldito. Ele está me tirando o meu ômega e agora, a Minzy. Eu queria soca-lo e fazê-lo sufocar com o próprio sangue.

Meus olhos já tinham tomado o tom avermelhado mais uma vez, e minha raiva chegou ao limite, me fazendo explodir de ódio e socar uma árvore, quebrando-a ao meio. Meu corpo começou a esquentar de um jeito que nunca havia esquentado antes e parecia que eu ia pegar fogo. Caí de joelhos e cravei minhas unhas no chão, sentindo aquele calor insuportável me consumir, enquanto minhas presas iam crescendo e meus sentidos ficavam mais aguçados.

Eu me levantei de uma vez e corri. Quando eu vi que logo mais à frente tinha um solo mais baixo do que eu estava, eu dei um salto e senti meu corpo todo se transformar, fazendo-me entrar na forma de um lobo. Todo aquele calor se esvaiu, mas meus sentidos continuaram fortes, me permitindo que eu sentisse o cheiro do meu ômega e ouvisse suas risadinhas com os outros alfas, na arena dos cavalos.

Não consegui conter tal frustação e soltei um rosnado alto, antes de caminhar para perto do lago e fitar meu reflexo. Um lobo acinzentado, com alguns pelos negros e olhos completamente vermelhos.

O céu já estava quase escuro e a lua podia ser vista. Caminhei até uma pedra mais alta e, quando eu vi que estava na altura certa, respirei fundo e soltei toda a minha frustação em forma de uivo.

Um alfa lúpus completo.

Raríssimo.

Eu.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


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