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  3. E o nome do bebê será?

História Link - E o nome do bebê será?


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 35 - E o nome do bebê será?


Fanfic / Fanfiction Link - E o nome do bebê será?

TAEHYUNG ON

O restante da semana foi meio tenso. Jungkook sempre vinha me perguntar se de fato era uma boa ideia irmos atrás dos pais dele, com mil e um argumentos de que eles poderiam não gostar da nossa visita surpresa. Depois de muito insistir e colocar mil e dois motivos para irmos atrás deles, aparentemente ele está aceitando essa ideia de bom grado.

– Acha que deveríamos levar alguma coisa? – Ele me perguntou quando entramos no carro.

– Como assim?

– Sei lá, um presente para eles, ou... não sei, Tae...

– Me diz você, Jungkook. – Coloquei o cinto. – As visitas que vão na sua casa costumam levar algo para eles?

– Eu não sei. Normalmente eu fico dentro do quarto e... – Respirou fundo. – Eles não me deixavam perto de outras pessoas, esqueceu?

– Hum, tá. – Suspirei. – O que acha de levarmos alguns bombons para eles? Não vai parecer algo formal e também não vamos chegar lá de mãos vazias.

– Tudo bem. – O alfa ligou o carro, com as mãos trêmulas. – Eu sei de um lugar que vende alguns bombons que minha mãe gosta.

– Ah, que ótimo. Então vamos. – Jungkook deu partida no carro e nós fomos até a loja que vendia os tais bombons. Sem demorar muito, escolheu a caixa que ele sabia que sua mãe iria gostar, e logo, dirigiu até a sua casa.

– Não acha que deveríamos ter ligado antes e avisado que viríamos? – Me olhou de lado, com uma expressão triste no rosto.

– Não acho, não. – Desprendi do cinto e abri a porta do carro. – Vamos logo, Jungkook!

O alfa soltou um resmungo dentro do carro, mas me seguiu, parando do meu lado, em frente ao portão da sua mansão.

– Tae, eu... – Antes que ele continuasse a fala, eu apertei o dedo o interfone, fazendo ele arfar desesperado. – Taehyung, eu estava me preparando psicologicamente para isso.

“Pois não?” – Uma voz feminina soou do aparelho.

– Fala logo. – Cochichei para ele, que me encarou assustado. – Anda, Jungkook!

“Quem está aí?” – A pessoa insistiu e não obteve uma resposta. “Olha, se estão brincando...”

– Yejin, sou eu, Jungkook. – Criou coragem e falou rápido.

“Kookie?!” – Ela parecia assustada, mas mesmo assim, liberou o portão e nós entramos.

– Quem é Yejin? – Perguntei.

– Uma moça que trabalha aqui há muito tempo. Foi quase uma babá para mim... – Respirou fundo. – Ela foi mais minha mãe do que minha mãe de verdade.

– Entendo. – Decidi não render assunto, antes que ele ficasse chateado com algo e desistisse de continuar.

Nós continuamos andando, até chegarmos na porta da frente da casa. Jungkook respirou fundo e quando esticou a mão para bater na porta, alguém a abriu com rapidez.

Sua mãe.

– K-Kook? – Ela tinha os olhos marejados e alternava o olhar entre mim e ele. – Vocês vieram! – Num ato impensável, ela o abraçou forte e pôs-se a chorar silenciosamente, enquanto acariciava os cabelos do filho.

O alfa ficou sem saber o que fazer, parece que ele nunca ganhou essas demonstrações de carinho, vindas por parte dos pais. Ele segurava minha mão forte e apertava os olhos, aparentemente para segurar o choro.

“Retribua o abraço” – Pensei, soltando sua mão, para que ele pudesse abraçar sua mãe também.

Meio relutante, Jungkook apoiou as mãos na cintura da ômega, mas logo a envolveu com seus braços e deixou que as lágrimas saíssem.

Por um segundo, eu me senti intruso naquele momento, e pensei que teria sido melhor se isso tivesse acontecido só entre os dois. Eles são mãe e filho, eu não sou nada e ainda estou aqui, olhando tudo bem de perto.

Mas eu prometi a ele. Prometi que estaria ao seu lado quando ele precisasse e com certeza, esse é um momento em que ele precisa de mim.

– Mãe? – Sua voz me despertou dos meus pensamentos e me fez voltar a encará-los, já que eu passei a fitar um ponto qualquer do jardim, para não ficar tão incômodo.

– Oi, meu filho?

– Eu... eu trouxe isto para você. – O alfa lhe entregou a caixa com os bombons e tirou um sorriso bobo da outra.

– Obrigada! – Respondeu animada. – Ah, vamos entrar, aí você me apresenta o seu ômega e assim, o seu pai também o conhece e nós poderemos conversar sobre tudo o que quiser e quem sabe vocês não almoçam aqui conosco, eu acho que será divertido e...

– Mãe, calma. – Respondeu sem graça e pegou na minha mão de volta. – Vamos entrar, então.

– Ah sim, venham. – A mais velha pôs-se a caminhar para dentro da casa e nós a seguimos. Para mim, ver o interior daquela mansão foi meio absurdo, já que a sala de estar, parecia ser maior que minha casa inteira.

Colunas de mármore claro se entendiam por ela, os móveis todos eram brancos ou tinham um tom bem claro, como o pérola dos sofás. O porcelanato do chão era tão limpo e brilhante, que parecia que ninguém pisava ali, a não ser que tivesse de meia ou descalço.

– Podem se sentar, que eu vou chamar o seu pai. – A ômega falou e me sentei ao lado do Jungkook, sobre um dos sofás, enquanto ela se afastava.

– Você está muito nervoso? – Perguntei, já sabendo a resposta. Ele apenas assentiu. – Não fique. – Segurei sua mão. – Eu estou aqui com você.

– Obrigado, Bombonzinho. – Sorriu sem mostrar os dentes e passou a fazer carinho no dorso da minha mão.

– Kookie? – Uma senhora apareceu no cantinho da sala, mas não caminhou até nós.

– Yejin? – O alfa se levantou rapidamente e caminhou às pressas até a senhora, antes de envolve-la num abraço apertado. – Olhe, Jin, este é o Taehyung. – Eu me levantei e fui até eles, pensando rapidamente que a senhora não entraria na sala se estar. – Ele é meu noivo. – Disse por fim, tirando um sorriso aberto dos meus lábios, por ter me apresentado como seu noivo e não como seu ômega.

– Ele é tão lindo, Kookie. – Yejin também me abraçou. – Você já está noivo... que orgulho!

– E eu vou ser pai, Jinjin. – Jungkook se posicionou ao meu lado e acariciou a minha barriga.

– Oh, eu não acredito! – Ela tampou a boca com suas mãos e arregalou os olhos para nós. – Eu te vi nascer, meu pequeno! Agora você me diz que vai ser pai!

– Pois é... ainda não sei se vai ser um menino ou uma menina... mas já está aqui. – Ele me abraçou por trás e sorriu.

– Meus parabéns para vocês dois. – Yejin falou com um tom de mamãe orgulhosa. – Eu desejo tudo de bom para vocês e torço para que sejam felizes.

– Nós seremos. – Falei de maneira terna.

– Obrigado, Jinjin. – Kook se aproximou da senhora mais uma vez e lhe deu um beijo na testa.

– Ah, Jeonzinho, não me faça chorar. – Ela abanou as mãos e secou os olhos rapidamente. – Eu preciso continuar o meu trabalho. Estou fazendo o almoço... espero que fiquem aqui, posso fazer a sobremesa que você mais gosta que eu faço.

– Eu fico, só pela sobremesa. – O alfa falou de maneira brincalhona e deixou que a senhora voltasse ao trabalho.

– Jeonzinho? – Perguntei, quando voltamos para o sofá.

– Ela sempre me chamou de Jeonzinho ou Pequeno Senhor Jeon. – Sorriu nostálgico.

– Fica fofo. – Cutuquei suas bochechas. – Jeonzinho...

Pouco depois, a mãe de Jungkook voltou para a sala, acompanhada do seu pai. Inicialmente, eu senti aquela mesma tensão, que estava no ar quando nós chegamos na mansão. Mas, assim como a esposa, o Senhor Jeon caminhou até o filho e o abraçou, fazendo o ambiente ficar um pouco mais leve.

– Me apresente o seu ômega. – O alfa tentou conter as lágrimas e olhou para mim.

– Rm, bem, pai e mãe... – Kook pegou minha mão e me colocou ao seu lado. – Este é o Taehyung e ele é o meu noivo.

– Noivo? – Sua mãe abriu um sorriso largo. – Vocês vão se casar?

– Vamos. – Respondeu em alto e bom som e sorriu para mim.

– Ah nossa, que ótimo ouvir isso. – Meu sogro gargalhou. – Vamos, sentem-se! Vejo que temos muito o que conversar! – E assim nós fizemos. Sentamos os quatro e Jungkook começou a contar a nossa história, desde quando ele entrou no alojamento até hoje – obviamente, cortando as partes desnecessárias.

Quando o clima pareceu estar muito mais leve e bem mais tranquilo, Jungkook deu mais uma golada no seu suco e criou coragem para perguntar:

– E quanto a vocês? – Pigarreou. – Vejo que têm muito o que me falar também, certo?

– Ah, certo! – Sua mãe se ajeitou no sofá. – Você merece saber de tudo, apesar de que a verdade, você já tem conhecimento.

– Sim, mas eu quero saber os detalhes. – Insistiu. – Essa tia sabia da minha existência? Ela já tinha me visto? E por que ela tinha essa ideia maluca?

– Jungkook, sua tia sempre foi uma pessoa bem louca e bem inteligente. Quando éramos mais novas, eu achava que ela era maluca daquele jeito, porque isso era dela, sabe? Nunca imaginei que era loucura de verdade. Ela sempre era conversada demais, exagerada demais, sempre falava alto e muitas vezes, coisas que a gente não entendia... parecia que ela vivia no mundo da lua, porque vivia estudando e fazendo experimentos, coisa que para mim, era normal, já que desde que eu entendo por mim, ela sempre foi daquele jeito. Muitas vezes, ela chegava atrasada para o jantar, toda suja de um produto esverdeado e com o cabelo todo bagunçado, dizendo que mais um experimento tinha dado errado e que ela tinha que estudar mais. Sua tia acordava de madrugada e ficava falando que tinha encontrado a solução para o problema, fazendo assim, um tanto de rabiscos numa folha de papel, para não esquecer o que havia descoberto.

– Que loucura. – Kook comentou.

– Sim, ela era muito louca e desde que eu conheci sua mãe, eu sabia que ela era assim, mas ninguém acreditava em mim. – Seu pai falou baixo.

– Até que um dia... – A ômega levantou as sobrancelhas e respirou fundo. – Ela bebeu muito durante uma festa que tínhamos dado na casa dos seus avós, e saiu falando que todos iam se arrepender por terem deixado ela de lado e por terem me amado mais do que amaram ela. Sua tia disse que sempre foi apaixonada pelo seu pai e que ele nunca teve olhos para ela, assim como os nossos pais sempre gostaram mais de mim. Confesso que seus avós confiavam mais em mim para fazer as coisas, assim como passavam muito mais tempo ao meu lado... mas era ela que se afastava de todos, ela preferia ficar presa dentro do laboratório de química dela, do que passar um tempo em família. Ela sempre se excluiu e depois, achou que eram as pessoas que faziam isso com ela.

– Nossa! – deixei escapulir.

– Pois é... – Minha sogra continuou. – Neste dia, ela foi embora de casa, com a promessa de que iria se vingar, e que iria ser o tipo de pessoa em que todos iriam precisar dela. A Lee saiu daqui gritando e xingando, falando que ia fazer esse mundinho dos poderosos ficarem aos pés dela, e que era para eu ter cuidado com meus filhos e meus netos, porque ela iria atrás deles, se fosse necessário.

– Então ela já saiu daqui, deixando bem claro que seria uma ameaça para a nossa família. – Jungkook concluiu.

– Exatamente. – Meu sogro umedeceu os lábios. – Depois de casarmos, sua mãe ficou um bom tempo relutante em ter um bebê, mas depois de um tempo, você veio para a nossa família...

– Quando você ganhou a marca... – Ela respirou fundo. – Eu entrei em contato com o MinHo e perguntei se eu já não poderia mandar você para lá, o que obviamente ele não permitiu. Nós ficamos com medo e acabamos deixando você de lado, mesmo que sem querer. Um tempo depois, sua tia reapareceu, completamente diferente e agindo como uma pessoa culta e instruída, nos garantindo que ela tinha estudado, que tinha mudado e que era uma pessoa melhor...

– Mas eu não acreditei. – O alfa mais velho falou sério. – E a partir desse dia, eu proibi sua mãe de deixar você ter contato com outras pessoas da família. Ninguém sabia que você tinha ganhado a marca e para melhorar, você não desenvolveu nenhum tipo de poder... mas mesmo assim, eu não quis aproximações extremas.

– Por isso que vocês sempre me deixavam de fora...

– Exatamente. – Sua mãe respondeu séria. – Depois de se aproximar da família e saber que você existia mas que não tinha poder algum, ela se afastou mais uma vez só veio reaparecer, algumas semanas antes de você me contar que o Taehyung estava grávido de você. Claro que eu pirei com a notícia e fiquei morrendo de medo dela descobrir sobre vocês dois e sobre o bebê, principalmente porque foi nessa mesma época que eu descobri que ela trabalhava para a clínica que cuidava da mente dos campistas...

– Por isso que você disse aquele “Logo agora?” – Perguntei.

– Exatamente por isso. – Ela secou uma lágrima que ousou descer. – Quando eu encontrei com vocês naquela sorveteria, eu usei todas as palavras erradas para conversar, mas eu entrei em desespero e liguei às pressas para o MinHo. Durante a ligação, ele me contou resumidamente o que havia acontecido e eu não pude me sentir mais aliviada por isso... parecia que todos os meus pesadelos tinham finalmente acabado. – A Sra. Jeon suspirou. – Eu sabia que havia perdido a minha irmã, mas isso aconteceu porque ela mesma procurou um destino assim... agora, saber que vocês estavam bem e que não corriam risco algum, me deixou imensamente feliz, vocês não têm noção!

– Vocês foram no alojamento aquele dia para saberem de toda a verdade? – Jungkook perguntou.

– Sim. – O alfa mais velho assentiu. – Nós queríamos saber exatamente o que tinha acontecido, e o MinHo nos contou sobre o fato que vocês fugiram e salvaram não só os campistas, mas como os prisioneiros que estavam na clínica. Ficamos muito orgulhosos de você! De todos vocês!

– Meu filho? – A ômega se levantou e caminhou para perto do Kook. – Nos perdoe por tudo? Eu sei que agimos da pior maneira possível, eu sei também que se contássemos a verdade, você não aceitaria de bom grado... mas nos perdoe? Foi tudo por amor. Nós só queríamos proteger você...

– É, filho... – o Sr. Jeon também se aproximou. – Nos perdoe por termos feito você sofrer tanto?

Olhei de relance para o meu alfa e notei que ele abaixou a cabeça e passou a chorar silenciosamente.

– T-tinha vez... – Começou a falar. – Q-que e-eu só q-queria um ab-abraço... N-não precisavam me l-levar em todos os encontros em f-família... Eu s-só queria um a-abraço...

Eu quis muito abraça-lo, mas naquele momento, os únicos abraços que ele precisava, eram dos seus pais. Os mais velhos se aproximaram dele e o puxaram para um abraço triplo. Eles passaram a chorarem juntos, o que fez algumas lágrimas minhas escapulirem também. Foi uma cena tão bonita, que eu não me contive em levantar o celular e bater uma foto sem que eles vissem. O abraço durou bastante, cheio de promessas e palavras de carinho, como o simples “eu te amo”, que aparentemente, já se faziam anos que essas palavras não eram proferidas naquela casa.

Eu passei a sentir um alívio fascinante, sabendo que aquela sensação era do próprio alfa e não minha. Jungkook chorou bastante, chorou tudo o que havia guardado durante anos e pela primeira vez, eu fiquei feliz em vê-lo chorar, apenas por saber que as lágrimas não eram de tristeza.

A ômega desfez o abraço e esticou a mão esquerda para mim, me puxando para me juntar a eles. Apesar de sempre ter tido o abraço dos meus pais, eu gostei de estar ali, gostei de me sentir da família deles e gostei de saber que agora, o Jungkook ganhava o abraço que ele sempre quis.

Finalmente, todos pareciam terem se perdoado, já que o alfa também pediu desculpas por todas as vezes que tinha sido rude e um péssimo filho.

Depois de todas aquelas lágrimas, nós fomos convidados a almoçar, e assim fizemos. Yejin veio toda feliz nos servir, e Jungkook a convidou para se sentar junto a nós.

Tivemos um almoço completo e em família. Todos ali pareciam que estavam finalmente felizes, e eu digo por mim, que eu estava radiante com tudo aquilo. Nunca imaginei que esse dia seria tão proveitoso, já que eu acreditava que o alfa iria ser bem relutante. Mas eu estava errado. Graças aos deuses, eu estava errado.

– Venha, eu quero te apresentar a minha casa. – Jungkook pegou minha mão e saiu andando por cada cômodo, me apresentando o lar em que ele viveu desde que nasceu. Em cada cantinho, ele tinha uma história para contar:

“Aqui eu usava para me esconder da minha prima, quando nós estávamos brincando”

“Aqui, eu vinha para ler”

“Uma vez, eu coloquei fogo numa cortina que ficava ali”

“Eu ficava aqui toda vez que meus pais saíam e me deixavam sozinho em casa”

“Escondia sempre debaixo daquele balcão, para espiar o que a Yejin estava fazendo ou para roubar um pedaço de torta de sorvete... minha sobremesa preferida”

– Descobri que você foi um menino muito travesso. – Concluí.

– Nem tanto. – Sorriu perverso. – Agora este, é o meu quarto... – Ele abriu a porta e revelou um cômodo enorme... ENORME.

– Nossa Jungkook, você não se perdia aqui dentro? – Brinquei.

– Às vezes. – Respondeu divertido.

– Que lindo, Kookie... – Avistei uma parede avermelhada, com uma pintura perfeita do Homem de Ferro.

– Você gostou mesmo?

– Eu adorei. Quem fez tem um talento enorme.

– Obrigado. – Ele sorriu e me abraçou por trás. – Fui eu quem fiz.

– Jura? – Retribuí o sorriso. – Não me espanta, porque você pinta muito bem.

– Todas as pinturas dessa casa, foi eu quem fiz. Sem exceção.

– Uau! – Exclamei ao me lembrar das pinturas de flores em aquarela na sala, dos cenários de paisagens nos demais cômodos, nas frases e poesias pintadas nas paredes... – Você é incrível. – Concluí.

– Você que é. – Jungkook segurou a minha cintura e me fez ficar de frente para ele. – Você que é incrível, Bombonzinho. Obrigado por tudo o que você tem feito por mim. Você foi a melhor coisa que me aconteceu.

– Que coincidência. – Envolvi seu pescoço com meus braços e me aproximei dele, o suficiente para colar as nossas testas. – Você também foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu te amo, Kookie.

– Eu também te amo. – Sussurrou. – Eu te amo demais, te amo muito... – O alfa me beijou e eu senti meu peito se aquecer com isso. Nos beijamos de maneira intensa, porém calma.

Todas as coisas que aparentemente seriam impossíveis, estavam acontecendo ali naquele quarto: eu, um ômega chato, cheio de manias e que odiava com todas as forças a raça alfa, estava ali, grávido de um deles, me confessando para um deles, dizendo que o amava e me rendendo a um beijo apaixonado; enquanto Jungkook, que aparentemente odiava os pais, estava ali comigo, mais feliz do que nunca, porque finalmente eles haviam se perdoado.

Tudo estava perfeito.

Nos separamos do beijo com selinhos demorados.

– Se dependesse de mim, eu nunca mais pararia de te beijar... – Ele sussurrou sobre meus lábios. – Eu nunca pensei que um dia eu pudesse amar tão intensamente do jeito que eu te amo, Tae.

– E eu, além de pensar que nunca pudesse amar alguém, eu nunca pensei que pudessem me amar, muito menos do jeito que você ama, Kook.

– E eu amo mesmo... – Mais um selinho. – E eu nunca vou me cansar de dizer isto para você.

– E eu nunca vou cansar de ouvir... – Acariciei seu rosto e lhe dei mais um beijinho rápido. – Você é tudo para mim, Jungkook.

– Você é minha Ohana, Taehyung... – Ele sorriu divertido. – E Ohana significa família.

– Ah! – Não pude deixar de gargalhar. – Você anda assistindo muita animação, viu! – O abracei forte. – Por falar em Ohana, eu estou muito orgulhoso e muito feliz por você.

– Eu não teria feito nada disso se você não estivesse comigo, Bombonzinho... Devo tudo isso a você.

– Não deve nada. – Sussurrei. – O mérito é todo seu. Você merece tudo isso!

– Obrigado por estar sempre comigo.

– Ohana serve para isso. – Gargalhei baixinho e ele fez o mesmo.

– Minha Ohana... – Acariciou minha barriga e eu me afastei, pousando minha mão sobre a dele.

– Nossa Ohana. – Falei por fim.

**

– Então, nós já vamos indo, para não chegarmos muito tarde no alojamento. – Jungkook avisou ao seus pais.

– Tudo bem meu filho. Vão com cuidado e nos avise quando chegarem por lá, tudo bem? – Respondeu sua mãe.

– Pode deixar. – O alfa deu um abraço nela e outro logo em seguida no seu pai.

– Rm, filho? – O Sr. Jeon chamou. – O que acha de amanhã, marcarmos um almoço com os pais do Taehyung? Seria bom para todos nós nos conhecermos melhor, afinal, somos da mesma família agora, não é? – E assim, ele cutucou a aliança do filho.

– Ah, seria uma ótima ideia! – Kookie me olhou esperançoso.

– Tenho certeza que eles irão gostar. – Sorri abertamente.

– Então está combinado. – A Sra. Jeon bateu palmas. – Se não se importarem, pode ser aqui em casa mesmo. Preparamos uma área perto da piscina e fazemos um momento agradável lá fora!

– Tudo bem. – Concordei.

– Então... até amanhã. – Jungkook se despediu dos mais velhos.

– Até. – Eles acenaram, e nós saímos da casa, indo na direção do carro.

****

[Quatro meses depois]

Estávamos todos – Eu, Jungkook, Jin, Namjoon, Jinhong, Hoseok, Yoongi, Jimin, Ji Yoon, MinHo, Jéssica, Luhan, Baekhyun, Minzy e Minhyuk – na enfermaria, esperando para eu ser chamado para fazer o ultrassom.

Desde o último exame que eu fiz, o bebê já tinha idade o suficiente para saber qual era o sexo, mas o mesmo estava de costas e não nos permitiu ver o que era. Minzy estava toda ansiosa para que dessa vez, fosse possível ver se era um menino ou uma menina, já que a pequena já tinha quase certeza do sexo, mas nós não deixamos que ela nos contasse. Era para ser uma surpresa.

– Kim Taehyung e... – A Dra. Park chegou na porta do consultório e se assustou com a quantidade de gente que tinha do lado de fora. – Meus deuses, o alojamento inteiro veio saber o sexo do bebê? – Gargalhou.

– Eu sou o avô e tenho que saber! – MinHo deu um passo à frente.

– Eu sou a diretora desse lugar e amiga dos papais, eu tenho que saber também! – Ji Yoon levantou a mão.

– Eu sou um tio babão e não aguento mais esperar para saber se terei uma sobrinha ou um sobrinho! – Jin choramingou e deu uns pulinhos, ansioso.

– Eu também sou tio... – Yoongi levantou a mão pigarreou.

– Ah, então se for assim, eu sou tio também e (...) – Namjoon começou a falar e eu acabei me perdendo, porque todo mundo passou a falar ao mesmo tempo, reivindicando o direito de entrar na sala para ver o resultado do exame.

– Bem... – Jungkook tossiu de mentira, para chamar a atenção das pessoas. – Eu sou só o pai do bebê, eu posso entrar? – Brincou.

– E por acaso... – Falei. – O bebê está dentro de mim, será que tem espaço para mim também? – Provoquei e todos começaram a gargalhar.

– Gente, vamos fazer o seguinte... – A Dra. Park juntou as mãos na frente do corpo. – Todos vocês podem entrar no consultório, desde que não façam bagunça e nem falem alto assim. Pode ser?

– Ah, sim, claro que pode! – Hoseok sorriu abertamente.

– Então venham! – A médica gesticulou para que nós a seguíssemos e assim, nós fizemos.

Como de costume, ela passou um álcool na cama do ultrassom, eu vesti uma camisola, me deitei na cama, e deixei que ela fizesse o trabalho dela. Mais uma vez, aquele gel geladinho se fez presente na minha barriga, antes dela começar a passar o aparelhinho, espalhando o gel e vendo o meu bebê.

– Então, doutora, já dá pra ver o que é? – Perguntei.

– Huuum...

– O que exatamente quer dizer esse “huuum”? – Jungkook perguntou.

– Oh, sim, sim! – Ela sorriu. – Agora está dando para ver abertamente o que é. Vocês já querem saber?

– Aham! – Todos na sala responderam em uníssono.

– É um menino! – Respondeu de forma animada.

Algumas pessoas que estavam ali, se abraçaram e comemoraram, já que metade do grupo torcia por uma menina e a outra metade torcia para um menino. Eles fizeram até uma aposta, para saber o que era o sexo do bebê.

– Eu sabiaaaa! – Minzy deu uma gargalhada fofa e se juntou ao grupinho que torcia por um menino.

– Kook? – Chamei o alfa que parecia pasmo, ao fitar a tela do computador. – Amor? – Chamei de novo e ele me encarou com os olhos marejados.

– É um menininho. – Deixei uma lágrima escapulir. – Nosso bebê é um menininho.

– É sim... – Sussurrou e se aproximou de mim, para me dar um selinho. – Nosso menininho, lindo.

– Nosso palpite estava certo. – Brinquei.

Depois de toda aquela confusão – mesmo a doutora Park pedindo para que não fizessem bagunça – nós enfim, ouvimos o som do coraçãozinho do nosso bebê, o que de fato foi muito emocionante, porque ele já batia com muito mais firmeza do que antes.

Eu ainda não tinha o visto, não tinha o pegado no colo e nem tinha o amamentado, mas eu só sei dizer que já o amava demais.

**

JINHONG ON

Eu estava a caminho do quarto dos gêmeos, porque eu tive uma ideia magnífica e marquei uma reunião com todos lá.

Quando eu cheguei no quarto, verifiquei se todos estavam ali – exceto Taehyung e Jungkook, como eu havia combinado.

– Então, qual o assunto da reunião? – Jin perguntou animado.

– Bem... – Comecei. – Já que agora sabemos o sexo do bebê, o que vocês acham de nós prepararmos um chá de bebê para os meninos?

– Waah, eu acho uma ótima ideia! – Hobi concordou. – Podemos fazer aqui no alojamento mesmo, e podemos preparar uma super festa para eles!

– Com direito a docinhos e muita coisa gostosa, o que acham? – Insisti.

– Eu concordo. – Baek levantou a mão. – Eu sei que eles vão gostar muito se fizermos isto.

– Podem deixar que eu cuido da comida! – Ji Yoon levantou a sobrancelha várias vezes. – O restante, cuidem dos enfeites e dos convites.

– Ótimo – Bati palma. – Só não se esqueçam de que é surpresa, okay?

– Ah, sim, claro! – Yoongi assentiu.

– Pensando melhor... – MinHo se levantou e sorriu abertamente. – Eu tive uma outra ideia, que pode ser uma boa também... – Mordeu o lábio inferior. – Eu vou ligar para o pai dos dois, e vamos resolver isto...

– E que ideia seria essa? – Namjoon perguntou ao pai, que apenas sorriu como quem está planejando alguma travessura.

**

Depois de planejarmos mais inúmeras coisas a respeito da ideia do MinHo, a reunião finalmente acabou e cada um foi fazer suas obrigações. Eu ainda continuo cuidando dos cavalos com o Baek, o que me fez correr para o estábulo junto com ele, depois que saímos do quarto dos gêmeos.

– Jinhong? – O alfa me chamou, com os olhos semicerrados. – Como que chama mesmo, aquela égua branca com mancha marrom que fica ali?

– Vênus. – Respondi, rindo soprado.

– Nossa, até hoje eu não decorei o nome desses cavalos! – Resmungou. – De onde que o Tae tirou esses nomes?

– Mitologia romana. – Respondi como se fosse óbvio. – E você esquece exatamente o nome da Vênus e do Júpiter.

– Não, não. – Negou com a cabeça. – Eu sei que existem esses nomes, mas eu nunca sei qual é qual.

– Eu vou mandar fazer uma coleira para eles, pra você não confundir. – Gargalhei, enquanto virava a ração no cocho.

– Talvez, isso seja bem útil. – Afirmou. – Eu ficaria agradecido.

– Nha! – Revirei os olhos. – Eu estava brincando. – Caminhei até a Vênus e selei a mesma. – Vou dar uma voltinha com ela, porque parece que ela está um pouco estressada...

– Era exatamente isso que eu ia te dizer!

– Está com medo dos cavalos, Baek? – Perguntei.

– O que? Não, claro que não, ela só... só precisa ficar calma.

– Aham! – Gargalhei. – Eu já volto. – Falei simples, puxando a égua para fora do estábulo.

Nós passamos a caminhar devagar até o laguinho que eu vivia me encontrando com Hoseok, e para minha surpresa, ele estava lá, tacando pedras na água e conversando sozinho.

– Hobi? – Chamei, meio confuso.

– Ah, oi Jin! – Respondeu alto até demais. – Como você está?

– Bem?! – Franzi o cenho. – Está tudo bem?

– Sim, por que não estaria?

– Sei lá, porque deve fazer uns 20 minutos que nós saímos do seu quarto e você está me perguntando como eu estou. – Dei de ombros. – O que está fazendo aqui?

– Hobi, achei!!! – Jéssica veio correndo do meio do mato, toda molhada, como se estivesse acabado de sair do lago. A garota trazia algo na mão, mas logo escondeu, assim que me viu. – Jin?

– Oi, Jéssica. – Crispei os lábios. – O que vocês estão fazendo aqui?

– Nós? – Perguntou assustada, como se não esperasse por essa pergunta.

– Sim, vocês. – Insisti.

– Você diz... eu e o Hoseok? – Engoliu em seco.

– E tem mais alguém? – Troquei o peso de pés e fitei os dois, me que encaravam assustados. – Tudo bem, não precisam falar o que estavam fazendo. – Dei de ombros. – Eu vou voltar a caminhar com a Vênus. – Sorri sem graça. – Jéssica, você pode gripar por ficar molhada assim. – Falei por fim, voltando a caminhar.

Eu sei. Sei muito bem que não deveria ter ficado chateado com isso, mas eu fiquei. Será que o Hoseok está ficando com a Jéssica e comigo ao mesmo tempo? Porque tudo pareceu suspeito demais quando eu me aproximei? Porque eles desconversaram tanto e porque o Hobi nem fez questão que eu ficasse com eles, quando eu disse que ia voltar a andar com a Vênus?

Será que por conta da minha timidez – que eu venho trabalhando a tanto tempo – eu perdi o alfa que eu... amo?

BAEKHYUN ON

Jinhong foi andar com aquela égua nervosa e me deixou aqui com esses animais........ sozinho. Eu não tenho medo de cavalos, óbvio que não; mas tem vez que eles ficam nervosos e eu não sei o que fazer. Jinhong tem todo um jeito com os animais e eu me perco completamente, então, acabo dando comida demais ou água demais, já penteei o mesmo cavalo duas vezes, porque eles trocaram de lugar e eu não tinha visto... foi triste, porque sabem o que é pentear um cavalo enorme e depois descobrir que fez tudo duas vezes?

– Baek? – Luhan surgiu em cima de um cavalo preto – acho que se chamava Netuno.

– Droga, Luhan, quer me matar de susto? – Apoiei na parede e coloquei a mão sobre o peito. – Pelos deuses!

– Desculpe! – Ele deu de ombros e chupou o pirulito que segurava na mão direita. – Você tem medo de cavalos? – Semicerrou os olhos.

– Não! – Falei sério. – Eu não tenho medo de cavalos. – Porque hoje os ômegas tiraram para me perguntarem se eu tinha medo de cavalos?

– Então por que assustou? – Deu mais uma chupada estalada no pirulito.

– Porq ue eu estou aqui sozinho e você apareceu do nada?! – Falei de maneira óbvia.

– Você ficou bravo comigo depois daquele dia, não ficou? – Sorriu perversamente.

– Eu não fiquei nada. – Concluí.

– Você me parecia um alfa tão doce, Baek. Não sabia que um treino coletivo podia te desestabilizar tanto. – Gargalhou baixinho e eu levantei o olhar para ele, me lembrando do que tinha acontecido.

Flashback on

Nós estávamos em mais um daqueles treinos coletivos, em que o objetivo era encontrar a bandeira do alojamento. Mais uma vez, a intenção do treino, era inserir os novos campistas no nosso modo de treinamento e como sempre, era estritamente proibido machucar alguém.

Eu estava feliz pra caramba, porque o diretor achou digno me devolver os meus poderes, o que para mim, foi a maior prova, de que todos haviam me perdoado e que eu já era merecedor de tê-los de volta.

Separamos as equipes. Luhan e Jéssica ficaram comigo, juntamente com Yoongi, Jimin e Kisu. Até aí, tudo bem. Tudo começou a virar um inferno, quando o treino começou, e o Luhan fazia o favor de ficar se teletransportando para tudo quanto era canto do alojamento, em busca da bandeira, sendo que nós já tínhamos um plano, e este consistia em mantermos a equipe junta.

– Para com isso Luhan, nós vamos perder por sua causa! – Xinguei. – Se concentre no nosso plano e pare de fazer as coisas sozinho!

– Mas eu só estou tentando ajudar! – Insistiu e antes que eu abrisse a boca, ele desaparecia de novo.

– Jéssica, eu vou matar o seu irmão. – Ameacei.

– Se você conseguir pegar ele... – Deu de ombros.

– LUHAN? – Berrei.

– Oi? – O garoto apareceu do meu lado, com a bandeira do alojamento nas mãos e sorrindo perversamente.

– O que você... – Não concluí minha frase, porque a sirene do alojamento soou bem alta.

– E A EQUIPE VENCEDORA FOI A EQUIPE C!!! – Ji Yoon falou bem alto no microfone e todos foram abraçar o ômega.

Eu bufei de raiva e larguei eles lá, idolatrando aquele ômega que se achava o maioral.

– O que foi, Baek? – Ele surgiu ao meu lado, caminhando junto comigo. – Queria ter perdido?

– Você não sabe trabalhar em equipe! – Xinguei. – Nunca mais vai fazer grupo comigo.

– Deixa de ser estúpido, Baekhyun! Nós ganhamos! – Falou alto.

– Esse não é o verdadeiro espírito dos treinos coletivos! – Esbravejei. – Você não sabe jogar.

– Ficou com raiva só porque fui eu que achei a bandeira, não é? Aposto que estaria todo feliz se tivesse sido você! – Continuei caminhando e passei a ignorá-lo. – Egoísta! – Gritou atrás de mim, mas eu não lhe dei mais ouvidos.

Desde este dia, toda vez que estamos jogando algo – nem que seja no vídeo game do Tae – Luhan faz questão de ganhar todas as partidas e ainda ficar me enchendo o saco.

Flashback off

– Eu não fico desestabilizado por conta de um treino coletivo. – Respondi rispidamente.

Luhan chupou seu pirulito mais uma vez e, eu posso jurar, que ele estava tentando me provocar, passando aquele doce sobre os lábios.

Ele sempre faz isso.

– O que foi? – Sorriu maliciosamente e evaporou de cima do cavalo, vindo parar na minha frente. – Por que tanto olha assim para mim?

– Porque eu imagino o quão gordo você vai ficar, se continuar comendo doces assim e se ficar se teletransportando para onde que ir, ao invés de caminhar. – Levantei uma sobrancelha.

– Eu sempre gostei de um doce e ainda não estou gordo. – Deu de ombros. – Talvez eu nunca ficarei gordo. – Mais uma chupada e um passo para mais perto de mim.

Seus lábios tinham um tom extremamente avermelhado e eu não sei dizer se era porque ele estava chupando o pirulito, ou se era porque o pirulito de cereja estava colorindo a sua boca. Só sei que estava muito sexy. Luhan era um ômega diferente. Ele tinha os olhos azuis e, apesar de não ser asiático, ele tinha descendência oriental, o que fazia suas pálpebras se repuxarem de leve para os lados. Seus cabelos agora com mechas rosas e azuis, ficavam bagunçados o tempo todo e sua boca... sua boca contrastava com o tom de pele branquinho e eu confesso que já passei muito tempo encarando seus lábios.

– Você ainda está pensando no quão gordo eu vou ficar se continuar comendo doce? – Se aproximou mais e colocou o pirulito na boca.

– Não... – Engoli em seco. Eu estava desestabilizado e excitado, por imaginar aqueles lábios fazendo coisa que... não deviam fazer – pelo menos não nos outros, mas em mim...

– Está pensando em quê, Baek? – Deu ênfase no meu nome.

– No quão atrevido você é, Luhan. – Suspirei. O garoto sorriu e tirou o pirulito da boca de uma forma que porra... eu vou gozar só de ficar olhando. – Quer parar com isso?

– Parar com o que? – Lambeu o doce e o rodou entre os lábios.

– De-de f-ficar fazendo e-essas coisas com o... – Gesticulei meio nervoso.

– Isso? – Repetiu o ato e eu senti um arrepio percorrer meu corpo.

– Você é muito petulante, Luhan. – Engoli em seco e dei um passo para trás, mas como eu havia esquecido, a parede me impediu de me afastar mais.

– Por que você está fugindo de mim? – Franziu o cenho e deu um passo à frente.

– Será que dá pra você deixar eu terminar aqui com os cavalos? – Tentei focar minha mente nos animais que estavam ali esperando para serem penteados.

– Claro que eu deixo você ficar com os cavalos. – Deu de ombros e fixou seu olhar no meu. – Mas é isso mesmo que você quer... Baek?

– O que você quer, Luhan?

– Não é óbvio? – Sussurrou próximo a mim, me fazendo sentir aquele cheiro de cereja invadir as minhas narinas. O ômega se aproximou mais e ficou na ponta dos pés, deixando a ponta do seu nariz tocar o meu.

As minhas pálpebras já pesavam, me forçando a fechar os olhos e beijá-lo de uma vez. Eu queria muito fazer isto, mas Luhan era o tipo de ômega que me beijaria e depois ficaria se vangloriando porque fez um alfa perder o controle.

Mas eu queria tanto...

Ah, fodas!

Me impulsionei para frente para beijá-lo, mas quando senti a pontinha dos seus lábios, ele se teletransportou para uns dois metros a minha frente e sorriu travesso.

Suspirei contrariado e caminhei às pressas na direção dele. Agora é questão de honra.

Luhan deu uma gargalhada divertida e passou a correr, comigo atrás dele. O ômega ficou correndo em círculos pelo estábulo e quando ele passou na frente de onde estávamos, eu joguei uma rajada de vento na direção dele, fazendo-o perder o equilíbrio e se chocar contra a parede.

Sem saída.

– E agora? – Cheguei na frente dele e coloquei minhas duas mãos na parede, deixando-o encurralado. – Vai fugir? – Levantei uma sobrancelha.

Luhan sorriu e já colocar o pirulito de volta na boca, quando eu segurei sua mão e tirei o doce de lá.

– Ei! – Reclamou. – Meu pirulito!

– Você não vai precisar mais dele. – Sussurrei e me aproximei mais. – Sua boca estará ocupada com outra coisa agora.

Eu avancei nos lábios do ômega e iniciei um beijo intenso e cheio de desejo. Luhan passou os braços para minha cintura e me puxou para perto dele, afim de colar os nossos corpos. Com a mão que eu não segurava o pirulito, eu segurei sua nuca e inclinei um pouco a cabeça, para aprofundar mais ainda o contato.

Aquele gosto de cereja invadia minha boca, toda vez que sua língua acariciava a minha. Nem parecia aquele ômega atrevido que eu conheci no dia do treino, porque quando ele entrou aqui, ele parecia um anjo. Esse ômega que me beijava, parecia o anjo que entrou aqui.

Nosso beijo foi intensificando e eu joguei o pirulito no chão, para usar as duas mãos, afim de mantê-lo mais perto de mim. Envolvi sua cintura com meu braço direito e o apertei contra mim, sentindo nitidamente o quão excitado ele estava com aquele beijo.

E que beijo.

– Baek? – Ofegou em meio ao ósculo. Eu puxei seu lábio inferior entre os dentes e finalizei o contato, para enfim olhar aqueles olhos desejosos do outro.

– O que foi? – Respondi sério.

– Você não deveria me beijar assim.

– E por que não?

– Porque eu não sou esse tipo de ômega que sai ficando com os alfas... – Ele estava me testando e eu sabia disso.

– Então não fique com outros alfas. – Acariciei seu rosto.

– Você é bipolar, Baek. Você não me odiava a dois minutos atrás?

– Não chega a ser um ódio. – Admiti. – Mas eu confesso que gosto desses ômegas atrevidos que acham que são mais espertos que eu.

– Eu sou mais esperto que você, Baekhyun. – Riu perversamente. – E eu sou atrevido mesmo! E você... – Cutucou meu peito. – Não viu nada ainda.

– Então vamos tirar a prova... – Mordi seu lábio inferior. – Fique só comigo, que eu te mostro que sou mais esperto que você... – Cheirei seu pescoço e dei uma chupada no mesmo. – Além do mais, quero saber até onde vai esse atrevimento seu.

– E o que você pretende com isso? – Ele me provocou.

– Colocar você no seu lugar. – Levantei uma sobrancelha. – Ou então, eu posso me aproveitar desse atrevimento seu a meu favor...

– Me colocar no meu lugar? – Sorriu irônico. – Quero só ver...

– Você verá!

**

JINHONG ON

– Mas você tem certeza disso, Hong? – Tae acariciou meus cabelos e ficou me olhando triste, depois que eu contei para eles que desconfiava que o Hoseok estava ficando com a Jéssica.

– Eu não tenho certeza de nada, Tae... – Funguei pelo choro. – Mas eles estavam lá na beira do laguinho e quando eu cheguei, eles ficaram nervosos e a Jéssica escondeu algo que ela trazia nas mãos.

– Ah Jinhong... – Jin se aproximou mais de mim e segurou minha mão. – Eu não posso dizer nada a respeito dos alfas em geral, porque eu sei que o Namjoon não tem coragem de fazer isso comigo... mas honestamente? – Suspirou. – Eu não acredito que o Hobi faça esse tipo de coisa.

– Eu quero muito estar enganado. – Limpei minhas lágrimas.

– Você o ama, não ama, Jinhong? – Yoongi se agachou ao meu lado.

– Eu...e-eu acho que sim. Na verdade eu amo... e muito. Só não contem isso para ele, okay?

– Tudo bem. Seu segredo está guardado conosco. – Jin secou minhas lágrimas.

– Obrigado. – Suspirei e encostei na cabeceira da cama do Yoon.

– Gente? – Hobi apareceu no quarto e fez nós quatro pularmos de susto. – Vocês sabem onde está o... Jinhong? – Ele me encarou preocupado e caminhou para perto de mim. – O que aconteceu?

– Nada. – Menti.

– Para! O que foi? – Insistiu.

– Então, eu vou procurar o Jungkook. – Tae se levantou do meu lado e puxou Yoongi e Jin pela gola da camisa.

Os três saíram do quarto e eu quis mata-los por isso. Não era para eles me deixarem sozinho com o Hoseok.

– Fala pra mim? O que aconteceu? – O alfa se sentou de frente para mim e segurou minha mão.

– Nada, Hobi. Eu só estou me sentindo um pouco mal...

– Jin? – Ele se aproximou. – Não minta para mim, por favor?

– Eu não... – Engoli em seco. Eu odiava mentiras. – Eu realmente não estou me sentindo bem.

– Por quê? Aconteceu algo com você? – O ruivo ficou ainda mais perto de mim e ficou acariciando meu rosto, me fazendo olhar profundamente nos seus olhos e ter a maior certeza da minha vida.

Eu realmente o amava.

– Fala comigo? Confie em mim? – Ele passou o polegar abaixo do meu olho, afim de secar uma lágrima que fugiu contra a minha vontade.

– Eu não quero te encher com os meus problemas. – Segurei sua mão e fiz carinho no dorso da mesma. – A Jéssica deve estar procurando você... – Deixei escapulir.

– E por que ela estaria procurando por mim? – Ele franziu o cenho e passou a me olhar com uma certa desconfiança. – Jin, você não está pensando que nós... – Eu interrompi sua fala, quando apertei os olhos e comecei a chorar de novo. – Ah, não, Jinhong... – Hobi me puxou e me abraçou forte. – Eu não estou ficando com ela... eu... – Suspirou.

– Me desculpe? – Funguei e escondi o rosto no seu pescoço.

– Eu não acredito que você pensou isso de mim... sério, você pensou mesmo que eu faria isso com você?

– Me desculpe, Hobi? – Insisti. – Eu sou tão fraco e tão tímido. Sei que muitas vezes você queria ter um ômega que fosse igual ao Tae e ao Yoon; que são fortes, sabem encarar os problemas de cabeça erguida... eu sou tão...

– Tão único, Jin. – Hoseok se afastou e segurou o meu rosto. – Você é único. Eu me apaixonei por você do jeito que você é! Eu gosto da sua timidez, da sua delicadeza... eu gosto de você, Jin!

– Hobi? – Chamei. – Eu não queria pensar isso de você, mas foi inevitável. A Jéssica é tão linda e tão pura...

– Sim, ela é linda e pura, mas você também é! – Ele sorriu. – Tá, se levante daí, porque eu quero te mostrar uma coisa.

– Que coisa? – Perguntei.

– Eu estava te procurando para uma coisa em específico e agora que te achei, vou te levar até lá. Levante e venha comigo!

– Tá. – Funguei e fiquei de pé.

– Mas antes... – Hoseok se aproximou e secou minhas lágrimas que haviam escorrido há pouco. – Pare de chorar. – Sussurrou e me deu um selinho demorado.

Eu sou tímido sim, mas eu amo beijar esse alfa e se dependesse de mim, eu o beijaria de novo e de novo.

Ele me puxou para fora do quarto e pôs-se a caminhar pelo alojamento, na direção do laguinho que ele estava mais cedo com a Jéssica. Eu fiquei em silêncio o tempo todo e apenas retribuía alguns sorrisos apaixonados que ele lançava para mim.

– Okay, agora feche os olhos. – Hobi ficou nas minhas costas e tampou meus olhos. – Caminhe devagar. – Recomendou e assim eu fiz. – Está preparado?

– Aham. – Assenti.

– Então olhe... – Ele tirou as mãos do meu rosto e ao abrir os olhos, eu encontrei um mini jardim em forma de cerca, repleto de lírios brancos e amarelos. No centro, havia um pano colorido e uma caixinha no centro.

– O que é isto? – Perguntei.

– Isto... – Ele segurou minha mão e me guiou para cima do paninho. – É algo que eu preparei para você. – Hobi se sentou e me puxou para sentar junto a ele. – Sabe Jin, eu acho que esperei tempo demais para fazer isso. É sério, muito tempo mesmo. Eu já devia ter feito isso antes, mas eu sempre ficava com dúvidas se você iria gostar e eu decidi ter certeza plena de que não iria te incomodar se fizesse isso.

– Hobi? – Respirei fundo.

– Sabe, eu queria ter feito algo mais bonito, do jeito que você merece, mas fazendo assim, desse jeito, eu senti que estava agradável e que você iria gostar. Ficou delicado, assim como você, ficou lindo, assim como você, cheiroso... – Ele se aproximou de mim e segurou meu queixo. – Assim como você. – Umedeceu os lábios. – E eu amei, do jeito que eu te amo.

– Hobi... – Engoli em seco e sorri. – Eu...

– Jinhong, namora comigo? – Ele perguntou com um tom sério. – Eu não quero apenas ser um ficante para você; apesar de te considerar muito mais do que um simples ficante, vamos oficializar então?

– Você tá falando sério? – Sorri tímido.

– Nunca falei mais sério em toda a minha vida. – Hoseok abriu a caixinha e tirou de lá, um par de alianças prateadas, delicadamente desenhadas e com pequenas pedras vermelhas cravadas nas mesmas. – Foi difícil para a Jéssica encontrar rubis nesse lugar, mas ela conseguiu atrair uma pedrinha pequeninha... – Ele sorriu. – O bastante para colocar nas alianças.

– São tão lindas! – Uma lágrima escapuliu.

– Você aceita?

– Ah, claro que sim! – Mordi o lábio, envergonhado, porém feliz. – Eu também amo você, Hobi.

– Eu não poderia estar mais feliz em ouvir isto! – Ele colocou a aliança no meu dedo e eu fiz o mesmo. – Eu quero continuar te vendo sorrir assim e eu te prometo que farei o meu melhor para te fazer feliz.

– Eu também te prometo. – Me aproximei dele e selei nossos lábios.

De início, parece que ele ficou meio receoso pelo meu ato, já que foi bem inesperado; mas logo ele se rendeu e me beijou também.

Um beijo completamente apaixonado.

**

[Uma semana depois]

TAEHYUNG ON

Poucos dias antes da festa de aniversariantes do mês, Ji Yoon deu a ideia de nós fazermos uma votação para escolhermos o nome do nosso bebê. Quem seria prestigiado naquele dia, concordou fortemente – principalmente porque Minzy e Minhyuk estavam entre eles – e assim, foi decidido: nós escolheríamos cinco opções de nomes juntamente com nossos amigos. Depois que esses cinco fossem decididos, nós faríamos uma caixinha para que as pessoas pudessem votar, e assim nós fizemos.

– Pronto! A caixa já está enfeitada! – Levantei ela e mostrei para os alfas, que cortavam pedacinhos de papel que serviriam para os campistas votarem.

– O que acharam? – Jin perguntou animado, enquanto tirava uma bela quantidade de gliter do seu cabelo.

– Ficou linda! – Jungkook encarou apaixonado.

– Que bom que gostou. – Mordi o lábio e fitei a caixinha mais uma vez, analisando detalhe por detalhe, para ver se nada passou despercebido.

Nós ômegas passamos um papel azul bebê envolta dela e cortamos vários corações para colar por cima. Namjoon e Jungkook saíram ontem para comprarem miniaturas de carrinhos de bebê em E.V.A e pequenas letras coloridas do mesmo material. Nós espalhamos os enfeites por ela toda, fizemos um pequeno buraquinho em cima, onde iam ser depositados os papeis da votação e colamos as letrinhas, escrito: “E o nome do bebê será?” em meio a uma grande quantidade de gliter. Ela ficou linda e eu estava ansioso.

– Seus pais também deram opiniões dos nomes? – Jinhong me perguntou.

– Sim, eles deram! Inclusive, a prima do Jungkook também deu. – Sorri animado. – Ela é um doce... – Me lembrei de quando marcamos uma reunião com os nossos pais e ela também foi. Assim, eu pude finalmente conhecer o anjinho que ajudava nas nossas fugas – e que anjinho diga-se de passagem.

– Então, os nomes escolhidos foram? – Jimin pegou uma caneta para anotar num pequeno mural que eles fizeram.

– Sehun, Jinyoung, Yugyeom, Seung Ho e... Taekook! – Dei de ombros e gargalhei.

– Aah, que surpresa, e vocês acham mesmo que vai existir uma votação aí? – Jimin revirou os olhos.

– Vai existir! – Insisti.

– Tá, mas todo mundo vai votar em Taekook. – Yoongi falou de maneira óbvia.

– Pode ser que não. – Jungkook opinou. – Vamos dar essas opções e ver como vai ser.

– Vocês que mandam. – Jimin deu de ombros e escreveu os nomes no mural. – Pronto. Agora é só posicionarmos no lugarzinho que reservamos e esperarmos pelos votos.

– Ficou tudo tão lindo. – Falei bobo.

– Ficou mesmo. – Jin me abraçou de lado e beijou minha bochecha.

– Jin, você pode até beijar o Tae... – Jungkook sorriu de lado. – Mas quando você disfarçar seu cheiro para alfa, não faça isso, por favor? – Rui soprado.

– Ah, pode deixar. – O ômega gargalhou e me beijou de novo. – Então, qual será o nome desse pequetucho aqui? – Perguntou, alisando a minha barriga.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


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