1. Spirit Fanfics >
  2. Link >
  3. Eu odeio gostar de você

História Link - Eu odeio gostar de você


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 10 - Eu odeio gostar de você


Fanfic / Fanfiction Link - Eu odeio gostar de você

Eu senti um calafrio quando ouvi a palavra “lúpus”. Fiquei estático e não consegui dizer nada.

– Fala alguma coisa, Tae? – Jungkook tentou me tocar, mas por instinto eu me afastei dele. – Não faça isso? Não é culpa minha, ser assim.

– Por que você não me contou?

– Eu não sabia. Foi o Nam que me falou, quando viu meus olhos vermelhos. Foi a primeira vez que isso aconteceu.

– E por que você fez isso agora? O que aconteceu?

– Tae, eu perdi o controle quando vi o Baekhyun te batendo, e agora olhando para você, eu lembrei daquela cena toda e fiquei nervoso de novo.

– Jungkook, eu preciso de um tempo para pensar nisso.

– Tudo bem, você tem esse direito. Só não pense que eu irei fazer algo com você por ser assim.

– Tá. – Andei de lado e abri a porta rápido, saindo correndo para o lado de fora da casa.

Eu não sabia o que fazer. Eu tinha começado a pegar confiança no Kookie, mas agora, descobrir que ele é um lúpus não estava nos meus planos.

Um alfa lúpus tem uma força absurda e se eu quase morri com o Baek me batendo, Jungkook conseguiria fazer isso em menos de um minuto.

Minha cabeça estava extremamente confusa. Eu queria tê-lo por perto, mas não sabia o porquê. Não sabia se me sentia seguro porque ele havia me protegido, não sabia se a presença dele surtia efeito bom sobre mim, não sabia se... ah, não, claro que eu não gostava dele, afinal, ele é um alfa.

Ao mesmo tempo que eu desejava tê-lo por perto, eu tinha medo de me aproximar. Ele poderia perder o controle, assim como ele perdeu com Baek.

Sentei no chão, encostando no tronco de uma árvore grande que tinha no meio do jardim e tentei processar toda a informação.

– Como eu nunca pensei nisso? – Cochichei.

Comecei a bater as mãos na minha testa, como se isso fosse me ajudar em obter alguma resposta, mas nada veio na minha mente.

Absolutamente nada.

JUNGKOOK ON

Taehyung sumiu pelo alojamento. Eu sentia o cheiro dele, mas não conseguia saber de onde vinha. Depois de quase duas horas que ele havia sumido, resolvi sair e procurar por ele. Andei bastante, até ver que ele estava encostado numa árvore – escondendo o rosto -, num lugar mais afastado do jardim.

– Tae? – Chamei, enquanto me aproximava e agachei perto dele.

– Jungkook, me deixa um pouco sozinho? – Ele respondeu com a voz abafada.

– Eu só quero saber se você está bem.

– Sim, estou.

– Sabe... – Comecei a falar e me sentei de frente para ele. – Eu vou dar uma voltinha, quer ir comigo? – Cochichei. – Nós podemos voltar no parque.

– Não. – Ele disse simples.

– Quer que eu compre alguma coisa para você? Um chocolate, um pedaço de bolo, um...

– Eu não quero nada. – Ele me interrompeu e tentou ficar de pé, mas eu não deixei.

– Tudo bem, Taehyung. Pode ficar aí, eu saio. – Me levantei e bati as mãos na minha bermuda, jogando no chão, os matinhos que ali grudaram. – Eu não vou ficar te enchendo o saco, mas eu vou manter minha promessa, de proteger você.

O mais velho ficou calado e na mesma posição, então, eu saí correndo dali, não queria incomodá-lo.

No meio do caminho, acabei esbarrando numa garota – beta -  que carregava uma cesta cheia de maçãs.

– Ai, me desculpe. – Fiquei sem graça e agachei, para ajudá-la a pegar as maçãs que haviam caído.

– Obrigada. – Ela sorriu docemente e esticou a mão. – Sou Ji Yoon.

– Ah, sou Jeon Jungkook. – Estiquei a mão e cumprimentei a garota.

– Então é você que é o famoso alfa lúpus do alojamento?

– Sim... sou eu. – Respondi sem graça, enquanto coçava a cabeça.

– Finalmente te conheci, eu cozinho para todos aqui, conheço quase todo mundo, mas tem uns que eu só ouço falar. – A moça abriu um sorriso largo. – Então, onde está seu ômega? – Ela perguntou, espiando atrás de mim.

– Eu não... não tenho um ômega.

– Não? – Ela me olhou confusa.

– Não. – Sorri. – É complicado.

– Ah, sim. – A moça pareceu não querer incomodar. – Bem, vou para a cozinha, tenho que preparar as frutas do lanche da tarde. Até mais.

– Até. – Acenei e fui para o meu quarto, trocar de roupa.

TAEHYUNG ON

Depois que Jungkook me deixou sozinho, eu espiei de lado e vi ele todo animado conversando com uma garota que eu já tinha visto andando por ali.

– Então, Tae? – Yoongi chegou perto de mim e se sentou do meu lado. – Parece que Jungkook tem uma nova amiga.

– É. – Falei emburrado. – Que bom para ele.

– Por que ele não está aqui com você?

– Porque eu não quis que ele ficasse aqui comigo. – Respondi sem muito interesse. – Mas parece que isso não é um problema para ele.

– Está com ciúmes, Tae?

– O que? Você está doido? – Empurrei o loiro, quando ele começou a gargalhar. – Sai daqui.

– Assume logo, Taehyung.

– Assumir o quê, Yoongi? Deixa de ser idiota.

– Assume logo que você gosta dele e que está com ciúmes.

– Não, eu não gosto dele e nem estou com ciúmes.

– Tae, já parou para pensar que quando seu cio chegar, você vai ter que encarar esse medo seu? Jungkook já mostrou que quer o seu bem. O tanto que você irrita ele, já era para ele ter batido em você. Mas ele não o fez. Ele te protege de todo mundo, só você que não viu isso ainda. – Yoongi se levantou e ajeitou a barra da bermuda. – Só não reclama quando ele encontrar outro ômega, viu? Agora que descobriram que ele é o único alfa lúpus do alojamento, todos vão correr atrás dele.

– Então pode ficar com ele para você. – Falei sério.

– Não quero. Jimin já é o meu alfa. – Min deu um sorriso de lado e saiu andando.

– Que nojo. – Gritei para ele e recebi um dedo do meio, bem dado.

Levantei do chão e resolvi voltar para o quarto. Quando abri a porta, encontrei Jungkook acabando de se arrumar para sair.

– Tem certeza de que não quer ir? – Ele me perguntou, enquanto ajeitava o cabelo de um jeito majestoso.

– Tenho. – Caminhei até a beirada da minha cama, peguei minha espada e saí do quarto.

Estava caminhando para a arena de treino, quando encontrei Hoseok andando sozinho.

– Ei, Tae. – Ele chegou perto de mim e tocou meu ombro. – Que bom te ver. Você está melhor?

– Estou sim, obrigado. – Jung era um alfa, mas ele era um cara muito gente fina, assim como Namjoon e seu irmão.

– Já está indo treinar? – O ruivo apontou para minha espada.

– É, eu vou tentar fazer algumas coisas. – Sorri sem graça. – Meu braço direito ainda está bom. Por enquanto, porque do jeito que as coisas estão, eu vou machucá-lo também. – Gargalhei e o mais velho me acompanhou.

– Posso ir com você? – Ele pediu. – Dizem que você é o melhor lutador daqui. Gostaria de ver um treino.

– Claro. Vamos. – Acenei com a mão e chamei para que Hoseok me seguisse.

Pouco tempo depois que eu estava na arena, vi Jungkook passando um pouco de longe e encarando nós dois, mas eu nem dei ideia.

**

O dia passou tranquilo, passei bastante tempo com Hoseok na arena, ensinei a ele algumas coisas, nos juntamos no refeitório na hora do almoço e mais tarde, eu resolvi visitar a Minzy, que eu não tinha visto desde que saí da enfermaria.

Quando foi mais tarde, Jungkook voltou para o quarto todo sorridente.

Eu estava apoiado na janela, tomando aquela brisa fresca e continuei lá, fingindo que não tinha o visto.

– Boa noite, Tae. – Disse rápido e caminhou até a mim. – Trouxe uma coisa para você. – Ele cochichou e afagou meus cabelos. – Toma.

Virei o rosto e encontrei três bombons – embalados num papel vermelho – sobre a mão esquerda do moreno.

– Eu falei que não precisava. – A frase saiu num tom de falta de educação, mas juro, não foi minha intenção, eu realmente fiquei sem graça.

– Mas eu quis trazer. – Ele disse simples e pegou minhas mãos, colocando os bombons sobre elas. – Espero que você goste.

O garoto se afastou de mim e pegou uma roupa limpa, para tomar banho.

Sentei na minha cama e fiquei encarando os bombons, pensando se deveria comer ou não. Resolvi deixar para comer depois e coloquei-os sobre meu criado mudo, me inclinando e descansando a cabeça sobre os travesseiros.

– Não vai comê-los? – Jungkook saiu do banheiro secando os cabelos com a toalha.

– Depois eu como. – Falei baixo.

– Então tá. – Ele pegou o celular e se jogou na cama. – Se eu fosse você, eu ia tomar um banho, está cheirando a Hoseok.

– Olha só quem fala. – Levantei e fui pegar minha roupa. – Mais cedo estava todo de conversinha com uma garota.

– Ah, você viu? – Ele sorriu e virou a tela do celular para mim. – É a Ji Yoon.

– É a Ji Yoon. – Imitei a fala dele e afinei a voz, tirando risadinhas do outro.

Tomei meu banho e voltei para a cama, ajeitando as cobertas.

– Você realmente foi tomar banho porque eu disse que estava cheirando a Hoseok?

– Lógico que não.

– Ah não? – Jungkook levantou uma sobrancelha e me encarou.

– Não, porque primeiro, você não manda em mim. Segundo, eu não ligo para a sua opinião. Terceiro, eu não tinha tomado banho para dormir, ainda. E quarto, o cheiro do Hoseok é muito bom.

– Ah você gosta do cheiro dele? – O moreno me fuzilou com os olhos.

– Gosto.

– O cheiro dele é melhor que o meu? – Ele sentou na cama e ficou me encarando. – Eu te fiz uma pergunta.

– Dá um cheiro no pescoço dele e tire suas próprias conclusões.

– Você cheirou o pescoço do Hoseok?

– O que? – Perguntei incrédulo.

– Taehyung, eu não sei se você percebeu, mas o Hoseok é um alfa. Eu disse que vou te proteger, mas só vou evitar que alfas machuquem você de novo.

– E daí? – Perguntei curioso.

– E daí, que se você provocar ele, e ele te pegar de jeito e te levar pro quarto, eu não vou interferir.

– Você deixaria Hoseok fazer alguma coisa comigo? – Perguntei num tom provocativo.

– Se ele tentar te machucar à toa, eu vou pegar ele. Mas se você provocar, terá que arcar com as consequências. – O moreno deitou e voltou a dar atenção para o celular.

Decidi não render assunto, apenas ajeitei meus travesseiros e deitei. Fiquei encarando o moreno por um tempinho, até ficar irritado com o tanto que ele sorria para a tela do celular. Bufei e virei para o outro lado da cama, fechando os olhos e tentando dormir.

**

Acordei bem cedo com o Jungkook falando no celular.

– Tchau, beijo. – Ele disse e desligou o telefone.

Beijo?

– Você podia falar mais baixo. – Reclamei. – Ou então, sai do quarto para conversar. – Levantei e fui para o banheiro, fazer minhas higienes.

– Bom dia viu, Taehyung. – Ele disse quando eu voltei para o quarto.

– Bom dia.

– Tae? – Jeon se aproximou de mim e segurou minha cintura com a mão direita. – Eu vou sair de novo, vem comigo?

– Não, eu não quero. – Na verdade, eu queria. Queria muito. Mas eu estava com medo.

– Por quê? – Ele sussurrou e afagou minha bochecha.

– Kookie, por favor? – Coloquei minhas mãos sobre seu peito e o afastei um pouco. – Não força a barra.

– Você quer que eu me afaste de você? – O mais novo perguntou, sério.

– Jeon, eu... – Respirei fundo e fechei os olhos.

– Está vendo como você é confuso? Ontem de manhã você estava me pedindo para não me afastar de você, mas agora você está assim. O que você quer que eu faça?

– Jungkook, eu não estou me sentindo muito bem. Dá um desconto.

– O que você tem?

– Eu estou sentindo dor, medo, incômodo, raiva...

– Então vem comigo? Tenta se distrair.

– Eu prefiro ficar aqui.

– Por favor, Tae? Vamos comemorar seu aniversário de novo? – O garoto abriu um sorriso largo, mas que não conseguiu me fazer mudar de ideia.

– Não... – Balancei a cabeça negativamente.

– Você quem sabe. – Kookie se afastou de mim, pegou o celular e saiu.

**

Pelo resto do dia, eu fiquei conversando com os meninos no quarto dos gêmeos, de novo. Jin inventou uma brincadeira interessante e nós ficamos ali, divertindo e passando o tempo.

Em momento algum, eles falaram sobre o Jungkook. A brincadeira fluía muito bem, até que eu resolvi tocar no assunto do Baek.

– Gente, vocês sabem o que aconteceu com o Baekhyun? – Perguntei e todos se entreolharam, como se estivessem evitando ao máximo tocar nesse assunto.

– Ah, gente, uma hora ele vai ter que saber. – Yoongi falou de uma vez.

– Saber de que?

– De nada, Tae. – Jin disse e desviou os olhos de mim.

– Jin, você mente muito mal. Yoongi, o que eu devo saber? – Perguntei, mas ele apenas encarou Namjoon. – FALA, LOGO.

– Kim, o Baek teve que ir para um hospital externo, porque o Jungkook machucou ele de tal forma que os médicos do alojamento não poderiam ajuda-lo a tempo, se não ele ia morrer. – Yoongi começou a falar desesperado. – Ele quebrou alguns ossos e teve o pulmão perfurado.

– O QUE? – Gritei e senti meus olhos marejarem. – Gente, esse cara dorme comigo.

– Aí que tá a questão. – Namjoon se levantou e começou a falar. – Quando eu contei para o meu pai sobre os olhos do Kookie, ele disse que quando Jeon levou Baek para a sala dele, seus olhos já estavam vermelhos e que a presença dele era muito, mas muito forte e que nem ele conseguiria fazer alguma coisa a esse respeito.

– Isso não acaba com o fato de que ele ainda dorme comigo. – Insisti.

– Mas começa com a história de que você e Jungkook tem uma ligação forte. – Nam voltou a explicar. – Você já perguntou ele como que ele sabia que você estava machucado?

– Não. – Respondi.

– Você se lembra do que aconteceu direito? – Jimin se manifestou.

– Não, eu só lembro de ver ele indo para cima do Baek e ouvir a voz da Minzy, mais nada. – Respondi simples e eles se encararam de novo.

– Quando você provoca ele, ele fica nervoso com você? – Jin perguntou.

– Às vezes. Mas seus olhos não chegam a ficar vermelhos. Ele só ficou assim quando fitou meu rosto de viu que eu estava machucado. Mas o que isso tem a ver?

– Como eu disse, vocês têm uma ligação forte. – Namjoon voltou a falar. – Um lúpus só fica com os olhos vermelhos, quando sua adrenalina sobe para um nível absurdo e aí ele perde o controle. Mas se os olhos dele já ficaram vermelhos perto de você e ele não fez nada, é porque você consegue fazer ele se controlar.

– Isso é loucura. – Disparei. – Vocês estão loucos.

– Nós não. – Yoongi sorriu. – Vocês dois que estão. Um louco pelo outro.

– MIN? – Levantei de uma vez e lasquei um tapa na cabeça do loiro, o que fez Jimin avançar na minha direção e rosnar. – Eu não tenho medo de você. – Falei e apontei o dedo na cara dele.

– Mas devia. – Ele respondeu.

– Está me ameaçando? – Sussurrei e me aproximei dele, encarando profundamente seus olhos.

– Gente, para com isso. – Namjoon bateu palmas. – Taehyung, para de provocar os alfas e Jimin, para de provocar o Taehyung. Vocês podem sair machucados.

– Me desculpe. – Jimin falou baixo e abraçou Yoongi. – Eu não quero ser o amigo chato.

– Você não é chato. Mas deixa que eu me resolvo com o seu Suga. Ninguém se mete nas nossas brigas.

– Relaxa, Jimin. Eu sei lidar com esse daí. – Yoongi sussurrou e segurou o queixo do ruivo, selando seus lábios.

– AH QUE NOJO. – Brinquei, enquanto todos gritavam um “uuuuuhhh”.

– Para de olhar, Taehyung. Vai beijar o Jungkook. – Suga disse num tom de brincadeira e eu ameacei a lhe dar mais uns tapas, mas Hoseok me segurou e não deixou, enquanto gargalhava da situação.

Depois de mais um tempinho de conversas e tapas, fomos jantar. No refeitório eu vi Jungkook sentado numa outra mesa conversando com aquela mesma garota.

– Disfarça um pouquinho, Tae. – Hoseok me repreendeu. – Eu não quero ser chato, mas já tem uns dez minutos que você está encarando os dois.

– Ah, eu odeio esses devaneios. – Comentei e levantei da cadeira, pegando meu prato e meu copo. – Obrigado por avisar, Hoseok.

– Por nada. – Ele disse simples.

Coloquei meu prato na mesa de pratos sujos e coloquei meus talheres na caixa de talheres sujos.

Resolvi me sentar um pouco do lado de fora da casa e tomar um ar fresco.

Fiquei pensando na conversa que tive com os hyungs, sobre eu ter uma ligação forte com o Jungkook. Será que é por isso que minhas emoções e sentimentos interferem nele? Será que é por isso que ele tem tanta certeza de que não vai me machucar? Será que ele sabe que não perdeu o controle por minha causa?

Mas quem me garante que ele não vá perder?

Enquanto eu estava perdido nos meus pensamentos, Jungkook passou com a garota e os dois sorriam igual a dois bobos.

– Boa noite, Tae. – Ele me cumprimentou.

– Boa noite. – Falei de má vontade e encarei a garota.

– Oi, eu sou Ji Yoon. – Ela acenou e sorriu alegremente, mas eu fiquei apenas encarando.

– Ji, ele não é muito educado, mas é o Taehyung, meu colega de quarto.

– Oi. – Respondi friamente e me levantei, andando na direção do quarto.

Jungkook seu falso. Você deita na minha cama, me dá chocolate, me beija e agora eu sou só o seu colega de quarto?

Eu te odeio.

**

Na manhã seguinte, eu acordei bem cedo e decidi tomar meu café na varanda, de repente, sinto Jungkook se aproximando.

– Tae? – Ouvi o mais novo me chamar.

– Oi? – Respondi calmo.

– Como você está? – Ele perguntou baixinho e se sentou do meu lado.

– Estou bem. As dores melhoraram.

– Que bom. – Ele sorriu de lado. – Taehyung, você ainda está com medo de mim?

– Eu não estou com medo de você. – Menti.

– Então por que você está me evitando?

– Eu não estou te evitando.

– Está sim, Tae. – Ele suspirou. – Nossa, é tão ruim ficar assim com você. É tão ruim ficar querendo conversar, mas você não puxa papo.

– Vá conversar com a Ji Yoon. – Respondi seco.

– Kim, eu quero conversar com você. – Kookie respondeu e eu fingi que não ouvi. – Tae, olha para mim. – O moreno passou a mão para o meu rosto e me fez olhar para ele. – Quantas vezes eu vou ter que dizer que não vou te machucar?

– Como você pode ter tanta certeza? – Criei coragem e perguntei.

– Eu apenas sei. Sei porque... porque você é... – Ele não conseguia terminar a frase e apenas ficou encarando meus olhos.

– Sou o quê? – Sussurrei.

– Você é o ômega que eu queria que fosse meu.

– Você não sabe o que está dizendo. – Cochichei.

– Eu só não te provo isso porque nós estamos aqui fora.

– A Ji Yoon é a ômega ideal para você. – Retruquei.

– Ela é uma beta. – Ele respondeu e se aproximou do meu ouvido. – Mas eu quero um ômega.

– Mas eu não quero um alfa. – Falei baixo e levantei rápido, saindo correndo.

Fui para o meu quarto e comecei a limpar, afim de passar o tempo.

Jungkook é um maldito alfa que consegue mexer com os meus sentidos. Que droga ele fez comigo? Eu quero distância dele, mas ao mesmo tempo eu fico esperando ele me agarrar e me beijar. Sim, eu confesso, eu adoro os beijos do Kookie, adoro o jeito que ele me aperta quando me abraça, adoro essas provocações que ele faz, mas odeio essa mania de fingir que não liga para mim, odeio esse jeito dele de que uma hora me quer, mas depois nem liga.

Aaah Jungkook, eu odeio gostar de você.

Eu não entendo esse garoto. Ele é bipolar e fala que eu que sou assim.

Mas sabe o que é pior? Eu sinto falta dessa peste, e eu acho que mais gosto do que odeio. Sei lá, ficar perto dele me acalma, por mais que eu sinta medo dele às vezes, a sua presença me deixa um pouco mais calmo e eu não sei dizer se isso é natural ou se é ele que provoca.

No dia que ele me tirou do alojamento, ele fez de tudo para me agradar, eu consegui ver que ele não tinha segundas intenções. Nós nos beijamos, mas não foi nada forçado, eu quis, eu deixei, eu me senti bem em fazer isso. Jungkook nunca fez nada por interesse e tudo o que ele quis, ele nunca teve medo ou vergonha de dizer, como por exemplo “Acho que mereço um beijo” ou “Solta o meu ômega”...

– LEMBREI. – Falei alto. – Lembrei o que ele disse. Ele disse que eu era o ômega dele. – Sentei no chão e comecei a rir igual a um bobo. – Ele me defendeu como se eu fosse o ômega dele. Era disso que o Nam estava falando, a questão não é ele não perder o controle comigo, Kim Taehyung, mas sim com o ômega dele.

Ômega dele... esse trecho ficou martelando na minha cabeça... como eu seria o seu ômega, se ele não tinha ficado comigo ou se ele não tinha me marcado? Será que ele sente aquela ligação que o Namjoon falou?

Um toc toc na porta me fez sair dos meus devaneios, então eu levantei correndo achando que pudesse ser ele, mas quase fiquei cego em ver aqueles dentes tão brancos da Ji Yoon que estava parada do lado e fora e estampava um sorriso enorme no rosto.

– Ei, Taehyung. – Ela deu um tchauzinho e espiou dentro do quarto. – O Kookie está?

Como assim, Kookie? Já está desse jeito?

– Não, por quê?

– Eu precisava muito falar com ele.

– Deixa recado, eu falo para ele.

– Não... – Ela coçou a cabeça. – Era só com ele mesmo.

– Que pena, tchau. – Bati a porta com força e sentei na minha cama, com vontade de matar o Jungkook e essa garota.

Eu te odeio, Jeon.

**

Depois daquele momento durante a manhã, Jungkook desapareceu e Ji Yoon também. Eu costumava ver ela andando pelo refeitório, mas dessa vez, nem sinal da garota.

Eu comecei a me arrepender dos pensamentos que tive mais cedo. O que esse garoto estava pensando? Fica amorzinho comigo e depois desaparece com a moça? Aposto que levou ela para o lado de fora do alojamento. E essa menina vindo no MEU quarto para procurar por ele? Estão achando o quê?

Passei a tarde andando pelo alojamento e visitando alguns colegas que eu não via há muito tempo. Quando foi mais ou menos umas 19:00, voltei para o quarto e encontrei Jungkook lá dentro.

– Lembrou que tem quarto? – Perguntei.

– Ah, então você assume que esse quarto também é meu? – Ele disse num tom frio.

– Não, ele não é.

– Taehyung, fiquei sabendo que a Ji Yoon veio aqui mais cedo e você foi rude com ela. Nunca mais faça isso, me ouviu?

– Eu vou fazer isso com quem eu quiser.

– Não, você não vai.

– Vou sim.

– Não com os meus amigos. Com os seus, você faz o que quiser, mas com os meus, eu exijo no mínimo, respeito.

– Então quer dizer que agora você tem amigos aqui?

– Tenho a Ji Yoon que é melhor que muita gente. – Ele disse isso e me encarou de cima a baixo.

– Então vá se encontrar com ela, longe daqui. No dia que meus amigos vieram, você deu piti, então, eu também não aceito ela aqui.

– Eu achei ruim porque eram vários alfas e você tinha medo. Eu achei ruim, porque não os conhecia e mesmo assim você os trouxe, então ela virá aqui, sim.

– Faz o que você quiser, Jungkook. Só não me enche. – Separei uma roupa limpa e já ia caminhando para o banheiro, quando ele me chamou de novo.

– Ah, aproveitando o assunto, ela ficou de passar aqui mais tarde, então, comporte-se como gente.

– Não precisa se preocupar com a minha educação. – Falei já chegando na porta do banheiro. – Eu vou tomar meu banho e vou para o quarto do Hoseok. – Terminei minha frase e bati a porta.

Folgado. Argh, se eu pudesse esquecer tudo o que eu havia pensado mais cedo, toda aquela coisa de achar que gostava dele, da presença dele... Ele só me faz raiva, só me enche o saco.

Abri bastante o chuveiro e deixei a água sair com vontade, encharcando meu cabelo e molhando meu rosto todo. Eu queria chorar de raiva, mas não me permiti fazer isso.

Fiz bastante espuma com o sabonete, e me ensaboei todo, afim de ficar bem limpinho e bem cheiroso.

Saí do box, sequei o corpo e coloquei minha camisa larga branca, uma cueca preta e uma calça de moletom preta também. Dei uma ajeitada no cabelo, escovei meus dentes e saí do banheiro.

– Você nem comeu os bombons que eu te dei. – Jungkook comentou num tom chateado.

– Eu vou comer depois. – Respondi friamente.

– Depois quando?

– Quando eu tiver vontade. – Falava com pouca importância, e fingindo que estava me arrumando de frente para o espelho.

– Isso tudo é para o Hoseok?

– Talvez.

– Vou só te lembrar que eu não vou no quarto dele te buscar, viu?

– Do jeito que eu estou, eu sou capaz de excitar um alfa? – Perguntei num tom provocante. – Eim, Jungkook?

– Sim. – Ele abaixou a cabeça e colocou os fones de ouvido.

– Vai ter coragem de deixar eu ir pra lá? – Caminhei até ele e fiquei parado do lado da sua cama. – Ou vai ter coragem de me impedir?

– Não me provoca.

– Por quê? Vai ficar com os olhinhos vermelhos e bater em mim?

– Taehyung, já mandei você não me provocar.

– Bem que dizem que cachorro que late demais, não morde.

– Do que você está falando? – Ele olhou de lado e franziu a testa.

– De você gritando para o alojamento inteiro ouvir, que eu sou o seu ômega, mas para mim você não diz nada e ainda me entrega de bandeja para outro alfa. – Sorri provocador e mordi o lábio inferior. – De lúpus, você só tem a força. – Sussurei.

Jungkook ficou tão nervoso comigo, que ele tirou os fones de ouvido e sentou na cama, me puxando com força pela camisa e me fazendo sentar sobre ele.

– Eu vou te mostrar quem é o lúpus. – Ele disse entredentes e me puxou com força, me fazendo sentar sobre o membro dele.

– E eu vou mostrar para essa Ji Yoon quem é o seu ômega. – Passei minhas mãos para seu rosto e o beijei.

Ah, foda-se se eu estava com raiva, mas devo admitir que estava com saudade daquele beijo. Jungkook enfiou a língua com vontade dentro da minha boca e escorregou suas mãos até minha bunda, me pressionando contra ele e dando leves apertos sobre ela.

Nosso beijo era louco, era a pura luxúria, eu mordia seus lábios sem dó e ele fazia o mesmo comigo. Nunca havia beijado Jungkook dessa forma, mas confesso que era muito excitante.

A falta de ar se fez presente, então o mais novo desceu seus lábios para o meu pescoço, onde passou a dar chupadas fortes, que com certeza deixariam marcas. Suas mãos subiram da minha bunda e passaram a levantar minha camisa bem devagar, enquanto seus dedos passavam de leve sobre a minha pele.

– Gostoso... – Ele sussurrou, quando finalmente me viu sem a peça de roupa.

– Tira a sua. – Ordenei, mas eu mesmo já tratei de tirar a camisa preta que ele vestia.

Jeon segurou minha cintura e me virou de uma vez, me fazendo ficar deitado na cama com ele sobre mim. Tomei seus lábios mais uma vez e abri as pernas, para que ele pudesse se encaixar melhor em mim, logo sentindo seu corpo quente em contato com o meu.

Eu não sabia exatamente o que se passava a minha cabeça, só sabia que estava sendo gostoso ter Jungkook daquele jeito comigo.

– Tae? – Ele sussurrou, enquanto chupava o lóbulo da minha orelha. – Se você quiser que eu pare, é só falar. Eu não sei se vou conseguir parar depois.

– Continue, eu não quero que você pare. – Respondi no mesmo tom e soltei um gemidinho fraco, quando ele passou a se movimentar entre minhas pernas, simulando uma penetração.

Jeon voltou a me beijar, enquanto eu enfiava meus dedos no meio dos cabelos negros do mais novo e começava a puxar, com a força que eu conseguia, já que estava muito, mas muito excitado.

Senti sua mão percorrendo meu corpo e dando leves arranhões, enquanto eu tratava de enfiar minha língua dentro da sua boca, como se eu necessitasse disso para viver.

Seus lábios foram trilhando um caminho imaginário até os meus mamilos, onde ele começou com os beijos e chupadas estaladas.

– Ahh – Gemi quando ele pressionou seu membro com mais força sobre o meu, enquanto lambia meu pescoço até meu queixo.

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, senti a mão grande e quente do outro entrando em contato com o meu pênis, que latejava em busca de atenção.

– Molhadinho para mim... – Ele disse bem baixinho, enquanto esfregava seu polegar sobre a fenda do meu membro e espalhava pré gozo pela glande. – Durinho para mim... – Jeon sussurrou no meu ouvido, quando começou a me masturbar bem devagar. – Agora só falta gemer para mim.

– Nunca. – Reclamei.

– Ah vai? Geme para mim, Taetae? – Ele falava sobre minha pele e ia passando seus lábios pelo meu rosto, até atingir minha boca, onde ele deu uma lambida e uma mordida forte no meu lábio, aumentando a força e o movimento entre as minhas pernas.

– Ah, Kookie... – Puxei o cabelo dele e minhas pernas faziam movimentos involuntários, por conta do tesão que eu sentia.

– Isso Tae... Geme meu nome mais uma vez. – Porra, como era excitante ouvir ele sussurrar isso com os lábios ainda grudados nos meus. – Vai, eu quero ouvir.

– Para... – Eu pedi para parar, mas nem sei o porquê que eu disse isso, eu estava tão fora de mim, que comecei a falar coisas desconexas.

– Você quer que eu pare?

– N-Não... não pare. – Levei minhas mãos até suas costas e passei a deixar minhas marcas. Quanto mais eu arranhava, mais rápido ele masturbava. – Ah Jungkook... – Gemi involuntariamente, era como se meu corpo soubesse que aquele prazer todo que eu sentia estivesse vindo das mãos dele.

– Tão gostoso te ver assim. – Eu sabia que ele estava bastante excitado também e eu percebia que ele tentava me deixar confiante durante a situação, ele tentava me passar calma. – Agora eu quero ver você gozar para mim, tá?

Gozar. Nossa, acredite, eu ainda não tinha pensado nisso. Me julguem, mas sou virgem.

– Para. – Pedi meio desesperado e ele obedeceu.

– O que foi?

– Eu não posso gozar aqui e assim. Vai sujar tudo e... – Calei a boca quando ele voltou com os movimentos.

– Pode sim, Tae. – Jungkook agora me masturbava rapidamente e eu já não tinha fôlego para responder nada. – Se não quiser na minha mão, vai ser na minha boca. – Ele sorriu travesso e selou nossos lábios mais uma vez, fazendo sua língua explorar cada canto da minha boca, enquanto eu buscava por oxigênio e gemia entre o beijo, causando risadinhas de leve do outro.

Senti um arrepio correr pelo meu corpo e sabia que já estava prestes a gozar.

– J-Jungkook. E-Eu vou... – Quis alertar para que ele pudesse parar, se quisesse, mas mesmo sem eu terminar a frase, ele entendeu e não parou com os movimentos.

– Então vai. – Jeon aumentou a velocidade do beijo e dos movimentos.

Senti outro arrepio e agora eu tive certeza que não tinha como voltar atrás. Dobrei meu joelho que não estava embaixo do moreno e gozei, soltando um gemido arrastado e cravando as unhas nas suas costas.

– Isso, Tae. Goza, goza para mim.

– Ah, ah Jungkook. – Minhas pernas davam umas tremidinhas, enquanto ele ainda massageava a minha glande para que eu pudesse gozar tudo.

– Você é meu, está ouvindo? – Ele disse sério e mordeu meu lábio. – Não quero saber de você com nenhum outro alfa. Quero você gozando gostoso assim para mim, e só para mim.

– Então me faça ser seu.

– Você já é meu. – Jeon disse num tom autoritário, enquanto voltava a me beijar.

Estava tudo gostoso, tudo excitante, até que um som ecoou pelo quarto e que fez nós dois resmungar de indignação.

TOC, TOC

– Kookie? – Ji Yoon gritou do lado de fora. – Cheguei.

– Já estou indo. – Ele gritou.

– Eu não acredito. – Fechei a cara e encarei ele.

– Eu disse que ela viria. – Ele sorriu e se levantou.

– É sério? Você vai parar?

– Eu combinei com ela, Tae. – Ele esticou a mão e me ajudou a levantar. – Mas relaxa, depois a gente continua. – Jungkook me deu um selinho. – Acho melhor você tomar outro banho e não se preocupe, eu saio do quarto pra você não ter que ir atrás do Hoseok.

– Vai sair com ela? Sério?

– É rapidinho. – Kookie se levantou da cama e foi até o banheiro lavar a mão suja do meu gozo e ajeitar o cabelo. – Já volto. – Ele piscou para mim, vestiu a camisa e saiu do quarto.

– Jungkook, eu te mato. Eu juro que eu te mato.


Notas Finais


Twitter: @kimiejeon
Beijos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...