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História Link - Link especial em: Feliz Natal


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


SURPRESAAA!!!
Esse foi um extra que eu fiz, que se passa na época do natal, no universo de Link. Era para ser uma oneshot, mas como é de Link, eu preferi quebrar meu TOC com números ímpares e postar aqui mesmo.
Fiz esse extra especial, para agradecer o fato de que Link atingiu +3k favoritos *----------------* EEEEEEEHHHH
Obrigada por todo o carinho de vocês!!!!
Espero que gostem do extra.
Boa leitura e mais uma vez, OBRIGADAAAAAAAAAA!!!!

Capítulo 41 - Link especial em: Feliz Natal


Fanfic / Fanfiction Link - Link especial em: Feliz Natal

Link especial em: Feliz Natal

Taehyung ON

Eu estava no meu quarto, trocando de roupa, quando Jungkook chegou e entrou sem ao menos bater na porta.

– Tae!

– Ah, pelo amor dos deuses. – Peguei uma blusa qualquer e tampei meus peitos. – Não tenho privacidade nem para trocar de roupa. – Reclamei. – O MinHo ainda vai me pagar por ter tirado meu direito de ter um quarto só para mim.

– Para, Tae. Estamos na véspera de Natal e você ainda continua reclamando. Para com esse jeito marrento pelo menos hoje. – Ele reclamou, o que me deixou perplexo.

– Você que invade meu quarto, fica entrando aqui sem ao menos bater na porta e sem se importar se eu estou me trocando; e ainda quer que eu não reclame? Me poupe, né, Jungkook?

– Nossa, você é um saco. – Ele torceu o nariz. – Nem sei o porquê de eu ter vindo aqui te chamar. – Saiu andando e se jogou em cima da cama.

– Tá, mas agora que está aqui o que você quer? – Vesti a blusa correndo e apoiei as mãos na cintura, para ouvir o que ele queria.

– Os meninos estão chamando para montarmos a árvore de natal do alojamento, e eu vim te chamar para participar. Só que você me recebe de braços tão abertos, que eu até desanimo.

– Eu vou. – Falei simples. – Mas eu não seria tão grosso se você tivesse um pouco mais de educação.

– Ei, esse quarto também é meu, tá? Por que não estava se trocando no banheiro? Se for assim, vamos ter que estipular algumas regras para esse lugar.

– Ah, você acabou de chegar e quer estipular regras para meu quarto? – Ri soprado. – Era só o que me faltava. – Revirei os olhos.

– Se for para ter um convívio no mínimo decente, temos que ter regras, sim, Taehyung! – Insistiu.

– Tá, que árvore irão enfeitar? – Fingi desinteresse no assunto das regras.

– O Namjoon e a Minzy vão fazer uma crescer lá no jardim. – Respondeu baixo. – E vamos enfeitar ela.

– Então vamos logo.

– Você quer que eu vá com você? – Sorriu ladino.

– Ué, você veio me chamar, mas é para ir sozinho? – Levantei as sobrancelhas.

– Nãaaaao, Taetae. Eu quero sua companhia. – Ele soltou uma gargalhada irritante e se levantou da cama, vindo na minha direção com os braços abertos.

– Nem pense em me tocar. – Falei sério.

– Só um abraço?

– Sai. – Dei dois passos para trás.

– Taehyung, você precisa ter contato com o espírito natalino para deixar um pouco essa marra de lado. Eu vou dar um jeito nisso.

– Desde que não encoste em mim. – Dei de ombros.

– Então vamos lá montar essa árvore logo, porque o alojamento inteiro deve estar esperando o senhor Kim Taehyung para fazer as honras de colocar a estrela no topo da árvore.

– Eu não tenho o poder de flutuar. – Falei simples e caminhei na direção da porta. – Vamos logo, antes que você resolva ficar batendo papo e eles enfeitam a árvore inteira. – Saí do quarto e ele veio atrás, rindo da minha atitude.

Nós fomos até o jardim, e realmente, já estavam todos os campistas por lá, conversando e divertindo.

Nós chegamos juntos e o Jin já me olhou daquele jeito sugestivo, com um ar de curiosidade, para saber o porquê de eu ter chegado junto com o Kookie. Eu virei o rosto para fingir que não era comigo. Já estava cansado das piadinhas que ele jogava em cima de mim.

Como se realmente estivessem esperando só por nós, assim que chegamos, Namjoon segurou na mão da Minzy e a levou até um montinho de terra fofa, onde eu julguei que iriam fazer crescer a tal árvore.

Ambos se abaixaram no chão, enfiaram as mãos no meio da terra e começaram a mexer os dedos ali; até que eu pude ver crescer um raminho pequeno e esverdeado.

– Curioso, não? – Jungkook sussurrou no meu ouvido e eu tomei um susto, o que me fez lhe dar um tapa servido na cabeça. – AI! Agressivo!

– Mantenha distância e não me assuste. – Resmunguei.

– Você é estranho, Taehyung. Eu só queria comentar o tanto que aquilo é curioso. – Ele usou sua mão que não afagava a cabeça, para apontar para a árvore que Minzy e Namjoon faziam crescer no meio daquela terra fofa. – Para de ser agressivo comigo! Credo!

– Você é muito ousado, Jungkook. Não precisa falar tão perto assim de mim. – Resmunguei, vendo-o revirar os olhos.

Eu voltei minha atenção para os dois que plantavam a árvore, e pude ver que a mesma já tinha pouco mais de um metro de altura. Eles continuaram mexendo na terra e pinheiro cresceu, até passar dois metros.

– Acho que já está bom! – Minzy sorriu de maneira fofa e tirou as mãozinhas da terra. – Querem que faça maior?

– Melhor não, porque vai ficar difícil de enfeitar lá em cima. – Yoongi comentou, fazendo com que Namjoon concordasse e também tirasse as mãos da terra.

– Então podem enfeitar do jeito que quiserem! – Minzy deu um gritinho, e alguns pulinhos animados.

– Eu começo! – Ji Yoon apareceu no meio das pessoas, e sorridente como sempre, tocou os raminhos verdes do pinheiro, e fez crescer pequenas maçãs bem vermelhinhas. – Pronto, agora vocês podem continuar.

– Eu não posso tocar nessa árvore, para evitar que ela pegue fogo. – Hoseok se afastou um pouco.

– É, ninguém vai querer uma árvore queimada. – Jimin fez um biquinho engraçado e foi atrás do irmão.

– Ei, pessoal, fiquem calmos. Aqui tem alguns enfeites que poderemos usar! – MinHo apareceu com uma caixa cheia de bolinhas, pisca-pisca e estrelas, para que pudéssemos colocar no pinheiro.

Como eu não tinha poder algum, eu fui até a caixa e peguei algumas coisas para pendurar, assim como Jungkook e aqueles que não tinham poderes que fossem úteis para enfeitar a árvore.

Começamos a pendurar as coisas, e de longe, eu pude ver a Minzy e o Namjoon fazerem crescer um jardim ali perto, cheio de rosas vermelhas, as quais deixavam aquele clima bem natalino de vermelho e verde.

Quando tudo parecia pronto, eu percebi que faltava a estrela do topo da árvore. Ninguém havia comentado sobre ela, e eu estava ficando incomodado com a falta daquela coisa dourada enorme em cima do pinheiro.

Eu corri até a caixa, e enfiei a mão lá dentro, junto com alguém que teve a mesma ideia. Eu já fiquei nervoso, porque era eu quem deveria colocar a estrela lá; e tudo ficou pior, quando eu levantei o olhar e vi que era o Jungkook.

Respirei fundo e assim que abri a boca para xingá-lo, ele sorriu e soltou a estrela.

– Pode colocá-la. – Ficou de pé e encarou a árvore.

Eu peguei a estrela e fui para colocar no lugar certo; mas quando levantei a mão, vi que não dava altura. Bufei e encarei o alfa que me fitava sem dizer nada.

– Vai ficar aí parado? – Perguntei.

– Eu posso te ajudar? – Levantou as sobrancelhas.

– Eu detesto admitir, mas preciso de ajuda. – Revirei os olhos.

Ele sorriu de lado e se aproximou de mim, colocando a mão na minha cintura.

– JUNGKOOK! – Arregalei os olhos e segurei as mãos dele.

– Só coloca a estrela, Tae. – O alfa impulsionou meu corpo para cima, e assim eu consegui colocar a estrela no lugar.

Jungkook me colocou no chão de volta e se afastou rapidamente.

– Pronto, doeu?

– Cala a boca. – Resmunguei.

– Tá. – Ele riu soprado e apontou para cima. – Ficou bonita.

– Ficou mesmo. – Concordei, sem graça.

– Fizemos um bom trabalho.

– Fizemos. – Cocei a cabeça. Ainda sem graça.

Jungkook encarou meus olhos e saiu andando devagar, me deixando ali sozinho. Ou era o que eu pensava.

– Por que não aproveita o clima do natal, e dê uma chance ao Kookie? – Jin apoiou as mãos em cima do meu ombro e sorriu ladino.

– Por que você não para com isso? – Franzi o cenho e mexi os ombros, afim de afastar suas mãos.

– Porque sei que ele está caidinho por você, assim como você está por ele.

– Jin... – Respirei fundo e forcei um sorriso. – O Namjoon deve estar precisando de você. – Saí andando, deixando o falso ômega para trás.

Voltei para meu quarto e encontrei o alfa causador da minha raiva, deitado sobre sua cama. Eu fui até a minha e deitei também – de costas pra ele, que estava virado na minha direção.

– Você é bonito de costas. – Falou baixo.

– Deixa de ser atrevido e pare de olhar para minha bunda! – Falei alto.

– Aish, Taehyung, eu não estou olhando para sua bunda. Me poupe!

– Está me olhando, por quê? – Perguntei.

– Porque eu fico pensando no que eu fiz para você me odiar tanto, e no que eu poso fazer para você pelo menos olhar para mim, enquanto conversamos.

– O que você fez: veio para esse lugar; o que pode fazer: nada. Pronto, já sabe.

– Eu queria ter um clima amigável com você, mas está difícil, em. – Eu fingi que não ouvi. – Tae, você vai deixar eu te mostrar o espírito natalino? Quem sabe assim você me odeie menos, hm?

– Aish! – Virei de frente para ele, vendo um sorriso brotar nos seus lábios. – O que quer fazer? – Perguntei.

– Te mostrar um lugar.

– Que tenha espírito natalino? – Franzi o cenho.

– Sim.

– E como você pretende fazer isso, senhor Jungkook?

– IIh, Taehyung! Posso ou não?

– Tá, acho que não vai doer se eu confiar em você uma vez... mas saiba que, se tentar uma gracinha, eu te quebro todo.

– Eu não vou fazer nada. Prometo.

– Eu não acredito em promessas de alfas. – Fiz um bico, vendo-o revirar os olhos.

**

Como o dia estava meio frio, eu vesti uma roupa bem quentinha e coloquei uma touca. Eu não fazia ideia em que canto ele me enfiaria, mas fazendo com que eu saísse de dentro da casa, já me dava certeza de que eu deveria colocar uma roupa quente.

Pouco depois, Jungkook saiu do banheiro, enrolado na toalha e com os cabelos molhados.

– Você não sente frio? – Perguntei.

– Muito pouco. – Respondeu simples. – Alfas não sentem muito frio.

– Hum. – Me afastei e sentei na cama, afim de ler um livro, enquanto ele se vestia.

Rapidamente ele colocou uma roupa confortável, calçou suas botinhas amarelas e enfiou um par de luvas no bolso.

– Vamos?

– Uhum. – Fechei o livro – já que não estava prestando atenção, mesmo – e me levantei. – Aonde vamos? – Ele sorriu e estalou a língua.

– Só venha. – Segurou meu braço e me puxou para fora da casa.

O dia já estava escurecendo, e o vento do lado de fora já estava bem mais frio do que antes. Jungkook foi andando para o meio das árvores, e eu fiquei pensando que ele deve ser um alfa louco, que roubou alguns enfeites de natal e colocou em algum canto escondido do alojamento, porque não fazia sentido caminharmos para qualquer lugar, afim de ver o espírito natalino.

Por fim, chegamos em frente a uma pedra gigante, e ele se virou para mim, mordendo o lábio inferior.

– Então? – Levantei as sobrancelhas e olhei para os lados.

– Tae, eu vou te mostrar uma coisa, mas você não pode mostrar isso a ninguém, ok?

– Jungkook?

– Olha, me escuta. – Ele se aproximou. – Eu só quero ficar numa boa com você, ser seu amigo e por isso estou disposto a te mostrar uma coisa que eu acredito que ninguém sabe. Eu vou confiar em você, tudo bem?

– Hum, tá. – Pisquei várias vezes. – O que foi?

– Me promete que vai manter segredo?

– Prometo. – Assegurei, vendo-o sorrir de imediato.

– Então venha. – Ele segurou meus ombros e me guiou na direção da pedra.

– Ei, ei, está maluco? – Me afastei rapidamente.

– Tae, precisamos entrar! – Insistiu. – Ah, venha, vou te mostrar.

Jungkook foi na frente e entrou na pedra.

– Ande logo, Taehyung. Honre essa marra que você tem dentro de você. – Falou um com eco, multiplicando sua voz.

– Argh. – Fiz uma careta e entrei.

Nós caminhamos por pouco tempo dentro dessa pedra, até passarmos por uma cortina de plantas e sairmos num lugar aberto.

– Onde estamos? – Franzi o cenho.

– Do lado de fora. – Ele sorriu ladino. Um sorriso que se transformou em gargalhada, por conta da minha cara de assustado.

– Mas o qu-. – Fui interrompido por ele me puxando.

– Vamos logo porque não podemos ficar por muito tempo aqui.

– Jungkook, isto está errado! Você está maluco?

– Tae, não iremos longe. Relaxa.

– Mas-.

– Aish, só venha. – O alfa me puxou pela rua afora, e nós passamos a caminhar às pressas até chegarmos numa rua que estava tendo uma espécie de feira, com muitas ornamentações lindas de natal.

– Uau! – Exclamei, vendo quanta coisa legal tinha ali.

– Gostou? – Ele sorriu de lado.

– Está tudo maravilhoso! – Deixei uma risada escapar.

– Que bom que gostou. – Kookie disse animado. – Tem uma árvore enorme no final da rua. Vamos continuar andando até chegar lá. – Ele segurou minhas mãos e nós fomos andando.

A cada lugar que passávamos, eu não podia deixar de ficar surpreso pela quantidade de enfeite e pelo fato de que todos eram extremamente criativos.

Tinham guirlandas de todos os tipos e cores, enfeitando a rua, criando uma espécie de túnel de luzinhas de natal. Todas as barraquinhas e lojas de vendas, tinham luzes vermelhas e brancas; e em todas as árvores, tinham várias bolinhas azuis acesas, deixando tudo bem iluminado e lindo.

Eu acho que nunca tinha visto um enfeite tão bonito assim, em toda a minha vida. Todas as pessoas pareciam felizes, e sempre eram gentis com os outros. As crianças gritavam e corriam de um lado para o outro, principalmente quando um trenzinho com um papai Noel passava no meio da rua, tocando uma musiquinha de Natal.

– Ninguém aqui comemora Natal em família? – Perguntei ao Jungkook, que vinha caminhando ao meu lado, mas não dizia uma palavra sequer.

– Eles passam o Natal juntos, já tem uns dois anos. – Contou. – Eles viram que muita gente não tinha dinheiro para fazer uma ceia, e com isso, todos da rua se juntaram para fazerem uma ceia coletiva. É claro que, como você pode ver, eles vendem coisas; mas mais tarde, terá uma ceia aqui, para quem quiser, poder chegar e comer junto a eles.

– Que legal. – Sorri. – Eu gostei dessa ideia.

– Sim, é uma ideia bonita. Agora todos festejam juntos.

– Eu gostaria de participar, quando saíssemos do alojamento.

– Eu até te convidaria para ficar, mas sei que não vai querer.

– Não podemos ficar fora por muito tempo. – Murmurei. – Pode dar problema para o MinHo se descobrirem isso.

– Eu sei. – Jungkook falou simples, ao que encarava um ponto logo a frente, com um semblante sério. Ele se aproximou de mim e passou o braço direito pelos meus ombros, quando uma dupla de alfas passou por nós e ficou me encarando. – Atrevidos. – Resmungou.

– Já passaram. – Engoli em seco. – Pode me soltar.

– Ah, desculpa. – O moreno se afastou. – Você quer comer alguma coisa?

– Não. – Neguei com a cabeça. – Não temos dinheiro para isso.

– Eu tenho. – Um sorriso perverso surgiu nos seus lábios. – O que você quer comer?

– Nada. – Respondi envergonhado.

– Tudo bem. – Ele deu de ombros. – Eu vou comprar uma coisa para mim.

– Tá, eu vou sentar nesse banquinho aqui e te esperar. – Fui até um banquinho branco e me sentei ali, enquanto o alfa ia para uma barraquinha de chocolates. Engoli em seco. Já fazia muito tempo que eu não comia um chocolate e senti até vontade.

Desviei o olhar e fiquei encarando as coisas a minha volta. Pouco depois, ele voltou com dois espetinhos de frutas banhadas no chocolate e esticou um na minha direção.

– Trouxe para você.

– Não precisava. – Mordi o lábio, morrendo de vergonha.

– Estava na promoção se eu comprasse dois. – Mentiu descaradamente. – Pegue logo antes que o chocolate escorra na minha mão, Taehyung.

– Aish. – Resmunguei. – Doce como sempre. – Peguei o espetinho e levei imediatamente até a boca, já que uma parte do chocolate estava quase pingando.

– Doce é você. – Respondeu, ao que se sentava ao meu lado. – Eu nunca vi uma pessoa tão doce quanto você, Tae. Eu confesso que invejo sua personalidade. Delicado igual a um coice de mula. O ômega mais doce que eu já vi.

– Engraçadinho. – Dei-lhe um soco fraco no braço. – Se você não fosse um alfa tão chato, eu não seria chato com você.

– Igual você é um amor com o Hoseok? – Ele me encarou com um bico. – Porque convenhamos que você trata o Hoseok muito bem, não é? Além do Namjoon e-.

– O Namjoon é como se fosse meu irmão. – Levantei as sobrancelhas. – Não fala besteira. É claro que eu vou tratar ele bem.

– Mas e o Hoseok? Considera ele como irmão também?

– Você quer que eu te considere como um irmão, Jungkook?

– Não, claro que não. Você é maluco demais para isso. – Disse simples, mordendo sua fruta lambrecada de chocolate.

– Então para de reclamar!

– Você só podia ser um pouco mais tratável, Taehyung.

– Foda-se. – Suspirei.

– Está vendo? – Riu soprado. – Eu estou aqui tentando ser gentil, te trazendo para ver um natal diferente, e você fica aí me dando essas sapatadas.

– Ah, desculpa. – Olhei para ele, com a boca cheia.

– Esquece. – Ele voltou a dar atenção ao seu espetinho e ficou olhando para frente.

– Você não conhece a minha vida para saber o motivo de eu ser assim. – Resmunguei.

– Estou tentando conhecer você, mas você não colabora. – Deu de ombros.

– Aish, eu vou tentar ser gentil hoje. Mas só hoje, ok?

– Tudo bem. – Ele sorriu. – Viu que você precisava do espírito natalino?

– Nah! – Mostrei a língua e voltei a comer meu espetinho.

Assim que terminamos, eu limpei minha boca com o guardanapo e passei a encarar o trenzinho que voltou para a rua.

O trem passava, e nele, tinham algumas moças vestidas de Noeletes, jogando doce para as pessoas.

– Olha, estão jogando bala! – Kookie gargalhou. – Venha, vamos pegar! – Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, minha mão foi puxada com força, e nós dois enfiamos no meio das crianças para pegar as balas e bombons que caíam no chão.

– Jungkook, estamos velhos para isso! – Falei envergonhado, mas ele nem me deu ouvidos.

O alfa corria atrás do trenzinho e pegava as balas que caíam no chão, logo guardando-as nos bolsos.

– Ande, Taehyung! Pegue os doces! – Ele gargalhava.

– Jungkook, pelo amor dos deuses, não somos crianças. – Eu estava todo envergonhado, correndo atrás dele, tentando segurá-lo pelo cós da calça. – Kookie! – Gritei, mas isso só fez com que ele corresse mais e gargalhasse de mim.

– Deixa de ser chato, Taehyung! Pegue um bombom!

– Mas-.

– Escuta. – Ele parou de correr e segurou meus cotovelos. – Você não vai ter a oportunidade de comer outro bombom desse tão cedo, então aproveita, Tae. Aproveita esse espírito natalino e pelo menos corra atrás dos docinhos. Ninguém vai te julgar por isso.

– Eu tenho vergonha. – Assumi.

– Venha, vou te mostrar como se diverte. – Ele sorriu e me puxou para irmos atrás do trenzinho.

Enquanto algumas moças ainda jogavam balinhas, outras tiraram uma tampinha na parte de trás do último vagão e apertou um botão que estava ali do lado, fazendo o buraquinho jorrar bolha de sabão, o que me deixou encantado.

E foi aí que eu caí na real, que o espírito natalino que o Jungkook tanto quer que eu aproveite, é o meu lado criança, que fica bem escondidinho, não permitindo que eu aproveite as coisas boas da vida.

Enquanto eu ficava igual a um bobo observando aquele tanto de bolha colorida, ele corria no meio das crianças, pegando pirulitos no ar e dando àquelas pequeninhas que os pais não deixavam correr atrás do trem, para não machucarem.

Eu me senti criança de novo, quando eu dormia ansioso para esperar o papai Noel passar e deixar meu presente embaixo da árvore. Para muitos, isso é apenas uma bobeira que inventam para as crianças; mas para mim, aquilo era mágico. Eu dormia com aquele friozinho na barriga, imaginando que um velhinho desceria pela minha chaminé e colocaria meus presentes embaixo da árvore que eu havia montado junto com meus pais.

Era coisa de criança. Eu acreditava nisso até o fim e nem me preocupava com o fato de minha casa não ter chaminé. Eu acho que na época eu nem sabia o que era isso, ou se sabia, eu pensava que era o papai Noel que fazia uma mágica, brotando uma chaminé no telhado das pessoas.

Era tão divertido. Eu ficava tão alegre quando me levantava e via os pequenos embrulhos postos embaixo da árvore. Era uma magia que eu queria que ficasse no coração de todas as pessoas. Era uma pureza, uma inocência, que eu acho que todos deveriam ter.

– Venha, Tae! – Kookie me puxou e nós dois corremos atrás do trem, estourando as bolhinhas e pegando os bombons que estavam caídos no chão.

Ao invés de comer, eu passei a fazer igual a ele, dando àquelas crianças que não podiam correr para pegar seus próprios. Elas ficavam felizes e eu também. Fiquei feliz em fazer alguém feliz.

O trem já estava quase virando a esquina, quando o Jungkook me puxou para um pequeno beco e gargalhou junto comigo.

– Sobrou algum bombom? – Perguntou.

– Eu...eu acho que sim. – Tateei meus bolsos e achei um pequeno chocolate. – E aí, sobrou? – Perguntei ao que abria o papel celofane amarelo que envolvia o doce.

– Acho que não. – Ele riu de maneira doce, enquanto apalpava os bolsos. – Eu dei todos.

– Então toma. – Mordi um pedacinho e dei o resto para ele, que aceitou sem reclamar.

Jungkook ficou encarando meus olhos, e sorrindo feito uma criança.

– Vai ficar jogando na minha cara que eu viro uma criança quando vejo bolha de sabão? – Perguntei.

– Não. – Ele se aproximou de mim. – Só quero dizer que fiquei satisfeito. Gostei de ver você sorrindo. Você vai continuar me odiando, mas pelo menos, eu consegui colocar algo divertido no seu natal, marrentinho.

– Eu não sou marrento. – Fiz um bico.

– Claro que não. – Ele se aproximou mais e segurou meu rosto com as duas mãos. – Seu sorriso é lindo demais para ficar escondido, Tae.

– Normalmente, eu não tenho motivos para sorrir. – Engoli em seco e dei dois passos para trás, até parar na parede. – Mas você me deu hoje, então, obrigado.

– Olha, eu tenho um presente para você. – Ele enfiou a mão no bolso da jaqueta e pegou um embrulho pequeno. – É pequenininho, mas não podemos chamar a atenção com essas coisas dentro do alojamento.

– Ah. – Fiquei envergonhado. – O que é? – Perguntei ao que abria o envelopinho.

Assim que tirei toda a fita adesiva, consegui tirar um “filtro dos sonhos” lá de dentro e sorri bobo.

– Você tem uns pesadelos meios sinistros à noite e muitas vezes, chora. – Murmurou. – Eu fico querendo te acordar e te tirar do sonho ruim, mas você não ia gostar. Então eu te dou um filtro dos sonhos para coletar aqueles ruins e te deixar só com os bons.

– Obrigado. – Mordi o lábio, sentindo meus olhos marejarem. – Obrigado de verdade. – Fitei seus olhos acolhedores. – Eu... – Fiz menção que iria abraça-lo, mas parei no meio do ato, me sentindo meio desconfortável.

– Pode abraçar, Tae. – Falou baixinho, ao que se aproximava e envolvia minha cintura com os braços fortes, me dando um abraço aconchegante. – Isso, assim.

– Obrigado. – Sussurrei perto do seu ouvido. – Eu não tenho nada para você, Kookie.

– Só sorria mais, Taehyung. Me deixe ser seu amigo, ou nem que seja um colega de quarto legal. Me deixe ouvir suas histórias e me deixe compartilhar as minhas com você.

– Nunca imaginei que um alfa poderia querer espantar meus pesadelos. – Confessei.

– Não me veja como um alfa. Me veja como alguém que quer ser seu amigo e que quer correr atrás de bolhas e bombons com você.

– Eu vou tentar ver. – Admiti. – Pode ser difícil, mas eu vou tentar. – Me afastei um pouco e fitei seus olhos. – Obrigado por tudo.

– Feliz Natal. – Ele murmurou. – Muita paz, alegria e felicidades para você. Quero que sua vida seja repleta de bolhas de sabão e que esse espírito natalino sempre te faça sorrir. – Seu olhar desceu até minha boca.

– Feliz Natal, Kookie. Também te desejo tudo de bom. Obrigado por me mostrar que existe esse espírito natalino dentro de mim. – Apoiei minhas mãos nos seus ombros e sorri tímido.

– Esse sorriso é o melhor presente que eu poderia ganhar. – Ele umedeceu os lábios e ficou encarando os meus.

– Rum. – Ri envergonhado e senti meu coração querer saltar pela boca, quando ele se aproximou e selou nossos lábios.

Uma sensação gostosa tomou conta de mim e eu quis gritar, mas de ansiedade, e não de raiva. Eu fechei os olhos e aproveitei o calorzinho dos seus lábios colados nos meus, até sua língua passar pelo meu inferior e ele puxá-lo entre os dentes.

Jungkook se afastou e riu soprado.

– Você está com frio. – Ele murmurou, passando as mãos pelos meus braços e segurando minhas mãos. – Muito frio, Tae.

– Não estou com frio. Estou nervoso. – Confessei.

Ele sorriu e tirou as luvas de dentro dos bolsos, colocando-as nas minhas mãos.

– Pronto, agora vai ficar quentinho.

– Vai. – Ri bobo.

– Quer voltar para o alojamento, ou quer ficar mais um pouquinho?

– Podemos ficar mais um pouquinho. – Assenti com a cabeça.

– Então venha, vamos ver mais enfeites. – Kookie segurou minha mão e me tirou do beco. – Você se importa se eu segurar sua mão?

– Não, tudo bem.

Jungkook pareceu satisfeito, e eu fiquei feliz em ver que ele era um alfa diferente. Mais legal que um alfa folgado que parece normalmente.

Nós ficamos andando por ali mais um tempo; fomos até a árvore que estava no final da rua e vimos os enfeites até dar a hora de voltarmos ao alojamento.

Caminhamos de volta bem devagar, passamos pela pedra e entramos no alojamento. Andamos no meio das árvores, passamos perto de algumas pessoas que nem nos olharam, e enfim, nos aproximamos de onde eles acenderam a fogueira.

– Tae, é nosso segredo, tá?

– Tudo bem. – Assenti. – Eu não vou contar para ninguém.

Kookie sorriu para mim e acariciou meu rosto.

– Eu gostei de hoje. – Murmurou. – Quando quiser, podemos repetir, ok?

– Ok. – Senti meu rosto queimar.

O alfa se aproximou e selou nossos lábios mais uma vez; só que agora, eu o abracei e o mantive bem próximo a mim.

Ele abriu a boca e capturou meu lábio inferior, iniciando um beijo lento e gostoso.

Eu permiti que ele me beijasse e retribuí ao ato, como forma de agradecimento pela noite agradável que ele me proporcionou.

Seus dedos quentes se emaranhavam nos seus cabelos e seus polegares afagavam minhas bochechas, me deixando bem confortável com aquilo – coisa que eu nunca imaginei que ficaria.

Assim que paramos o beijo, ele sorriu e me puxou para o lugar que estava a fogueira, sem querer falar sobre isso, para não me deixar constrangido.

Nós chegamos juntos e de mãos dadas, o que fez o Jin lançar aquele olhar acusador para mim.

Eu fingi que não vi, e apenas fiquei perto de todos, conversando normal como se nada disso tivesse acontecido.

Eu estava feliz, e era isso que importava. Não tinha necessidade de ninguém ficar sabendo o que aconteceu. Bastava eu saber e o Kookie também. Ele se mostrou um alfa diferente e eu fiquei feliz com isso.

Foi um Natal diferente e especial.

Foi o Natal que me mostrou que nem todos os alfas são iguais, e que talvez, eu possa gostar de distribuir sorrisos para aquele marrento que divide o quarto comigo.

Ele quer capturar meus sonhos ruins e me deixar só com os bons...

Pode ser que Jungkook consiga capturar tudo o que for ruim e deixar só o que for bom. Pode ser que ele consiga eliminar minhas lembranças ruins e crie novas e boas.

É tudo um talvez. Nunca se sabe, mas eu estou disposto a descobrir.

E como eu tive uma noite perfeita, quero desejar a todos, um Feliz Natal, e que o espírito natalino tome conta de vocês e faça com que seus sorrisos sejam o presente mais valioso para alguém.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!! Fiz com muito carinho. A todos vocês, um Feliz Natal, que Zeus abençoe todos vocês.
Beijão da Mah <3


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