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História Lírio - Engrenagens


Escrita por: Maiakl

Notas do Autor


Nunca canso de falar que amo vocês!

Capítulo 11 - Engrenagens


Fanfic / Fanfiction Lírio - Engrenagens

Um segundo depois eu já sabia que o aviso era idiota, meus pulmões pareciam que iam explodir e eu gritei, tanto de medo, quanto de liberdade, voar, ser livre. 
Meu grito ainda cortava o céu quando pousamos, estava em uma longa sacada de mármore negro, tudo era aberto e arejado, e por incrível que pareça, eu não me sentia sufocada. 
Arrumei alguns fios selvagens do meu cabelo antes de se virar para ele.
- Então, vamos começar na parte que você mandou alguém para me matar. 
Ele franziu de leve as sobrancelhas, única reação que eu vi tocar seu rosto desde que cheguei. 
- Eu não mandei ninguém para matar você, na verdade, eu a vigiei por muito tempo. 
Resolvi que deveria começar de novo com minha proposta de liberdade. 
- O que eu preciso fazer por você? Eu não sei fazer absolutamente nada.- Dei de ombros desconfortável com seu olhar em mim. 
- Venha. 
Tudo era lindo e esculpido em mármore preto com leves tons de prateado, a sala que estávamos cruzando era tão imensa que daria para dar um festa e convidasse quem eu quisesse. 
Cada pilastra e corrimão brilhava com a luz que entrava das imensas janelas. 
Segui-lo pelo pela sala e não admirar suas costas enormes e musculosas foi um desafio, um desafio que eu falhei miseravelmente. 
Tentei não parecer nervosa quando ele me guiou para uma sala e fechou a porta. 
A sala tinha um longa mesa de madeira escura, mapas estavam expostos nas paredes e também em cima da mesa.
Voltei meus olhos para ele e subitamente me senti sufocada de novo, muita parede, pouco espaço, muita roupa. 
Muita roupa? Controle seus pensamentos eróticos, Aelin. 
Antes da minha vida se tornar um inferno, eu estive com alguém, alguém que partiu meu coração em muitos, inúmeros pedacinhos. 
Afastei esses pensamentos rapidamente, não me permitiria pensar nele, não quando já tinha feito isso nos últimos meses. 
Seus olhos violetas me olharam por algum tempo antes de apontar para o maior mapa na parede.
- O que vê?
Andei para perto do mapa e avaliei. 
Ele mostrava todo o território de Isisleia, todas as cortes e as vilas. 
O seu dedo deslizou pelo mapa parando perto do rio. 
- A corte da primavera?
Ele estalou a língua.
- Não, lá.- 
Ele apontou para depois do rio, onde o mapa mostrava uma faixa de terra e árvores. 
- Só vejo terra. 
- Existe uma cidade lá, uma cidade tão horrível por suas atrocidades, que eles nem mesmo coloram nos mapas, preferiram fingir que esse pedaço das nossas terras nunca existiu. 
- Não sabia disso. 
- Claro que não, eles fazem o máximo possível para ninguém saber da existência dela, para que seja esquecida para sempre- Ele tirou os dedos do mapa - Eu prefiro chamá-la de Terra Distante.
- O que existe lá? 
- Escuridão e morte e sofrimento. 
Franzi o cenho para ele.
- Mas você comanda a escuridão. 
Não era uma pergunta, tão pouco uma resposta. 
- Existem vários tipos de escuridão. 
Fim de conversa.
- Tudo bem, onde eu entro nisso? 
- Você, Aelin querida, me ajuda a parar a guerra. 
- Parar o quê? 
Eu quase ri mas seus olhos estavam sérios. 
- Existe um Grã-líder daquelas terras também que quer dizimar tudo que demoramos séculos para construir. 
Séculos. 
Quase me esqueci que Grã-lideres eram imortais, e só deixavam um mortal sentar ao trono porque era um acordo de paz para os dois lados. 
- Você é o Grã-líder mais poderoso que nossas terras já viram- Fiz uma pausa para jogar meu cabelo para trás. - Se alguém pode pará-lo, é você, não precisa da minha ajuda. 
Onde eu tinha arrumado tanta audácia? Talvez porque agora eu poderia ser quem eu quiser. 
As histórias sempre foram as mesmas, o poderoso e sombrio Grã-líder do sul, ganhador de inúmeras guerras e também dono de um passado sombrio, um passado que eu não tinha o menor interesse em saber. 
- Só se junte a mim, as repostas virão depois. 
Suspirei. 
- E agora?
- Agora você descansa. 
Duas criadas se projetaram da porta, elas pareciam mais espectros que pessoas, mas quando me tocaram, seu toque era firme e vivo. 
Não protestei, estava cansada de mais para qualquer coisa além de forçar minhas pernas a andarem. 
Meu quarto era grande, grande não, enorme, digno de uma meretriz. 
Uma cama belíssima de mogno negro estava posicionada perto da parede, com edredons brancos e diversos travesseiros, um closet já cheio de roupas estava ali também. 
Andei até uma porta ao lado do quarto, eu apostava minha vida que ali tinha um banheiro. 
Mas não era um banheiro, era um puta banheiro! 
Todo feito de mosaicos preto e brancos, a pia era feita de ouro branco, o espelho, a banheira. 
A banheira era enorme, enorme suficiente para seis pessoas se banharem confortavelmente. 
Quando estava deitada na cama, pensamentos me agitaram até me fazerem perder o sono. 
Eu não quis dormir com Jules, sabia que aquilo levaria nosso relacionamento para mais longe do que já fora, e eu não podia arriscar me envolver demais...
Minha mãe, meu pai... iam ficar tão tristes pela minha partida. 
Mas eles permitiram isso, permitiram que eu fosse usada, que eu não tivesse meu livre-arbítrio, jamais os perdoaria por isso.
Doce, Jules. Eu sinto muito. 
Sussurrei essas palavras no ar antes da minha consciência me levar.  
Sem pesadelos, nenhum, qualquer vislumbre de algo, nada. 

 

 


Notas Finais


Finalmente sinto que estou escrevendo a Aelin que eu queria que ela fosse, destemida, corajosa, e tão afiada quanto uma lâmina.


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