1. Spirit Fanfics >
  2. Literalmente daddy >
  3. Temperaturas elevadas

História Literalmente daddy - Temperaturas elevadas


Escrita por: larishim

Capítulo 9 - Temperaturas elevadas


Marco chegara na escola com uma bolsa lateral e a passos tranquilos seguiu para a sala de sempre, encontrando Makino e algumas das crianças já sentadas e esperando pela programação do dia. O loiro desejou bom dia para os pequenos e para a ômega de cabelos verdes, aguardando o que a mulher havia preparado para hoje, enquanto deixava sua bolsa pendurada em uma das cadeiras.

Logo foi decidido que fariam algumas atividades ao ar livre, na parte do parquinho que ficava nos fundos. A pequena Tama não perdeu tempo em segurar a mão do ômega e a de Toko para saírem da sala, enquanto Momo os seguia, decidido a ir sozinho, sem precisar segurar a mão de ninguém, afinal, era um garotinho crescido. 

Mas claro que não demorou muito para que um pequeno tropeço o fizesse mudar de ideia e ele corresse para segurar na mão do adulto, sentindo-se um pouco mais seguro. Marco deu um sorriso para as crianças, achando-as extremamente adoráveis. Cada dia que passava sentia-se mais apegado aquelas figurinhas únicas e encantadoras. 

Mas não demorou muito para notar que alguns professores e funcionários que passavam por si acabavam lhe dirigindo olhares aos quais não sabia muito bem descrever. Alguns pareciam ser de escárnio, outros como se ele fosse algum inimigo ou um perigo iminente e alguns poucos pareciam trazer uma pitada de pena. 

O loiro fingiu ignorar a todos, dando atenção para as crianças ao seu redor, percebendo que a garotinha de cabelos roxos parecia um pouco mais silenciosa do que de costume, o rosto um tanto cansado e com bocejos um pouco frequentes. 

— Você está bem, Tama? — perguntou o loiro segurando e balançando suavemente a mão da menor.

— Uhum, só tô com sono — comentou enquanto esfregava os olhos. 

— Ficou assistindo desenho de tartuga e não dormiu, é? — falou Momo empinando levemente o nariz — o papai disse que a gente tem que dormir cedo pra acordar bem. 

— Não fiquei e é tartaruga — corrigiu a pequena de cabelos roxos, inflando levemente as bochechas — eu fui dormir cedo como todo dia. 

— Deve ser porque você é dorminhoca — disse a de cabelos rosados. 

— Eu não sou não — rebateu a roxeada com um enorme bico em seus lábios. 

— Tudo bem, é normal ficar cansado, nem sempre dormimos bem... Teve algum pesadelo essa noite? — questionou o ômega, mudando levemente de assunto, visto que se deixasse aquela pequena discussão entre as crianças renderia mais boas horas. 

— Não, pelo menos eu não me lembro de ter sonhado com nada — falou a menor mexendo o nariz e espirrando em seguida. 

O loiro assentiu e continuou andando com o trio até o lado de fora, logo vendo Toko e Momo correrem para os brinquedos, enquanto Tama ficou ao lado do ômega, segurando-lhe a mão. 

— Não está com vontade de brincar com os outros? 

— Não, eu quero ficar com o tio — comentou a arroxeada, encostando seu rosto contra o braço alheio. 

O ômega franziu levemente o cenho e colocou sua mão livre sobre a testa da garota, sentindo a temperatura um tanto elevada da epiderme.

— Você está quente, Tama, será que está com febre? — questionou o loiro se abaixando para ficar na altura da garota — você está sentindo mais alguma coisa além de cansaço? 

A garotinha balançou a cabeça negativamente e apontou para o pequeno gramado do local, indicando que queria ficar ali um pouco, pedido esse que foi atendido sem questionar. 

Marco ficou com Tama, enquanto as demais crianças seguiam as instruções de Makino para as atividades do dia, voltando sua atenção ora ou outra para a garota, notando as bochechas dela ficarem avermelhadas e suas expressões cada vez mais cansadas.

— Vou buscar um pouco de água pra você, tá bem? Não saia daqui — pediu o ômega se levantando e fazendo um pequeno afago nos fios roxos, antes de se dirigir até Makino e explicar a situação da pequena.

— Na sala dos professores tem uma cômoda do lado esquerdo e na primeira gaveta tem um kit de primeiros socorros, deve ter um termômetro — explicou a de cabelos verdes dando uma olhada para a garota, vendo-a deitar no gramado e apoiar suas mãos em sua bochecha — pode avisar o Ace? Ela não parece muito bem, talvez seja preciso levá-la ao médico.

— Claro, eu vou avisá-lo e pegar o termômetro — confirmou o loiro buscando o celular em seu bolso, se adiantando em procurar o contato do alfa, mandando-lhe uma breve mensagem sobre o ocorrido e se direcionando para a sala dos professores. 

Ao entrar no local, logo seguiu para a cômoda indicada, não dando atenção para os olhares de um ou outro que estavam ali. Era uma sensação um tanto estranha e um pouco intimidadora ser observado por outras pessoas, como se algo estivesse errado. O loiro encontrou o termômetro e já se virava para sair do local, quando deu de cara com um beta que o encarava com um pequeno sorriso cínico. 

— Com licença, eu preciso sair... 

— Sabe... Estava te observando e reparei que você é um jovem bem esperto — comentou o homem ignorando totalmente o que o loiro dissera — no começo pensei que era ingenuidade sua, mas se aproximar da filha para chegar ao pai é uma boa estratégia. 

— Do que está falando? Olha, eu estou com um pouco de pressa, então... 

— Não se faça de rogado. Qualquer um faria o mesmo em seu lugar... E pensar que o segredo para conquistá-lo era esse — prosseguiu o beta levando sua mão ao queixo do ômega, movendo levemente seu rosto para os lados, como se o analisasse — não vejo nada de mais em você que possa explicar a proximidade que tem com ele, além da garota... Mas que seja, seu plano não durará para sempre, ademais você não tem muito a oferecer além de sua juventude... 

O ômega franziu o cenho em irritação, afastando a mão alheia de si com brusquidão e desviou do outro, seguindo para fora com o peito queimando em irritabilidade pelas insinuações feitas. Sabia que não fora sua intenção usar Tama para se aproximar de Ace, pelo contrário, tinha um enorme apreço pela garotinha que começara bem antes de ver o alfa. As coisas apenas se juntaram em algo mais, se encaminhando para a atração física que sentiu pelo mais velho até irromper em uma paixão que parecia não ter mais volta.

Com certeza a insinuação de que havia usado Tama para conseguir outras coisas era a pior para si, o deixara frustrado e irritado, fazendo sua mente dar voltas e mais voltas, desejando ter dito algo para o outro ali mesmo, mas talvez sua racionalidade o houvesse impedido para não se estender em uma discussão desnecessária frente a algo que merecia muito mais sua atenção: a saúde e bem-estar de Tama. 

Ademais, as últimas palavras do beta o haviam atingido com tudo em suas inseguranças em relação ao alfa. O que mais tinha a oferecer para aquele homem que parecia a encarnação de algo divino e perfeito? Tão intangível visto de todos os ângulos. 

A passos um tanto apressados, o ômega se dirigiu ao bebedouro, enchendo um copo para levar para a garotinha, as palavras ainda rondavam em sua mente, mas o loiro tentava as ignorar e manter seu foco no que precisava fazer. 

Ao chegar do lado de fora, Marco se adiantou para Tama, vendo que Momo e Toko estavam ao seu lado contando piadas e histórias para tentar deixá-la melhor e mais alegre. 

— Aqui, Tama, beba tudo, eu vou medir sua temperatura, tá bem? — pediu o loiro entregando o copo na mão da garotinha e ajeitando o termômetro em sua axila — vejo que esteve em boas mãos, enquanto eu estive fora. 

— A gente cuidou muito bem da Tama — comentou Toko dando um sorriso. 

— Estou vendo, vocês são ótimos amigos — concordou o ômega distribuindo breves afagos nas outras duas crianças. 

Marco observou a garotinha de cabelos roxos beber toda a água e esperou o pequeno apito do objeto, anunciando que a aferição havia terminado. Após o som, o loiro pegou o termômetro, olhando o número que aparecera ali. 

— Está bem alta... — anunciou, vendo o 38,3 brilhar na pequena tela do aparelho. 

O ômega mal teve tempo de dizer qualquer outra coisa, pois sentiu seu celular vibrar em seu bolso e logo leu as diversas mensagens de Ace dizendo que pedira para um amigo taxista buscá-los para levar ao médico e que os encontraria lá. 

Não demorou muito para que Makino o liberasse para acompanhar a garotinha, afinal, não podiam deixá-la sem um responsável e a de cabelos verdes não podia deixar seu posto tendo os demais alunos para tomar conta. Logo, Marco carregava Tama em seus braços para a saída da escola, onde o carro os esperava. Ao sentar no banco de trás, o ômega começou a sentir um estranho nervosismo se aflorar em si, o qual ligou com o fato de que estava preocupado com a garota e das insinuações feitas anteriormente. 

Conforme os minutos passavam, Marco sentia sua palma se aquecer contra a pele da arroxeada. Seu próprio corpo esquentava pouco a pouco naquela ansiedade e preocupação quanto mais tempo passava naquele veículo apertado. 

O loiro até pensou em abrir um pouco mais as janelas, sentindo-se um tanto abafado ali, mas não queria que o vento frio piorasse a situação de Tama, mantendo somente uma pequena fresta aberta. 

Ao chegar no hospital, o ômega estranhou o fato de ser um consultório particular e por aparentemente ser especializado em cardiologia, mas não questionou, afinal, fora o alfa que informara aquele endereço, então deveria ter algum motivo por trás. 

Ao entrar no local com Tama em seus braços, percebeu algumas pessoas ali, aguardando serem atendidas. Logo o ômega se encaminhava para a recepção, passando seus dados e os que sabia de Tama, recebendo um olhar compreensivo da recepcionista ao ouvir o nome do pai da garota. 

— Vou avisar ao doutor que vocês estão aqui, podem aguardar ali, por gentileza? — o loiro concordou, ajeitando a garota em seus braços e se encaminhando para uma das cadeiras sinalizada pela mulher.

Marco respirou um pouco aliviado ao realmente estar em um lugar que aparentemente cuidaria de Tama, mas ainda sentia-se um pouco quente e a sensação de abafamento ainda permanecia em si, mesmo estando em um espaço um pouco mais aberto e ventilado que um carro. 

O loiro passou seus olhos brevemente pelos demais presentes, notando que alguns lhe lançavam olhares diversos. "Talvez seja só porque estou com a Tama... Não vejo outras crianças por aqui" pensou o ômega tentando evitar qualquer outro pensamento lhe afligir e o deixar ainda mais ansioso do que já estava. 

Demorou alguns poucos minutos, mas que pareceram se arrastar, até que a recepcionista retornasse e avisasse que eles poderiam entrar no consultório. Ao bater na porta e a abrir, Marco notou uma figura muito familiar no cômodo, as orbes douradas e atentas se voltaram rapidamente para si. 

— Marco-ya, pode colocá-la aqui — pediu o ômega moreno, apontando para a maca encostada à parede. 

O loiro assim o fez, sentando a garota sobre o objeto e dando um passo para trás, deixando um espaço para que Law fizesse seu trabalho. 

— Você não deveria vir para cá assim — comentou o tatuado ao parar ao lado do loiro e respirar profundamente, enquanto ajeitava o estetoscópio em seus ouvidos. 

— Ah... Eu... Me desculpe? — falou o loiro um tanto envergonhado e confuso, havia reparado que talvez um consultório cardiologista não fosse o local mais indicado para levar uma criança com febre, mas o que mais poderia ter feito se fora Ace quem lhe pedira para a levar para lá? 

— Pelo jeito seu pai não mudou nem um pouco — disse o tatuado encostando a parte metálica nas costas da criança — quando crescer não pense em largar os estudos que nem seu pai, ouviu, mocinha? Pelo menos vai saber a diferença de um cardiologista para um pediatra. 

Marco acompanhou em silêncio, enquanto Law fazia os procedimentos necessários, aferindo todos os dados que precisava e anotando algumas coisas em sua prancheta. 

— Aqui, Marco-ya, tem todos os remédios que ela precisa tomar e os horários. O Ace-ya virá buscá-los? 

— Ele disse que viria.

— Diga para aquele velho idiota que sou pago para cirurgias, não para receitar remédios para resfriado — afirmou o tatuado entregando o papel para o loiro — e que ele me mantenha informado sobre a Tama-ya. 

— Claro, obrigado por cuidar da Tama e desculpe o incômodo, eu não sabia que você... 

— Não se preocupe com isso. É típico do Ace-ya querer que eu resolva qualquer problema médico e... — o tatuado parou de falar ao ouvir algumas batidas contra a porta — pode entrar.

— Ei, Law, já acabou? Posso levá-los pra casa? — perguntou Ace assim que abriu a porta, dando um pequeno sorriso ansioso para o moreno.

— Já, mas já te disse mil vezes que aqui não é... 

— Obrigado, Law. Sabia que podia contar com você, meu cunhado preferido — agradeceu o sardento se adiantando para pegar Tama em seu colo e lhe dar um beijo na bochecha — vamos pra casa, meu amor. 

A garotinha concordou e se aninhou no colo do pai, fechando os olhos para descansar um pouco. O sardento não tardou em se aproximar de Marco e passar seu braço livre de forma protetora sobre seus ombros, os encaminhando em direção a saída. 

— Ace-ya, você não pode simplesmente ignorar minhas broncas... 

— Oi? Não estou te ouvindo, não, Law, acho que preciso limpar o ouvido, que coisa — comentou o sardento — passa lá em casa com o Luffy quando der para jantar com a gente. 

O moreno nem deu tempo para o tatuado lhe responder, iniciar algum sermão ou uma longa e tediosa explicação sobre a diferença entre as especialidades médicas. 

Marco olhou para Ace um tanto atordoado pela velocidade com que tudo acontecera, sentindo o calor anterior aumentar mais ainda com a presença do alfa tão próximo a si, seu coração batendo desordenado, enquanto sentia a leve pressão dos dedos do moreno em seu ombro.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...