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História Little Changes - Trinta e Sete.


Escrita por: DWRPerlman-

Notas do Autor


Oiii meus amores! Aqui estamos <3
Mais um capitulo pra vocês. Espero que gostem e tenham uma boa leitura.
Vejo vocês nas notas finais!

Capítulo 37 - Trinta e Sete.


 

Era um dia meio bobo pra ir pra escola, mesmo, porque era óbvio que aquilo tudo estaria quase deserto. Ainda tinha tempo, confesso, chegamos cedo, mas com certeza a galera que ia vir hoje era só a galerinha mais “bacana” da escola e os nerds.

Mas quem se importa. Ali e eu provavelmente nos encaixamos muito bem na categoria de nerds mesmo, e se a gente estava vindo só por causa dos nossos parzinhos, quem liga também. Era bom do mesmo jeito.

E claro que a minha mãe não ia reclamar da gente ter decidido ir pra escola.

Quase nem conversamos mas mesmo assim deixei a Ali na aula como sempre fazia (mesmo talvez sendo até contra a vontade dela no momento, garota chata) e como eu já disse no fim sempre dava tudo certo entre a gente. Além do mais, eu conhecia ela e ela me conhecia o suficiente pra saber que não era de verdade, que a gente ainda se amava apesar de tudo, por mais que estivéssemos dizendo que não.

Fui comprar algo pra comer e esperar o Brendon onde dissemos que íamos nos encontrar (basicamente na entrada dos fundos da escola) e só encostei na sombra da árvore enquanto estava lá, vendo o movimento dos carros.

Se eu estava nervoso? Acho que sim. Eu me sentia diferente em todos os sentidos eu acho, fiquei pensando… cara, e se ele não me quisesse mais assim?

Mas eu sei, era bobo, e se eu era gay e queria “abraçar” meu lado gay e tudo mais, sinceramente acho que ninguém ia ligar. Iam até gostar, principalmente o Brendon. 

E parecia, não sei, ótimo estar bem comigo mesmo (o que eu acho que chega até ser uma coisa tão óbvia pra ser falar que acaba sendo idiota). 

Ah, e só é assim mesmo não é? Se eu queria me deixar sentir ,ser o emocional e o cara dos sentimentos e ser fofo e tudo mais, foda-se.

Isso era uma exigência intrínseca em mim sabe, e eu nunca tinha percebido o quanto isso estava era antes mas, estava lá. Era patético essa coisa de não ser gay porque tal coisa, ou tal coisa ser muito gay, ou ficar com vergonha quando eu queria demonstrar alguma coisa ou falar dos meus sentimentos ou pensava em fazer essas coisas...

Mas não sei, acho que eu devo ter vivido muito entre pessoas hetero só, porque não sinto que colocaram isso em mim em casa. A coisa de achar errado ser eu mesmo e tudo mais, sentir que era errado dizer o que sentia... Deve ser só a convivência com heteros mesmo. Nada pior.

Estava lá, quando sinto alguém se aproximar por trás de mim e me dar um beijinho na bochecha.

— Oi Ry — Brendon sorri. 

— Oi amor — sinto minhas bochechas esquentarem — Como você tá?

Trago ele mais pra mim, segurando sua cintura.

— Eu to bem… Acho que eu to bem. O que aconteceu? Você sumiu do nada, eu fiquei preocupado — ele pergunta.

— Então, eu… aconteceu tanta coisa, nem sei por onde começar… — conto do Miles, dos filhos dele, do William, de tudo, e Brendon me ouve super atento e fofo.

— Caramba, mas isso é legal não é?! — balanço a cabeça respondendo que sim.

— Eu acho.

— E onde o William mora? Não acredito que sua mãe deixou você ficar com ele...

— Por que? Seria errado se ela não fizesse — respondo — E eu queria mesmo fazer isso, não ia deixar ele na mão

— É que foi bem bacana da parte dela. E bom, eu… espero que o seu amigo fique bem amor... o que aconteceu com ele foi horrível...

— É, pois é... Mas ele vai ficar bem.

— Claro que vai, ele tem você… — ele sorri fofinho — E cara, como foi toda a coisa do namorado da sua mãe? Você gostou dele mesmo?

Não sei porque, achei que o Brendon ia ficar ciumento sobre a coisa do William mas ele não ficou. Isso era bom, era tão bom… Eu não estava fazendo nada com essa intenção e não queria que ele ficasse com ciúmes de mim porque não precisava, eu realmente só tinha olhos pra ele e o William era hetero, e com certeza não queria que a gente brigasse ou alguma coisa assim.

Contei pra ele um pouco mais do Miles, e é, eu tinha gostado dele mesmo eu acho, pelo menos até agora, então não menti — [...] A única coisa ruim é que ele tem filhos. Isso não foi nem um pouco legal.

— Você ganhou novos irmãos! Isso é tão fofo.

— Fofo? Tá brincando? A guriazinha e o Andrew podem até não ser tão ruins, mas de fofo isso não tem nada.

— Crianças são um pohe mas, até parece que você não gosta — ele ri todo fofo — Você cuidou e cuida da Ali como se fosse tipo, um leãozinho protegendo uma cria. Bem melhor que eu, com certeza, e você é um irmão incrível. Eu provavelmente seria o pior irmão de todos os tempos. Apesar de odiar ser filho único e ter hora que eu queria que meus pais simplesmente tivessem outro filho.

— É, a garotinha pode ser fofa, mas não é você que vai ter que viver com outros né? Eu não vou dividir a casa com 2 garotos de 19 anos.

— Só tá xarope porque eles são mais velhos. — ele me olha bobo, quase segurando uma risada.

— Não

— Tá sim! — ele ri de novo, me cutucando com o ombro — Ry, não tem nada a ver, ainda vão te amar mesmo você não sendo mais o irmão mais velho.

— Não tem nada a ver uma coisa com a outra, definitivamente não. E não to bravo por isso, nem dá pra saber se vai dar certo. Vai que eles não vão querer casar, só namorar, e outra, duvido que minha mãe consiga dividir a casa com outra pessoa também. Depois de tanto tempo, ela ama o próprio espaço. Talvez eles nem cheguem a morar com a gente por muito tempo ou a gente morar com eles.

— ‘Cê não disse que sua mãe e ele já tinham dito que se gostavam antes de vocês se mudarem e ai agora eles tão tentando de novo? — Brendon pergunto.

— Sim

— Acho meio difícil não dar certo em Ry, mas isso é ótimo, é muito… legal! — ele se aproxima mais de mim me dando um selinho, e ainda me segurando um pouco perto quando disse — E não se preocupa, eu vou te amar mesmo você não sendo mais o irmão mais velho da família.

— Idiota.

— Eu só falei a verdade. E você tá cheio dos ciúmes.

 —  Eu não tô!... — respondo — mas enfim, e você? O que ficou fazendo? — pergunto.

— Ah, não muita coisa… o de sempre. Fiquei em casa jogando, levei o Senhor Whiskas no veterinário, sai pra andar com os meninos, fiquei com meus pais...

— E como vocês estão?! 

— Ah, bem… quer dizer, eu to bem mas, sei lá…

— O que?

— Nada, eu to bem, não é nada… — Brendon responde, mas parece um pouco mais triste a partir de agora — eu só acho que é só que, eles estão esperando uma coisa que não vai acontecer.  Acho que eles pensam que vai mudar, que tipo, eu... vou largar disso de ser gay. Mas quanto mais continuo isso, mais eu percebo que não vai.

— Do que você tá falando? 

— Eu disse que toda coisa estranha era porque, porque eu pensava da mesma forma de uns garotos que pensava das garotas… foi a única coisa que eu consegui inventar… quer dizer, eles são uns babacas, eles entenderam porque é aparentemente “uma fase” e tudo mundo tem isso, etc etc etc… enfim, deu certo, mas é que é complicado. Eu… tinha que mudar não é? E acho que eles estão esperando isso e, não vai rolar.

— Mas, se eles não perceberem… — o pensamento me deixa assustado.

— É, mas sei lá se tem como fazer isso.

— É só por um tempo… a gente vai dar um jeito. 

— A gente? — ele sorri com as bochechas ficando muito vermelhas. 

— É… minha mãe e os outros estão super bem com você, o Miles também, então… a gente dá um jeito e pelo menos acho que eles ajudariam a gente. 

— O Miles sabe de mim?

— Claro que sabe… você tá comigo… — respondo.

— Ryan, eu disse que eu queria contar seu bobo!

— Você vai contar, eu só contei antes… pra ficar menos estranho.

— Ah meu deus, como é que eu vou olhar pra sua mãe agora? 

— Do mesmo jeito ué… E ela ficou toda bobinha. Ela adora você.

— Mesmo? — Brendon pergunta.

— Uhum. Mas a gente conta junto, isso ainda não muda 

— Tudo bem, tudo bem… acho que eu posso dar um jeito nisso.

— Aliás, quer ir pra casa hoje de tarde? Eu vou ficar lá acho, volto pro Will de noite e ai vou ficar lá acho que uns dias…

— Hoje?

— É

— Tudo bem, acho que eu posso… meus pais vão trabalhar hoje a tarde, mas… tenho que voltar. E vou avisar eles mas, é você, então né— Brendon sorri — vai dar certo.

Tínhamos entrado nos corredores da escola de novo, e não que a gente estivesse junto antes, acho que qualquer pessoa que via de fora só devia pensar que éramos dois colegas conversando, mas nos afastamos um pouquinho mais. Acho que seria estranho se do nada ficássemos amigos.

Não tinha muita gente mas, mesmo assim né. E Brendon tinha os amigos dele e não sei se o pessoal vinha, tinha ficado longe do celular de novo…

Agora era como se eu e o Brendon não nos conhecessemos, então checo o celular pra ver se tinha alguma mensagem importante e pra mandar mensagem pro William, avisando pra ele que já estava na escola e ia falar com a diretora e os professores e que voltava de noite pra ver se ele estava bem, e provavelmente ele ia dormir até bem mais tarde e responder só depois, mas eu ia acabar esperando.

Os meninos todos não iam vir, claro, ninguém tinha ficado de recuperação ou coisa parecida, então acho que seria só eu. Estávamos perto do corredor dos oitavos e sétimos anos, o que significava que não tinha ninguém e que provavelmente depois que subissemos as escadas, iamos dar de cara com uma galera.

Mesmo que não conhecêssemos, iam ter gente vendo a gente. Então puxei o Brendon pela mão, quietinho, fazendo ele parar e se virar pra mim, e deixo um selinho lento nos seus lábios.

Me afasto dele rápido, quase correndo até a escada como se nada tivesse acontecido e nunca nem tivéssemos perto um do outro, mas acho que eu vi ele corado de longe antes de chegar no corredor da minha sala (e pode ter certeza que eu não estava diferente).

Vi uns dois ou três amigos dele então nem me preocupei, ele provavelmente ia ficar ocupado. 

Não estava chateado porque os meninos não iam vir. Seria legal se estivessem aqui mas, eu ia fazer o que? Ficar chateado porque eu ia ficar sozinho na escola era inútil. 

Fiquei mexendo no celular, matando o tempo, pensando no que eu podia fazer ou no que eu e o Brendon poderíamos no fim de semana ou coisa assim. Eu chamava ele pra sair? A gente podia comer um McDonalds ou, não sei, alguma coisa mais romântica, sei lá. E tinha ele também, Brendon tinha ideias melhores com essas coisas. Ele conhecia mais lugares legais e tinha mais amigos e tudo mais.

Mas se bem que eu acho que nem podia. Tinha o Will, precisava ficar com ele, e com tudo lá em casa… 

Ficar com o Brendon em si era só o que eu precisava, o resto era o resto, só acessório, mas acho que ainda seria legal se fizessemos algo.

Ainda faltava uns 10 minutos pra começar a aula e acho que agora todo mundo já tinha chegado, professores e diretores todo o resto, e como estava sozinho aproveitei pra ir conversar com a diretora logo. Já resolver isso seria bom.

Conversei com ela sobre o Will, e bem, ela não sabia dele mas, foi bem triste. Ela sabia do acidente porque dois dos professores que estavam afastados tinham se envolvido em todo acidente horrível também, mas não sabia do envolvimento dos pais deles.

Tinham sido vários carros, um se descontrolou e os outros bateram, acertaram pessoas, e acho que foram uns 4 automóveis envolvidos.

 Era triste mesmo, sei que ela ficou bem mal com a notícia é impactada pelo William, mas tinha sido bom ter os professores envolvidos também porque pelo menos ela entendeu.

Voltei pra sala e a aula já estava quase começando, entrei bem junto com o professor, e fiquei arrumando as coisas pra aula e essas coisa toda.

Anotei tudo, embora fosse uma aula qualquer de inglês. Eu já sabia e tinha tido a matéria.

Do nada tinha um trabalho pra gente entregar no fim da aula, e do nada o Brendon senta do meu lado. 

— Oi — ele finge que não me conhece, ou que pelo menos não tínhamos nos falado hoje. 

— Oi 

— Então... me explica como faz isso? 

— Hmm, pode ser — respondo.

— Legal, obrigado. — ele sorri. Brendon senta do meu lado, talvez até do meu lado demais, e a próxima coisa que eu sei era que estávamos falando de inglês enquanto os pés dele brincavam com os meus e minhas pernas entrelaçavam nas dele embaixo da mesa.

Ninguém estava de verdade fazendo o trabalho, quase não tinha ninguém também, e não sei o que o Brendon estava fazendo, mas não estava reclamando. Aparentemente os amigos dele estavam fazendo qualquer coisa e queriam nota, mas queriam que Brendon descobrisse as respostas e como fazer pra explicar pra eles. 

Acho que era isso que foi o dia de hoje. E não que precisasse explicar pro Brendon, ele era tão inteligente, sério, não sei porque ele tirava tantas notas na média, ele era até bem mais inteligente do que eu!

— Por isso que eu sou o cara inteligente que ensina os outros do grupo — ele respondia quando eu elogiei.

Era estranho ter que ficar assim com ele, mas era bom. E se fizéssemos isso todos os dias? Podíamos começar a sentar juntos, sei lá, mesmo sendo talvez chato pros meninos e pro Brendon, ia ser legal pra gente e tudo mais, e…  poderiamos ficar juntos.

Mas não sei, já pensou que fofo Brendon começando a andar com os nerds? 

Ainda não sabia os motivos, ou pelo menos não entendia eles completamente, mas acho que ele não faria isso porque os caras que Brendon andava eram importantes pra ele por algum motivo.

Quando a aula terminou, como se ele estivesse lendo meus pensamentos, ouvi ele dizer.

— Acho que vou ficar por aqui, tem problema?

— Não — respondo.

— Tá, ok. Só vou avisar os meninos. — ele sorri pra mim enquanto levanta

E bem, isso explicava o porque ele tinha demorado pra levantar e voltar pra onde estava e  também explicava porque estava feliz.

A talvez, até porque o professor meio que olhou estranho pra gente antes de sair. Sabe, eu não sentava tão longe assim e tudo mais e, talvez tenha parecido, não sei, que a gente estava dando em cima um do outro ou que tinha uma clima entre a gente. Acho que fazia sentido, só que professores eram professores certo? Porque os alunos todos acho, estavam absortos demais pra prestar atenção em sei lá o que e em todo aquele consenso de que o Brendon não podia ser gay porque sei lá, ele falava de garotas e era popular e “parecia hetero”.

Eu acho também, não sei. Não fazia ideia se pensavam assim. Pra ser sincero gaydar é uma coisa que eu não tenho, então não sei até que ponto Brendon e eu “parecermos” gays isoladamente. Mas o fato que a gente não percebeu que gostávamos um do outro durantes anos dizia alguma coisa né?

Se bem que podia ser só que nós dois tínhamos muuuito pouco gaydar.

Mas enfim, moral da história, o professor ficou olhando pra gente com aquela cara maliciosa de ‘suspeito, hm’ e depois deu ombros e saiu, enquanto ouvia Brendon conversar com os meninos e pegar o resto das coisas dele pra ficar sentado comigo.

Acho que os amigos do Brendon não estavam nem ai com ele ir sentar em outro lugar, só reclamaram dele largar eles sozinhos na chatice que era vir em dia de recuperação na escola. E ele dizia que pelo menos ia pegar as respostas mais rápido e tudo mais.

Só sei que quando a próxima aula começou Brendon e eu estávamos sentados lá de novo, e quando a professora começou a escrever na lousa, senti a mão do Brendon deslizar tímida até parar na minha coxa. Faço o mesmo, fazendo um carinho leve na pena dele por cima do jeans.


 

***


 

— Sabe, a gente podia sair… — digo, quando estávamos voltando pra casa. Ali estava com a gente, andando pela rua do nosso lado enquanto conversava com o Colin (que agora ia comigo levar ela pra casa também quase todo dia que ia passar a tarde na casa do primo. Uma fofura né?)

Eu ia só deixar todo mundo lá porque queria ir no William dizer um oi e ver se estava tudo bem mesmo. Não senti muita confiança na mensagem que ele me mandou, ficava… preocupado dele estar precisando de alguma coisa ou estar mal e, além do mais, eu tinha que levar a lição pra ele.

O diretor não ia cobrar as faltas e ele teria um prazo maior pra entregar os trabalhos, mas mesmo assim ainda tinha que manter a matéria e os projetos e tudo mais em dia, então os professores me deram as coisas que íamos ter que fazer pra entregar pra levar pra ele e ele fazer em casa. 

E eu tinha que conversar com ele sobre tudo, explicar a matéria...

Aí decidi deixar o Brendon e Ali lá em casa e aproveitando pra pegar alguma coisa pra levar pro Will comer também, acho que tinha lasanha pra esquentar no microondas que eu podia levar, e ai ia dar tudo certo.

Sem contar que minha mãe tinha ido trabalhar, e Ali sabia se virar com cozinha mas não custava nada, eu sempre fazia isso mesmo...

— Claro que a gente podia sair — Brendon responde, sorrindo — o que você tem em mente? Tipo, só sair, ir beber alguma coisa, cinema…?

— Comer alguma coisa no shopping e ir no cinema? Acho que parece legal né? Mas aceito sugestões… queria fazer alguma coisa romântica mas, não tenho tanta ideia assim de programações românticas.

— Românticas é? Hmmm — ele brinca com a minha cara.

— Besta. Só tô tentando… ser um bom namorado — falo.

— Você é o namorado mais incrível do mundo, não se preocupe — ele ri pequeno, todo fofinho — eu acho que gosto da ideia de ir no cinema com você.

— Então tudo bem. O resto deixa comigo.

Continuamos andando, e sinceramente eu nem me importava tanto, Brendon estar ali já era o suficiente, mas que era estranho ficar longe dele sem ter que pegar na mão ou me aproximar mais ou coisa do tipo, isso era.

E Ali e Colin estavam lá com as mãozinhas dadas saltitando por ali com as mochilinhas nas costas, mas com eles era normal, agora Brendon e eu... eu tinha medo de arranjar encrenca se fizessemos isso.

E Deus, do jeito que eu falo parece que s Ali e o Colin tem 6 anos… Os dois tinham mais cabeça que muito adulto e eu sinceramente ficava bobo deles agirem mais como adolescentes do que pré-adolescentes quando só eram duas pessoinhas de 11, 12 anos normais.

Apesar de tudo, pouco depois que a gente chegou minha mãe apareceu correndo pra comer alguma coisa também. Colin já tinha ido, mas… acho que ia ser uma boa oportunidade pra eu e o Brendon fazermos toda coisa que a gente queria fazer.

— Tem certeza que você quer fazer isso? Não vai voltar atrás? — ele pergunta.

— Claro que quero e claro que não vou voltar atrás.

— Só to perguntando… — Brendon continua — e ai deus, eu nunca pensei que eu fosse fazer isso de verdade na vida! S-ua mãe vai ser tipo, a,... terceira pessoa que vai saber de mim n-a vida.

— Quer deixar pra  outro dia? 

—  Não, não! Eu quero muito fazer isso Ry, muito muito, eu… eu tô é meio que nervoso de feliz!

— Ela já sabe de você, em partes… e você que disse que queria fazer isso meio que oficialmente — respondo 

— Falou o cara que não queria — ele ri

— Você é meu namorado-não-namorado. Claro que eu queria apresentar você pra minha família tipo, oficialmente.

— Eu sei, e ai topamos essa loucura! Eu acho fofo eu...- sempre... sempre imaginei eu fazendo isso e sempre quis fazer isso...

Minha cabeça começa a se voltar pra tudo de ontem me fazendo ficar com medo, quase ansioso. Por um momento eu realmente quase fiquei apavorado — Você acha que está tudo bem? 

— Hm? Em que sentido? — Brendon pergunta

— Será que alguém viu a gente na rua, ou-

— Não, com certeza não. Os meninos teriam falado na escola e acredite, ninguém realmente presta atenção, aquelas carteiras fechadas são maravilhosas. E a gente até que disfarçou bem pra caralho. Até que somos bons nisso. Por que Ry, o que foi?

— Não quero que nada aconteça com a gente. Com você — digo.

— Não vai, tá tudo bem… A gente tá aqui na sua casa, ‘cê disse que sua mãe tava super feliz por mim e por você. Não tem melhor lugar pra gente ficar.

— Eu sei… 

— O que você tem ai na sua cabeça? — ele pergunta.

— É que eu sabia que era ruim sabe, eu sempre soube, mas parece que... que agora que eu to bem comigo mesmo, tudo parece tão pior... com as pessoas e preconceito e, sabe, é-...

— Eu sei como é… — ele encara os pés por um segundo, triste, depois se volta pra mim de novo — eu… to nessa também, depois de tudo e ainda mais dos meus pais é, tão pior…-

— Você viu o noticiário ontem a noite?

— Não, eu, tava ajudando meu pai com umas coisas do trabalho, porque? — ele parece preocupado nervoso.

— Por nada, nada demais — ele não precisava mais disso na vida dele, assim como eu não precisava... — só o de sempre… bateram em alguns meninos na rua.

— Isso sempre acontece... — ele respira fundo, parecendo afetado — é uma merda, eu, eu fico tão mal por eles... mas foda-se aqueles idiotas não é? Eles quem estão errados, e até que dá pra entender porque a gente tem que ouvir e baixar a cabeça e é isso? Não é justo. 99% das vezes, o errado ainda é o cara ou os caras que vão encher o saco de quem está quieto e agridem os outros fisicamente quando respondem. Eles queriam o que, que escutassemos quietos? Mas é... horrível.

Brendon estava tentando ser otimista e parecer forte sabe, e de fato ele estava certo, mas não sei exatamente se era o suficiente saber disso em todas as situações como a de ontem. Mas ele não precisava saber do resto, então eu só balancei a cabeça. 

Hoje era pra ser um dia feliz, pelo amor de deus.

Pouco depois minha mãe chegou, e é, não tinhamos mais pra onde fugir não. Acho que eu e o Brendon estávamos meio com vergonha e nervosos, mas nada mais normal né?

— Brendon? Oi! Não sabia que você estava aqui.

— Oi tia Ross — ele sorri

— Mãe...

— Oi

— Então mãe, é…- é, que, Brendon e eu… o... o Brendon agora é meu namorado...

— [...] você sabia que a gente tá namorando né tia Ross? — ele fala junto comigo.

— Eu tô tão feliz por vocês! — minha mãe parece animada, e abraça eu e depois o Ryan.

— Você deixa eu namorar o Ryan? Eu juro que eu vou cuidar de dele e, e eu vou tentar ser o melhor namorado do mundo. 


 

***


 

A gente ficou com vergonha, claro, mas logo já era como sempre. Fora que parecia que o Brendon era bem mais da família agora.

Eu disse pra ele que minha mãe não sabia nada dele, claro, só que os pais dele não eram muito fãs da coisa toda dele ser gay. O resto que aconteceu, que acontecia, tudo do tio dele, ia ser opção dele contar ou não. 

Acho que ele não diria. Não ainda. E além de mais, nem seria bem dá conta da minha mãe ou das outras pessoas, eu total entendia.

— Não quer mesmo comer nem um pouquinho? — minha mãe pergunta quando ia sair para ir pra casa do William

— Não quero não mãe, eu vou fazer companhia pro Will

— Bom, tudo bem então.

— Vai voltar a trabalhar? — pergunto.

— Não, eu peguei o resto do dia folga... Eu ia voltar caso o Miles não conseguisse vir, mas ai deu tudo certo, então…

— Ele vai vir mesmo então né?

— Aham. Ele, a Clare e o Andrew... — minha mãe responde.

— Todos eles?! Ah cara, mas ah-... tudo bem.

— Eu disse ontem que o Miles e os outros iam vir. — Ali diz.

— Você não está sempre certa, sem graça. — respondo.

E pouco depois estava chegando na casa do Will. 

Ele parecia bem apesar de tudo, e levando as coisas na medida do possível, e pelo menos ele comeu um pouco. 

Eu sabia que ia ficar melhor se eu esperasse pra comer com ele. Sem contar que a companhia era legal.

Deixei as coisas da escola com Will, repeti o que tinham me dito... Quando eu fosse voltar pra ficar amanhã, eu ia ajudar ele com a matéria e todo o resto.

Eu não julgava ele não ter cabeça pra isso, ainda mais sozinho. E muito menos ter cabeça pra ficar se preocupando com escola.

— Eu esqueci de dizer pra você não falar na escola! — meu amigo diz.

— Por que? Você precisa disso… 

— Eles vão querer saber com quem eu estou, eles-

— Eu disse que você estava ficando com uma família distante e com amigos do seus avós, acho que você vai ficar bem até fazer 18… — respondo.

— Será? 

— Relaxa Will… eles todos estão chateados pelos professores, eles quase morreram também, e qualquer coisa a minha mãe e eu somos a família amiga dos seus avós. Vai dar tudo certo.

— Mesmo? 

— Claro… não se preocupa. — digo.

Ajudei ele com algumas das coisas da casa e deixei ele lá, arrumando umas caixas. Pelo menos ele tinha comido, tomando  banho, estava se sentindo melhor… 

Por enquanto, acho ele ainda estava meio confuso de ter que pensar em como ia resolver e lidar com todos os problemas, mas logo ele ia estar ok. Acho que eu poderia usar a ajuda de um adulto e ele também, então ia ver dava pra minha mãe vir aqui um pouco no fim de semana ou semana que vem, só pra organizar tudo. Tinha tanta coisa que eu não sabia, talvez ela pudesse ajudar o Will a arranjar um emprego… enfim. Como se trocava nome de conta de telefone e tirava segunda via de coisas como conta de luz e tudo mais? Eu ajudava minha mãe, mas eu era o ajudante e não quem tinha que fazer. Acho que eu não seria tão bom nisso. 

Estava voltando pra casa, pensando sabe, se talvez fala pro Will do Brendon, se nós três não poderíamos ficar juntos uns dias, sentia que ia ser bom pra gente e pro William… ele estava tão solitário agora, e não era pra menos se ele se sentisse sozinho. Talvez desse certo. E não acho que o Will ia ligar se eu fosse gay e falasse, “yay, tenho um namorado”.

Ele definitivamente tinha mais coisas pra se preocupar. 

Mas não pensei em como seria quando eu chegasse. Na verdade, eu acho que eu até esqueci que ia ter gente em casa, ou pelo menos não imaginei que já iam estar lá antes de eu voltar.

Vi a Ali grudada na minha mãe enquanto ajudava ela a fazer comida, e pelo jeito ela não estava feliz, nada mesmo. Não sei com quem, talvez fosse comigo, porque com a minha mãe acho que não era. Com Miles também não, tive a impressão que ouvi eles conversando pela janela.

Ou era o Andrew? Não sei, acho que era o Miles mesmo.

Estava distraído pensando nisso, nem reparei no Brendon e na Clare.

Eles estavam jogados no tapete da sala no meio de um monte de brinquedos espalhados, principalmente legos e uns carrinhos de bonecas, parecendo felizes e os melhores amigos do mundo. Fiquei vendo aquilo, bobo, sem saber como reagir aquela imagem incrível.

 


Notas Finais


Galerinha, é isso!
Espero que tenham gostado, de verdade. O que estão achando? Contem pra mim! Vou amar falar com vocês e saberem suas críticas e opiniões, amooo <3 confesso que fico super ansiosa pra saber o que vocês acham. Vivo me perguntando isso. haha
E lembrando que se vocês estão curtindo, favoritem, comentem, passem pros amiguinhos. Se tiverem Wattpad, estou repostando algumas histórias minhas lá. Caso estejam curiosos ou coisa parecida, deem uma passada e uma olhada lá. Recomendo se acharem que devem e se gostam <3 Links nos capitulos anteriores e nos futuros. Qualquer coisa também é só pedirem <3

Beijo galera, até a próxima! <3<3 raios de sol maravilhosos.

Love always
~dwrperlman


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