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História Little Changes - Cinco.


Escrita por: DWRPerlman-

Notas do Autor


Aqui estamos guys <33 mais um capítulo

Espero que gostem e estejam bem.
Vejo vocês lá embaixo!

Boa leitura

Capítulo 5 - Cinco.



Os outros dias foram maravilhosos. 

Eu não tinha mais aquela coisa dentro de mim sobre o Brendon, todos aquelas preocupações idiotas e pensamentos meio culpados, coisas do tipo, tinham ido embora.

Então porque eu não me sentia totalmente bem? Vai saber. Acho que era porque eu não tinha terminado as coisas do jeito certo.

Se eu estava com as coisas e a vida bem encaminhadas? Até que sim. Meus colegas, amigos, estava tudo certo agora. Até as aulas estavam.

Não estava próximo de ninguém, não de verdade, mas era assim mesmo. Acho que era cedo demais. Sem contar que ter colegas era legal. Era o suficiente por enquanto.

Minha mãe estava trabalhando bastante, cheia de coisas pra resolver e fazer com a nova internet e voltar ao “novo” escritório e tudo mais, mas a Alison estava ótima pelo menos. Todo mundo (minha mãe e eu) estávamos super felizes de ver ela bem e se divertindo e animada com os novos amigas e amigos.

Aparentemente, ela e o garoto bonitinho estavam se dando bem, e ela e a irmã do garoto bonitinho também.

Eles estavam fazendo aqueles trabalhos bobos de 5 série juntos, toda essa coisa.

Ela parecia nem lembrar mais de antes, mesmo tendo hora que ela não parava de falar em voltar pra ver as amigas.

Quem sabe a gente não voltaria logo. Ia ser parte da coisa. Eu ficaria feliz de ver o pessoal de antes também, pra ser sincero. Não ia ser ruim apesar de eu gostar aqui.

Sempre que minha mãe podia ela vinha fussar atrás de mim daquele jeito que só mãe sabe fazer, sabe? Acho que ela estava preocupada comigo ou sei lá.

O que tinha pra se preocupar? Não faço ideia. Mas deve ser coisa de mãe.

Eu estava bem, mesmo. Não podia estar melhor.

Pra um começo de vida “nova”, tudo até que estava indo melhor do era pra ir. Eu estava um pouco chateado pelo fato das coisas não terem saído como eu achei que elas fossem sair, mas só isso.

No fundo, não era de mais. Nada comparado ao que podia ser.

Eu as vezes fazia isso (na verdade muitas vezes) de imaginar o melhor dos cenários, tentar antecipar tudo e contar com coisas que no fim não aconteciam meio que parecia o fim do mundo pra mim.

Ia passar, acredite. Eu vivo a 16 anos comigo mesmo. Sei bem como eu funciono. Mas ainda era chato.

Brendon idiota. Teria sido tão mais fácil pra mim se ele só tivesse esclarecido as coisas, ou sei lá, tudo tivesse acabado de uma forma normal e melhor. 

Babaca. E ainda achava que podia agir daquele jeito merda comigo.

Olha, eu sei, eu ainda me sentia culpado, mas pelo menos eu tentava fazer as coisas certas não é? Por que ele não fazia o mesmo?

E confesso, de forma patética, tinha horas que eu me pegava preferindo que nada tivesse acontecido. Nessas horas, a ignorância era uma benção.

Era minha culpa, no fundo. Pelo menos eu acho. Eu podia ter feito as coisas certas, isso podia ser diferente, e sabe, mesmo eu na maior parte odiando ele agora, em nome dos velhos tempos eu ainda queria não tê-lo magoado.

Sabe, é como se o Ryan criança ainda morasse dentro de mim e estivesse tipo “Hey, você machucou seu melhor amigo. Seu monstro”

E eu estivesse: “Mas eu tentei pedir desculpas, eu fiz de tudo, ele que não quis”

E a resposta fosse algo parecido com “você é tão ruim que machucou ele de uma forma que ele nunca vai ter conseguir te perdoar. Você é um amigo horrível, o pior amigo do mundo!”

O quão patético era isso!? 

Mas eu só não conseguia evitar.

Cara, isso tudo chegava a me deixar salivando de raiva de tanto que era bobo. Era algo tão simples de resolver, por que só não resolvemos?!

Mas parecia que sei lá, Brendon ou então ele e eu não chegávamos a ser humanos o suficiente pra resolver isso como dois caras adultos.

— Mandou bem Ryan. — William diz, depois que entregamos o trabalho.

— Valeu cara.

— É bom finalmente conseguir entender alguma coisa do que esse professor explica — um dos amigos dele responde.

Estávamos todos juntos, quase numa roda, por tivemos uma das coisas mais chatas que se podia ter numa escola: trabalho em dupla.

Não que eu não gostasse de fazer o trabalho com outra pessoa, é só que eu realmente odiava como todo mundo parecia não achar que era mais necessário ficar em silêncio ou como parecia que era uma aula vaga porque ninguém realmente se importava. No final todo mundo sempre colava do grupo que terminava primeiro mesmo, que diferença ia fazer né?

Além disso eu também era um grande entusiasta da política de aula é pra ser aula. Sem esse papo de inovar ou de deixar a coisa mais leve ou sei lá, dinâmica. Foda-se a dinâmica. Qual é o problema com como as coisas funcionam? Alguém mais inteligente explica, todo mundo fica em silêncio ouvindo e tentando entender, e no final tira-se as dúvidas e menos um tópico pra cobrir sobre aquela matéria.

Perfeito.

Esse negócio de inventar moda e coisas práticas, nunca dava certo. Não dá pra misturar as coisas na minha opinião.

Prática é prática. Dinâmica é dinâmica. Tudo na sua ordem e no seu tempo, sem misturar nada e seguindo os passos do jeito que tem que ser.

— Você gosta de filmes de terror? — William me pergunta — vamos nos reunir na minha casa no fim de semana. Tá afim?

— Eu vou levar uns DVDs muito bons.

— Claro, pode ser — respondo — vamos ver se vocês vão conseguir me fazer gostar de algum filme de terror ou finalmente me fazer ver um filme de terror que eu ache decente.

— Tá brincando? Você não gosta?

— Eu gosto mais, a maioria é bem ruim. Acho perca de tempo.

— Mas é justamente por ser ruim que é legal. Dá medo.

— Não dá medo, é engraçado. Vocês tem o que, quatro anos?

— Pensando agora, pode ser trauma de infância.

— Ah meu deus, ‘O chamado’ realmente me traumatizou durante a infância toda.

— É só um filme gente. É engraçado.

— Acho que por isso que você não gosta Ryan. Qual é a graça se você não fica com medo depois? — eles riem — o legal é sentir o arrepio na espinha quando tem que acordar de madrugada pra beber água e o filme ainda está na sua cabeça.

— Tá ai um vicio alternativo a adrenalina.

— Eu concordo. 

— Jesus, nós somos idiotas pra caralho — até eu rio nessa também, e vejo o professor deixar a sala antes de voltar minha atenção pra roda.

Que aula é a próxima mesmo? Sei que não é educação física, mas não lembro qual é.

— Que foi cara? 

— Nada. — percebo que encarei Brendon e os amigos dele por tempo de mais, e droga, não acredito que fiz isso de novo!

O que, claro que eu tinha prestado atenção (mesmo que sem querer) nele e nos colegas o tempo inteiro.

Era automático, não sei se por raiva ou remorso ou vergonha.

Se eles fizeram o trabalho? Claro que não. Ficaram jogando uma borracha um no outro com um elástico feito duas duplas de trogloditas.

Mais um ponto pra mim eu acho, mas algo ali ainda não parecia encaixar.

— Tá pensando em alguma coisa.

— Todo mundo sempre pensa em alguma coisa. A toda hora. Então é meio óbvio.

— Cara, você é muito áspero também. Relaxa, está tudo bem. Só se solta. Não tem que se proteger de nada não.

Bem que eu tento mas não consigo esconder minha cara de “que pohas mano?” , mas só deixo pra lá.

Errado ele não estava, e eles eram bacanas.

— [...] Você era mais leve quando era criança.

— Eu sou leve… as vezes. Quando consigo sou super leve — E, em off entre nós aqui, quando eu quero.

William eu já conhecia então tudo bem, mas os outros amigos? Bom, 3 deles tinham sido da minha sala mas nada demais além do casual de sempre. Outros 2 eu não conhecia.

— Você… quer saber do Brendon? — Como o William sabia? Por acaso eu estava sendo tão óbvio assim? Eu não costumava ser absurdamente óbvio — E eu estou curioso sobre uma coisa cara, tenho que admitir. Tá me cutucando desde o primeiro dia.

— Cara, aquele menino é um babaca. — um dos amigos dele diz.

— O que é? Você tá curioso sobre o que Will? — pergunto.

— Por que você não está com ele? Vocês eram melhores amigos ou coisa assim antes não eram? Se fosse eu, teria tanta coisa pra colocar em dia e estaria tão feliz por estar de volta com meu mano que ia ser meio difícil ter tempo pra outras pessoas.

— Você estava certo. O que aconteceu com o Brendon no tempo que estive fora? — Se ignorei ele? Um pouco. Mas disse a verdade poxa, ele perguntou se eu queria saber do Brendon e eu queria. Eu só tinha ficado curioso sobre a visão de fora que ele estava tendo sobre mim.

— Nada cara. Nadinha fora do normal, só o de sempre acho. Ele cresceu, igual todo mundo.

— Só que cresceu pra baixo, ou, nesse caso, pra ser um idiota.

— É, acho que sim. Mas a maioria do tempo eles são idiotas na deles. Nunca vi eles implicando com ninguém na sala.

— Claro que não — Um dos outros amigos dele diz — E arriscar algum professor ver ou a sala inteira estar prova de algo que eles fazem? Não são tão burros.

— Pode ser.

 — E ele era tão legal…

— Você conhece ele? — digo a um dos outros garotos que estavam com a gente.

— Yeah, meio que todo mundo conhece de uma forma ou de outra eu acho. Mas, eu costumava passar praticamente todo fim de semana na casa do Brendon antes. Eu sou tipo, afilhado do pai dele. Só que nós nos afastamos agora. Pelo menos eu e o Brendon.

— Você é o Alan?

— Huh, sou?

Deus, eu costumava morrer de ciúmes desse pirralho quando era mais novo — E por que drogas não são mais amigos?

— Sei lá, só não somos mais. Não me leve a mal gente, quer dizer, eu sei que o Brendon é legal no fundo, ainda deve ser, mas não sei, alguma coisa mudou nele. Ele não se importa mais. Fez outras amizades. É a vida que segue.

— Mas mesmo assim, por ser próximo e da família, vocês ainda teriam que se aguentar, não é?

— Sim, no começo, mas agora ele só ignora ou some. Ou melhor, ignorava e sumia. Depois de um tempo acabou ficando mais fácil e menos constrangedor não ir visitar, e sim arranjar de ser visitado.

— Mas ele costumava idolatrar você. Vocês eram tipo, carrapato e cachorro.

Eu devia estar ofendido por ele não ter sacado quem eu era? Brendon nunca tinha falado sobre mim, o melhor amigo dele de verdade (ou no mínimo um dos)? 

Ou esse cara só tinha uma memória realmente ruim. Ou então só estava sendo legal o suficiente fingindo não saber quem eu era.

Seria estranho, certo? Ele devia estar sendo legal de não ficar “ah, você é o Ryan?! Ele falava de você toda hora, vocês eram inseparáveis e blablablabla”. Ninguém ia gostar de ter o filme queimado certo? E eu era novo. O que o pessoal que não me conhecia ia pensar de mim se pensassem que eu fui/era o melhor amigo de um idiota?

— É, mas ele só se afastou.

— Sem mais nem menos?

— É. Pessoas mudam. Eu mudei também. Deve ter sido normal. Esse negócio de segurar uma amizade não tá com nada, o certo seria normalizar uma boa amizade que tem seu prazo de validade atingido. A vida muda, certo?

— Faz quando tempo?

— Sei lá cara. Uns dois anos?

— Depois de eu ter ido embora então, certo?

— É, bem depois.

Esse cara podia saber de umas coisas!

Acho que como a coisa tinha ficado um pouco específica e talvez chata demais, os outros se distraiam conversando sobre um filme qualquer lá, que eu mal conseguia pronunciar o nome. 

Ninguém ia prestar muito atenção, a conversa estava quase fechada agora, então fiquei confortável (embora me sentido extremamente estúpido ao fazer) o suficiente pra perguntar:

— O que… ele falou de mim depois que eu fui embora? Ele ficou muito mal?

— Espera, quem era você mesmo?

— Anh… o Ryan? Eu era amigo dele.

— Ah sim! O Ryan amigo. É que tinha um outro menino chamado Ryan que morava na nossa rua que o Brendon odiava. Desculpa. Ah cara, pra falar verdade, ele ficou chateado mas, acho que passou sabe? Nós éramos crianças, sabe como é, lembro que ele ficou chorando as pitangas um bom tempo, um bom tempo mesmo, e eu tive que ficar ouvindo ele reclamar e choramingar de uns negócios chatos desses, mas, acho que passou? Ele ficou realmente triste mas, é coisa de criança.

— Que tipo de coisa ele choraminga sobre?

— Ah, você sabe… o clássico. Sabe como é. Uma vez até perguntei se ele gostava de você pra ficar tão triste e falando tanto de uma coisa só… Mas, passou. Coisa de criança.

— Você foi o amigo dele quando fui embora então, não é?

— Acho que sim. E eu gostava ser mas, ai as coisas ficaram estranhas quando entramos no 7 ano e… bem, rolou o resto das coisas que eu falei. Nem nos falamos mais agora. Quem diria. Eu sinto falta apesar sabe? Ele era legal de verdade…

— O que você acha que aconteceu?

— Não faço ideia, mas se quer minha humilde opinião mesmo sendo de alguém que pode não saber de nada, foi aquela garota babaca que ele se apaixonou. Ele queira impressionar ela de todas as formas e acho que quando viu, já tinha se transformado em alguém diferente.

Não disse? Sempre garotas.

— Acho que faz sentido.

— Se serve de consolo cara, bem vindo ao clube. E pensa pelo lado bom, pelo menos ele realmente parecia gostar de você e de ser seu amigo. Muita gente não teve a mesma sorte que a gente do Brendon se importar. Tá vendo aquela garota? — Ele aponta pro outro lado da sala, pra uma garota de cabelo enorme e cacheado, com óculos e sardinhas. Apesar de a discrição não aparentar tanto, esse tipo de garota era linda, bem como essa garota era. Lábios, olhos, corpo. Ela era genuinamente bonita e parecia legal de verdade — Amelie. Garota incrível, super bonita e inteligente e…, bem, é, enfim, ela… era perdidamente apaixonada pelo Brendon. Acho que ainda é. Durou bastante sabe? E ela fez tudo por ele e é muito provável que ele tenha sido o primeiro amor da vida dela e ele simplesmente acabou com uma das melhores garotas que essa cidade já viu. Não sei bem o que aconteceu, mas ninguém precisou sem um gênio pra saber que foi ruim. Ela nunca teve chance apesar de não ter quase nenhum defeito, mas quem ia saber? Como alguém ia ser tão idiota? E coitada, imagino como deve ter demorado pra reunir a coragem e juntar as peças pra tomar uma atitude sobre seus sentimentos e BAM. Ser acabada apesar de tudo que você fez.

— Você gosta dela?

— O que?

— Você parece gostar dela… O que, ela é bonita. Não estou te julgando não. Tudo bem se gostar. Mas é um idiota se não estiver fazendo nada sobre isso.

— Primeiro, eu _costumava_ odiar ela. No passado o William que tinha uma quedinha por ela.

— É sério?

— Sim!

Dá pra acreditar? E eu tinha saber mais sobre isso, claro.

Chamei o William pra conversae. 

— Eu gostava dela, ela gostava do Brendon, e o Brendon gostava de outra. O clássico clichê que nunca daria certo.

— Como o Brendon conseguiu não se apaixonar por ela?

— Né?! Ela é uma garota tão boa e gentil. Sério, ela é a típica garota que você sonharia como namorada.

— Cara, vá falar com ela. Puxa um assunto.

— Nah… ela nunca vai gostar de mim…

— Por que o Brendon é tipo, seu primo foda que rouba tudo que era pra ser seu?

— Não, não mesmo, é porque é assim que as coisas são… a gente sempre vai amar aquilo que não pode ter. Eu posso gostar dela mas, ela nunca vai gostar de mim. Ela gosta do Brendon, mas ele nunca vai gostar dela.

— Isso é bobagem.

— Isso é a vida. O playground de algum sádico idiota que não sabe controlar marionetes muito bem. Mas e você, tem namorada?

— Eu? Não… Não é bem a minha coisa. Não por enquanto pelo menos. Talvez depois do terceiro ano.

— Por que?

— Por que eu quero entrar numa faculdade?

Ficamos jogando conversa fora depois disso, mas as coisas que ele disse ficaram ecoando na minha cabeça o resto do tempo todo.

Bem, pelo menos agora eu não sentia tanto que era algo pessoal. Talvez o Brendon só fosse o tipo de cara que grudava em você só pra puxar e te fazer mal quando desgrudasse.

Mas algo ainda não batia.

De certa forma, acho que o Alan sentia a mesma coisa. A gente conhecia o Brendon de verdade. Essencialmente, alguma coisa não batia.

Claro, ele podia ter mudado, mas não tanto assim. E se tivesse, ainda existia uma parte dele lá. Seriam impossível não existir o antigo Brendon ainda.

Fico lembrando de como as coisas foram na casa dele, das coisas que ele disse, de como do nada ele passou a ser o cara que estava bravo comigo porque eu não tinha dado parabéns pra ele da data certa e não tinha dado um jeito de procurar por ele mesmo isso sendo impossível…

Não era bem que ele estivesse triste comigo, sabe? É mais como se ele estivesse triste por eu não estar mais lá. 

“Você quem me abandonou e não cumpriu as promessas”. É, eu não foi o único, mas de certa forma sim.

Ele queria que eu estivesse lá e eu não estava. E esse cara? Ele nunca ligaria pra mim. O Brendon, acho que da mesma forma que eu, ainda tinha o garotinho que ele foi dentro dele.

E o que o Alan disse, dele ter ficado triste e mal por bastante tempo por ter me mudado e ele ter perdido o amigo…

Sabe, no fundo, talvez ainda tenha uma forma disso tudo acabar bem. Das coisas terminarem certas. 

Brendon ainda estava magoado. Ainda estava lá e se lembrava e se importava comigo de certa forma.

Se eu conseguisse que isso fosse resolvido, então estava ótimo. Não importa que ele era um babaca agora e que nós nunca mais fossemos ser amigos.

Se eu conseguisse fazer essa parte dele me desculpar ou, pelo menos, encerrar as coisas da forma que me daria paz na cabeça, eu já estaria feliz.

Não teria que ficar chorando o passado por ter esperado quatro anos pra ter a melhor e única amizade de verdade que eu tive de volta ou teria que ficar me culpando por ter sido um amigo ruim.

Se estivesse tudo certo e terminado, então estava. Nada pra me culpar ou pra ficar pensando sobre talvez ter estragado tudo e agora nunca mais ter uma amizade verdadeira de novo.

Mas então eu fui na cantina na troca de aula com os meninos comprar um refrigerante, e quando voltei (como se estivessemos na terceira série de novo), tinham escrito em letras enormes da lousa:

“O Ryan é um Traíra"

Sério? Isso era sério mesmo?! 

— Você só pode estar de brincadeira comigo…!

Nenhum sinal do Brendon e dos outros, mas pelo menos consegui apagar a tempo do professor chegar. Toda aquela coisa da sala inteira ficar ciente (embora já estivesse) e dar platéia e audiência pro palhaço? Nada disso.

E tive certeza que foi Brendon porque depois que todo mundo foi obrigado a voltar pra sala, o professor já começando a mandar todo ficar quieto, quando ele estava voltando pra carteira dele, fez questão de passar bem do lado da minha e esbarrar em mim, rindo feito um palhaço com os amiguinhos dele.

Acho que eles deviam estar bêbados ou sei lá. Ou tinham tomado energético demais com alguma coisa.

Isso foi o suficiente pra mim sabe? Assim que a aula terminou, sai e fiquei esperando. Despistei a Ali porque sabia que o Brendon ia demorar de propósito pra não encontrar comigo (era a cara dele fazer isso), e foi exatamente o que rolou.

— Hey, cara, olha aqui — Fecho o caminho dele quase o colocando contra a parede, e que pena que ele estava sozinho. Queria fazer isso com os amiguinhos dele também — Eu não tenho nada contra como você quer levar as coisas, tá bem? Sem problemas, faz o que quiser. Não precisamos ser amigos e eu não tenho nada a ver com a sua vida pra sair por aí contando suas merdas pra sua mãe e seu pai. Mas dá pra cortar essa merda e parar de agir como um bebezão de 5 anos de idade?! Você mesmo disse, não temos porque fazer isso. Isso é o que, uma D.R.? Vamos fazer as coisas, enfrentar elas direito, ficar criando essas picuinhas e discussões de criança é rídiculo. Para de agir feito criança e se quiser me dizer algo ou fazer alguma coisa comigo, diz e faz logo.

— Não sei do que você tá falando.

— [...] Olha, você quer que eu peça desculpas? Que diga a culpa é minha? Desculpa, a culpa é minha. Eu ferrei tudo. Tá bom pra você? A criancinha mimada e chorona que tá triste porque esqueceram de dar uma estrelinha pra ela no dia especial tá satisfeita? Eu faço o que você quiser, o que for preciso, mas pelo amor de deus, resolve isso como adulto, tá bem? Você já é bem grandinho. Dramático e quinta série não combina você.

— Que foi que você estava falando? Porque eu não ouvi uma palavra do que você disse. Sabe, eu não ouço puxa saco de professor. O que, não ganhou sua canetinha especial de melhor aluno? Me poupe, nerd do caralho. Vai ser rídiculo com os seus coleguinhas quatro olhos. Acham que o que, que quando mais souberem mais o cérebro de vocês vai crescer? Tem que compensar outras partes né? A não, espera, uma coisa não compensa a outra. Não dá pra transar com uma pessoa que só tem cérebro. Cenourinha.

Eu podia quebrar a janela na nossa frente no saco de tanta raiva, mas me distrai o suficiente (graças a deus) com uma menina chamando pelo nome dele.

Ela parecia do terceiro ano e tinha um cigarro na mão, mas era a clássica loira bonita com mechas no cabelo e batom cor vermelha. A maioria dos garotos da sala dele devia ser doido pra ter uma chance, mas era aquele tipo de garota que me deixava com medo.

Ela provavelmente me trocaria por um cara qualquer e me deixaria com o coração quebrado ou então só me causaria problemas emocionais (porque quem é que tem um emocional bom e forte hoje em dia, não é?)

Quando eu vi, Brendon estava indo na direção dela e do nada os dois começaram a se comer de tanto se abraçar.

Deus, como é que duas pessoas podiam ficar tão próximas assim? 

Mas eles estavam. 

Aquilo me enjoou de certa forma, então só deixei pra lá. Fingi estar procurando minha irmã quando fui até ela, e nós fomos embora.

E não era ciúmes ou coisa parecida. Quem teria ciúmes de um simples abraço? Não faria sentido nenhum. 

Não sei bem porque aquilo me deixou sentindo tão enojado, estranho, mas deixou. 

E me deixou com bem menos paciência com isso tudo também. Estava quase mandando tudo se foder, ele se foder, e falar pra minha mãe pra me trocar de escola ou a gente voltar pro antigo bairro. 

O que era longe daqui.



Notas Finais


E é istuuuu

Falem comigo gente. Tão curtindo? A história está boa? Tô curiosa e amo conversar com vocês, aaaaaaaaa

Comentem e se gostaram favorite e passem prós amiguinhos se acharem que devem <3

Beijo gente, amo vocês seus raios de sol maravilhosos

Até a próxima

Love always
~dwrperlman-


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