História Little Family - Jessica vs Taeyeon - Part I

— O que está acontecendo aqui? — Krystal perguntou ainda com Hyoyeon em seus braços, demonstrava uma feição realmente confusa. — Jessica, você conhece elas?

— Claro que eu conheço! — Esbravejei batendo o pé no chão, demonstrando toda minha insatisfação com a cena e sem querer assustando a pequena Hyoyeon que começou a chorar. — Essa metade de toquinho aí. — Apontei para Taeyeon. — Foi na loja hoje, acredita que a educação dela tem o tamanho dela? É quase nula! Tirando que esse trocinho ai é mal educada! Se ela fosse um anão seria o Zangado!

E este foi o estopim, a menina que bufava de raiva, seu rosto que antes era branquinho, agora estava completamente vermelho, não hesitou em avançar como um bicho selvagem para cima de mim, distribuindo chutes e pontas pés, o que me fez cair no chão.

Em toda a minha vida, nunca pensei que em algum momento levantaria a mão para bater em uma criança, mas como sempre, o destino me mostrou que eu estava completamente errada. Segurei o pequeno demônio pelos braços que insistiam em tentar me socar e suas unhas em me arranhar e lhe dei um belo, um lindo, um maravilhoso cascudo naquela cabecinha!

Soltei o ar que estava preso em meus pulmões me sentindo bem melhor, quase como se minha frustração tivesse desaparecido completamente. Taeyeon simplesmente parou e Krystal me olhava atônita. Taeyeon baixou sua cabeça e pude perceber que ela mordeu seu lábio inferior, seus pequenos ombros começaram a subir e descer em um ritmo constante, mal pude perceber quando ela me deu um chute no estômago.

— Eu te odeio, testa de telão! — Ela gritou, suas pequenas bochechas se inflaram e saiu em disparada ao corredor como uma bala.

E eu fiquei parada a ali, meu estômago ainda dói, apesar de Taeyeon ser pequena, ela era bem forte e seu chute provou o que eu imaginava. Krystal ainda olhava para mim atônita, ela colocou a pequena Hyoyeon no chão e veio me ajudar a levantar.

— Jessica, tu tá doida, mulher? — Ao me levantar, ela me deu um tapa na testa. — Você bateu em uma criança, isso não se faz, você nunca me bateu quando eu era criança! Que merda 'tá dando em você? - Ela sussurrou o final agressivamente, dando uma olhada rápida para o pequeno bebê no chão que estava com os olhos lacrimosos.

— Sei lá, eu só… Acho que deveria começar agora, né? — Dei um sorriso amarelo e ela beliscou meu braço. — Ai, Krystal, isso doeu...

— Se você chegar perto de mim, eu chamo a polícia..  

— Má, má, má! — Fui interrompida por Hyoyeon, que começou a espernear, a pequena chorava enquanto corria em minha direção e distribuía o que deveriam ser socos em minhas pernas, porém os nem ao menos faziam cócegas. — Bruxa! Bruxa, sua bruxa!

— Ei, ei, calminha, bebê. — Krystal tentou acalmá-la, pegando-a no colo e fazendo carinho em suas costas, Hyoyeon começou a chorar baixinho. — Ela é má, uma bruxa muito má, mas não precisa disso, ela vai se desculpar.  

— Mas hein? Eu vou é? — Perguntei completamente confusa, eu não vou me desculpar nem a pau.

— Você quer que eu ligue pra mamãe e diga o que você fez? É capaz dela vir aqui e te quebrar na porrada. — Ela rosnou enquanto balançava levemente o bebê em seus braços, ainda tentando acalmá-la. — Agora vai pedir desculpas da Tae, ela é só uma criança, Jessica, você não pode fazer essas coisas com ela!

Bufei e sai da cozinha dando passos pesados, que raiva! Eu não fiz nada de errado! Ok, admito, não era preciso dar um cascudo na pirralha, mas poxa, ela me xingou e sim, eu sou infantil o bastante para revidar. Não gosto de levar desaforo, não!

Ao chegar na sala de estar, procurei o pequeno capeta Taeyeon, mas foi completamente um fracasso, pois a mesma não estava ali, nem mesmo estava escondida atrás do sofá. Onde essa pirralha se meteu?

— Taeyeon, onde você está? Eu quero me desculpar, foi mau mesmo o que eu fiz! — Gritei tentando chamar sua atenção, porém não obtive resposta. Grunhi em frustração e sai ao redor, talvez ela estivesse em meu quarto, ao empurrar a porta para abri-la não obtive sucesso. Então, a pirralha está aqui. — Pirralha, abre a porta.

— Sai daqui, eu não quero te ver. Eu te odeio.

— Não fala assim, abre a porta eu quero me desculpar. — Ela não respondeu, massageei minhas têmporas tentando conter a frustração. — Pirra- Taeyeon, eu sei que eu mandei muito mal, desculpa, sério, eu não deveria ter te batido e muito menos ter dito aquilo sobre você... — Suspirei fundo e me sentei no chão, encostando as costas na porta. — É só que, às vezes... Às vezes, eu sou muito idiota, eu não gosto de crianças, mas isso não quer dizer que eu deva bater nelas, eu prometo que eu não vou mais fazer isso. Perdoa a Tia Jessica, vai...

E em segundos, senti minhas costas baterem no chão. Ela havia aberto a porta para minha felicidade. Me levantei rapidamente e fitei seu rostinho, que agora estava vermelho, juntamente com seus olhos, não demorou para perceber que ela havia chorado.

— Tia Testuda bobona, repete. — Ela me olhou seriamente, cruzando seus bracinhos em posição neutral e arqueei uma sobrancelha como se quisesse dizer "sério?", ela assentiu.

— Ok, então. Perdoa a Tia Testuda bobona, por favor. — A expressão dela não mudou, me da um desconto, pirralha, chorei em minha cabeça. — Eu te levo no parque. — As sobrancelhas -quase inexistentes- dela se levantaram. — Compro sorvete também. — O canto de seus lábios se levantaram, quase formando um sorriso. — O quanto você quiser, eu prometo.

Agora havia um grande sorriso em seu rosto, por algum motivo meu coração vibrou, aquele sorrisinho tão fofo, nem parecia ser do capeta. Me aproximei de seu corpinho e me abaixei ficando de sua altura, a pequena deu um passo para trás, porém, antes dela conseguir fazer qualquer movimento, circulei meus braços em sua cintura.

Era como uma cena de filme, meus braços puxavam a pequena mais para perto e ela circulou seus braços ao redor do meu pescoço. Aquele sentimento caloroso e ao mesmo tempo relaxante, quase como um laço familiar, aquela conexão entre mãe e filha, sabe?

Teria sido realmente ótimo se tivesse sido assim, mas na verdade, ela correu para o corredor, me deixando lá, de joelhos no chão, plantada como uma idiota.

— Foi ótimo negociar com você, otária! — Ela gritou antes de virar no corredor.

Aquela pirralha está morta para mim!

*

E aqui estávamos, no parque, um pouco tarde talvez, mas o pequeno raio de sol -pra não dizer o contrário- chamado Taeyeon colocou minha própria irmã contra mim, forçando-me a trazê-las para o parque. Aquela criança é uma obra enviada diretamente do inferno - senão a própria filha do capeta.

Tenho que admitir, Hyoyeon não é um problema, sempre rindo com uma risada fofa, não dando tanto problema quanto sua irmã. Ela é quase um bolinho. Olhei para Krystal que estava com a pequena em seus ombros enquanto a mesma ria e dizia estar maior que sua irmã, super fofa!

Olhei para Taeyeon que se divertia silenciosamente lambendo seu sorvete de baunilha, nem parece ser o capetinha...

— Sooyeon Jung!

— Avé Maria… — Murmurei baixinha, e não, não era a música do GFriend. Eu conhecia aquela voz muito bem, por incrível que pareça, a dona daquela voz é uma das poucas pessoas que realmente conseguia me amedrontar. Virei-me para cumprimentá-la. — Sunny, como você es-

E ela passou direto.

— Que coisinha mais fofa! Jessica, eu não sabia que você era tia. — A ruiva se abaixou para abraçar Taeyeon. — Oi pequena, eu sou a Tia Sunny, qual o seu nome?

— Meu nome é Taeyeon, moça… — A criança disse dando um passo para trás.

— Ah, você gostou dela, Sunny? — Aproximei-me empurrando Taeyeon para seus braços, que me olhou com cara feia. — Pode ficar com ela se quiser, ela não fala muito, é limpinha e… — segurei o rosto de Taeyeon apertando suas bochechas um pouco forte demais, fazendo a menor fazer uma careta. — Olha esse rostinho fofo! Pode ficar com ela, de brinde você ganha essa coisinha fofinha aqui. — Apontei para Hyoyeon.

— Jessica, você está vendendo as crianças? — Krystal perguntou erguendo as sobrancelhas e tirando minha mão da cara de Taeyeon. — Pelo amor, tenha um pouco de decência pelo menos!

— Eu nunca venderia elas. Eu tô doando mesmo!

Bufei formando um pequeno bico em meus lábios, percebendo que não seria hoje que me livraria da pirralha, poxa, nada dá certo para mim!

— Que história é essa, Jessica? — Sunny perguntou franzindo as sobrancelhas, cruzando seus braços sobre os seios. Era como ver um coelhinho com raiva.

— Nada… Mas cadê a Soo? Ela é quase como se fosse seu rabo, sempre te seguindo.

— Ela foi comprar sorvete. — Ela deu um tapa no meu braço. — E respeite minha mulher, além do mais, da minha mulher cuido eu. — Sunny se aproximou de Taeyeon novamente, sorrindo docemente para ela. — Onde você encontrou ela?

— Ela apareceu na minha casa. — Eu disse brincando com as bochechas gordinhas de Hyoyeon.

— Eu só queria água e elas nós sequestraram, moça, por favor, nós salve. Essa mulher é louca, ela me bateu! — Taeyeon disse enquanto seus olhinhos se encheram de lágrimas, então o capeta abraçou fortemente as pernas de Sunny.

— SOOYEON JUNG!