Nina Simonetti
Gastón sobe minha sacada e entra em meu quarto. Quando ele fica diante de mim sinto vontade de abraça-lo, mas não o faço.
- Você está bem..? - Ele me pergunta e se aproxima de mim, ele passa a mão por minha bochecha, a acariciando
- Sim, agora sim...
-Matteo me contou das coisas horríveis que aquelas garotas te disseram, fiquei mal por não poder estar lá para te defender!
- Você não tem a obrigação de me defender, Gastón! - Afirmo - Não é nada meu...
-Sou seu amigo, amigos ajudam e defendem uns aos outros! - Ele diz e segura minha mão - Como não pude ficar com você hoje, me peça o que você quiser, o que quiser, e eu te dou..!
- Gastón..!
-Qualquer coisa! - Ele sussurra e passa o polegar por meu lábio inferior
Estremeço com seu toque nada formal. Mordo o lado de dentro de minha bochecha, e aperto sua mão.
-Me leva para algum lugar, agora! - Sussurro - Por favor...
-Para onde você quer ir?
-Qualquer lugar, quero ir para longe! Quero esquecer tudo o que aconteceu comigo hoje..!
-Seu padrasto fez alguma coisa?
-Minha mãe... Brigamos...
-Ah, mas não pense nisso agora! Vou te levar para longe, por um dia inteiro vamos ficar lá, tudo bem? - Ele diz e tira seu casaco o colocando em cima de minha cama
-Tudo bem!
-Te certeza que é isso mesmo que você quer?
- Por favor, Gastón! Me leve para longe! Aonde ninguém se lembre ou sequer me conheça! Quero sentir aquela chama que a tempos eu não sinto! Quero sentir nem que seja uma faísca de felicidade!
- Você é tão incrível..! - Ele murmura e segura minha mão, me puxando em direção a sacada
Nós descemos pela sacada e andamos até o carro de Gastón, dou uma última espiada em "minha" casa, que a muito tempo deixou de ser minha, respiro fundo, vou sorrir por um dia inteiro talvez. Vai valer a pena faltar um dia no colégio, vai valer a pena não aparecer em casa, vai valer a pena deixar para trás minha mãe e meu padrasto. Sei que vai valer. Posso sentir.
Suspiro e entro no carro.
-Pronta? - Gastón me pergunta e gira a chave do carro
-Pronta!
{...}
-Para onde estamos indo? - Pergunto a Gastón enquanto o mesmo dirige
-É uma surpresa! - Ele diz e me manda uma piscadela
- Você não vai me sequestrar vai? - Digo brincando
-Boba! - Ele acusa - Como eu poderia fazer isso? Além do mais você quis ver!
-Sei disso, idiota!
-Hey! Boba para idiota é uma grande diferença! - Ele diz e nós rimos
Um silêncio se espalha pelo local por alguns instantes.
-Estou com fome! - Nós dois afirmamos ao mesmo tempo e depois rimos
-Já sei! - Perida afirma
Ele para em um food truck e faz algum pedido. Logo após ele pega uma bandeja e volta a dirigir.
-Abre! - Ele diz sorrindo
A abro e vejo... er... Acho que é batata?
-O que é isso?
-Não! Mentira! - Ele quase grita sorrindo - Você nunca comeu batata frita?
-Não, minha mãe nunca deixou! Então eu nunca comi!
-Bem, há uma primeira vez para tudo! Vá, coma! - Sugere
-Mas cadê os talheres?
Ele gargalha.
- Gastón! - O repreendo - Não tem talheres?
- Não! Isso você come com as mãos! Por isso veio os guardanapos!
- Eu sei para que servem os guardanapos! - Digo debochada revirando os olhos logo após de dizer
-Olhe, é assim! - Ele dirige com apenas uma mão, estica a outra não agora livre, pega uma batata, passa em um molho e come - Viu só?
Eu pego uma batata com receio, passo no molho vermelho e coloco na boca. No início eu a mastigo devagar, com medo de seu sabor, mas depois... Ah!
-Isso é muito bom! - Afirmo
- Viu! Eu te disse!
{...}
Gastón acabou de me acordar, depois que comemos meu mais novo alimento preferido, eu dormi, e agora que chegamos neste lugar ele me acordou.
Saímos do carro e caminhamos lado a lado. O Sol está brilhante. O céu está azul. Está tudo... incrível!
Caminhamos enquanto Gastón me diz que cidade era aquela.
"Entramos" na cidade. Tudo é tão incrível aqui! Tão simples mas tão bonito!
O chão é feito de vários blocos retangulares, as lojas tem enormes vitrines, as pessoas andam para lá e para cá entusiasmadas. Até passamos por um lugar aonde tem várias pessoas cantando e dançando e tocando instrumentos. Reconheço a música que estão contando... Échame La Culpa, se chama.
É inevitável não sorrir!
- Gostou? - Gastón me pergunta enquanto enlaça nossas mãos
- Não! - Digo - Eu adorei! - Quase grito
{...}
E nós dois passamos o dia assim, correndo, rindo, tirando fotos, compramos sorvete, olhamos as pessoas dançando, rimos, entramos nas lojas, Gastón me abraçou e eu me senti que ele era meu abrigo, nós rimos!
Agora já é de noite, Gastón disse que queria me levar para mais um lugar antes de irmos embora.
Estamos sentados em um banco debaixo de uma árvore que de pouquinho a pouquinho cai uma ou duas pétalas rosas de flores, estamos olhando a Lua, que está linda, ela parece tão perto a observando daqui.
- Você sentiu? - Gastón pergunta
-Han?
-A faísca de alegria..!
- Não, eu senti mais que isso! Senti um incêndio dentro de mim! - Digo me virando para ele - Hoje... Você foi a razão da minha felicidade! Você é a razão da minha felicidade!
Ele acaricia levemente minha bochecha e se aproxima se mim.
- Você é tão incrivel, Nina! Tão linda! Seus olhos... Perto deles o cristal é como lama... Seu sorriso. Sou fan incondicional deles! Seus lábios, são tão tentadores!
Ele apenas diz isso, apenas isso.
E junta seus lábios com os meus.
"Você é a razão da minha felicidade, não vá dizer que eu não sou sua cara metade. Meu amor, por favor, vem viver comigo, no seu colo é o meu abrigo..!"
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