História Livin' on a prayer - Fear of the dark

- O Itachi já foi dormir? - Sakura questionou espantada, visto que há pouco mais de uma hora estamos tendo sossego. 

- Sim! - Ergui as mãos para o céu - Mais tarde temos a parte dois do nosso plano.

Sakura sorriu maquiavélica. 

- Eu sei que é errado, mas eu tô adorando.

Floyd pulou novamente no sofá, ficando entre a Sakura e eu. Não que ele seja um gato ciumento, só é bem carente. 

- Como vamos fazer isso? - Questionei. 

- Ah, não vai ser difícil, tenho tudo em mente. - Amo essa perversidade toda - Será que ele tem medo do escuro? 

- Medo do escuro? - Não contive um riso - Acho que não, hein... Se bem que ele deve estar com medo da visita da Samara. 

- Ai, tadinho, eu quase sinto dó! 

Sakura chegou mais perto de mim, apoiando sua cabeça no meu ombro. 

Céus, eu amo isso... Gosto de estar perto dela, de senti-la perto de mim.

- Você quer comer alguma coisa? - Questionei. 

Ah, Sasuke, que merda de pergunta é essa? Você só sabe cortar o clima de tudo, zé roela! 

- Não. - Ouvi uma risadinha fofa - Só quero ficar aqui com você mesmo.

Gente, tem como existir uma coisa mais linda do que essa? A Sakura é tão... Ah, não tem adjetivo pra descrevê-la. 

- Tudo bem... - Eu a abracei, puxando-a para mais perto de mim, então beijei sua testa.

- O que nós vamos fazer amanhã? 

Oi? Como assim?

- Amanhã? - Questionei confuso, fazendo a rosada rir.

- Sasuke, você foi intimado a sair de casa, lembra? 

Ah, céus, não acredito que vou ter que sair amanhã só pro meu irmão poder transar.

- Eu pretendia lavar as minhas roupas, mas não quero fazer isso enquanto meu irmão faz coisas no quarto dele... - Espero que só no quarto dele mesmo - Ainda corro o risco de ouvir o que não quero. 

Sakura riu. 

- E você não pensa em se divertir também? 

Ora, podemos fazer algo divertido... A gente pode ir no cinema, tomar sorvete, comer um hambúrguer... De preferência algo que não custe muito dinheiro, porque semana que vem Itachi e eu já vamos precisar fazer compras.

- Nós podemos sim. - Assenti - Você quer sair pra algum lugar em especial? Pode escolher, não conheço direito a cidade, então não sou capaz de opinar. 

Ouvi Sakura rir de novo, o que me deixou confuso mais uma vez. 

Ora, o que é tão engraçado?

Ela me encarou, olhou fundo nos meus olhos e mordeu levemente o lábio inferior. 

- Não era desse tipo de diversão que eu estava falando, Sasuke... - Senti a mão feminina subir lentamente pela minha coxa - Você é muito inocente, né? 

Na verdade não, eu só me recusava a acreditar que Sakura estivesse mesmo falando disso.

- Sakura... - Pigarreei, afastando a mão dela de mim antes que subisse mais - Melhor não. 

- Qual é o problema? 

- Pra que essa pressa? - Sorri amarelo.

Droga, eu sou virgem ainda! Isso vai ser um desastre. 

- Você não quer? 

- É claro que eu quero!

- Então por que fica nessa agonia toda por causa de uma insinuação? - Ela riu.

Engoli em seco.

- Não acho que seja bom apressar as coisas assim, entende? - Tentei soar o mais natural e menos nervoso possível - Como é que a gente fica depois?

- Ora... Ficamos como estamos. Nada tem que mudar, Sasuke. 

Suspirei pesadamente. 

Droga, não quero jogar tudo numa fogueira. 

- É melhor ir devagar, né? Pra não fazer nada impensado.

Sakura me encarou com desconfiança. 

- Sasuke... Você é virgem? 

Puta que pariu!

Eu falo a verdade, minto ou omito? Ai, céus, ela vai rir de mim se eu disser que nunca transei, com certeza vai. 

- Ora... Não. - Menti. 

- Hum... Então por que esse medo todo?

- Não é medo. - Mentira, é medo sim - Eu só não sigo o seu ritmo. Desculpa. 

- Tudo bem... - Ela riu - Deixa quieto.

Sakura me deseja, eu também a desejo, então por que não podemos seguir para um nível mais íntimo? Bem, a resposta é bem clara, porque eu sou virgem e ela não. Podem dizer que é bobagem, mas eu sinto que seria muito mais fácil chegar aos finalmentes com Sakura caso ela fosse virgem, ou seja, tão inexperiente quanto eu. Mas é o contrário, porque ela já fez sexo, ela tem uma experiência maior, consequentemente tem uma expectativa maior também, e eu posso decepcioná-la na hora H justamente pela falta de experiência. 

Inferno! Me sinto mal por ter mentido, mas eu não quero me expor tanto assim. Sei lá, é complicado lidar com isso, até porque grande parte dos rapazes na minha idade já possuem vida sexual ativa. 

Ah, porra, eu já tô beirando a vida adulta, já completei dezoito anos, e nunca levei uma garota pra cama, isso é uma vergonha! Tudo bem, oportunidade eu tive e não aproveitei, mas agora é diferente, pois o que eu sinto pela Sakura é forte e especial, e isso me deixa com ainda mais medo de decepcioná-la. 

Sinto que há uma reciprocidade. Ela quer subir esse degrau, eu também quero muito, mas temo o que pode acontecer. 

Eu poderia me abrir com a Sakura, expor meus receios a ela, mas também temo sua reação. Ela pode dizer que é frescura, que não há motivos pra isso, que eu tô fazendo cu doce... Ela pode não compreender meu lado. 

Eu quero sim que chegue o momento em que subiremos esse degrau, mas ao mesmo tempo rezo para que ele demore. 

Minha cabeça tá dando um nó! 

- Eu menti. - Sim, minha consciência pesou muito num tempo recorde.

Eu sou um bosta, num milésimo de segundo vou contra tudo o que falei. 

Tá vendo, Sakura, o que você faz comigo? 

- Mentiu? - Ela questionou confusa.

Floyd levantou do sofá e foi para o chão. Até ele sacou o clima tenso. 

- Eu sou virgem. - Admiti - Perdão. 

Caralho, que vergonha! 

E a Sakura fez o que? Riu.

- Eu já tinha manjado. - Disse com um sorriso de canto - Só não entendi a sua necessidade de mentir, mas deixei quieto.

Suspirei.

- Você é virgem? 

- Não. - Ela respondeu o que eu já havia deduzido. 

- Exato. - Afirmei - Eu nunca dormi com uma garota, Sakura, tenho medo de ser horrível e decepcionar você. 

A rosada me encarou boquiaberta, um tanto quanto indignada, talvez incrédula... 

- Sabendo que você é virgem, Sasuke, eu nunca esperaria de você uma performance de alguém que não é. - Explicou - Caramba, eu não quero um PHD em sexo, não quero um ator de filme pornô... Não é só sexo, não é só prazer. Eu quero que seja com você, Sasuke, sendo experiente ou não, porque eu gosto de você. É tão difícil ver isso, poxa? 

As palavras dela me acertaram em cheio, me tiraram até os argumentos. 

- Você gosta de mim? - Questionei. Não, não foi a única coisa que eu absorvi, mas foi a mais importante até agora. 

- Você nunca suspeitou? Caramba... É claro que gosto, Sasuke, eu gosto muito de você. 

Sabe a sensação de borboletas no estômago? Então, estou tendo agora. E é bom.

- Mas nós conhecemos há pouco tempo... 

- E tempo quer dizer alguma coisa? - Ela me interrompeu - Uma prima minha namorou por cinco anos sem casar e depois separou... Um ano depois ela começou a se envolver com outro cara, após seis meses de namoro eles marcaram a data do casamento. 

Mulher tem umas coisas...

- E o que isso tem a ver?

- Tem a ver que o tempo não importa, mas a intensidade dos sentimentos. - Ela sorriu - O que eu sinto por você é forte, Sasuke, e eu não sou idiota, sei que você sente a mesma coisa. - Garota esperta - É torturante sentir algo e não poder expressar, não acha? 

Sem palavras, eu apenas puxei a rosada para um beijo, lento e demorado... intenso. 

Sakura mexe comigo de uma forma que eu não sei explicar. Ela é diferente de todas as garotas que eu já conheci. Sakura é meiga, engraçada, educada, sabe ir direto ao ponto quando quer alguma coisa de forma sutil e sem parecer vulgar. Ela tem tudo na medida certa, não sei colocar tudo em palavras, mas vejo que Sakura é perfeita. 

Droga... Eu me apaixonei sem me dar conta disso.

Eu fico feliz que ela tenha me compreendido, só quero ver como vão ficar as coisas daqui pra frente. 

[...] 

Pense num sono ruim! Na verdade eu não tô dormindo, apenas dando breves cochiladas. Acordo a cada dez minutos pra ver o horário no relógio... Céus, 2:55 da manhã! 

Me cobri até a cabeça, mentalizando coisas boas. Ai, será que as meninas viram o vídeo? Espero que sim, caso contrário eu terei apenas mais cinco minutos de vida.

Escuro... Não consigo ver nada, não tenho nem coragem pra levantar e acender a luz; Nem em meus mais terríveis pesadelos eu cheguei a ter medo do escuro, mas agora tô quase me mijando aqui! 

O escuro é um ambiente ruim, porque não vemos nada, não sabemos o que se esconde. O mal pode se aproximar sem que a gente perceba, isso é terrível. 

Será que a luz acesa espanta os demônios? Em filme de terror eles só costumam aparecer à noite, então não devem gostar da luz, enquanto isso eu fico temendo a escuridão. 

Não sei se é psicológico, mas parece que tem alguém me observando... Não sei, sinto uma presença aqui dentro do quarto. 

Minha hora estaria chegando? Céus... eu devia mesmo ter matado aquele gato. Morrer com arrependimentos é foda. 

O silêncio total se fazia presente, quando, do nada, ouvi um barulho pra lá de conhecido e notei uma luz por baixo da porta do quarto... É o barulho da fita, alto e claro.

Ela vem me pegar... ela está vindo. 

Um nó se formou em minha garganta, me encolhi completamente com o cobertor todo em cima de mim. Eu sei que só vou morrer se olhar diretamente nos olhos dela, então o negócio é ficar de olhos fechados... sempre de olhos fechados. 

O cu trancou de um jeito que não passa nem sinal de wi-fi. 

Me encolhi ainda mais quando ouvi o barulho de unhas raspando na porta... Senhor, ela está perto... Muito perto! 

Permaneça de olhos fechados, Itachi, você não pode olhar pra ela. 

Espera... O padre do terceiro filme era cego e ainda assim a Samara o matou! 

Meu Deus, caí na real e ainda dei spoiler do filme!

Não tem pra onde escapar, ela vai me pegar. A Rachel escapou pelo poder do protagonismo, apenas, enquanto isso eu não devo ter mais nem preparo físico pra escalar aquele poço e prender a maldita novamente. 

Não tem pra onde fugir, ela vai me perseguir. 

Ela nunca dorme... 

Meu sangue gelou nas veias no momento em que senti uma mão fria e molhada agarrar meu tornozelo. Deixei um grito agudo e desesperado escapar de minha garganta, acho que lágrimas caíram dos meus olhos também. 

- NÃO, NÃO ME MATA! - Implorei - NÃO, POR FAVOR! 

A mão continuava agarrada ao meu tornozelo, enquanto isso meus olhos permaneceram fechados. 

No ápice da minha agonia, ouvi risos descontrolados vindos de dentro e de fora do meu quarto, o que me deixou completamente confuso.

A porta do meu quarto se abriu, a luz se acendeu, então eu olhei por curiosidade e vi Sasuke se acabando de rir.

- Isso foi épico! - Sasuke disse em meio a gargalhadas, limpando uma lágrima no canto do olho. 

- Foi mesmo. - Sakura saiu de baixo da minha cama, então largou meu tornozelo.

Era ela! Ah, maldita!

- Que porra é essa? - Berrei indignado. 

- Você tá chorando? - Sakura questionou com deboche, colocando-se de pé. 

Passei as mãos pelo rosto.

 - É suor. - Expliquei, então fiquei de pé também - Posso saber que porcaria é essa?

- Ora... Não é divertido zoar os outros? - Sakura deu de ombros - Toma só uma provinha do seu próprio veneno, Itachi. 

Não acredito que esses dois se juntaram pra me trollar! 

Não foi uma simples zoação, isso passou dos limites! 

- Você mereceu, mano. - Disse Sasuke. 

Eu mataria esses dois se pudesse, com o Floyd de brinde.

Quem eles pensam que são pra me deixar uma semana com medo?

- Caralho, vocês têm merda na cabeça? - Briguei. 

- Merda na cabeça tem você! - Sakura retrucou - Sabia que O Chamado é só um filme? Sabia que quem faz a Samara é uma atriz? Ela não existe de verdade, seu idiota, ficou com medo por quê? 

Ora... Eu sempre soube disso. É só um filme, essas coisas não existem de verdade. 

- Porque você me assustou, coisa rosa! - Respondi furioso. 

- Você pensou que eu fosse a Samara, estava implorando pra não morrer! - Sakura respondeu em tom debochado e Sasuke começou a rir.

Quem ele pensa que é? Não vou tolerar que uma pessoa que nunca transou na vida ria de mim dessa forma!

Eu só espero que esse constrangedor acontecimento não seja espalhado... Se isso acontecer, eu vou aprender a ocultar cadáver rapidinho! 

- Pra fora do meu quarto, os dois! - Ordenei. 

- Ah, quando a zoação é com você não tem graça? - Sasuke arqueou uma sobrancelha - Quando você zoa comigo e eu fico com raiva, aí eu sou o chato que não tem senso de humor. E agora, Itachi? 

- É diferente! - Briguei - Sai daqui, Sasuke, e leva a coisa rosa com você. Não quero nem olhar pra essas caras de bunda de vocês! 

Isso não foi uma simples zoação, foi crime premeditado. Sasuke e Sakura são dois bandidos, isso sim! Dois terroristas, capazes de absolutamente tudo. Loucos! 

Eu não quero nem olhar pra eles, tô puto! 

Nem eu teria a mente tão maquiavélica assim... Na verdade nem o Sasuke, ele é tapado. Isso com certeza foi coisa daquele espírito de Humanas. 

Eu aqui, me disponibilizando a ser cupido para que o meu irmãozinho perca o cabaço, e ele planejando a minha morte com aquela agente do anticristo! 

É incrível como eu só tomo naquele orifício! 

Sasuke e Sakura saíram do meu quarto e eu bati a porta com força. Não tô nem aí se Sasuke vai achar ruim, nem se vai acordar algum vizinho.

Caralho, nunca levei um susto tão grande na minha vida. Ainda bem que não tinha merda pronta, porque nessas horas a gente perde logo o controle do cu, então eu certamente iria me cagar todinho.

Não é que eu seja rancoroso, mas o Sasuke bem que poderia brochar na primeira vez dele... Assim, sem desejar o mal pra ele, claro, mas seria muito divertido se isso acontecesse. Eu iria rir muito também. 

Dizem que as palavras têm poder, e eu espero que tenham... Quando o Sasuke quiser transar, vai dar tudo errado pra ele. Cansei de desejar que as coisas aconteçam, agora vou ser ruim. Tô jogando praga mesmo, vai dar tudo errado! 

Ele quer ver eu me foder, pois eu espero que aquele desgraçado se foda muito também! 

[...]

Sakura e eu entramos no meu quarto, ambos quase chorando de rir. 

Ok, a pegadinha foi um pouco pesada? Sim, foi, mas aquele traste mereceu até mais. 

- Você viu a cara dele? - Sakura questionou em meio a gargalhadas - Ai, Meu Deus, aquilo foi impagável. 

- Valeu muito a pena... Se valeu!

- Nós somos péssimos! - Disse ela.

- Eu discordo. - Limpei uma lágrima que brotava no canto do meu olho. Nunca ri tanto na minha vida - Nós somos ótimos. Melhor dupla. 

- Sim...

Fomos parando de rir aos poucos. Eu com as costas escoradas em meu guarda-roupa, Sakura com ambas as mãos sobre meu peito, olhando fundo em meus olhos. 

Eu tô muito apaixonado, Senhor!

Beijei a rosada nos lábios. Juro, não me canso de fazer isso... É tão bom! 

Nunca o beijo de uma garota foi tão doce quanto o dela. 

Sakura e eu, sozinhos no meu quarto, com um fogo inenarrável brotando em meu interior... Caralho, por que ela faz isso comigo?

Segurei na cintura dela, puxando-a para ficar mais perto de mim, com nossos corpos colados como se fossem um. Senti suas unhas em minha nuca, acariciando lentamente, me causando arrepios. 

Isso é muito bom. 

Uma de suas mãos desceu devagar, pondo-se a segurar gentilmente meu pau sobre os tecidos da cueca e da calça de moletom cinza. 

Gemi baixinho com o contato, então Sakura riu. Eu quero sentir isso mais intensamente, pele com pele, não apenas sua mão segurando meu pau sobre a minha roupa. 

Um incômodo se fez presente. Fiquei rapidamente excitado, meu pau praticamente implora pra ficar livre... livre, mas nas mãos de Sakura, vale ressaltar.

Ela beijou minha bochecha, logo em seguida mordeu o lóbulo da minha orelha. 

- Ainda quer esperar? - Questionou com a voz carregada de desejo, falando em meu ouvido. 

- Não quero esperar. - Falei com a respiração descompassada, ofegante.

Eu preciso dela, fodam-se os meus medos. 

Sakura puxou minha camisa para cima, me ajudando a retirá-la. A peça de roupa foi de encontro ao chão. 

Voltei a beijá-la insanamente. Mais ousado, levei uma de minhas mãos de encontro ao seu seio direito e apertei gentilmente, arrancando um gemido excitante de Sakura... gostei disso. Gostei muito disso. 

Eu quero ver esses seios nus, se quero! 

- Você tem camisinha, né? 

A pergunta de Sakura me fez paralisar na hora!

Cacete, que burrice! 

Sim, Sakura, eu nunca transei na minha vida e compro camisinha pra fazer balão! Ah, merda! 

- Não. 

Sakura arregalou os olhos, mas ainda assim pareceu mais tranquila do que eu.

- Você quer arriscar assim mesmo? 

- Que tipo de pergunta é essa, Sakura?

- Ué... - Deu de ombros - Eu não tenho doença, tá? - Disse divertida. 

- A doença que se foda, eu tenho medo é de filho! 

Sakura gargalhou. 

- Eu passo na farmácia amanhã de manhã e compro uma pílula do dia seguinte, que tal? 

Não confio nisso, nem nesse negócio de gozar fora. 

- Não quero assumir o risco. 

- Tudo bem. - Suspirou - É melhor mesmo... - Concordou a rosada, se afastando de mim - Foi uma idéia idiota. Deixa pra lá.

Ai, merda, cortei o tesão quase que pela raiz. 

Preciso comprar camisinhas, com urgência! 

- Espera! - Uma luz se acendeu em minha mente - Itachi tem! 

Sakura bateu na própria testa. 

- Depois do que a gente  fez, é capaz de ele colocar a camisinha na sua cabeça e te sufocar!

Isso não parece nada agradável. 

- Itachi já deve estar apagado no quarto... Eu entro lá em silêncio e pego uma. Ele sempre guarda na carteira.

Sakura assentiu com a cabeça.

- Tá, vai lá. 

Beleza! 

Ótimo, não sei onde estou com a cabeça, não sei como vai ser isso. Expectativas a mil, mas a Sakura me atiçou de uma maneira que eu estou disposto a arriscar. Muito disposto a arriscar.

Acontece que fui tão afoito que bati as partes baixas na quina da minha escrivaninha que fica próxima ao meu guarda roupa. 

- Ai, caralho! - Berrei - Meu ovo!

Caí no chão, gemendo de dor. 

Meu ovo nunca mais será o mesmo. Meu pau não levanta de novo tão cedo.

- Sasuke! - Desesperada, Sakura sentou no chão ao meu lado - Meu Deus, Sasuke! 

Eu esperava tudo pra essa noite, menos estar gemendo em posição fetal no chão. 

O foda é que eu bati o ovo esquerdo, mas a dor se estende pra outras partes do corpo. Horrível. Caralho, tá latejando. 

- Pega gelo pra mim. - Pedi com a voz arrastada. 

Fiquei estéril, certeza.

Como isso foi acontecer? Eu sou sempre tão atencioso, como pude esbarrar na escrivaninha desse jeito? 

Caramba, só pode ter sido praga! 

Minhas vistas até escureceram... Não desmaiei por pouco, não é exagero.

Sakura logo voltou com algumas pedras de gelo dentro de uma sacolinha de supermercado. 

- Aqui, Sasuke... - Sakura se abaixou novamente, me entregando o gelo - Você tá chorando? 

Suspirei. 

Deixei lágrimas rolarem sem ao menos me dar conta. A dor foi tão grande que nem senti que estava chorando.

- É suor... - Murmurei, pegando o gelo. 

Não basta eu já ter tido uma dor de barriga na frente da Sakura, eu tenho que chorar na frente dela também. 

Minha desgraça está completa. 

- Quer ajuda? 

- Não precisa. - Respondi. 

Coloquei a sacolinha com três pedras de gelo dentro da minha cueca, sobre o ovo lesionado. Caramba... como dói! 

O gelo foi melhorando a dor, começou a aliviar aos poucos, mas ainda assim o local da batida continua um pouco sensível. 

Consegui me sentar normalmente, ainda com o gelo dentro da cueca. Respirei fundo.

- Melhorou? - Ela passou a mão pelos meus cabelos, acariciando-os. 

- Tá melhorando. 

Eu estou tão constrangido que não consigo nem olhar pra cara da Sakura.

Na verdade, acho que não vou conseguir olhar na cara dela nunca mais depois dessa.

- Não fique assim, Sasuke.

Ela me puxou para perto de si, me abraçando. Apoiei minha cabeça em seu peito, aproveitando o carinho feito por ela em meus cabelos.

- Assim como? - Questionei após fechar os olhos. 

Amo esse jeitinho carinhoso da Sakura.

- Constrangido. - Disse ela - Não foi culpa sua o que aconteceu. Relaxa, tá? 

- Nossa noite... já era. - Murmurei - Não tem mais clima. 

Sakura riu, beijando minha cabeça em seguida. 

- Outras noites virão, Sasuke... O mundo não vai acabar hoje. 

Bem que poderia, né? Depois dessa vergonha toda, eu não me importaria que a terra me engolisse por completo. 

Meu ovo ainda tá doendo. 

Me remexi um pouco incomodado, resmungando. 

- Cacete...

- Tá doendo ainda? - Ela perguntou preocupada. 

- É meio óbvio que sim.  - Resmunguei. 

- Se não melhorar, é bom você procurar um médico. 

Ah, sim, claro, era tudo o que eu precisava mesmo, mais constrangimento pra minha vida. Porque não basta bater o ovo na quina da mesa por pura desatenção, tem que procurar um médico pra expor essa burrice! 

Nunca que eu vou fazer isso! 

Enquanto este ovo estiver saudável, eu continuarei lutando por ele em casa. Só procuro um hospital no caso de estar necrosando, e olhe lá! 

Já pensou se algum médico inventa de dar injeção no meu ovo? Deus é pai! Dói só de imaginar! 

- Não exagera, Sakura. - Suspirei - Amanhã eu já não vou estar sentindo mais nada. - Assim espero - E nem tá doendo tanto assim. 

- Pode me acordar de madrugada se sentir alguma coisa, viu? Eu pego remédio pra dor ou mais gelo pra você. 

- Ganhei uma enfermeira? - Ri.

- Que tipo de futura namorada eu seria se não cuidasse de um nenê desses? 

Será que eu tô me iludindo muito? 

- Você vai dormir do meu lado hoje? 

- Por que eu faria isso? - Questionou com falsa indignação antes de beijar minha testa. 

- Eu tenho medo do escuro. - Brinquei - Aí preciso de você comigo. 

- Só porque você é muito lindo. - Disse com a voz infantil. 

Como pode ser tão fofa, gente? 

Vou passar mais uma noite sendo virgem, mas pelo menos vou dormir com a Sakura.