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História Livin' on a prayer - Sorte e azar


Escrita por: Evil_Queen42

Notas do Autor


Voltei! ♡
Boa leitura.

Capítulo 4 - Sorte e azar


- Sasuke, você está dando leite pra essa praga? - Berrei.


Eu já vi que vou botar os dois animais pra fora de casa.


- É o meu leite, não o seu. - Sasuke respondeu, sentado no chão ao lado da criaturinha satânica que tomava o leite numa vasilha. 


Eu não mereço isso na minha vida.


- O seu leite é mais caro. - Enfatizei.


Pois é, Sasuke em casa é sinônimo de prejuízo. Por que eu não pude ter um irmão normal? Ora, eu não tenho essas frescuras dele. 


- Você não vai deixar eu colocar o seu pra ele. 


- Não mesmo! 


- Então não reclama. - Deu de ombros - Ainda não tive tempo pra comprar ração. 


- Deixa com fome, ele aprende a caçar. 


Sasuke me olhou com a maior indignação do mundo. 


Ora, o que é um calango, um passarinho, ou um rato? Gatos não passam fome com esses bichos pra comer.


- Você não tem coração. O Floyd é um filhote! - Brigou - O que custa dar um pouco de leite pra ele?


- Custa dinheiro! 


- Vai se ferrar! 


- E não deixa essa coisa andando pela casa. - Alertei - Ele pode quebrar alguma coisa.


Meu irmão revirou os olhos. 


- Itachi, olha o tamanho dele. Nunca que o Floyd vai sair por aí quebrando as coisas. 


- Não duvide. Gatos são atentados, daqui a pouco ele tá usando o nosso sofá pra afiar as unhas. 


Sasuke bateu na própria testa, bufando de raiva. 


- Vamos pra aula. - Suspirou pesadamente, então se levantou do chão. 


- Pode arrumar uma caixa de areia pra essa desgraça aí! 


- Já pensei em tudo. - Ah, ele pensou? - Não vou deixar o Floyd dentro de casa. 


- Amém, devolve pra rua! 


Sasuke me encarou com a cara fechada. 


- Vou deixar ele na varanda. - Falou entre dentes - Ele não passa pelo portão. Não vai fazer sujeira em casa, e ainda vai ter um cantinho com terra para as necessidades dele.


Espero mesmo que o Sasuke não invente de colocar essa porcaria pra dormir dentro de casa. 


Agora fico pensando que seria infinitamente melhor se mamãe tivesse arrumado pra nós uma casa cujo portão fosse de grade, aí o maldito Floyd poderia passar por elas e sair das nossas vidas. 


- Tá, vamos pra aula. - Chamei. 


Pelo menos posso ir pra faculdade tranquilo, sem imaginar que o gato poderia estar fazendo bagunça, arranhando móveis e cagando no chão. 


Preciso dar um jeito de me livrar do maldito felino. 


Dizem que gatos pretos dão azar, e eu estou começando a acreditar nisso. 


Quando cheguei na minha sala de aula, eis que a Izumi já estava sentada perto da minha carteira. 


Vou ter que aturar isso um semestre inteiro? Aguento não. Inclusive acho que isso é culpa do Floyd, já dando azar pra mim. 


Pelo menos hoje ela não chegou atrasada, tampouco molhada, nem parece estar querendo matar alguém. Isso seria sorte? Não, ela está ali, então é azar.


Maldito gato! 


Sentei lindamente no leu lugar e notei que Izumi me encarou com uma cara de tédio, sei lá. 


Será que as outras meninas aqui da sala são antipáticas assim também? Porra, a sala já tem pouca mulher, isso é sacanagem! 


- Bom dia, Itachi! - Ela falou com falsa animação. 


- Olha só! - Encarei a morena ao meu lado, fingindo estar feliz com a presença dela - Está parecendo gente hoje! 


- O quê? - Ela uniu as sobrancelhas, sinto um início de revolta nessa pessoa.


- Você ontem parecia um zumbi com aquela maquiagem borrada pela chuva, fora o tanto que estava descabelada. - Ri - Tava um negócio bem Cemitério Maldito, sabe? 


- Que tosco. - Bufou.


Tosco? Tosco? Como ela ousa? 


Estamos falando de um verdadeiro clássico do terror. Essa menina realmente não tem bom gosto. 


Mulher bonita com mau gosto, isso é pior do que pote de sorvete com feijão dentro. 


É culpa do gato, certeza! 


- Se você andasse um pouco mais devagar, qualquer um afirmaria com certeza que era uma morta viva. - Debochei - Aquele negócio preto escorrendo dos olhos...  Olha, tava bem bizarro. A Samara sentiria inveja. 


- Você quer parar? - Ela indagou irritada. 


Ontem a criatura estava destruída, bem zumbi mesmo, e ainda assim qualquer um via que é bonitinha. E hoje, ela arrumada feito gente, não dá pra negar que é uma das meninas mais bonitas que eu já vi. 


Por que tão chata? Isso é influência do Floyd, estou crendo fielmente nisso. 


Não continuamos com a nossa madura discussão porque o professor entrou na sala. O de hoje mal se apresentou, mal nos deu os parabéns, e já começou a enfiar números no quadro. 


Tive que tentar copiar as coisas na velocidade da luz enquanto tentava acompanhar o raciocínio do professor. Ele fez umas equações, meia hora de gráfico, tabela, até matriz enfiou no meio. Aí eu pergunto: De qual parte do inferno isso saiu? Das profundezas, creio eu. 


Nem digo quem trouxe azar pra minha vida! 


- Nossa, que desespero. - Izumi riu, me encarando. 


- Isso tá foda... - Resmunguei. 


Como é que o professor enfia isso tudo na gente de uma vez? Tem que começar devagar! Ok, isso soou bem ambíguo, mas deu pra entender. 


Já vi que faculdade fode com os alunos sem ao menos beijar antes. Credo. 


- Eu tô achando fácil. - Ela deu de ombros. 


Olhei pra Izumi, totalmente surpreso. Ela tá zoando comigo ou realmente achou essa macumba fácil? 


- De qual planeta você veio? - Questionei com indignação quase palpável. 


- Meu pai é engenheiro. - Falou simplesmente - Ele me deu uma boa base de muita coisa antes de eu vir pra cá... pra eu não sentir tanta dificuldade, entende?


Meu pai é neurocirurgião, não dava pra eu poder tirar proveito algum disso. Me fodi. 


- Ele falou se os próximos semestres são piores? - Suspirei, encarando os números no quadro. 


- Os primeiros semestres de qualquer curso são mais puxados. - Ela riu - Dizem que é a peneira, sabe? Só vão ficar os que querem de verdade. 


Querer de verdade é fácil, o difícil é conseguir. Eu era tão bom em matemática no ensino médio, e agora já me sinto um jumento no segundo dia de aula na faculdade. 


 Culpa de quem? Do Floyd. 


[...]


Saí da sala de aula com Naruto quando fomos liberados para o intervalo. Até agora ele é o mais próximo de uma amizade que fiz. Fomos até o refeitório e encontramos Itachi e Izumi conversando de boa numa mesa.


- Nossa, e aquele ódio todo? - Questionei risonho para o loiro ao meu lado, observando a cena um pouco de longe. 


- Será que isso vai terminar como? - Naruto sorriu malicioso, e eu suspirei pesadamente. 


- Se Izumi for esperta, não termina em lugar nenhum. - Respondi - Meu irmão não vale nada. 


Naruto riu, então fomos andando até a mesa onde ambos estão. 


- Bom dia, casal. - Naruto falou divertido, então sentou ao lado de Izumi, enquanto eu sentei ao lado de Itachi. 


- Sasuke, seu irmão disse que você adotou um gatinho! - Izumi falou animada, com seus olhos negros brilhando. 


Espero que Itachi não tenha difamado meu bichinho de estimação. 


- Sim, olha só!  - Peguei meu iPhone no bolso para mostrar uma foto que tirei do Floyd mais cedo. 


- Meu Deus, ele tirou foto do gato. - Ouvi meu irmão murmurar, mas alguém acha que eu dei moral? 


- Ai, que fofo! - Izumi alarmou - Itachi, ele não é feio. 


- É sim. - Itachi retrucou. 


- É um filhotinho... - Encantada, Izumi me devolveu o celular após olhar a foto do Floyd. 


- E se depender de mim, jamais será adulto. - Itachi só tem ódio no coração, credo. 


- Eu prefiro cachorros. - Naruto se manifestou - Tenho um Akita chamado Kurama. 


Akita? Acho que já vi essa raça num filme em que geral chora no fim. 


- Não gosto muito de cachorros. - Falei - Sei lá... 


- Não gosto muito de você, e nem por isso tô reclamando. - Itachi resmungou. 


Na boa, sou calmo até demais, mas ele que esteja preparado pra quando eu perder minha paciência com essas piadinhas sem graça. 


- Ah, eu não deixava. - Naruto riu, colocando lenha na fogueira. 


- Sasuke, você não gosta de cachorros? - Izumi questionou abismada. 


- Gosto. - Respondi - Mas não pra criar um. São muito danados.


- Existem raças mais tranquilas. - Disse Izumi.


Ah, cachorro cava buraco, morde sandália, rasga roupa... Deus me livre disso! Eu gosto de cachorros, são bem brincalhões, mas eu não colocaria um dentro de casa. 


- Enfim, vou comprar um suco. - Anunciei - Alguém quer? 


- Não, pode ir lá. - Disse Itachi. 


Acontece que, por algum motivo desconhecido, em certas horas eu sou extremamente desastrado. Na verdade acho que "desatento" seria a palavra mais correta a ser empregada. 


O fato é que, na hora que eu me levantei e virei para trás, esbarrei com tudo numa menina que trazia um copo de água na mão. Preciso dizer que a água virou todinha na blusa dela? Não. 


- Ai, desculpa! - Falei todo sem jeito, e a garota dos cabelos rosados sorriu sem graça. 


- É uma anta mesmo! - Ouvi meu irmão reclamar, mas nem olhei pra ele.


- Tudo bem, eu pego mais lá no bebedouro. - Brincou, mesmo que esteja claramente constrangida. 


- Putz, foi mal mesmo, eu não te vi.


Parabéns, Sasuke, segundo dia de aula e você já faz uma besteira dessas. 


- Eu vi que foi sem querer. - Disse docemente - Não se preocupe. 


Tirei minha jaqueta jeans e entreguei para ela. É o mínimo que eu posso fazer depois de tê-la molhado, ainda mais porque sua blusa branca ficou um tanto quanto transparente. 


- Por favor, aceite. - Falei.


- Você não vai sentir frio?


Porra, ela está com a blusa molhada e pergunta se eu não vou sentir frio?


- Não tanto quanto você se ficar desse jeito. - Respondi - Pega.


- Tudo bem. - Ela não teve outra alternativa, então colocou a jaqueta e abotoou pra esconder a transparência da blusa molhada - Muito obrigada. 


- Disponha. 


- Onw, que fofo! - Mais uma vez a fala do meu irmão foi ignorada, porque ele não merece um pingo de atenção. 


- Sakura Haruno. - Ela estendeu a mão pra mim.


- Sasuke Uchiha. - Apertei a mão dela - É um prazer, apesar das circunstâncias. 


Ela riu do meu comentário. É uma fofa, e bem simpática.


Acho que qualquer outra garota teria virado o cão pra cima de mim, mas Sakura foi gentil. 


Talvez esse desastre tenha sido sorte, no fim das contas. 


- Você faz qual curso? - Sakura questionou.


- Arquitetura, primeiro semestre. 


- Ah, sim... Você é gay? 


A pergunta de Sakura fez meu irmão começar a rir feito uma hiena possessa. 


Por que essa marcação com meu curso? Parece que todo mundo já rotulou os estudantes de Arquitetura. 


- Ai, Sasuke, você tá ferrado. - Itachi se levantou e limpou uma lágrima que saiu de seu olho por conta da crise de risos -Rosinha, você ganhou o meu respeito agora. - O traste parou ao lado de Sakura e se apoiou no ombro dela - E você, é de qual curso? 


- Direito, primeiro semestre também. - Sakura respondeu, então Itachi se afastou da garota como se ela tivesse alguma doença contagiosa ou sei lá o que. 


- Credo... Humanas. - Meu irmão fez o sinal da cruz. 


Direito não tem a ver com ciências jurídicas? Se bem que fica dentro de Humanas, tal como as ciências agrárias ficam dentro de Biológicas. Acho que é mais ou menos por aí. 


- Não liga pra ele, Sakura, veio com defeito de fábrica. - Revirei os olhos - E, não, eu não sou gay. 


- Ah, sim. - Ela sorriu meio sem jeito - É que a maioria dos homens que fazem Arquitetura são. Pelo menos é o que dizem. 


- Talvez o Sasuke ainda esteja meio indeciso. - Vou bater no Itachi qualquer dia desses.


- Ele é maluco. - Sakura riu do meu irmão - Enfim, obrigada pela gentileza, Sasuke... Depois eu te procuro pra devolver a jaqueta. 


- Tudo bem. - Assenti. 


Sakura e eu nos despedimos, e ela seguiu seu caminho. Ah, nem dá mais tempo de comprar o bendito suco. 


[...]


Se Sasuke tiver jogo de cintura, ele pega a rosinha de Humanas. Ela olhou pra ele de um jeito... hum, sei não. Pode sair alguma coisa dali.


Naruto e Sasuke voltaram para a sala, então fiquei sozinho com Izumi novamente. 


Hum... ambos somos de Exatas, acho que é a hora perfeita pra eu jogar meu charme e ver se funciona. 


- Psiu, Izumi. - Chamei, então ela me encarou - Eu não sou professor de Física, mas vem comigo que eu te mostro como dois corpos se atraem, sua linda.


Izumi revirou os olhos, mas não conteve a risada.


- Nossa, apaixonei agora. - Ironizou. 


- Tá vendo? - Gabei-me - Romantismo puro, hein? 


- E como! - Brincou - Aposta nessas cantadas que você tem futuro. 


Não sei por que, mas senti que ela estava zoando com a minha cara. 


Voltei pra sala com Izumi assim que deu o horário, e entrou outro professor só pra terminar de ferrar com o nosso dia.


É muita matéria de cálculo, como eu vou assimilar tudo isso? 


Será que eu tenho talento pra fazer arte e vender na praia? Argh, credo, isso é Humanas!


Por falar em Humanas, sinto que preciso ajudar meu irmãozinho a dar uns pegas na tal Sakura. Sei que ele nem está pensando nisso, mas eu sinto que é minha obrigação como irmão mais velho. Sasuke é bem tímido, e nada vai pra frente quando depende só dele. 


O primeiro beijo do meu irmão rolou com uma menina de quem ele gostava, quando a gente tinha quatorze anos, e só aconteceu porque eu armei uns esquemas num jogo de verdade ou desafio. Ele não sabe até hoje que eu dei esse empurrão, tendo armado tudo com as outras pessoas que estavam no jogo. Só o Sasuke e a menina não sabiam, o resto da roda conspirou pra acontecer. 


Lembro que meu irmãozinho praticamente namorou com a menina. Eles ficavam, mas não era um namoro oficial por causa da idade, já que os pais dela ainda não a deixavam namorar. Ainda assim sempre estavam juntos pela escola, de mãos dadas, e se encontravam de vez em quando. Isso durou menos de um ano, pois a família da menina mudou de Estado, e ela obviamente que foi junto, deixando Sasuke na bad, já que ele pretendia fazer um pedido de namoro oficial quando ela completasse quinze... e estava bem perto.


Enfim, Sasuke superou seu primeiro amor, depois disso claro que teve outros rolos, mas nada oficial. Sem falar que não consegue ir pra frente sem um empurrão, e é justamente pra isso que eu, o ilustre irmão mais velho, existo!


Finalmente, após algumas horas de tortura, minha turma foi liberada. E o infeliz do professor ainda passou lista de exercícios pra casa! Que inferno!


Izumi ainda disse "Se sentir dificuldade, eu posso te ajudar". Claro, até parece que eu vou me humilhar a ponto de pedir ajuda pra ela. 


Saí morto de fome, cansado pra caralho, e ainda com uma obrigação de dever de casa.


Olhei pelo campus, mas parece que a turma do Sasuke ainda não foi liberada. 


Ah, ele que se foda. Meu irmão não é burro, com certeza já memorizou o caminho pra casa, não precisa de mim pra guiá-lo. 


Fui direto pra casa, deixando Sasuke pra traz, e torcendo pra que ele realmente tenha memorizado o caminho. 









Notas Finais


A música do título, "sorte e azar", é do nosso eterno Cazuza! Se alguém não conhece, sugiro que ouça, a letra é linda! Bem... Cazuza é Cazuza, né, mores?! :3
Comentários?
Bjs :*


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