História Living In The Hell Third Season - Five

Carl Grimes Pov

   Ajudei Lucy a fazer a comida e depois trouxe Ryan para a cozinha, ele olhava sempre pra baixo, nunca para nós dois. Ela pareceu perceber o que estava acontecendo e pegou seu prato indo para a sala.

- Cara, ela está te ajudando. - falei.

- Ela não tinha que ter morrido, eu levei mais tiros. - falou e eu o olhei - Eu tentei salvá-la, mas não consegui.

- Não foi sua culpa Ryan. - falei olhando-o - As vezes não podemos mudar o destino, o que é pra ser, vai ser.

- Eu não consegui. - falou e eu o encarei - Não a salvei.

- Não a salvou, mas salvou outras pessoas, com a sua ajuda nós vamos conseguir trazer o Kyle e a Lily bem! - falei - Não se culpe, a culpa não foi sua, você é um sobrevivente, nós somos sobreviventes!

- Eu podia ter feito mais! - falou e eu me levantei.

- Tenho certeza que ninguém se jogaria na frente dela como você fez! - falei - Você foi corajoso, estava trocando a sua vida pela dela!

- E mesmo assim ela morreu! - falou me olhando - E não vou poder ajudá-los a resgatar Lily e o Kyle.

- Você planejou tudo, mapeou, estudou o local. - falei - Ryan, graças a você vamos conseguir!

- Isso não é o suficiente! - falou quase gritando.

- Deveria estar feliz de que sobreviveu! - falei pegando meu prato - Sua situação era pior do que a dela, o Richard poderia ter te deixado morrer e salvá-la, mas não o fez!

   Sai dali deixando-o sozinho e fui para a sala onde Lucy estava, me sentei ao seu lado e almoçamos em completo silêncio. Michonne entrou perguntando se estava tudo bem e onde estava o Ryan, que ela precisava conversar com ele sobre o plano.

- Vocês não brigaram por minha causa não, ne? - Lucy perguntou.

- Ele ainda não aceitou o que houve entre a gente. - falei sem olhá-la - Mas não era sobre você a discussão.

- O que houve não, o que tem entre nós. - falou me fazendo olhá-la.

- Eu pensava que ela estivesse morta! - falei colocando meu prato vazio na mesinha e me levantando em seguida - Você estava me ajudando!

- Mais nós ficamos de novo! - falou se levantando.

- Você está pior do que a Ella! - falei fazendo-a arregalar os olhos - Ela pelo menos se tocou que eu realmente amo a Lily e não outra garota!

- Ela te trocou pelo Kyle, preferiu ir para Hilltop por causa dele! - falou alto me fazendo rir - Eles se amam, ele sempre a protege, sempre irá protegê-la enquanto você será sempre a segunda opção!

- Você ficou nem uma semana de luto por causa do Derek! - falei no mesmo tom que ela - Você só está nessa casa porque o Ryan sentiu pena depois da sua última briga com a Ella e o seu pai!

- Eu não preciso da pena de vocês! - falou.

- Você não tem pra onde ir! - falei - Seu pai não te quer mais na casa dele, você só tem a mim e ao Ryan!

- Eu posso ir embora! - falou irritada - Posso pedir pra ficar na casado Cody!

- Qual foi o motivo da sua briga com eles? - perguntei - Por que seu pai te expulsou de casa?

- Não te interessa! - falou saindo dali me deixando sozinho.

Lily Dixon Pov

   Hoje Dwight já tinha aparecido na cela e Britt tinha vindo ver como Kyle estava, depois que eu implorei para Negan, ele decidiu que eu ganharia as pancadas que seriam para Kyle.

- Lily. - Kyle me chamou baixo - Olhe pra mim.

- Estou com dor Kyle. - falei quase que em um sussurro - Eu preciso ficar quieta.

- Eu sei, mas não gosto de te ver quieta. - falou e ouvi o barulho das correntes - Não precisa me olhar, só chegue mais perto.

- Kyle. - falei.

- Por favor. - pediu.

   Ainda de costas, me aproximei dele, senti sua mão em minha cintura e logo ela estava entrelaçada com a minha me fazendo sorrir fraco, ele dava apertos de leve na mesma e começou a cantar baixo uma música desconhecida por mim.

   A porta foi aberta e me encolhi na parede, Kyle não soltou minha mão em nenhum momento, quando meus olhos se acostumaram com a luz que vinha da porta, consegui olhar para a pessoa que tinha entrado e reconheci o médico daqui.

- Preciso que estique seu braço. - falou.

- Não vou soltar a mão dela. - Kyle falou.

- Não precisa. - falou - Apenas deixe o braço esticado, por favor.

- O que você vai fazer? - ele perguntou.

- Preciso de uma amostra do sangue dela. - respondeu.

- O soro da cura? - perguntei.

- Preciso estudá-lo. - falou amarrando um elástico no meu braço - Antes que perguntem, ele autorizou.

- Está por perto? - Kyle perguntou.

- Preferi vir agora por que ele saiu. - falou e senti uma picada em meu braço - Levante sua blusa Kyle, preciso ver seus ferimentos.

- Não precisa. - falou.

- Obedeça Kyle. - pedi.

   Ela tirou o elástico e Kyle soltou minha mão levantando para levantar sua blusa, o médico resmungou alguma coisa baixo e me virei vendo-o passar algum líquido nos machucados do Kyle, evitei olhá-lo, por que sabia que eu tinha sido o motivo.

- Ele comentou que te daria um descanso. - falou para Kyle que riu baixo.

- Acho que está na sua hora. - falou e o médico concordou pegando suas coisas e saiu.

   Ao fechar a porta, a cela voltou para a escuridão, a mão de Kyle se entrelaçou com a minha novamente e me virei para ele tentando me aproximar mais, consegui apoiar minha cabeça em seu ombro e senti que sua respiração não estava boa.

- Ele não vai mais te machucar. - falei - Eu pedi, ele não vai mais.

- Não me importo. - falou apertando minha mão - Uma hora isso vai acabar.

- O que quer dizer? - perguntei.

- Uma hora não vai ter mais sangue, ou ele já vai ter conseguido o que queria. - falou e eu levantei minha cabeça como se eu estivesse conseguindo ver seu rosto - Só não quero que aconteça na sua frente.

- Não vai acontecer nada. - falei - Eu não vou deixar.

   Voltei a apoiar minha cabeça em seu ombro e fiquei um bom tempo olhando na direção da porta. Eu pensava em tudo, minha cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento, passei a língua em meus lábios tentando molhá-los e senti o canto arder, provavelmente estava cortado.

- Ainda está ai? - ouvi sua voz.

- Estou. - falei.

- Está com sono? - perguntou.

- Não. - falei - Você está?

- Não consigo. - falou - E você?

- Também não. - falei.

- Ainda está doendo? - perguntou.

- Não. - menti.

- Tem certeza? - perguntou.

- Esqueça. - pedi.