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História Livro 4: O Novo Mundo - Planos


Escrita por: CarolSea

Notas do Autor


Olá, apesar de ter bastante desse capítulo há um tempinho, foi difícil finaliza-lo. Perdi meu avô há dois dias devido a complicações de Covid, então as coisas estão bem difíceis. Mas escrever ainda é uma coisa que me ajuda muito, então me dediquei a terminar mais esse pedacinho da história. Desejo a vocês muita saúde, e se cuidem.
Quanto a história, seguimos praticamente do ponto em que paramos no capítulo anterior. Mas essa fase será um momento de preparar o terreno para iniciarmos a grande trama. Posso garantir que até o fim desse capítulo estaremos com um pezinho na nossa linha temporal proposta.
Enfim, espero que gostem.

Capítulo 3 - Planos


Fanfic / Fanfiction Livro 4: O Novo Mundo - Planos

 

 

 

KATARA

 

Tomou um banho rápido usando uma pequena tina que estava no quarto e logo foi se deitar. Mas não foi nem um único minuto depois dela finalmente conseguir encostar no travesseiro que um rugido familiar a despertou de súbito. 

Katara em um salto voltou a se colocar em pé e abriu a porta do quarto correndo.  

-Sim, é o Appa! -Sokka também estava no corredor seguindo para o átrio. 

Ajudando o irmão para que ele fosse mais rápido eles chegaram meio esbaforidos no pátio. Aang estava ajudando as pessoas a descerem de Appa. O Bisão parecia cansado, havia transportado muita gente.  

-Katara! Sokka! - Aang chegou neles em um pé de vento. - Eu tenho ótimas notícias!! Consegui encontrar praticamente todo mundo!  

-Mas que bom Aang!! - Katara respondeu distraída vendo Haru e Tyro descendo da sela. 

Haru tinha sido preso então? Não fazia sentido...

-Bom, só o Mecânico que não consegui localizar. – Aang disse meio triste para Sokka. - Mas eu consegui saber de um guarda que ele foi transferido para cumprir sua pena trabalhando em uma fábrica.  

-Logo iremos achá-lo! - Prometeu Sokka segurando o ombro de Aang. O garoto assentiu e continuou.

-Também não consegui achar a Mai. Ela não estava em nenhum dos lugares que fui. 

-Não se preocupe quanto a isso, ela estava em prisão domiciliar. Zuko já a encontrou. 

-Bom, na verdade ela que encontrou o Zuko. - Sokka a corrigiu. 

-Que bom!! Mas vocês não vão acreditar na melhor!! Eu encontrei o pai de vocês! Ele desconfiava que íamos tentar algo no dia do cometa, e resolveu seguir para cá para tentar ajudar. Ele o Haru, Duque e o Teo conseguiram tomar um navio da frota imperial! Vocês têm que ouvir a história, foi incrível! – Ela e Sokka se olharam cheios de alegria. Estava explicado como Haru estava ali então... Por um momento ela tinha sentido temor pelo pai e o resto das crianças que ficaram com ele.   

-Mas é onde ele está? - Sokka tampava o sol com a mão tentando ver melhor as pessoas.  

-Bem, ele vai chegar no navio ainda hoje. Deixei parte do pessoal com ele, o Appa não ia conseguir trazer todos.  

-Aang!! - Zuko se aproximava deles. - Deu tudo certo? 

-Deu sim, Zuko. Só temos que garantir a livre passagem de um navio que está a caminho. Ele está com o chefe Hakoda e traz o resto do pessoal. 

-Certo, vou garantir isso. Eu pedi nas cozinhas para que fosse preparado um banquete para receber todos, Mai está supervisionando tudo para garantir que nada seja... Adulterado. – Zuko informou franzindo o nariz indicando um pouco de preocupação. -Venham, me ajude a trazê-los para dentro. Logo tudo estará servido.  

 

Passava um pouco da hora do almoço. Todos já estavam de barriga cheia, reunidos e conversando em um grande salão que provavelmente sediava os jantares e eventos reais. E todos os criados haviam sido dispensados para que a reunião de guerra pudesse ser iniciada. Katara sentia um clima de tensão percorrer o aposento, mesmo que todos tentassem disfarçar. 

-Obrigado a todos vocês! - Zuko começou chamando a atenção de todos os presentes. - Como bem sabem Aang derrotou meu pai no dia do Cometa. Katara e eu enfrentamos Azula e também vencemos. Mas a conquista ainda não está completa. Meus Generais e Almirantes estão espalhados e talvez muitos deles nem saibam o que aconteceu ainda. Precisamos garantir que nossas raízes estejam profundas aqui antes de realmente comemorar nossa vitória. Hoje vou descobrir se os Sábios do Fogo irão nos ajudar me apoiando no trono. Além disso, recebemos de uma fonte confiável, a notícia de que existe um plano em andamento entre um grupo de políticos e cidadãos que exercem vários tipos de altas patentes aqui na Nação do Fogo. Estão tramando uma revolta marcada para acontecer ainda hoje.  Portanto precisamos de um plano para que o ato não seja efetivo e para que ninguém saia ferido. Eu sei que devem estar cansados e depois de estarem tanto tempo distante de suas casas, talvez não queiram participar mais dessa guerra. Portanto, para todos que desejem ir para seus lares, preparei um navio para levá-los, basta levantar a mão que serão conduzidos a ele. - Zuko deu uma pausa, esperando todos que desejavam partir se declararem. Absolutamente ninguém o fez. - Ótimo. - Zuko suspirou com um meio sorriso satisfeito. - Mas entendam que não devem se seguir dias muito fáceis, não posso prometer segurança e nem a vitória. Mas posso lhes prometer que não cheguei aqui para perder facilmente. - Era a primeira vez que Katara via Zuko exercendo sua posição de comando, e achou que ele se saia muito bem. - Sokka por favor, nos apresente a estratégia.  

Sokka seguiu para a frente da mesa, Katara e todos ali sabiam que o irmão costumava ficar nervoso na frente de muita gente, mas hoje ele parecia estar finalmente superando isso. Pendurou um grande mapa entalhado e ricamente pintado em um suporte ao lado de Zuko. Se tratava de uma majestosa peça representando em detalhes todo o domínio da ilha da capital.   

-Vamos nos dividir em 3 grupos. Eu preciso de uma equipe maior guardando a Prisão Real que é um dos possíveis focos do ataque. Se eles priorizarem o assalto ao edifício vai ser com o objetivo de libertar Ozai e Azula. Não temos um grande poder militar para caso eles cheguem em número muito grande, portanto a ideia é focar nas celas que importam e no último caso vamos abrir todas as outras celas libertando os prisioneiros. Vamos usá-los para deixar tudo caótico, quebrar a posição deles e ganhar o maior tempo que pudermos para chamar reforços. - Sokka mostrava no mapa onde se localizava a prisão. - Para esse propósito eu quero O Pedregulho, Hippo, Tyro, Haru, e todo os soldados do reino da terra que vieram com o Aang. 

 - Um outro grupo pequeno deve se manter escondido perto dos portões de Azulon – Ele correu o dedo para a entrada da capital. - Esperamos receber mais homens vindos com meu pai ainda hoje. Zuko já garantiu salva passagem para o navio dele, mas pode ser que estas ordens não sejam obedecidas, portanto esse grupo deve interferir caso isso aconteça. Será uma missão que vai exigir paciência e camuflagem. Para ela vamos precisar das Guerreiras Kyoshi. Suki, vocês também terão a função de informar meu pai de tudo o que está havendo e de todo o plano assim que ele atracar na cidade.  

-O terceiro grupo precisará ser uma elite. Pouca gente, muito poder. Esse grupo deve participar da reunião com os Sábios do Fogo e manter Zuko em segurança o tempo todo. Aang, você conseguirá entrar na reunião com facilidade sendo o Avatar, mas não vamos servir você e Zuko em uma bandeja, juntos no mesmo ambiente sem alguma artilharia pesada. Nós - ele indicou a si mesmo e a Katara - e Toph vamos estar lá, se não for permitido nossa entrada saberemos tudo o que está acontecendo através dela. E Mai, você deve escolher, se permanecerá escondida como informante ou se juntará à gente?  

-Acho que não tem mais necessidade nenhuma de informante. Vou ficar com vocês. - Sokka assentiu. 

-Bom então todos estão informados de todas as localizações, qualquer coisa estranha vocês devem tocar este berrante. - Sokka entregou um chifre para Suki, um para Tyro e ficou com outro para si. - Mas de forma alguma devem deixar seus postos sem ninguém. Em caso de algum dos grupos precisarem de reforços, apenas metade dos outros dois devem ir ao seu socorro. É muito importante se lembrarem disso. Sempre devemos deixar uma retaguarda não importa o que aconteça. O chamado são dois sopros curtos, não vamos usar o mesmo adotado pelo exército para que nenhuma confusão ocorra. - Sokka indicava com os dedos da mão - Dois sopros curtos, entenderam? Não deixem as posições por nenhum outro tipo de chamado. Alguma dúvida? - Todos pareciam ter compreendido bem. - OK, pessoal!! - Sokka agora tomou um tom de empolgação - Equipe um, vocês precisam tomar frente desde agora. As Guerreiras Kyoshi já estão a noite toda lá e precisarão estar descansadas para mais tarde. Pode pedir para a Toph vir para cá também, preciso falar com ela. Dispensados.  

 

A equipe logo se pôs a caminho da torre na qual ocupariam posicionamentos estratégicos afim de garantir a máxima vigilância.  Toph e as Guerreiras chegaram e se reuniram na sala de banquetes para aproveitar alguns pratos que haviam sobrado. 

-Bom dia, Bela Adormecida! –A garota saudou Zuko se servindo com mingau de Arroz  

-Olá Toph! Bela o quê??... Ah, deixa para lá! Como estão as coisas na prisão?  

-Bem, temos alguns guardas presos, um deles é o comandante do turno de lá. Descobrimos que um dos prisioneiros era na verdade um infiltrado, ele não parava de perguntar coisas, mas quando fui eu que comecei a perguntar tudo ficou claro. E ficou decidido que ninguém vai arriscar a vida para alimentar sua irmã, então sugiro que pense em algo logo. - Toph resumiu. 

-Zuko, estes guardas estão presos te esperando para... bem... para deixar as ordens mais oficiais. - Katara tentou explicar mais detalhadamente para o Príncipe. Na pressa para dormir e com a preocupação de verificar os ferimentos de Zuko, ela havia se esquecido de passar estes detalhes a ele. - Acho que nossa palavra não estava bastando para o comandante. E quanto as refeições dos prisioneiros, nós cuidamos de tudo, mas concordamos que Azula será um caso difícil, e preferimos deixar que você desse as orientações.   

Zuko segurava as têmporas, Azula sempre seria um problema, e até mesmo lidar com uma simples refeição seria arriscado.  

-Eu tenho uma ideia. - Katara disse um pouco duvidosa. - Eu acho que poderia usar minha dominação para tentar dar água e alguma comida para ela, sem precisar de arriscar ninguém e sem precisar de soltá-la.  

-Obrigada Katara, mas ela é orgulhosa. Jamais aceitará ser tratada assim, principalmente por você, que a derrotou. - Zuko deu um longo suspiro. - Eu e Mai estávamos conversando e decidimos que vamos enviá-la para uma instituição que cuida de pessoas com distúrbios aqui na Nação do Fogo. Mas ainda não podemos nos arriscar a mandá-la para lá, com toda essa confusão.  

-Eu acho que Katara realmente pode ajudar, Zuko. Mas não dessa forma. -Mai falou absorta em pensamento. E após uma breve pausa ela se virou para o grupo - Lembra de como você observou a temperatura alta de Zuko, Katara? Bom, quando a temperatura abaixa o corpo também tende a ir diminuindo os batimentos cardíacos, estou correta? - Mai perguntou. Sokka a olhava com um entendimento silencioso. 

-Pela minha experiência - Katara interrompeu a resposta com um demorado bocejo, mas completou - Sim. 

-Bom, abaixando os batimentos a pessoa entra em estado de sonolência e fica com os movimentos mais letárgicos... Aqui na Nação do Fogo usamos essa técnica nas prisões para lidar com dominadores rebeldes, só que é necessário um maquinário sofisticado para conseguirmos deixar frio o suficiente. Mas você, como dominadora de água do polo sul, deve entender de como reproduzir esse ambiente, certo? - Mai tinha um plano.  

 

Em poucas horas começaria a reunião com os sábios do Fogo, portanto teria que ser uma ação rápida. Katara e Aang trabalhavam juntos direcionando inicialmente uma brisa de ar frio pelas frestas da porta, de forma que não provocasse surpresa ou resistência em Azula. Toph concentrava para ouvir os batimentos cardíacos da princesa, para que a dobra conjunta de ar e água fosse progredindo de acordo com as respostas físicas do corpo dela, mas não chegasse a deixá-la em um estado grave de hipotermia.  

-Já chega, acho que esse é o limite seguro. – Toph informou Aang e Katara. Os dois pararam imediatamente a dominação, e Toph abriu a porta. 

- Nós vamos ficar aqui Zuko, qualquer coisa diferente... Nós estamos preparados. – Katara encorajou Zuko e o príncipe assentiu produzindo um jato quente pelas narinas e entrou na cela semicongelada junto com Mai. 

-Eu ainda acho uma estupidez isso. Azula é muito boa em autocontrole, eu não sou capaz de dizer quando ela está mentindo. - Toph ainda estava atenta aos batimentos de Azula, com as duas mãos posicionadas nas paredes para ajudar a ampliar ainda mais os sentidos.

Ela e Sokka eram contra o plano de Zuko e não acreditavam que ele deveria se expor à Azula de forma alguma, mesmo que Sokka tenha achado a estratégia de uma “geladeira” improvisada com dominação de água muito inteligente.  

-Ela está muito estranha, Toph, você mesmo a viu ontem... - Katara comentou sussurrando. 

Por volta de quinze minutos se passou e Mai deixou a cela sozinha.  

-Está tudo bem? - Katara se adiantou. 

-Sim. Zuko quer esquentar a sopa, então pode ser que ela desperte um pouco agora. Ele pediu para mim esperar aqui de fora. - Mai estremeceu um pouco com o frio. 

-Ahh, ele o quê?? - Sokka deu um tapa na testa. - Eu estou aqui tentando deixá-lo fora do alcance do perigo, e ele vai cozinhar a comida para o monstro dentro da jaula dele?!  

-Cala a boca Sokka! Você está me atrapalhando.  

-Desculpa Toph! - Sokka respondeu irritado, voltando para seu posto meio emburrado empunhando seu bumerangue. 

-Tem alguma coisa acontecendo. - Toph continuou. - Espere um pouco... - Ela mandou quando todos foram se adiantando para a porta. - Eu disse! Ela estava acordada o tempo todo!! Mas calma, ela não está agressiva, está conversando com Zuko... Ela só não queria conversar com Mai lá dentro.  

-O que ela está falando? - Sokka perguntou preocupado – Toph, ela pode surtar a qualquer momento! 

-É assunto deles... De toda forma acho que ele já está terminando. -  Em poucos minutos Zuko realmente saiu. Katara conseguiu perceber pelos olhos dele que Zuko fazia muita força para não chorar. 

-Vem Zuko, você tem que se preparar para a reunião. - Mai o buscou dando-lhe a mão e o puxou para as escadas. Ela devia ter percebido também. Era estranho pensar em Mai como uma pessoa sensível depois de toda a história de inimizade com o Time Avatar. Estranho, mas não de todo surpreendente, uma vez que Zuko também já se mostrara como uma pessoa totalmente diferente do que Katara pensava inicialmente dele. - Amanhã você lida com os guardas. Deixe-os passar uma noite nas celas, quem sabe eles não cheguem a uma conclusão mais inteligente por si mesmos depois de um tempo de reflexão! 

 

-Ainda bem que deu tudo certo... Sokka dá tempo para mim descansar um pouco antes da reunião? – Katara já percebia que estava sendo afetada pela falta de sono, e tudo o que desejava era algumas horas naquela cama que havia encostado por tão poucos segundos.  

-Na verdade acho que não vai dar Katara. - Sokka disse a irmã. -A reunião vai começar em meia hora, e preciso que esteja lá. 

-Tudo bem. - Katara tampou seus olhos com a palma da mão e bocejou mais uma vez. 

-Sinto muito, gostaria que você tivesse descansado. Poderia ter me deixado parte da noite, eu estou bem. -Zuko se desculpou com Katara. 

-Katara, você não descansou até agora? -Aang falou espantado. – Até eu e o Appa paramos um pouco... Você deveria ter feito o mesmo...   

-Não deu Aang, mas não tem problema, logo vamos todos estar mais tranquilos. – Katara se arrastava novamente seguindo para o palácio junto com o grupo. O sol já estava se pondo e as sombras começavam a crescer. 

-Assim eu espero. Mas algo me diz que essa reunião ainda vai dar muito problema... - Sokka parecia realmente preocupado. - Isso me faz lembrar de uma coisa. Tenho algumas últimas diretrizes para passar. Primeiro, Toph, eu preciso te pedir uma coisa. 

-O que foi? 

-Eu pedi para todos os grupos elegerem sempre uma retaguarda, para se caso os outros precisarem de ajuda, alguém fique para traz sem abandonar a missão principal que estavam encarregados.  

-E você quer que eu faça isso?! - Toph falou empolgada, provavelmente já imaginando as possibilidades de uma boa luta. 

-Não. Eu quero que você seja a retaguarda da retaguarda.  

-Como assim? - Ela parecia confusa, e todos prestavam atenção com o mesmo olhar indagador.  

-Se tudo der errado eu preciso que saia daqui e que vá para o reino da Terra. Encontre Iroh, e tenta conseguir algum tipo de apoio militar. Você é a única de nós que tem um sobrenome, e pode conseguir ser ouvida pelas pessoas certas.  

-Sokka... Eu não vou deixar vocês aqui, e, além do mais, eu sou cega! Como devo cruzar o oceano? - Era difícil ver Toph apreensiva com alguma coisa, mas Katara viu que aquele pedido realmente a deixou mal. 

-Não é uma questão de escolha, é minha estratégia militar. Você pode dar um jeito, sei que pode. Se infiltrar em uma aeronave, ou em um barco vai ser fácil com você dominando metal. E temos Appa também, caso consiga encontrar Suki, ou alguém que possa te ajudar... -Toph apenas assentiu e permaneceu em silencio. 

Sokka sempre tão racional! É claro que ele tinha razão em pensar nessas coisas, mas mesmo assim verbalizar a possibilidade de todos os planos deles darem errados era capaz de colocar qualquer um em pânico. 

- Acho que nós seremos o alvo mais provável. Com Zuko e Aang fora do caminho, tudo o que eles buscam estará garantido. E não foi à toa que coloquei menos pessoas para proteger os dois.  

-Por acaso você está planejando algum tipo de emboscada? - Mai perguntou.  

-Se tudo der certo, sim. Apenas Suki sabe e vai nos dar o suporte necessário. Eu não quis espalhar a história para caso alguém seja capturado. - Sokka começou a explicar quando eles adentraram uma sala de reunião privativa. - Um toque de corneta longo será tocado e nós vamos deixar vocês como se para atender algum chamado dos outros grupos.- Sokka diz para Zuko e Aang. - Mas Toph você irá nos trazer de volta na surdina. Mai, gostaria que ficasse para traz, vão desconfiar se ninguém ficar de guarda. - Mai assentiu. - O plano é deixar a frente aberta, atraí-los e pegá-los desprevenidos pela retaguarda.  

-Certo, podemos ir então? -Toph sugeriu e todos seguiram para a sala do trono. 

A caminhada foi feita em um silêncio cuidadoso, a garota os liderava, sempre verificando através de sua dominação se o caminho estava seguro.  

O grupo de idosos estavam apostos junto à grande porta que levava ao salão do trono. Quatro figuras meio curvadas e um quinto ao centro, mais velho mas mais altivo entre os outros. Certamente aquele homem não se vergaria facilmente.  

- Boa noite Príncipe Zuko. – Katara notou o título que o velho utilizou. – Avatar – Ele acrescentou fazendo duas pequenas reverências. – E... Amigos

-Vamos dar início. – Zuko seguiu para a porta, mas o grupo não se moveu para permitir a passagem dele.

Katara percebeu a tensão de todos os presentes se elevando. Zuko parou quase colado ao mais velho e ele o encarou de volta, imóvel. Era um duelo de autoridade.  

- Podemos dar início por aqui mesmo. De nossa parte esse encontro será bem breve. – O velho falava em tom calmo, mas tudo nele contradizia esse sentimento. Zuko se mantinha em silêncio e o sábio continuou. – E será bom seus amigos estarem presentes para ouvir nossa deliberação. –

Zuko cedeu e deu um passo para traz. E em resposta recebeu mais uma reverência que Katara tomou como sínica, como tudo nele parecia a ela. 

- Nós nos mantivemos reunidos pela noite toda, discutindo o que houve. E de comum acordo nós, os Sábios do Fogo protetores culturais e guias espirituais da Nação do Fogo entendemos que o duelo entre o Avatar e o Senhor do fogo Ozai foi válido, e, portanto, eu o Alto Sábio proclamo a todos que Ozai foi oficialmente deposto.  

Com essas palavras eles apresentaram uma coroa pousada sob uma almofada. E todos do Time Avatar suspiraram em alívio.

– Contudo, como foi sua última ordem ainda em posse do trono, Azula deveria ser sua substituta, tomando a função de Senhora do Fogo no lugar do Pai. - Um rebuliço começou entre o grupo, mas o Sábio elevou o tom de voz, indicando que não havia acabado de falar. - Mas a princesa Azula aceitou seu desafio, príncipe Zuko, de livre vontade, e, assim, por meio do Agni Kai, vocês decidiriam o futuro governante da Nação.  

-E o Zuko ganhou, então logo ele será o Senhor do Fogo. – Toph completou o raciocínio, como se fosse obvio o suficiente e não houvesse necessidade para aquele rodeio todo.

O Alto Sábio olhou para ela com asco, e continuou como se não houvesse sido interrompido.  

-O Agni Kai tem suas regras bem claras para todos que foram devidamente educados, mas como temos uma minoria desses aqui, irei fazer uma breve explicação para que entendam o que eu irei dizer. Esse tipo de duelo é extremamente antigo e sagrado para a nossa amada Nação, e podem ser desempenhados apenas por dominadores de fogo. Uma vez que o desafio for aceito ele deve ser encerrado entre os dois envolvidos, podendo ser ganho através de incapacitação ou morte do oponente. Sabendo disso, poderia me dizer como terminou seu Agni Kai Príncipe Zuko? E quem afinal derrubou a princesa Azula? 

Katara levou a mão na boca, ela viu Sokka a olhando com uma expressão chocada também, o irmão sabia o que havia acontecido. Não poderia ser...  

-Mas Azula trapaceou! Ela estava envolvendo um terceiro na luta, foi ela que quebrou as regras primeiro! – Zuko argumentou com o velho detestável.  

-Levamos isso em consideração, príncipe Zuko. Mas, de toda forma, todos os fatos nos levam a constatar como inválida a sua disputa pela posição de Senhor do Fogo. 

-Vocês não podem... - Mai começou a discutir com os Sábios, mas foi bruscamente cortada pelo Alto Sábio. 

-Podemos sim, senhorita. Ainda cabe a nós a autoridade e a responsabilidade de avaliar os processos e realizar as coroações, principalmente em momentos tão ... Instáveis. – O velho fez uma pausa, de forma a apreciar o caos que começava a emergir entre o grupo, e Katara podia sentir o prazer que ele estava tendo. Mas depois de alguns segundos continuou. – Contudo, discutindo, chegamos a uma proposta justa para o Senhor. -Todos ficaram em silêncio novamente, esperando com expectativa as próximas palavras do velho. – Qual o nome da jovem que o ajudou, príncipe Zuko?  

Ele indicou a direção de Katara com a cabeça sem olhá-la diretamente.  

-Mestra Katara da Tribo da água do Sul. – Zuko indicava irritação.  

-Mestra Katara da Tribo da água do Sul... – Ele repetiu mais para si, como se absorvesse a informação. – Bem, acreditamos que como ela fez parte dessa... Conquista, ela deva assumir uma posição de direito, caso o senhor também tenha o interesse de assumi-la.  

- Como assim? Não estou entendendo... – Zuko questionou confuso, e todos aparentavam estar da mesma forma. 

Katara não tinha compreendido também o que o velho estava propondo. Ela e Zuko trocaram olhares ansiosos. 

-Então deixe-me ser mais claro. Katara ganhou um desafio proposto por você. E nós achamos justo que este duelo seja validado apenas se o Senhor, príncipe Zuko, e ela se tornem, juntos, Senhor e Lady do fogo.  

Ao som dessa frase seguiu-se um minuto de silêncio, todos tão espantados que nenhuma palavra ou atitude conseguiria ser dita ou tomada. Katara só sentiu um nó interior como se toda as suas entranhas tivessem se contorcido de súbito.  

Então um som grave cortou a noite, e um verdadeiro pandemônio explodiu. 


Notas Finais


Não disse? kkkkk...
Ainda teremos muitos mais desenvolvimentos, então não se assustem com o contexto.
Espero vocês no próximo capítulo. Esse, eu já adianto que pode ser que demore um pouco mais para ser lançado devido as minhas condições. Espero que tenham gostado.


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