A luz do sol que entrava pela janela aqueceu o corpo de Sam e ela acordou feliz. Abrindo os olhos, notou que aquele não era seu quarto. Ela sentiu a respiração calma e ritmada em seu pescoço e sentia uma mão segurando seu corpo possessivamente. A castanha sorriu.
Sem querer acordar a ruiva, Sam tentou sair do abraço, apenas para sentir Alex a puxar para si.
- Não vai – reclama Alex, apertando Sam ainda mais contra si e afundando o rosto em seus cabelos.
- Preciso ir – diz Sam, querendo se perder naquele carinho.
- Não precisa não. Ainda esta muito cedo pra eu te largar – retruca Alex.
- São dez da manhã. Eu preciso buscar Ruby na casa da minha amiga, ir pra casa, me arrumar e abrir o café. Já estou atrasada demais – lista Sam, sem mover-se da cama.
- Eu tenho que ir pro hospital também – diz Alex – Mas eu não quero. O que você fez comigo, Samantha? – Indaga Alex, indignada com a forma que aquela mulher lhe conquistou.
- Nada, Alexandra – ri Sam virando para Alex e dando um beijo em sua bochecha.
Alex olha para o rosto de Sam e sorri. Elas estavam descabeladas, com os olhos inchados, despidas de qualquer glamour e ainda assim, ela achou Sam a mulher mais linda que já havia visto.
Olhando para Alex sorrindo boba, Sam corou. Ela pensou no cabelo bagunçado, nos olhos inchados, na falta de maquiagem a luz do dia, nas pequenas imperfeições que julgava ter. Mas o olhar de Alex transmitia tanta coisa que Sam teve medo. Ela estava se apaixonando rápido demais por aquela mulher.
Alex, vendo a confusão nos olhos de Sam tratou de acalmar:
- Você é linda – elogia Alex e vê Sam corar ainda mais.
Sam perdeu a fala e só escondeu o rosto na curva do pescoço de Alex. Ela aproveitou para dar um beijo suave ali. Ouviu Alex ofegar e a ruiva a apertou mais contra si.
- Você é perfeita, ruiva – elogia Sam ouvindo Alex engasgar.
- Certo, vamos levantar – diz Alex, corada.
- Vamos sim – concorda Sam.
- O que acha de eu te levar em casa, você fazer suas coisas e depois eu te pegar e te encontrar no café e tomarmos um café juntas? – Propõe Alex, pensando em passar mais tempo com a castanha antes de ir para o hospital.
- Pode até ser, só que não vai ser mais café, já vai ser um brunch mesmo – fala Sam. – Eu preciso buscar minha filha. Logo minha amiga precisa sair, ela tem compromisso hoje – conta Sam, vendo as mensagens de Lena no celular.
- Tudo bem, dona Samantha. Vamos então, deixa eu só escovar os dentes para poder te beijar e eu te levo em casa – diz Alex, se rendendo a castanha e indo ao banheiro, onde ela faz uma rápida higiene matinal. Sam faz o mesmo logo em seguida e as duas deixam a casa de Alex.
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Lena e Ruby chegaram a casa de Sam apenas uns poucos minutos depois da castanha ter se despedido de Alex.
Ela só tivera tempo de tomar um banho.
- Oi mãe – cumprimenta Ruby, correndo para Sam e lhe abraçando.
- Oi filha, como foi a noite? – Pergunta Sam, se deixando abraçar e dando um beijo na filha.
- Foi ótima – diz a menina – A gente viu filme, comeu pipoca, tomou chocolate. – E a sua, como foi, mãe? Sentiu minha falta?
- Oi Sam – cumprimenta Lena chegando bem na hora e vendo a amiga corada – Claro que ela sentiu – brinca Lena fazendo carinho nos cabelos de Ruby enquanto sorri cúmplice para a amiga.
Sam agradece Lena silenciosamente e sorri. Ela com certeza será interrogada mais tarde. Mas valeria a pena, a noite havia sido perfeita.
- Rubs, quer ir pro café comigo, hoje? – Indaga Sam, pensando em passar o dia com a filha.
- Eu quero – responde a menina, empolgada.
- Então, vá se trocar para irmos logo – Manda Sam vendo a pequena se dirigir a porta.
- Estou indo – concorda Ruby, mas parando quando atinge a porta – A Dra Danvers vai passar por lá hoje? – Questiona a menina, vendo a mãe corar e Lena rir discretamente.
- Não sei – fala Sam, nervosa.
- Tomara que ela passe sim, você fica mais feliz quando a vê – responde a menina, saindo do recinto.
- Eu acho que sua filha é mais esperta do que pensa – diz Lena, vendo a amiga ainda observando a porta incrédula.
- Ela é – suspira Sam – Estou ferrada, pelo jeito.
- Tão boa assim a noite? – Provoca Lena.
-Melhor. Muito melhor, mas isso eu te conto outro dia – responde Sam sorrindo apaixonada para Lena. – Você esta atrasada e eu também.
- Eu posso te dar uma carona. Vou para o hospital lá perto. O que acha? – Pergunta Lena, oferecendo ajuda a amiga.
- Eu vou aceitar, somente se você entrar para pegar seu adorado expresso e um pedaço de brownie. – Concorda Sam, querendo mimar a amiga pela ajuda toda.
- Eu posso comer um brownie.
- Então estamos combinadas.
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Na floricultura, Kara estava terminando de regar suas adoradas plumérias quando vê a ligação da irmã.
A loira estava muito ansiosa para saber como tinha sido o encontro. Alex parecia tão feliz com aquela mulher, que ela queria saber tudo.
- Bom dia Alex – cumprimenta Kara, toda alegre.
- Oi maninha, socorro, preciso urgente da sua ajuda – fala Alex, de uma vez, deixando Kara preocupada.
- O que houve? – Indaga Kara alarmada.
- O cara que ia fazer o Ursinho Pooh quebrou a perna e não pode mais ajudar e você sabe como as crianças esperam por ele. E ele é da sua altura e eu pensei, que como você é a melhor irmã do mundo, super fofa e me ama demais, você poderia tirar umas horinhas hoje do seu dia e vir aqui e se vestir de ursinho e agradar umas crianças – pede Alex desesperada e rezando para a irmã aceitar.
- Eu... – inicia Kara, mas é imediatamente cortada por Alex.
- Prometo que vou ao seu apartamento depois e levo uma pizza gigante e muitos potstickers só para você – tenta Alex, subornando a irmã mais nova pelo estomago.
- Tudo bem Alex, eu vou – concorda Kara, suspirando, porém, um pequeno sorriso brincava em seus lábios. A garotada da oncologia pediátrica merecia isso.
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Kara estava devidamente fantasiada de Ursinho Pooh há quase uma hora. Alex estava de plantão, mas ela ainda não havia encontrado a irmã, pois a mesma resolveu que antes do plantão iria tomar um brunch com a nova namorada.
Enquanto cantava canções alegres juntos aos outros doutores da alegria, uma presença se fez notar para a hora da história.
Era um ritual, sempre na hora da história as crianças se aconchegavam nos personagens que se sentavam no tapete quebra-cabeça de EVA no chão e ouviam os contos de fadas.
Mas nem em seus sonhos Kara poderia esperar que a contadora de histórias de hoje seria Lena Luthor.
Quando a morena entrou na sala, Kara congelou observando a bela mulher a sua frente. Só voltou a realidade e sentou-se em seu lugar quando o Mickey cutucou seu braço.
Kara sentou e ficou olhando para Lena, totalmente encantada. Ela tinha que agradecer muito que a fantasia tampava completamente seu rosto ou estaria pagando outro mico na frente da morena.
- Olá criançada, eu vim aqui hoje para ler uma história de aventura muito divertida para vocês. Quem aqui conhece a história do menino que encontrou um gênio em uma lâmpada? – Pergunta Lena sorrindo docemente para as crianças que lhe olhavam com admiração e carinho.
- Oba, história do Alladin – fala um garotinho careca, não devia ter mais que cinco anos, olhos incrivelmente negros e vestindo um macacão fofo azul. Ele segurava uma coberta vermelha e a usava como capa quando resolvia correr.
- Isso mesmo, hoje vou contar a história de Alladin para vocês – diz Lena, gentil e sorrindo ainda mais ao pegar o livro e sentar-se em seu lugar.
As crianças se posicionaram e uma garotinha de pele morena, olhos profundos e sorriso doce se sentou perto de Kara. A loira, vendo a ação da garotinha, a puxou para seu abraço e a manteve apoiada em si, se aproveitando da maciez da roupa para lhe dar um conforto. Ela confessara mais cedo que o Pooh era seu favorito.
Durante toda a história, Kara ficou concentrada em Lena. A morena lia de forma divertida, ela mudava a voz, gesticulava e até cantava em alguns momentos. Ela divertia a garotada que estava encantada por ela.
Kara passou bons momentos vendo Lena assim e se possível, se apaixonou ainda mais pela morena a sua frente.
Quando a história acabou, as crianças queriam fotos com os personagens.
Kara só pode ver Lena indo embora, com um sorriso lindíssimo em seu rosto.
Continua...
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