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História Livros, Flores e Café - Vazio


Escrita por: Exospirit

Notas do Autor


Primeiramente, eu gostaria de pedir perdão a todos os leitores pelo tempo tão grande em hiatus.
Eu realmente quis atualizar antes, mas não foi possivel realmente. Pra vocês terem noção, nesse tempo todinho eu só pude escrever dois capítulos. Maaas, eu estou entrando de férias hoje, e eu tirarei uma semana inteira pra descansar (porque nas outras semanas de férias eu terei que estudar pra caralho, psé), então aproveitarei pra escrever bem muito e *-*

Segundamente, queria agradecer de coração a todos que não perderam a vontade de continuar acompanhando LFC, eu estou realmente preocupada com o interesse dos leitores ;n; por isso eu peço que todos vocês me perdoem pelo atraso tão grande.

Enfim, é isso pessoal! Boa leitura!

Capítulo 6 - Vazio


Fanfic / Fanfiction Livros, Flores e Café - Vazio

Por mais que palavras não precisassem serem ditas, estava claro que eu e BaekHyun estávamos em um relacionamento sério.

 

talvez estivéssemos agindo como dois namorados bem antes disso, mas eu apenas consegui coragem para pensar nele daquela forma depois de nossa primeira vez. Na verdade, ao sair da casa do BaekHyun, eu não tinha ideia de como as coisas seriam a seguir. Pensei que agiríamos como se nada tivesse realmente acontecido,  principalmente na escola. Porém, ao chegar na sala de aula, a primeira coisa que BaekHyun fez foi desejar-me bom dia e beijar minha bochecha, surpreendendo a mim e a todas as poucas pessoas que perceberam o ato.

O olhei confuso, enquanto o pequeno tirava o carderno de sua bolsa, como se não tivesse acabado de me beijar no rosto em público. Ao notar alguns olharem em sua direção, BaekHyun arqueou a sobrancelha, e então todos desviaram os olhares, mesmo que ainda estivessem notavelmente abismados com a cena que viram.

Comentários sobre nossa aproximação repentina foram inevitáveis, principalmente por passarmos a aparecer, coincidentemente, ambos com marcas arroxeadas no pescoço nos mesmos dias. Mesmo que não fizéssemos nada de mais na frente dos outros, para muitos, nossa relação estava quase que pateticamente óbvia.

Passei a almoçar todos os dias em sua companhia, e foi impossível os boatos não começarem a fazer parte de nossas rotinas. BaekHyun também não ajudava muito na hora de ser discreto. O pequeno entrelaçava nossas mãos, beijava o meu rosto e sussurrava em meu ouvido. Os boatos de que estávamos juntos se espalhou rapidamente, e com eles vieram os cochichos, os olharem e os comentários.

Algumas poucas pessoas nos encaravam estranho, nos julgando com os olhos, outras apenas pareciam abismadas, surpresas. Eu me sentia demasiado desconfortável, já que sempre fui bastante discreto com minha opção sexual. Porém, a naturalidade e a forma despreocupada que BaekHyun lidava com o assunto me contagiava. Até porque, felizmente, não chegamos a sofrer nenhum tipo de preconceito além de alguns poucos olhares feios.

 

Até porque, bullying eu já sofria do Billy, independente de ser gay ou não.

 

 

 

 

 

 

BaekHyun acabou me viciando em café, e foi por causa – da insistência – dele, que eu comprei alguns dos livros que eu o vi ler em minha companhia no jardim das margaridas. Porém, eu os lia em casa. Quando estava na companhia do BaekHyun, meu passatempo preferido era observá-lo, seja lá o que ele estivesse fazendo, enquanto dividíamos uma garrafa térmica de café.

Meu pequeno, ao contrário do que eu pensava, era bem ativo. Pelo menos quando não estava absorto em alguma das estórias que adorava ler. E um dos seus passatempos que eu mais achava engraçado era sua rotina de passear com seus gatos como se fossem cachorros.

E era com ele que eu me encontrava no momento, segurando a coleirinha do Cookie, enquanto baekhyun levava o pequeno Ernesto, que, bem, não era mais tão pequeno assim.

 

– Sabe, voce não devia fazer isso. Eles não devem gostar de andar com coleiras. – falei enquanto acompanhava seus passos apressados.

– Eles se acostumaram com isso, ChanYeol. Nem se importam.

– Daqui a pouco você vai estar comprando casinha de cachorro e dando osso pra eles comerem.

– Aish, você é um idiota. – disse baekhyun revirando os olhos, e só então eu percebi que havíamos chegado à sua casa. Baekhyun abriu a porta e entramos, encontrando a Sra. Byun na cozinha, preparando algo que cheirava muito bem ao som da música de algum cantor antigo.

 

– Ah, vocês voltaram! – a mulher sorriu largamente ao nos ver entrando na cozinha. – Adivinhem o que eu estou fazendo? Biscoitos de chocolate!

Com marshmallow?! – BaekHyun perguntou, encarando a mãe com os olhos brilhando em expectativa enquanto soltávamos os gatos das coleirinhas.

 ­­­– Sim, senhor! – ela respondeu, fazendo o filho correr cozinha adentro e parar em frente ao forno.

–  Vão demorar muito? Já estão prontos? Aish, eu tô com fome! – ele ficou afoito de repente, arrancando uma risada da mãe.

– Deixe de ser mal educado e vá fazer companhia ao ChanYeol enquanto esperam eu chamar! ­– BaekHyun fez um bico com os lábios e caminhou para fora da cozinha de ombros caídos, decepcionado por ter que esperar para comer  os tão amados biscoitos. Eu descobri havia pouco tempo que aqueles biscoitos feitos por sua mãe eram seu lanchinho de final de semana favorito, e ele poderia festejar quando os comia até dar a útima mordida.

BaekHyun gostava tanto dos tais biscoitos que, quando a Sra. Byun os fazia, nem atenção a mim ele dava mais.

 

E sim, eu tinha ciúmes de biscoitos de chocolate com marshmallow.

 

 

Sentamos no sofá da sala enquanto esperávamos a Sra. Byun terminar, ao som de suas músicas favoritas, de assar os biscoitos que tanto seduziam o meu pequeno BaekHyun. O abracei em consolo, dando vários beijos rápidos em seus lábios, enquanto o pequeno reclamava que sua mãe poderia nos ver a qualquer momento.

Eu apenas ria e me afastava, não demorando muito para voltar a tentar roubar um beijo do pequeno, que, sem tanta vontade assim, me negava.

 

 

Enquanto ­– finalmente – comíamos os biscoitos com a Sra. Byun, sinto meu celular vibrar no bolso da calça e me levanto rapidamente, pedindo licença e indo para a sala, atender o que o visor do celular avisava ser uma ligação da minha mãe.

– Oi, mãe.

ChanYeol... Eu preciso que você volte pra casa. – ela disse simplista, fazendo-me franzir o cenho, desentendido.

– Por que? Aconteceu algo?

Não, não... Na verdade, aconteceu sim, e... Bem, não é nada que você deva se preocupar, mas... Eu e seu pai precisamos ter uma conversa com você. Uma conversa importante. – ouvi calado sua explicação, começando a ficar realmente preocupado. Sua voz tinha um quê de hesitação e, por conhecer bem minha mãe, sabia que algo sério sim havia acontecido.

 

 

 

 

 

 

 

 

•♡•♡•❀•♡•♡•

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi difícil convencer a Sra. Byun de que nada grave havia acontecido para que eu precisasse ir embora tão de repente. Mas, na verdade, nem eu sabia se era algo grave ou não. Eu apenas inventei a desculpa de que meus pais sairiam de noite e eu precisava voltar antes que eles saíssem e foi mais difícil ainda conseguir convencê-la de que não era preciso me dar carona.

 

Mas, BaekHyun, eu sabia que não conseguira enganar.

 

A forma que ele me olhou nos olhos, de uma forma tão intensa e preocupada, eu sabia que ele sentia, da mesma forma que eu, que algo não estava bem.

Talvez algo no tom de voz incomum da minha mãe me deixara temeroso, e BaekHyun captava isso apenas em encarar os meus olhos. Desviei o olhar, um tanto sem jeito, coçando a nuca e em seguida retribuindo o abraço da Sra. Byun. BaekHyun levantou-se também, esquecendo-se dos biscoitos, e fechando o zíper do casaco.

O pequeno fez questão de me acompanhar até a parada de ônibus, onde me perguntou várias vezes se estava mesmo tudo bem. E, por mais que eu repetisse sempre que estava, ele me olhava estranho,

 

Como se soubesse que não estava.

 

Ele me beijou demoradamente antes de se despedir, em um simples selar de lábios, e nós trocamos nosso último olhar. Eu sabia que ele estava com medo. Por algum motivo que nem ele nem eu sabíamos, mas eu também sentia medo. Um medo angustiante, que parecia me rondar desde que falara com minha mãe ao telefone.

 

 

 

 

 

– Então, por que esse suspense todo? – perguntei quando cheguei em casa e encontrei meus pais na cozinha, conversando enquanto bebiam canecas de café quentinho. Café. Aquele cheirinho me lembrava BaekHyun e fazia a saudade bater, mesmo que estivéssemos juntos havia poucos instantes.

– Bem... ChanYeol, meu querido... O que está achando de viver aqui em Londres? – minha mãe perguntou enquanto eu me juntava a eles na mesa.

– Por... Por que a pergunta? – franzi o cenho, desconfiado. Por um momento cogitei a possibilidade dos meus pais terem descobrido sobre o BaekHyun. Mas era impossível...

– Você gosta de Londres? – minha mãe repetiu a pergunta, encarando-me de forma ansiosa. Cocei a nuca, brincando com a colherinha de café usada na mesa.

– Eu... Eu gosto, ué. Gosto muito. – aquela conversa estava demasiada confusa.

– Você... Sente falta da Coreia?

– Sim, eu sinto. ­­– respondi, ainda sem graça. – Mas... Não é como se não gostasse daqui. Por que... Por que você tá perguntando isso?

– ChanYeol... – meu pai se pronunciou, largando a caneca de café na mesa. – Se pudéssemos voltar pra Coreia, você iria querer?

– O que? C-como assim? – sua pergunta me pegou de surpresa, fazendo-me encará-lo com o cenho franzido.

– A empresa... Ela está dando a oportunidade para alguns dos funcionários transferidos voltarem pra sua cidade natal e... Eu recebi a proposta.

 

Eu não soube o que dizer no momento. Por algum motivo, a primeira coisa que me veio à cabeça foi BaekHyun. Lembrei-me da forma como ele me olhara, como se soubesse que algo complicado estava por vir. Lembrei da forma como eu mesmo sentia algo de errado no tom de voz da minha mãe.

Eu quis levantar da cadeira e negar repetidas vezes, dizer que não gostaria de abandonar o BaekHyun, abandonar os sentimentos que nutri por ele até então. E, acima de tudo, não queria partir seu coração.

 

– Eu... Eu não sei. ­– foi a única coisa que consegui murmurar.

– Bem... Não é uma decisão que precisamos fazer agora, não é mesmo? – minha mãe encarou o meu pai em busca de apoio, o qual a foi concebido rapidamente. – Não precisa pensar demais sobre isso, apenas pense na possibilidade. Não é algo de outro mundo, certo?

Assenti com a cabeça um pouco desperso. Eu sabia que ela tentava apenas me tranqulizar. Sabia que aquela decisão não era tão simples assim, era uma decisão muito importante.

– Não... Não pense nisso agora, okay? Temos tempo pra pensar nisso e devemos chegar a uma decisão juntos. Você não precisa resolver tudo sozinho, okay? – meu pai pareceu perceber minha confusão, e segurou minhas mãos ao falar. – Agora, vá pra cima tomar um banho e estudar.

Assenti com a cabeça, beijando o rosto de ambos e deixando a cozinha. Subi as escadas com passos pesados, tamanha era a confusão em minha cabeça. Um monte de coisas passavam em minha mente, desde BaekHyun à minha vida antes de mudar de país.

Entrei debaixo do chuveiro suspirando, deixando a água quente relaxar os meus músculos e os deixando menos tensos. Subitamente me lembrei dos meus antigos amigos, aqueles que havia perdido quase todo o contato ao me mudar. JongIn, SeHun, JunMyeon, MinSeok, JongDae... Eu realmente sentia falta deles.

Mas BaekHyun também rondava minha mente. Assim como o Billy, e todos os outros amigos que fiz em Londres. Amigos incríveis, que me receberam tão bem desde o início.

Mas, acima de tudo, eu pensava em BaekHyun. Uma angústia enorme atingia o meu peito só de pensar na possibilidade de querer voltar à Coreia. Eu estava confuso, confuso até demais, porque, de certa forma, Seul era parte de mim. Uma parte muito grande de mim. Será que BaekHyun, um amor tão repentino e recente poderia ser mais importante do que toda minha vida?

E se eu estivesse apenas sendo movido pelo calor de uma paixão momentânea? Eu pensava; qual a probabilidade de eu ficar com BaekHyun para sempre? E se toda a emoção de primeiro amor se esvaísse um dia, se nos separássemos, seja lá qual for o motivo, e eu me arrepende de não ter feito uma escolha que seria bem melhor para mim e o meu futuro?

Uma vontade estranha de chorar me dominou. Parte por me sentir mal de duvidar da intensidade do meu amor por BaekHyun, mas também por saber que, talvez, eu estivesse certo. Talvez, seria tolice demais apostar a minha decisão em um romance tão incerto, tão... Precoce. 

Suspirei e encostei minha testa no ladrilho frio do banheiro, tentando não pensar naquilo. Pelo menos não naquele momento. Meu próprios pais me garantiram, mesmo que eu não acreditasse cem por cento em suas palavras, que eu não deveria encher miha cabeça com aquilo. Até porque, eu precisava revisar o assunto da prova do dia seguinte e dormir cedo, e para isso eu precisava estar com a cabeça limpa.

 

Ao sair do banho, enrolei minha toalha na cintura e voltei ao quarto, tremendo um pouco por causa do frio contra minha pele ainda úmida. Joguei-me na cama daquele jeito mesmo, sentindo a preguiça característica de antes dos estudos, e peguei o celular.

Instintivamente entrei no kakao, aplicativo o qual estava perdendo o costume de usar fazia algum tempo. De fato havia perdido quase todo o contato com meus amigos coreanos, devido ao fato de nossa rotina ocupada pelo colégio e estudos, e vida pessoal. Imaginei que meus amigos também estivessem em época de provas, o que dificultava ainda mais nossas conversas.

Abri minha conversa com JongIn, constatando que realmente fazia muito tempo que não falava com ele.

 

“Saudades de você, Kkamjong”

 

“CHANYEOL HYUNG SEU PUTO! Também sinto saudades” ele respondeu um tempo depois.

“SeHun está aqui. Ele está mandando um oi” uma outra mensagem apareceu rapidamente, fazendo-me sorrir.

 

“Oi pra você também, pirralho.”

 

“Hyung, se você não voltar para nós logo, acho que vamos aí te buscar” sorri triste e angustiado pela mensagem que chegou, seguida de um emoticon exagerado de choro.

 

”Eu também gostaria de rever vocês todos. De verdade”

 

“Hyung... Você realmente não pretende nunca mais voltar, não é? Eu te juro, se você sequer pensar nisso, vamos te trazer de volta. Vivo ou morto. E o SeHun está de acordo” soltei uma risada culpada. Eu me sentia estranhamente culpado de qualquer forma. Sentia-me culpado por pensar em abandonar BaekHyun, e sentia-me culpado por abandonar os meus amigos.

Eu não queria dar uma resposta definitiva aos dois agora. Mas, principalmente, não queria dar uma resposta definitiva para mim mesmo. Então, não vi outra alternativa a não ser fugir.

 

“Seus babacas, por mim eu nunca mais olhava pra cara de vocês. Tô muito bem aqui mantendo uma boa distância de vocês dois.”

 

“Ah, você não disse isso seu filho da puta”

 

“Eu tenho mais o que fazer do que ficar conversando com dois moleques fedidos a leite. Vou estudar. Até outro dia, kkkkk”

 

“Tá fugindo da gente, hyung? Kkkk! Brincadeira. Bons estudos, hyung. Não fique tanto tempo sem falar com a gente de novo.”

 

Respondi sua última mensagem e suspirei alto, levantando-me preguiçosamente da cama e caminhando em direção do armário, colocando uma roupa qualquer e em seguida sentando em minha mesa de estudos, sentindo minha consciência pesar em dobro.

 

 

 

 

 

 

 

 

•♡•♡•❀•♡•♡•

 

 

 

 

 

 

 

 

– Oppar, voce tá estranho.

 

– Pare me chamar assim.

 

– Oppar, o que você tem?

 

– Eu já mandei você parar, caralho.

 

– Oppar...

 

– Para de me chamar assim, porra!

 

– Noona...

 

– É DONGSAENG, BILLY! É DONGSAENG! – gritei, quase puxando os cabelos. Desde que eu havia explicado o básico do dialeto coreano, Billy não parava de encher o meu saco me chamando de todas as maneiras, mesmo que eu o dissesse repetidas vezes que o certo era dongsaeng.

– Unnie, por que você tá estranho? – o sorriso que ele não conseguia conter com muito êxito denunciava que aquilo era tudo uma grande palhaçada para me aborrecer. Billy era assim, quanto mais irritado ele percebesse que você está, mais ele vai querer te encher o saco.

– Eu não estou. – resolvi ignorá-lo.

– Está sim. – ele insistiu. Bufei, colocando os fones de ouvido e tentando ignorá-lo, o que falhou completamente, pois o capetinha os puxou imediatamente.

– Que milagre é esse que você não quis ir pra sala correndo como sempre faz só pra dar bom dia ao BaekHyun? ­­– ele perguntou, inconveniente do jeito que só ele sabia ser. Me encolhi sobre minhas pernas, as segurando de forma emburrada. Estávamos na quadra externa do colégio, o que era muito raro de acontecer, já que eu sempre ia correndo para a sala de aula quando chegávamos no colégio, ansioso para esperar BaekHyun chegar.

– Eu... Tô bem aqui. – não soube como fingir, nem arrumar uma desculpa pro Billy não notar que havia algo de errado comigo.

– É impressão minha ou... Cê tá evitando o Byun?

– Claro que não...

– Hyung...

– Eu sou seu dongsaeng, Billy! Dongsaeng! Você que é o meu hyung! Porque você é mais velho que eu! Entendeu? Pela misericórdia! – exclamei, mais irritado do que deveria com aquela brincadeira boba. Porém, Billy era escroto demais para se magoar com minha impaciência, encarando-me com as sobrancelhas erguidas.

– Você gritando com essa sua voz de negão estuprador chega a ser meio assustador, cara. Calma aí.

– Você é um saco, cara.

– Por que você tá evitando o Byun?

 

Silêncio.

 

– ChanYeol...

– Hm.

– O que tá acontecendo?

– Hyung... Se acontecesse de, sei lá, hipoteticamente, eu tivesse a oportunidade de voltar à Coreia...

– Do que você tá falando? – Billy me interrompeu, encarando-me com o cenho franzido e, incrivelmente, abandonando seu sempre constante tom de brincadeira.

– Bem, eu...

– Você vai embora? – ele me interrompeu novamente, sua voz começando a soar um tanto desesperada.

– E-eu não disse isso seu idiota...

– Me fale logo a verdade. ­– Billy me interrompeu outra vez. Não consegui encará-lo no rosto, desviando o olhar para o meu próprio tênis enquanto gagejava mudo, sem saber formular uma resposta.

Billy abriu a boca para dizer-me mais alguma coisa, mas foi impedido de dizer qualquer palavra ao ouvirmos a sineta tocar, avisando aos alunos que deveriam entrar na sala de aula rapidamente. Levantei-me em um pulo, sentindo-me aliviado por ter sido salvo de ter que me explicar para o Billy. Quis me bater por simplesmente tocar naquele assunto.

Apressei meu passo involuntariamente e Billy se esforçava para andar do meu lado, encarando-me com um semblante confuso e irritado, provavelmente por eu ter dito aquilo e estar tentando fugir.

– ChanYeol, sua família tá pensando em ir embora? – ele foi direto. Suspirei sem parar de andar, com medo de levarmos reclamação por estarmos conversando fora da sala. Billy me encarava esperando a resposta.

– Meu... Meu pai quer ir. Eu sinto que ele quer. Ele sente falta da Coreia. Já a minha mãe... A minha mãe adora Londres. Desde quando eu era pequeno ela vivia falando da infância dela, do quanto queria voltar pra cá.

– E... E você, ChanYeol? – ele fez a pergunta que eu menos queria ouvir no momento.

– I-isso foi muito de repente, eu não sei. Não... Não quero pensar nisso agora.

– ChanYeol... – Billy tentou insistir, porém chegamos à sala e eu apenas entrei rapidamente, sentando-me em meu lugar e evitando olhar para Billy, que me encarava perplexo enquanto se sentava em seu lugar, algumas cadeiras atrás de mim.

– Por que você não tava na sala? – ouvi a voz baixa de BaekHyun ao meu lado, fazendo-me finalmente perceber que o meu pequeno já se encontrava em seu lugar. – Eu fiquei te esperando.

– Me... Me desculpe. – gaguejei. Não consegui olhá-lo nos olhos por muito tempo, sem que uma sensação estranha de culpa me arrebatasse.

– Aconteceu alguma coisa?

– Não, eu estava conversando com o Billy. – tentei parecer despreocupado, mesmo que ainda não conseguisse encará-lo nos olhos.

– Ah. – BaekHyun assentiu, notavelmente desconfiado. – E o que sua mãe queria com você ontem?

– Ela... Ela estava se sentindo mal e o meu pai não tinha chegado em casa. – respondi baixinho ao ver que a professora havia chegado. Eu sentia o olhar de BaekHyun ainda em mim, como se julgasse minhas palavras e não confiasse totalmente nelas. Engoli a seco e me mantive parado, olhando imóvel para o professor. Minha perna era a única parte do meu corpo que mexia, nervosamente.

BaekHyun levou a mão até ela, acariciando-a como uma forma de mantê-la parada. Fui acalmando os movimentos aos poucos, tentando ao máximo relaxar com o toque singelo de BaekHyun.

 

Mas eu não conseguia.

 

 

 

 

 

 

 

 

•♡•♡•❀•♡•♡•

 

 

 

 

 

 

 

 

– Vem lá pra casa... _ BaekHyun pediu, sussurrando em meu ouvido de forma insinuativa quando a última aula terminou e todos estavam guardando seus materiais apressadamente, prontos para irem para casa.

– E-eu não sei se posso. – disse baixinho, começando a guardar os materiais como desculpa para me afastar de BaekHyun.

– Minha mãe vai sair com as amigas depois do trabalho então só volta tarde. – BaekHyun continuou tentando me convencer.

– Eu preciso estudar... – levantei, andando rapidamente para fora da sala, com BaekHyun em minhas costas, tentando acompanhar meus passos rápidos.

– ChanYeol! – BaekHyun me segurou pelo braço de forma brusca quando já estávamos fora do prédio da escola. Era um dos raros momentos em que eu o via irritado.

– O que foi, pequeno? – perguntei carinhoso, tentando, mesmo que tarde, consertar minha atitude.

– O que aconteceu? – ele perguntou um tanto alterado pela raiva, ainda segurando o meu braço. – Você me evitou o dia todo.

– Eu... Nada, não aconteceu nada, pequeno. – eu lhe direcionei um pequeno sorriso, o qual morreu no mesmo instante, pois eu não sabia sorrir tão falsamente daquela forma. Principalmente para BaekHyun. – Eu apenas estou estudando muito pra recuperar minhas notas de história e filosofia e estou estressado.

– Park ChanYeol... – BaekHyun se colocou na minha frente, segurando-me pelos ombros e encarando-me de forma intimidadora. Engoli a seco. – Se tem uma coisa que eu não sou, é burro. Não tente me fazer de idiota.

– Eu não estou te fazendo de idiot­–

– Cale a boca que eu estou falando com você! – ele exclamou, em um tom de voz que nunca usara comigo antes. – Você vai me dizer agora o que porra está acontecendo.

– BaekHyun, eu... Por favor, esquece isso. – eu sabia que estava lutando inutilmente contra a vontade dele. Estava, de certa forma, assustado pra caramba com a atitude de BaekHyun, e soube mais do que nunca que não conseguiria ir contra o desejo dele.

Eu já não conseguia antes, muito menos naquele momento.

 

 

 

 

BaekHyun me fez ir pra sua casa. Eu não pretendia, de forma alguma, deixá-lo mandar em mim daquela forma. Eu não podia dizer para BaekHyun a verdade, não agora. Não fazia a mínima ideia de como ele reagiria. Não sabia se ele iria ficar triste, ou nem ligaria para o fato de que talvez eu pudesse ir embora.

Durante trajeto silencioso até a sua casa, percebi pela primeira vez que nunca soube exatamente o que o BaekHyun sentia por mim.

Eu sempre soube que estava apaixonado pelo BaekHyun desde a primeira vez que nos beijamos, e sempre fazia questão de demonstrá-lo isso em meus atos, já que não tinha ainda coragem o suficiente para dizê-lo com palavras. Porém, eu nunca soube direito o que ele sentia por mim. Eu era mais do que um tesão adolescente?

 

 

 

– Baekkie, esquece essa história e vem cá... – eu tentava destraí-lo com beijinhos no sofá, tocando-o da forma que sabia que ele adorava ser tocado, para ver se, dessa forma, eu conseguia fugir daquela conversa que eu adiava até o último momento.

– Não. ChanYeol, sai de cima de mim! – BaekHyun me empurrava de cima dele, parecendo tão determinado em ter aquela conversa, que mesmo que eu ficasse pelado na frente dele e me masturbasse ali mesmo, ele iria me rejeitar.

Sentei-me direito no sofá com um semblante sofrido. Mesmo depois de todas as minhas tentativas, não tinha como fugir mais do BaekHyun.

– Agora me diga, o que aconteceu? – BaekHyun me encarava com os braços cruzados e seu olhar felino caía sobre mim de forma avaliativa, como se procurasse qualquer vestígio de mentira em minhas palavras.

– Baekkie... Quando a minha mãe me ligou, ela não estava doente. – comecei, coçando a nuca de forma culpada. BaekHyun arqueou a sobrancelha e indicou com a cabeça para que eu continuasse. – O meu pai... Ele... Ele recebeu a proposta de, se ele quisesse, ser transferido de volta pra Coreia do Sul.

Disse de uma vez por todas, sem conseguir olhá-lo nos olhos. Um silêncio muito incômodo preencheu o ambiente, me deixando aflito. Mas mesmo assim, eu não conseguia levantar o olhar.

– Você vai embora?

– Não! – finalmente o olhei, deparando-me com um semblante indecifrável. – Digo... Meu pai disse que não devíamos pensar nisso agora, ele... Ele disse pra eu não me sobrecarregar com isso... Não... Não agora...

– ChanYeol... – BaekHyun chamou por mim.

– Nee...

– Você vai me deixar?

 

 

Silêncio.

 

 

– Eu...

 

– Você quer ir embora?

 

– Eu não sei...

 

– Entendo...

 

– E-eu não parei pra pensar nisso agora porque é complicado e...

 

– Entendo...

 

– Baekkie... E-eu preciso ir... P-pra casa...

 

– Está... Está tudo bem. Eu não vou te impedir.

 

– Te vejo... Te vejo na escola.

 

 

Beijei seu rosto timidamente, sem conseguir olhar em seus olhos em momento algum. BaekHyun não se moveu e nem reagiu à minha despedida, deixando-me ir sozinho até a porta, e até a parada de
ônibus, a qual parecia vazia demais quando ele não me acompanhava enquanto esperava.

Minha cabeça estava dormente, não queria pensar naquilo e em muito menos o que a reação de BaekHyun significava, nem na conversa que acontecera cedo demais. Apenas fiquei todo o trajeto cabisbaixo, chegando em casa abatido e ao menos conseguindo me concentrar em qualquer estudo.

 

Estava completamente vazio.


Notas Finais


Yaaay, bombas básicas no capítulo e
Pobre Chanyeol :c
Bem, eu sei que o capítulo ficou meio polêmico demais e fofinho de menos, eu não sei se esse capítulo compensou a demora, mas né, a vida é assim q
Novamente eu peço desculpas pela demora, obrigada de coração a todos que continuaram lendo!

Um aviso rapidinho aqui pra vocês: talvez eu passe a atualizar a cada 15 dias agora, porque, mesmo de férias, eu não tenho muito tempo pra escrever e tal :c eu peço novamente que sejam compreensivos, bem, eu não posso simplesmente deixar minhas obrigações pra escrever :c

Beijinhos e até o próximo capítulo!


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