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História Llévame Gitano - Corazón Confundido


Escrita por: Tinkerbaek

Notas do Autor


Gente... Tenho notícias para dar.

Logo depois que postei o capítulo passado meu notebook começou a dar problema, ele liga mas aparece uma tela preta com uma coisas escritas... Então, felizmente, fiquei sem poder responder os comentários de vocês.
Mas daí consegui pegar um notebook emprestado do namorado da minha mãe, só que... Fiquei sem internet. Ok, parece até mentira, né...? Essas coisas acontecem só comigo...
MAS... Consegui internet de volta pra ele! Eehh! Então consegui escrever mais capítulos e vou responder todo mundo, beleza?

Então vamos logo pro novo capítulo antes que aconteça alguma outra coisa LOL.

Capítulo 7 - Corazón Confundido


Fanfic / Fanfiction Llévame Gitano - Corazón Confundido

 

O burguês não tinha ideia de como chegara naquele local. Sua cabeça estava girando ao mesmo tempo em que sentia pontadas fortes. Talvez fosse uma reação exagerada de sua parte, mas não havia nada que podia fazer para  evitar. O fato era que, se realmente entendera com clareza, Jongin, aquele cigano, dissera-lhe “eu te amo”, e isso assustava Kyungsoo.

Nunca, realmente nunca, ouvira essa frase direcionada a si. Seus pais, que deveriam ser os primeiros em todo o mundo a lhe dizer tais palavras, nunca nem ao menos foram capazes de expressar algum sentimento gentil e carinhoso para com ele ou seu irmão. Ah, e é claro... Seu querido irmão mais velho. Este, talvez, nunca saberá o significado dessa frase.

Mas burguês também não tinha certeza se sabia.

O branco abraçava as próprias pernas, sentado em uma das pedras onde, há tempos atrás, ficara a noite toda conversando e observando o mar ao lado de Jongin. Deitou sua cabeça sobre os joelhos, sentindo a brisa fresca do oceano tocando-lhe a face. Seu coração disparara. Por que estava associando o som e o cheiro de praia ao cigano? Todo aquele lugar tinha algo do qual podia usar para lembrar-se, sem querer, daquele rapaz moreno.

Seu coração estava tão apertado, tão confuso que não evitou que algumas lágrimas dessem início a outra crise de choro, mas dessa vez tinha suas próprias pernas para abraçar e esconder o rosto. Sempre imaginou que, caso um dia se declarassem para ele, seria uma jovem da região, e talvez ele tivesse que tomar a iniciativa das palavras, pois era pouco provável que a moça o fizesse primeiro.

Ao fim das contas, um homem cigano fora a pessoa que lhe disse tais palavras...

Mas por que ele dissera em seu próprio idioma, e não de um modo que pudesse entender? Será que Jongin queria mesmo dizer aquilo, ou tratava-se apenas uma frase qualquer que Kyungsoo compreendera de maneira errada?

Assustou-se com o fato de sentir tristeza em pensar que poderia ter sido algum mal-entendido. Será que desejava mesmo que o mais alto o amasse? Aquilo era tão errado... Aqueles pensamentos que estava tendo, ainda mais ao lembrar de quando o rapaz de pele bronzeada o abraçara enquanto chorava, acariciando seus cabelos e lhe dizendo que sempre enxugaria suas lágrimas.

Riu, em meio ao choro, pois ele não estava lá para cumprir a promessa. Ora, mas seria idiotice de sua parte querer que Jongin fosse capaz de adivinhar algum momento em que aquelas gotas salgadas molhassem seu rosto e lembrar-se daquelas mãos, maiores que as suas, deslizando os dígitos por suas bochechas com tanto carinho, o fez soluçar alto.

“Jongin...” Sussurrou, abraçando ainda mais as pernas. Sentia vergonha  de si mesmo por chorar daquela forma. Não conseguia compreender como poderia ficar tão assustado e atordoado com aquilo tudo. E se realmente tivesse entendido errado?  Talvez fosse melhor tirar isso a limpo. Levantou-se em um pulo, e caminhou secando as lágrimas de seu rosto com as costas das mãos, esperando que suas bochechas e olhos não estivessem avermelhados o suficiente para denunciar o choro que estava deixando escapar.

Encontraria Jongin... Tomaria coragem e perguntaria sobre tudo aquilo.

•••

Por outro lado, Jongin não conseguia dormir.

Estava tonto, sua cabeça girava, sabia que algo sairia errado. Talvez tivesse, de fato, sido melhor não aventurar-se por locais onde pudesse trazer tantos problemas. Mas Kyungsoo lhe pedira de uma maneira tão doce, tão gentil... Seus grandes olhos empolgados e esperançosos lançaram quase um olhar de súplica para que aceitasse. E teve de admitir que sentir o abraço apertado e contente do burguês fora o suficiente para aceitar sem pensar duas vezes.

Ah! Mas não era sua intenção declarar-se. Pelo menos não daquela maneira e não tão cedo. Todavia, tudo aconteceu tão rápido... Sentir a respiração do menor, seus corpos se tocando de forma tão mínima, poder ver tão de perto seus lábios e bochechas rosadas...  Tudo contribuiu para que perdesse a sanidade.

Queria tocá-lo ainda mais, abraçá-lo. Ficar tão próximo de Kyungsoo fora completamente sufocante, justamente pelo fato de não poder tomá-lo em seus braços. Sabia das condições religiosas do menor, e de como sentia medo de estar pecando. Jongin também ia contra os princípios de seu povo, mas também sabia que era mais inconsequente que o burguês em suas ações e decisões.

Porém, de fato, sentir sua pele tão branca tornando-se gelada pelo vento gélido daquela sacada, ver os lábios entreabertos do menor, enquanto seus narizes deslizavam tão vagarosamente um no outro fez com quem se sentisse tão sem chão que as palavras saíram de seus lábios de uma maneira confusa, sem sequer reparar que o menor não entenderia absolutamente nada do que dissera.

Mas talvez fosse melhor dessa maneira. Ainda mais que, durante sua fuga, fora abordado por uma das últimas pessoas que desejaria conhecer naquele momento.

•••

 “Aonde pensa que vai?” Jongin tomara um grande susto ao descer as escadas e dar de cara com um rapaz de cabelos castanhos, usando uma máscara azul. Tentou convencer-se de que o outro havia confundindo-se, que talvez pensasse que falava com algum conhecido. Porém, antes de poder se desculpar e tomar seu caminho, os dedos finos e pequenos daquele burguês agarraram seu braço com certa força, arrastando-o para um local abaixo da escada. “Beba comigo.” Disse, sem qualquer outra explicação. O moreno não entendia bem o que estava acontecendo, e todo aquele momento de tensão que passara há minutos atrás com Kyungsoo não o ajudava a manter-se completamente são e controlado.

“Sinto muito, mas deve estar confundindo-me e...”

“Acredite, não estou.” Cortou sua frase, para logo em seguida dar um grande gole em uma das taças de vinho que tinha nas mãos, dando-lhe a outra delas. “Beba.” Disse novamente, encarando o cigano.

“Sinto muito, eu...” Tentou, mais uma vez, dar meia volta e sair despercebido, mas o rapaz mais baixo colocara-se em sua frente, com um sorriso no rosto... Um sorriso que Jongin realmente não gostaria de ter visto.

“Se sair dessa maneira... Faço questão de gritar para todos que há um penetra na festa de minha mãe e que, ainda por cima, trata-se de um herege. É isso que quer?!” Uma ameaça... Jongin parou por alguns segundos, sentindo o coração disparar ao analisar bem o que ouvira. ‘A festa de minha mãe.’ Kyungsoo lhe dissera o mesmo, então aquele...

Olhou bem para o rosto do menor à sua frente, mas era difícil analisar algo com aquela máscara sobre sua face. Entretanto, ao ouvi-lo falar, pôde notar certa semelhança no tom de voz. Será possível que... Que fossem irmãos? Em tamanho eram bem parecidos, de fato.

Resolveu que, se fizesse o que aquele rapaz lhe dizia, poderia esperar que Kyungsoo aparecesse e o tirasse de lá, ou até mesmo esperar que o outro desistisse de prendê-lo ali. Olhou bem para a taça de vinho em mãos e, relutante, tomara um gole do líquido.

“Ótimo vinho, não acha?” O sorriso ainda estava lá, em seus pequenos lábios cínicos. “Sabe... Ainda estou tentando compreender o que uma pessoa como você está fazendo aqui. Meu irmãozinho, acho que deve conhecê-lo, estava muito inquieto algumas horas atrás e bem... Não tenho certeza de que é um penetra, pois suas roupas... Conheço bem essa costura, tenho várias vestes do tipo, mandamos fazê-las sempre no mesmo lugar.” Jongin sentia-se afrontado, e o sentimento de estar sendo encurralado aumentava cada vez mais. O menor à sua frente enchera sua taça com mais líquido avermelhado, o que, claramente, era uma exigência para que continuasse a beber.

“És muito quieto!” Reclamou, dando uma bebericada em sua bebida. “Mas tudo bem, não faço questão de que fale muita coisa. Ah, esqueci de apresentar-me, mas que modos os meus! Chamo-me Baekhyun, é um prazer seu em me conhecer!” O cigano torceu o nariz ao ouvi-lo falar. Que tipo de rapaz era aquele? Certamente não era nada parecido com Kyungsoo, pelo menos não em seu jeito. Porém, depois da quinta taça de vinho, às vezes podia jurar que aquela voz que ouvia era a do pequeno que estava tão acostumado a ver. Sabia que estava ficando alterado, e não gostaria de ficar mais naquele local, ainda mais daquela maneira.

Não tinha ideia de como conseguira esquivar-se do tal Baekhyun, mas agora já estava do lado de fora, caminhando aos tropeços para seu lar.

Aquela noite realmente estava sendo mais agitada do que poderia imaginar.

•••

 Esfregou seu rosto, sentindo sua visão turva, tentando esquecer-se daquilo tudo, pois agora já estava em sua carroça, com as vestes burguesas jogadas para o lado. Usava apenas uma calça preta, torso moreno exposto, e tinha seus cabelos soltos, deslizando sobre seus ombros e rosto.

Analisava, ainda que um pouco tonto pelo álcool ingerido, a fita branca que antes prendia os fios de suas madeixas. Seus dedos deslizavam pelo fino tecido de seda, lembrando-se de como o burguês o amarrara, lembrando-se do leve e gentil toque. Sabia que o menor gostava de mexer em seus cabelos. Queria tanto vê-lo novamente.

“Kyungsoo...” Chamou em solidão, ainda afagando a seda em suas mãos.

Seu coração disparara ao ver que, logo após chamar o nome de seu amado, a porta da carroça se abrira e aquele rapaz, de vestes burguesas e máscara negra, adentrou o local de madeira sorrateira. “Kyungsoo...?” Perguntou esperançoso, e de fato toda aquela vestimenta pertenciam a ele.  O cigano sorriu e esticou uma das mãos. “Voltaste para me ver?” Uma alegria subiu-lhe o corpo ao notar como aquele rapaz pequeno aproximava-se, sentando-se ao seu lado e o abraçando. “Kyungsoo, perdoe-me por sair daquela maneira, eu...”

“Sssh...” Disse o burguês, fazendo Jongin calar-se e prestar atenção no que tinha para dizer. “Por que fugiste me mim?” Sussurrou ele e, antes que pudesse responder, sentiu um leve toque em seus lábios... Um beijo um tanto apressado e estranho.

O cigano assustou-se, tentando afastar-se do rapaz branco e, após sentir a insistência daqueles braços em segurá-lo, teve certeza de que não se tratava de quem realmente estava esperando ver.

“Por que me evitas?!” Perguntou o menor, irritado.

“Solte-me, Baekhyun!” Exigiu o nômade, segurando os ombros do menor. Apesar de sua visão turva e de sua tontura, pôde notar como o burguês suspirara alto, arrancando a máscara de Kyungsoo do rosto sem qualquer rodeio.

“Nem bêbado fui capaz de pregar-lhe uma peça!” Irritou-se Baekhyun, tentando ajeitar os cabelos castanhos com os dedos. “Então é verdade que sente algo por meu irmãozinho, interessante...” Sorriu novamente, mas dessa vez tocava o rosto de Jongin, que logo tentou desviar. “Ora, vamos... Se meu pequeno irmão não está aqui, por que não aproveita que eu estou, uhn...? Temos a mesma altura, a mesma cor de pele, a mesma textura de cabelo, vozes parecidas, talentos parecidos, o mesmo sangue...” Insistiu o burguês, deslizando uma das mãos do pescoço de Jongin até sua cintura. “Ele não precisa saber...” Contudo, o cigano irritou-se absurdamente, apertando os pulsos do menor e tentando focalizá-lo com sua visão embaçada.

“O que pensa que está fazendo?!” Disse baixinho, mas exibindo um tom ameaçador, que não surtira efeito algum sobre o irmão mais velho de Kyungsoo, que apenas ria da situação.

“Tão irritadinho...” Tentou beijá-lo novamente, mas desta vez o moreno fora rápido o suficiente para desviar o rosto. “Não seja tão rabugento!” Reclamou enquanto tentava jogar seu corpo para cima do maior.

Se estivesse em pleno controle de suas forças provavelmente já teria jogado Baekhyun para fora de sua carroça, mas o álcool ainda agia sem piedade alguma. Apesar de não ser sua intenção machucá-lo, temia que pudesse fazê-lo sem querer, pois a insistência do menor era tão absurda que, de alguma maneira, os dois haviam caído sobre o acolchoado de um canto no chão, onde Jongin usava como seu lugar para o sono.

“Saia daqui, agora!” Gritou o cigano, ao mesmo tempo em que ouvira a porta da carroça abrir-se, revelando a figura da pessoa que tanto ansiava em ver, mas que não podia chegar em pior momento. Kyungsoo encarava a cena. Seus lábios entreabriram devagar e, antes que Jongin pudesse dizer alguma coisa, Baekhyun intrometera-se.

“Irmãozinho, como vai?! Quer juntar-se à nós?!” Perguntou cínico e brincalhão. O cigano, aproveitando a distração do burguês ao seu lado, o empurrara para longe, levantando-se com dificuldade logo em seguida.

“Kyungsoo, o que ele faz aqui?” Não sabia se aquela frase era a melhor a se dizer, mas a expressão vazia do menor lhe partia o coração. Ele não o encarava, não dizia nada, apenas olhava para o irmão que também se colocava de pé.

Tentou segurar o braço do rapaz branco de lábios fartos quando o mesmo passou por si, mas tudo o que recebera fora um puxão, que o menor fez com a intenção de soltar-se para poder caminhar até o outro de mesma altura. Ainda sem dizer qualquer palavra agarrou o braço do irmão mais velho, arrastando-o com força para fora do local.

“Kyungsoo, está me machucando!” Reclamou Baekhyun, tentando também puxar o braço. Jongin surpreendeu-se com a força que o mais novo botava contra a pele de Baekhyun, pois certamente, parecia incomodá-lo o suficiente para tentar soltar-se a todo custo.

Porém, antes que pudesse tomar qualquer iniciativa, a porta havia sido fechada e os dois irmãos sumiram de sua visão. Jongin sentou-se no chão, esfregando o rosto e fechando os olhos. Seu coração estava apertado, uma tristeza lhe invadiu a alma. O medo de perder Kyungsoo para sempre tomara conta de seu ser.

•••

 “Solte-me, Kyungsoo!” Gritou o mais velho, tentando arrancar a mão do irmão de seu braço. Mas Kyungsoo não pensava com clareza, apenas o arrastava para o mais longe possível, longe da visão de qualquer um. Sentia seu coração doer, seus olhos encheram-se novamente de lágrimas, mas dessa vez recusou-se a soltá-las. Pelo menos, aquele não era o momento para demonstrar fraqueza.

Ao afastar-se o suficiente, virou seu corpo de frente para o do irmão, que ainda reclamava da brutalidade na qual estava sendo tratado. Todavia não se importava, apenas agarrara os ombros de Baekhyun com fúria, olhando-o nos olhos.

“O que pensa que estava fazendo?!” Gritou Kyungsoo, chacoalhando o outro burguês sem cuidado algum.

Seu sangue ardia de raiva, nem ao menos se preocupava em pensar que pudesse estar sendo ouvido. Nada mais importava, pois a cena de seu irmão, com suas vestes de baile, caído no chão ao lado de Jongin seminu não era a visão mais feliz que pudera presenciar. Na verdade, aquilo estava destruindo sua sanidade, fazendo-o sentir um sentimento de traição, desespero e rejeição que nunca sentira em sua vida.

“Solte-me!” Exigiu mais uma vez o mais velho. Porém apenas servira para que o aperto se tornasse ainda mais forte.

“O que estava fazendo ali?! Como achou este lugar?! Explique-se, agora!” Sua voz alterada fazia com que o rosto de Baekhyun tomasse uma expressão irritada e quase tão ameaçadora quanto a sua.

“Você, meu irmão, que deveria explicar-se sobre isso!” Retrucou soltando-se, por fim, do aperto de ombros que sofria. “Envolvendo-se com um herege?” Riu, mais uma vez deixando transparecer sua ironia. “Espere só mamãe saber que o precioso Kyungsoo está fazendo tantas coisas erradas... Se ajoelhar-se no milho por um dia inteiro fora castigo suficientemente ruim por apenas ter comprado um livrinho de bruxaria, imagine se ela e nosso pai soubessem de seu novo divertimento!” Porém, antes que pudesse continuar alguma coisa, Kyungsoo o empurrara contra a árvore mais próxima, vendo como Baekhyun soltara um grito mudo pela falta de ar que sofrera ao sentir o forte impacto em suas costas.

O mais novo sabia que o irmão não contaria nada, pois nunca denunciava os erros nos quais ele também estivesse envolvido. Mas a ameaça cínica de seu familiar só fazia aumentar sua raiva, sua dor, seu descontrole.

“Por que estava com Kai?!” Obviamente não contaria o nome verdadeiro do cigano, por mais que, naquele momento, não quisesse vê-lo tão cedo.

“Ah... Ele é lindo, não é mesmo?” Sussurrou logo após morder os próprios lábios, fazendo com que a fúria de Kyungsoo aumentasse. “Aqueles lábios grandes e avermelhados são tão convidativos e macios...” Provocou, mas aquilo fora o suficiente para receber um soco em seu estômago. O mais novo, de fato, havia perdido o controle, e via como Baekhyun deslizara de costas pela a árvore até que pudesse sentar no chão, buscando recuperar o ar ao abraçar o próprio corpo. O rosto dolorido e raivoso do mesmo voltara-se para o Kyungsoo, que o olhava de pé. “Dói, não é...? Dói ter tudo roubado de você!” Gritou o mais velho, ainda abraçando o próprio estômago.

“Sabe por que fiz isso? Quer realmente saber o motivo?!” E, agarrando a bainha da blusa do mais novo puxando-o para o chão, para que pudessem ter o mesmo nível de visão. Baekhyun proferiu: “Quero que experimente o que é ter tudo roubado de suas mãos... Pois é exatamente o que tu fazes desde que nasceu!”  Aquela fora a vez do mais velho gritar, largando a roupa do irmão após berrar-lhe a última frase.

Kyungsoo não podia acreditar no que ouvira. Sabia que Baekhyun podia ser asqueroso, mas não a ponto de imaginar tantas imbecilidades e agir de maneira tão baixa. Os dois sempre, sempre foram tratados da mesma maneira, com o mesmo desprezo, falta de atenção e carinho. Quando menor sempre sonhou com que seu único irmão pudesse ser seu amigo, algo que nunca aconteceu e, depois daquela noite, nunca aconteceria.

Talvez Baekhyun quisesse colocar a culpa daquela família ser tão infeliz, de não receber um pingo de amor sequer, em Kyungsoo, mas não discutiria com ele, cansou-se de ser tão manipulado, tão humilhado e controlado pelo irmão mais velho. Deixou-o ali, sentado e encostado na árvore, recuperando-se do soco. Kyungsoo não queria vê-lo tão cedo e, correndo com lágrimas nos olhos, sumira da visão do outro.

Quando pensava que não poderia ficar ainda mais confuso e perdido. Mais um sentimento que nunca possuíra antes o invadira, acompanhado, novamente, por um choro desesperado.

•••

 Ainda caminhava aos prantos, tentando esconder-se de qualquer um ao andar perto da floresta, incapaz de mostrar sua dor para mais alguém. Estava magoado, confundido, e se já não bastasse ter que lidar com tantas novidades em uma única noite, ter que lidar com aquela outra situação não estava sendo nada fácil. E sentiu tudo piorar ao ouvir aquela voz grave lhe chamar com um tom desesperado.

“Kyungsoo!” Gritou o cigano, e o burguês sabia que estava perto, pois podia ouvir os passos do outro em sua direção. Porém suas pernas o faziam caminhar para longe, não queria ver seu rosto, não queria ouvi-lo, queria apenas deitar-se  em sua cama e dormir por dias, sem que ninguém o atrapalhasse e para que o mundo de sonhos consumisse sua mente por completo. Entretanto fora pego pelas grandes mãos do maior, que o fizeram virar para encará-lo. “Por favor, Kyungsoo...!” Implorou Jongin. Todavia o branco virava o rosto avermelhado para os lados, tentando, inutilmente, esconder sua tristeza e lágrimas do moreno. “Kyungsoo...  Tens que acreditar em mim quando digo que teu irmão planejara tudo!”

Ele bem sabia que Baekhyun estava por trás de tudo, mas a visão dos dois ao chão ainda martelava sua mente, esbofeteando seu rosto como uma desilusão que crianças sentem ao descobrir como o mundo é frio e cruel. Toda memória daquela cena fazia com que seu coração se partisse ao meio.

“Estava bêbado! Ele forçara-me a tomar vinho quando... Quando desci as escadas de sua casa.” O burguês sentiu o coração despedaçar ao lembrar-se da declaração que o maior dissera, pois agora tudo aquilo parecia uma grande mentira. “Teu irmão passou-se por você! Veja!” E, com certo desespero, Jongin empurrou a máscara que Kyungsoo usara na noite do baile em suas mãos.

Olhou fixamente para o objeto, sentindo grossas lágrimas caírem de seus olhos sobre este. Depois de segundos analisando algo que nem ele mesmo sabia do que se tratava, olhou para o rosto do moreno. Parecia cansado, acabado, desesperado... Mas continuava lindo... Assustou-se ao ver que o cigano deixava que seus olhos também enchessem de lágrimas, e por mais que elas não descessem, claramente estavam lá. Kyungsoo nunca vira Jongin chorar.

“Não... Não, por favor...” Disse, deixando a máscara cair ao chão sem qualquer cuidado, para que tivesse as mãos livres ao tocar o rosto quente do maior. “Não ouse chorar...” Completou, vendo que um riso engasgado e triste saíra dos lábios do cigano.

“Demorou tanto... Tanto tempo para que finalmente confiasse em mim, Kyungsoo... Mas agora parece que todo meu esforço fora em vão... Em uma única noite, uma maldita situação colocou em você toda a desconfiança que eu lutei para combater...”  Suas palavras eram, de fato, dolorosas, mas o burguês sentia que não havia mentiras escondidas por trás delas, pois os olhos castanhos de Jongin o olhavam fixamente.

E os mentirosos não são capazes de olhar nos olhos de alguém.

“Amo-te, Kyungsoo... Apenas a ti e a mais ninguém! Foi isto que lhe disse horas atrás, perdoe-me por ser tão covarde em não lhe dizer com clareza. Mas agora não importa mais, não importa. Pois quero que, pelo menos, se resolver afastar-se de mim por completo... Que afaste-se sabendo a verdade e meus reais sentimentos...” E fora a vez do rosto do mais baixo ser envolvido pelas mãos do cigano. Aqueles dígitos ásperos deslizavam por suas bochechas com carinho e, pela primeira vez, sentiu que Jongin tremia. “Prometi-lhe que enxugaria suas lágrimas. Devo fazer isso pela última vez, então...” Sussurrou, deixando uma lágrima, por fim, escorrer por seu rosto.

Kyungsoo não tinha ideia de onde arrumara coragem suficiente ao puxar o maior pelo pescoço para que houvesse um encontro de lábios. Instantaneamente fechara os próprios olhos, sentindo a farta boca do cigano tomando a sua. O burguês nunca fizera algo parecido na vida, mas deixava que seus instintos guiassem-no para um beijo cheio de desespero, anseio e emoção... O primeiro beijo de sua vida, que viera com mais necessidade e descontrole do que pôde imaginar. Mas fazê-lo era, por fim, acabar com todo aquele turbilhão de sentimentos que destruíam os pilares de sua calma.  

Tornou-se capaz de sentir como seu rosto era puxado mais para perto pelas mãos gentis de Jongin, que acariciava sua pele com ternura. Suas línguas tocavam-se com pressa, fazendo-o sentir o gosto da boca do moreno ao mesmo tempo em que deslizavam uma na outra. Os braços do menor formaram um abraço por cima do pescoço do mais alto, passeando as mãos por entre os longos cabelos soltos do cigano, bagunçando-os e acariciando-os com desespero e carinho. As bocas roçavam com mais força e vontade, e fora a vez dos dígitos do moreno deslizarem por Kyungsoo, tomando-lhe a cintura magra com possessão, prensando-a.

Trocaram aquele longo e ansiado beijo por minutos... Tanto tempo que apenas se afastaram para, finalmente, contemplar os rostos um do outro, pois seriam capazes de permanecer daquela outra forma por horas a fio. Mas o branco sabia que era hora de finalmente responder.

“Te amo...” E, recebendo um sorriso em resposta, Kyungsoo apenas deixou-se ser abraçado por Jongin, deitando sua cabeça sobre o ombro do mesmo, tendo como visão o pescoço moreno. Fechou os olhos, apenas sentindo o cheiro da pele do cigano, surpreendendo-se ao saber que já conhecia aquele aroma agradável. Engraçado como nunca fora capaz de sentir o  cheiro da pele de ninguém, talvez aquele fosse um dos efeitos dos sentimentos que nunca despertaram em seu interior até aquele momento.

Seus cabelos foram levemente acariciados, e sua testa beijada diversas vezes por Jongin, que praticamente o ninava em seus braços. Se não estivessem de pé, Kyungsoo provavelmente teria dormido ali mesmo, agarrado ao corpo do moreno, sentindo seu cheiro tão gostoso, escondendo o próprio rosto na curva do pescoço e ombro do mesmo.

Naquele momento nada mais importava, nada mais existia... Apenas ele e Jongin. 


Notas Finais


Ok, gente... Finalizado mais um capítulo...
Está meio complicado pra escrever aqui em casa, justamente porque nem estou usando meu notebook. Mas espero que tenham gostado do capítulo, apesar de eu ter achado meio paradinho...

Meu twitter: @tiinkerbaek com dois "i"s


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